quinta-feira, 30 de agosto de 2007

BEZERRA DE MENEZES

Muito se tem escrito e comentado sobre a vida de Bezerra de Menezes, realçando a sua importância como pioneiro do movimento espírita brasileiro e mundial. A nós, interessa-nos, sobretudo, o exemplo de Bezerra de Menezes enquanto Homem: um espírita que, de facto, soube seguir os preceitos do Cristo.

Em sua homenagem, nesta data em que se comemora mais um aniversário de seu nascimento (29 de Agosto de 1831) e em homenagem a todos os Bezerra de Menezes, incógnitos para nós, deixamos, mais adiante, o relato de um caso que bem traduz a sua vivência cristã.

(...) Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem seus irmãos são os meus bem-amados... [Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, Espírito de Verdade]

(...) A piedade, quando profundamente sentida, é amor; o amor é devotamento; o devotamento é o olvido de si mesmo; e esse olvido, essa abnegação pelos infelizes, é a virtude por excelência, aquela mesma que o divino Messias praticou em toda a sua vida e ensinou na sua doutrina tão santa e sublime... [Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIII, Michel]

“UM ABRAÇO, EM NOME DA VIRGEM, FAZ MARAVILHAS!

Bezerra de Menezes acabava de presidir a uma das sessões públicas da Casa de Ismael, na Avenida Passos.

Era uma noite de terça-feira do mês de Junho de 1896.

Sua palavra esclarecida e carinhosa, à moda de uma chuva fina e criadeira, no dizer de M. Quintão, penetrava às almas de quantos, encarnados e desencarnados, lhe ouviam a evangélica dissertação sobre uma Lição do Livro da Vida!

Os olhos estavam marejados de lágrimas, tanto de ouvintes como os do próprio Orador.

Acabada a Sessão, descera Bezerra com passos tardos, ainda emocionado, as escadas da Federação Espírita Brasileira.

E ia, humildemente, indagando dos mais íntimos, se ferira alguém com sua palavra, que lhe perdoassem o descuido, e ia descendo e afagando a todos que o esperavam ávidos dos seus conselhos, dos seus sorrisos, do seu olhar manso e bom.

No sucedâneo da escada, localizou um irmão, de seus 45 anos, cabelos em desalinho, com a roupa suja e amarrotada.

Os dois se olharam. Bezerra compreendeu logo que ali estava um Caso, todo particular, para ele resolver.

Oh! Benditos os que têm olhos no coração!

E Bezerra os tinha e os tem!

E levou o desconhecido para um canto e lhe ouviu, com atenção, o desabafo, o pedido:

- Dr. Bezerra, estou sem emprego, com a mulher e dois filhos doentes e famintos... E eu mesmo, como vê, estou sem alimento e febril!

Bezerra, apiedado, verificou se ainda tinha algum dinheiro. Nada encontrou nos bolsos. Apenas a passagem do bonde...

Tornou-se mais apiedado e apreensivo.

Levantou os olhos já molhados de pranto para o alto e, numa Prece muda, pediu Inspiração a Maria Santíssima, seu Anjo Tutelar e solucionador de seus problemas. Depois, virando-se para o Irmão:

- Meu filho, você tem fé em Nossa Senhora? A Mãe do Divino Mestre, a nossa Mãe Querida?

- Tenho e muita Dr. Bezerra!

- Pois, então, em Seu Santíssimo Nome, receba este abraço.

E abraçou o desesperado Irmão, envolvente e demoradamente.

E, despedindo-se:

-Vá, meu filho, na Paz de Jesus e sob a protecção do Anjo da Humanidade. E, em seu lar, faça o mesmo com todos os seus familiares, abraçando-os, afagando-os. E confie Nela, no Amor da Rainha do Céu, que seu Caso há de ser resolvido.

Bezerra partira.

A caminho do lar, meditava: teria cumprido seu dever, será que possibilitara ajuda ao irmão em prova, faminto e doente?

E arrependia-se por não lhe haver dado senão um abraço.

Não possuía nenhum dinheiro. O próprio anel de grau já não estava nos seus dedos. Tudo havia dado. Não tendo dinheiro, dera algo de si mesmo, vibrações, bom ânimo, moeda da alma, ao irmão sofredor e não tinha certeza de que isso lhe bastara...

E, neste estado de espírito, preocupado pela sorte de um seu semelhante, chegou ao lar.

o o o

Uma semana passara-se.

Bezerra não se recordava mais do sucedido.

Muitos eram os problemas alheios.

Após a sessão de outra terça-feira, descia as escadas da Federação.

Alguém, no mesmo lugar da escada, trazendo na fisionomia toda a emoção do agradecimento, toca-lhe o braço e lhe diz:

-Venho agradecer-lhe, Dr. Bezerra, o abraço milagroso que me deu na semana passada, neste local e nesta mesma hora. Daqui saí logo sentindo-me melhor. Em casa, cumpri seu pedido e abracei minha mulher e meus filhos. Na linguagem do coração, oramos todos à Mãe do Céu. Na água que bebemos e demos aos familiares, parece, continha alimento.

Pois dormimos todos bem. No dia seguinte, estávamos sem febre e como que alimentados... E veio-me uma inspiração, guiando-me a uma porta, que se abriu e alguém por ela saiu, ouviu meu problema, condoeu-se de mim e me deu um emprego, no qual estou até hoje. E venho lhe agradecer a grande dádiva que o senhor me deu, arrancada de si mesmo, maior e melhor do que dinheiro!

O ambiente era tocante!

Lágrimas caíam tanto dos olhos de Bezerra como do irmão beneficiado e desconhecido.

E uma Prece muda, de dois corações unidos, numa mesma força gratulatória, subiu aos Céus, louvando Aquela que é, em verdade, a Porta de nossas Esperanças, a Mãe Sublime de todas as Mães, a Advogada querida de todas as Nossas Causas!

Louvado seja o Nome de Maria Santíssima! E abençoado seja o nome de quem, em Seu Nome, num abraço, fez maravilhas, a verdadeira Caridade Desconhecida!”

[retirado de ‘Lindos casos de Bezerra de Menezes’, Ramiro Gama, Editora Lake. São Paulo - Brasil]

29 de Agosto de 2007

Mário

Para quem se interesse pela biografia deste "apóstolo da Caridade" ou "o Kardec Brasileiro" como muitos lhe chamaram, aqui ficam alguns links:

http://www.ceismael.com.br/bio/bio06.htm

http://www.espiritnet.com.br/Biografias/biogbez.htm

http://www.msenna.com.br/kardec/bezerra.htm



A Prova da Riqueza

Líamos as reflexões registadas no Evangelho Segundo o Espiritismo no capítulo: 'Sede Perfeitos', em que somos levados a meditar, entre outros aspectos, na aplicação que damos aos bens materiais de que somos apenas fiéis depositários e nos perigos que o mau uso da fortuna sempre acarreta para o espírito no seu regresso, pelo remorso que nos advém de a termos utilizado apenas para nosso benefício pessoal, nos gozos mundanos, esquecendo de a empregar no desenvolvimento da sociedade a que pertencemos, com equidade e justiça, tornando-nos úteis e contribuindo para o bem-estar de todos; no final, um espírito trouxe-nos a sua comovente história:

"Fui autorizado a comunicar-me através da médium para vos deixar um pequeno apontamento da minha própria história para que sirva de alerta a muitos de nós. Agradeço a quem mo permitiu e peço também autorização a vós outros para que oiçam com atenção as minhas simples palavras.

Fui eu, João de A. e M., pertencente a uma das mais célebres famílias terrenas, tendo escolhido ainda minado de orgulho e ansioso por usufruir todos os privilégios da Terra, indiferente a alguns conselhos que os meus guias, os meus mestres me inspiravam, tentando demover-me da mais perigosa das provas terrenas – a da riqueza – insensível a todos os avisos, porque as minhas forças e os meus muitos defeitos me iriam, provavelmente, fazer cair, insisti até conseguir a reencarnação desejada.

E, assim, num belo dia, nasci no seio dessa família que tudo me prodigalizou: amor, atenção dos muitos criados que colocaram ao meu serviço, mas também dinheiro, muito dinheiro, com o qual convivi desde tenra idade.

Não me prepararam, meus pais terrenos, para o perigo do mau uso que se pode fazer, não me ensinando a gerir as minhas economias que me caíam nas mãos sem que eu fizesse o mínimo esforço para as obter. Podeis imaginar os perigos que enfrentei e a que mal soube resistir, pois cheio de contentamento, gastava egoisticamente tudo em mim e quanto mais tinha mais desejava e mais gastava.

Percorri toda essa existência terrena gozando os prazeres da vida, todos aqueles que o dinheiro me podia proporcionar, não me furtando a nada, não prescindindo de qualquer um deles, sempre rodeado de muitos amigos (julgava eu), porque, quando muito temos, muito atraímos a nós, excepto, o melhor que nos podem dar – a amizade desinteressada, a mão amiga que nos apoia quando necessitamos e até aquela que nos contraria quando erramos – nem aí fui auxiliado, pois apenas pretendiam de mim aquilo que o meu dinheiro lhes podia proporcionar. Não que os acuse – que fique bem claro – porque o único responsável da minha queda fui eu com o meu egoísmo, com o meu desinteresse pelos pobres, por aqueles que sofriam, por aqueles que nada tinham e que se contentariam com uma simples moeda que eu gastava num abrir e fechar de olhos.

Em nada pensei que fosse exterior a mim, mas também nada ganhei, pois cheguei ao final da minha existência, fútil e vazia, tão fútil e vazio como ela própria: de alma seca, de sentimentos quase despida essa alma e ainda revoltada, porque a minha juventude tinha partido e, com ela, esses mesmos prazeres que tanto me deliciavam e que tanto me iludiram, proporcionando-me essa mesma queda.

Cheguei ao Mundo Espiritual ainda mais vazio e quando abri os olhos e me encarei, chorei. Oh se chorei! Chorei pelo tempo que perdi, pelo egoísmo que não combati, por um Mundo que eu almejava e que estava ainda mais distante do que quando eu reencarnei.

Como me arrependi de ter falhado os meus propósitos, porque podeis creer, o meu propósito era sincero e era firme. Só não era suportado em qualidades verdadeiramente adquiridas e que me fariam realmente progredir na Terra, onde a memória se escapa e onde as culpas cravadas na nossa alma são como que esbatidas, permanecendo apenas no inconsciente que, às vezes, brota e nos diz – quando queremos ouvi-lo – que estamos errados e que devemos mudar de direcção. Quase nunca ouvimos essa consciência, porque são os prazeres mundanos que a atrofiam, que a mandam calar, para podermos seguir em frente gozando-os plenamente.

Agora estudo afincadamente, trabalho - sempre que me autorizam - naquilo que sei fazer, que é ainda muito pouco.

Tenho vindo a estas reuniões para ouvir as benditas lições que aqui são transmitidas a muitos como eu e medito como a minha vida provavelmente teria sido outra, se no meu lar, rico e cheio de luxos, eu tivesse alguns momentos semelhantes a estes, cultivados por aqueles que tinham a obrigação de me educar - e continuem a não ver qualquer crítica nestas minhas palavras - apenas tristeza por uma oportunidade perdida.

Que Deus me possa orientar os passos daqui por diante, para que possa, futuramente, ganhar com merecimento uma nova oportunidade de regressar para provar que posso e devo mudar.

Registai bem esta minha história, que não tem maior interesse senão de servir como exemplo para todos aqueles que se desviam do caminho recto, inebriados pelos prazeres terrenos.

Dizei a cada um deles, sempre que tiverem oportunidade, que meditem na lição de Jesus. Ensinai-lhes o que lhes acontece quando desrespeitam a Lei e quando aportam aqui a este lado: não são acusados, mas choram, tristemente, de arrependimento, porque maltrataram as Leis Divinas e a si mesmos.

Doutrinador – Obrigado querido amigo

- Nada mereço para que me agradeçam.

Doutrinador – Ao ouvir as tuas palavras, amigo, muitos pensamentos desencontrados nos assomam à nossa mente e nós, que conhecemos a doutrina espírita e temos a obrigação de conhecer as finalidades da existência terrena, quantas vezes nos perguntamos: “Será que estou a falhar? Será que estou a ir por mau caminho?”

E existe um ditado que todos nós bem conhecemos: "Nunca digas desta água não beberei". Eu próprio me pergunto a mim: 'se tivesse nascido rico da riqueza terrena, será que eu teria até agora passado uma prova tão perigosa?'

- Quase nunca se consegue… Alguns espíritos superiores resistem e distribuem essa riqueza que herdaram por todos aqueles que se lhe aproximam, sem olhar, sem pensar sequer o que poderiam fazer com esse mesmo dinheiro, que é seu. Mas são poucos aqueles que o conseguem.

Aprendi à minha custa que só devemos pedir esta prova quando já tivermos muita experiência e muito amor ao próximo e a Jesus.

Doutrinador – É verdade meu amigo. Quantos de nós não dizemos: 'Ai, se eu fosse rico! Eu faria a caridade…' Neste aspecto, o Evangelho alerta-nos para o desejo secreto de nos satisfazermos primeiro a nós próprios e utilizarmos o surpéfluo em favor do próximo... Confesso que pessoalmente tenho medo e, por isso, comungamos contigo os nossos sinceros sentimentos de que possas triunfar no Mundo Espiritual, porque Deus é o Pai infinitamente bom e justo. Rogamos-Lhe por ti nesta modesta reunião que tantas lições nos traz do Evangelho e lições vivas como as tuas.

- Orai sim, orai por mim que tanto preciso, pois irei, conduzido pelos meus Mestres, desta vez avisadamente e com a sua ajuda, reencarnar numa existência miserável, necessitando de tudo, mas recebendo algo precioso e que me sustentará nas provas que terei de enfrentar: o Amor duns pais amantíssimos de muitas vidas, que tudo farão para me evitar a fome e o frio – mitigando-o, pois não o poderão fazer totalmente.

Aí, aprenderei com a dor da indiferença dos ricos, a ser mais humilde e a apreciar verdadeiramente o valor do dinheiro.

Para tentar então, posteriormente, e novamente, a mesma reencarnação que ora falhei, pois quando falhamos não devemos desistir. Devemos aprender, porfiar que um dia conseguiremos sair vitoriosos daquilo em que fracassámos.

Orai, pois, por mim. Orai por mim."


Comunicação recebida em reunião no dia 22 /04 /05

Manuel

Núcleo Espírita "Amigo Amén"

Santa Maria

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Religião e Doutrina Espírita

Regressamos com uma das mais belas páginas de Emmanuel sobre A Doutrina Espírita.



sexta-feira, 17 de agosto de 2007


Este Blog entrou de férias. Dentro de 10 dias retornaremos.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Voltei

IV Parte

Irmão Jacob conhecia a doutrina espírita. Foi seu divulgador nas suas várias vertentes, mas não havia feito luz sobre si próprio. Essa luz conquista-se, não pelas palavras, mas pela acção: devotamento ao próximo, sacrifício de si mesmo, luta contra as más tendências, quais sejam o egoísmo e o orgulho, em suma: exercício activo da caridade.

É o próprio Irmão Jacob que conclui: “Herdeiros de muitos séculos de experiência carnal, é impraticável a definitiva ascensão de um dia para o outro”.

De facto, cada um de nós estagia num determinado patamar evolutivo. Alguns estamos um pouco à frente, pelas conquistas que já realizámos; outros, sendo jovens estamos um pouco mais atrás, em termos evolutivos...

Demonstra infantilidade todo aquele que, a partir do momento em que começa a conhecer a doutrina espírita ou entra num centro espírita e assume ares angelicais, pensa que está no caminho da santificação.

O caminho é longo, áspero, rude... A alteração da forma exterior ou o afastamento da luta do dia a dia, apenas mascaram e/ou adiam a luta evolutiva.

A evolução é um processo interno e só se consegue vencendo as provas que se nos apresentam, por mais desagradáveis que sejam. Quem delas foge, sob que pretexto for (ainda que o argumento seja ‘servir Jesus’, como já ouvimos), falha a oportunidade concedida.

“Os débeis, os sofredores e os enfermos são os meus filhos predilectos e venho salvá-los”, disse Jesus.

Isto não significa que procuremos deliberadamente o sofrimento, o que seria uma contradição.

Significa sim, que nas dificuldades inerentes ao processo evolutivo não estamos sós!

E Bittencourt Sampaio afirma:

“Erramos e acertamos, aprendendo, corrigindo e aprimorando sempre, até à conquista do Supremo Equilíbrio”.

E continua, advertindo Irmão Jacob (e todos nós):

“Não te prendas, pois, às sombras destrutivas do remorso ou da queixa."

Quem terá passado, incólume nos precipícios das paixões humanas, senão o Mestre Amado e Senhor Nosso? Que aprendiz terá alcançado todos os ensinamentos de uma só vez?

(...) despreocupamo-nos de adquirir simplicidade a amor, paciência e renúncia, resignação e esperança (...)

Agrada-nos dispor, aborrece-nos obedecer. Buscamos a autoridade, desdenhamos a disciplina.

(...) Enchemos a Terra de palavras brilhantes, esquecidos de que a vitória no bem é mais concreta naqueles que ouvem o conselho sábio e o aplicam.

É por isto, meu amigo, que chegamos sem lâmpada própria às eminências da vida, incapazes de contemplar o brilho solar pela nossa deficiência de luz”.

Consolando Jacob, Bittencourt aconselha:

Deixa, Jacob, que rujam tempestades do mundo, esquece as recordações violentas do passado, emerge do ‘homem velho’ e caminha para o Alto!

Este desprendimento proposto por Bittencourt, que implica a aceitação plena das leis divinas com tudo o que isso pressupõe: a tolerância, a misericórdia, o perdão incondicional... foi, como veremos, a chave que abriu, posteriormente, as portas da luz a Jacob.

Naquela noite Jacob se perguntava: “Por que avançar no conhecimento cerebral, de alma às escuras?” E decidiu mudar de rumo dado constatar que “não passava de um mendigo espiritual”

Depois de ter frequentado por mais de duzentos dias a “escola da iluminação”, certa noite, de volta ao lar espiritual, sozinho, foi “assaltado por furioso grupo de clérigos desencarnados” que se acercaram dele “violentos e sarcásticos”. Fizeram-lhe lembrar os ataques que ele, impensadamente, havia desferido contra os padres. Cobriram-no de insultos e ameaçaram-no.

Isolando a mente e lembrando-se dos conselhos do Senhor de “orar pelos que nos perseguem”, Jacob, “tocado por sincero desejo de auxiliá-los”, entregou-se à prece, “não como de outras vezes, em que emitia palavras de louvor e súplica com bases menos profundas no sentimento”, mas no sentido de procurar, de facto, “ser útil àquela falange de entidades inconscientes.

... Decorridos alguns minutos, observei que, ao me contemplarem em oração, os circunstantes se afastaram um tanto, embora continuassem a criticar-me de doestos e zombarias”.

A entrega de Jacob foi tão sincera que “sobreveio o imprevisto”:

“Tomado de assombro, verifiquei que branda luz de um roxo carregado brilhava em torno de mim”.

Ao princípio pensou tratar-se de um espírito benfeitor que estaria junto dele. Intrigado, “refugiou-se, de novo, na prece, em silêncio”. Foi então que visualizou Bittencourt Sampaio.

“Jacob" – disse ele (...) não te admires da claridade que te rodeia.

Ela pertence a ti mesmo. Nasce das tuas energias internas, orientadas agora para a Bondade Suprema.

A concentração de amor verdadeiro produz bendita claridade na alma”.

E continuou:

“Ama sem paixão, espera sem angústia, trabalha sem expectativa de recompensa, serve a todos sem perguntar, aprende as lições da vida sem revolta, humilha-te sem ruído ante os desígnio superiores, renuncia aos teus próprios desejos, sem lágrimas tempestuosas, e a vontade justa e compassiva do Pai iluminar-te-á constantemente o coração fraterno e o caminho redentor!”

A lição que Irmão Jacob nos trouxe é, pois, precioso ensinamento para todos nós. Em particular os espíritas, trabalhem ou não em instituições espíritas.

Mário

Voltei

III Parte

Avisado pelo irmão Andrade de que “a morte não nos conduz a tribunais vulgares e sim à própria consciência” foi informado que, “não obstante entregue ao seu próprio julgamento, um amigo de mais alto viria ajudá-lo a recompor o sentimento e o raciocínio”.

Irmão Jacob ficou intrigado por não saber o nome do benfeitor anunciado...

Depois de prolongadas meditações, irmão Jacob alcançou o dia em que seria recebido no grande templo. Foi informado por Andrade que à noite, reencontraria muitos companheiros de trabalho. Mas irmão Jacob estava longe de imaginar que reveria a maior parte dos próprios espíritos com os quais havia convivido pessoalmente nas sessões e serviços realizados na Terra.

No santuário, irmão Jacob sente-se tomado de emoção, sente-se criança de novo e que “alguma coisa lhe entravava a garganta”.

Já no recinto, irmão Andrade o apresenta a “cooperadores do seu trabalho edificante, que prosseguirá mais activo”. Jacob nota “algumas dezenas de companheiros tão obscuros quanto eu mesmo”. Reconheceu muitos deles de encontros e reuniões doutrinárias. Reconheceu diversos médiuns. Todos, tal como ele, lastimavam não terem “usado a aplicação com o mesmo ímpeto com que procuravam conforto no campo do ensinamento”.

Foi informado de que muitos dos presentes da Assembleia daquela noite eram “elementos evangelizados em suas próprias reuniões e preces” e de que a maioria foi trazida de múltiplos lugares, a fim de “juntos recomeçarem o trabalho.”

Após alguns momentos, em silêncio profundo, “Bezerra, nimbado de intensa luz (...) alçou ao Mestre Divino sentida prece”. Ao toque da oração, os amigos iluminados se fizeram mais radiantes e mais belos”. Quando Bezerra terminou (...) na câmara alva surgiu, de repente, uma estrela cujos raios tocavam o chão”.

Perante as intensas vibrações que se faziam sentir, irmão Jacob não suportou a companhia dos iluminados e “afastou-se instintivamente para a faixa a que se recolhiam os companheiros de organização opaca”. Jacob ajoelhou-se, humilde.

“Contemplando a estrela que começava quase imperceptivelmente a tomar a forma humana, Jacob gritou, em pranto, que não era digno daquelas manifestações de apreço e nem merecia a visita divina que principiava a revelar-se”.

Perante a grande luz, fortalecido por sobre-humana coragem confessou todas as suas faltas e salientou todos os seus defeitos, em alta voz, abertamente, sem omitir erro algum”.

O benfeitor anunciado que se materializou a seus olhos era, afinal, “o magnânimo Bittencourt Sampaio, cuja expressão resplandecente constituía o que imagino num ser angélico” (...) “Surpreendido e envergonhado, busquei recuar, mas não consegui. Tentei ajoelhar-me, mas Guillon sustentou-me nos braços”.

E Bittencourt, encaminhando-se para ele, “pronunciando frases que não merecia”, afirmou: “Jacob, fizeste bem, anunciando as próprias faltas neste plenário fraterno!, e continuou:

“A Infinita Sabedoria instala tribunais para julgar aqueles que não a conhecem, porque a ignorância reclama lições, às vezes rudes, dos planos exteriores, mas os filhos do conhecimento santificante condenam ou salvam a si mesmos”.

(continua)

Mário


terça-feira, 14 de agosto de 2007

Voltei

II Parte

Chegado à sua nova moradia espiritual, irmão Jacob, recordando suas actividades doutrinárias, “pretendia rogar trabalho”, aproveitando as suas possibilidades na "acção útil". Ignorava se a sua “pobre tarefa no mundo havia sido aprovada pelos poderes superiores. E no íntimo não desconhecia os seus próprios erros”.

Perguntando ao irmão Andrade pelo julgamento de seus actos, este respondeu que “a morte não nos conduz a tribunais vulgares e sim à própria consciência” e esclareceu que, “não obstante entregue ao seu próprio julgamento, um amigo de mais alto viria ajudá-lo a recompor o sentimento e o raciocínio”.

Irmão Jacob ficou intrigado por não saber o nome do benfeitor anunciado...

Entretanto, irmão Jacob ia reparando no halo de luz que envolvia sua filha, Marta, bem como os traços brilhantes que cercavam Andrade.
E estabelecia comparações consigo, “num demorado auto-exame”.
E reparava que “seu corpo espiritual jazia tão obscuro, quanto o veículo denso de carne”.

Mais tarde, em instituição espírita, nos serviços de doutrinação, “reparou, com mágoa, a diferença que existia entre ele e os abençoados companheiros que o haviam trazido”.
Enquanto que esses companheiros “não eram visíveis aos irmãos ignorantes e perturbados, não obstante as irradiações brilhantes que lhes marcavam a individualidade”, a presença dele, Jacob, era notada.

Certa entidade reconheceu-o e gritou: “aquele ali não é Jacob?”. E olhando-o de alto a baixo, acentuou: “Que é da luz dele?”.
Jacob, sentindo a “opacidade da sua organização espiritual e envergonhado com o incidente, recolhe-se ao silêncio e à inacção...”.

E medita:

“Quantas vezes invocamos a luz nos círculos da fé religiosa! Despreocupados, aconselhamos amigos que a procurem e, em muitas ocasiões, inadvertidamente, receitamo-la para os irmãos que se encontram nas sombras. Através de conversações ociosas, indicamos criaturas que não a possuem e, sempre que tomamos a palavra em público, suplicamo-la (a luz) em altos brados”.

Em sua situação de "entidade parda", irmão Jacob reflecte:
“frequentemente olvidamos a palavra do Senhor que nos recomendou aproveitar as oportunidades da experiência humana, na iluminação de nós mesmos, através do devotamento ao próximo”.

Mas, irmão Jacob não havia devotado toda a sua vida à doutrina espírita e ao movimento espírita? Porquê, então, a sua ausência de luz? É ele próprio que responde:

“O problema avultava em minhas cogitações (...) Eu não providenciara luz para mim mesmo. Conduzira muitos desencarnados à fonte sublime das claridades evangélicas, mas esquecera as próprias necessidades. Doutrinara muita gente, ou pretendia haver doutrinado e, em todo o meu movimento verbal da pregação cristã, salientara o imperativo da luz para os corações humanos. Contudo, agora, que participava de uma sociedade espiritual, reconhecia a opacidade da minha alma. Mantinha-se-me o perispírito no mesmo aspecto em que se caracterizava na experiência física”.

Estas reflexões de irmão Jacob, decorrentes das constatações que o haviam seguido logo desde o início da jornada além-túmulo, fazem emergir de dentro de si a humildade para rogar:
“Oh! Senhor, porque não fazemos bastante silêncio, dentro de nós, para ouvir-te os ensinos, enquanto nos demoramos nos atritos do mundo?”

Da expectativa e da esperança, este irmão dedicado à actividade doutrinária no campo espírita é conduzido pelos próprios meios, à interrogação e constatação da falta de luz em si próprio, lamentando não ter feito suficiente silêncio dentro de si... Pensando inicialmente no julgamento de seus actos, como se em vulgares tribunais terrenos, é informado que “a morte (...) conduz (...) à própria consciência”...
(continua)
Mário

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Voltei

I Parte

Peço desculpa à amiga Joana e a todos os que leram os meus primeiros ‘posts’ pela minha ausência demasiado prolongada.
Voltei, pensando em todos os companheiros que actuam no campo espírita realizando as mais diversas tarefas: divulgação da doutrina, tarefas assistenciais a encarnados e desencarnados, estudo doutrinário...

Voltei, para abordar agora um tema completamente diferente do anterior.E isto porque reli uma mensagem psicografada recebida há mais de dez anos.


Diz assim:
“Nunca procures aparecer. Lembra que os que se encontram em evidência estão sendo analisados. Será que estás em condição de só oferecer bons exemplos?”
OCAJ

Ao mostrar esta mensagem a pessoa amiga, ela chamou-me a atenção para o nome do espírito que assinou esta mensagem: OCAJ. Para mim totalmente desconhecido, mas, de facto, se visto o nome ao contrário, podemos ler JACO ou, talvez JACOB. E lembrei-me do irmão Jacob.
Voltei é o título de um livro psicografado por Chico Xavier em 1948, ditado pelo espírito do irmão Jacob.
O conteúdo desse livro constitui uma séria advertência para todos aqueles que militam na seara espírita.

Irmão Jacob foi presidente de uma instituição espírita brasileira da mais alta relevância.

Foi divulgador da doutrina a nível nacional (no Brasil). Participou em reuniões mediúnicas de elevada responsabilidade (incluindo reuniões de materialização).

Deu passes em moradores de bairros pobres (ou favelas).

Conviveu com grandes nomes do espiritismo brasileiro como Bezerra de Menezes, Guillon, Batuíra, Inácio Bittencourt, Leopoldo Cirne, Bittencourt Sampaio...

Mas por que razão ao chegar ao mundo espiritual não apresentava uma luzinha no plexo solar?

As dúvidas quanto à sua posição espiritual começaram desde logo a assaltar o irmão Jacob quando, no início da viagem para colónia espiritual, realçou a presença, no grupo de entidades recém-desencarnadas, de “respeitável senhora” que, de todos, “era a única de cujo peito irradiava luz” .
E informa:
“a evidente superioridade que a distanciava de nós parecia afligi-la, tal a modéstia que lhe transparecia das atitudes”.
Confessa:
“reparando aquela mulher de maneiras simples e afáveis, emitindo luminosidade sublime, inopinado sentimento de inveja me assaltou o coração.
E perguntou-se sobre “os sacrifícios a que fora, por certo, conduzida a bem-aventurada criatura, que” o “impressionava tão fortemente, para conquistar o precioso atributo”.
Aquela “modesta professora de bairro distante” foi posteriormente recebida por uma assembleia de meninos, entoando cânticos e tratando-a por mamã (mamãe) e informada que “outra escola, muito mais linda, a esperava num parque celestial”.

Mas por que razão ele, Jacob, que tinha dado a vida pela doutrina, durante décadas, não apresentava uma única réstia de luminosidade?
(Continua)
Mário

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Kryon e as Crianças Índigo

Análise das mensagens de Kryon à Luz da Doutrina Espírita-Parte 4

(continuação)



7. Ideias de Catástrofes e Fixação de Datas



As mensagens publicadas no site da seita criada por Lee Carroll trazem “notícias” sobre um acontecimento “programado” para 2012:
“Celebremos o fim do teste! As estrelas são nossas. Agora é chegado o momento de uma parte da família ir para casa, precisamente em 2012. E ele, Kryon, estará lá quando chegarmos”.

No Livro dos Médiuns Kardec interroga os espíritos:
11ª - Por que, quando fazem pressentir um acontecimento, os Espíritos sérios de ordinário não determinam a data?

“Os bons Espíritos NUNCA determinam datas. A previsão de qualquer acontecimento para uma época determinada é indício de mistificação” cap. XXVI, pág. 380, O Livro dos Médiuns.

Segundo Kryon, só não se deu o “fim do mundo”, devido ao excelente trabalho conjunto, realizado por ele e pelo seu médium Lee Caroll:

“Depende do que os Humanos fizerem. Já revelamos que, antes de começar a canalizar, em 1989, o primeiro trabalho conjunto de Kryon e Lee Carroll foi fragmentar um meteoro (Myrva) que vinha, realmente, em rota de colisão com a Terra. Era um dos instrumentos das catástrofes previstas para o fim do século”.

A Doutrina Espírita afirma que o mundo não será destruído fisicamente e expica-o claramente:
“Não é racional se suponha que Deus destrua o mundo precisamente quando ele entre no caminho do progresso moral, pela prática dos ensinos evangélicos”. SINAIS PRECURSORES, pág. 394, A Génese.


8. Perigoso indício de aliciamento ao suicídio


“As estrelas são nossas. Agora é chegado o momento de uma parte da família ir para casa, precisamente em 2012. E ele, Kryon, estará lá quando chegarmos”.

Não temos a estranha sensação de que este tipo de discurso nos é algo familiar?
Se há um tema recorrente em todas as RELIGIÕES é exactamente o do SUICÍDIO, pelas graves consequências que acarreta para o espírito.

Pois Kryon promove-o e desculpabiliza-o, retirando-lhe toda a conotação de responsabilidade a assumir pelo acto de pôr termo à vida, afirmando ousadamente que todos os seus adeptos poderão partir livremente e, que ainda serão recebidos em glória.

Após todas as estratégias que temos vindo a desmontar, fácil se torna perceber que todos os que Kryon convencer a suicidarem-se, estarão em suas mãos por longo tempo, condenados a sofrerem-lhe os desmandos, como vítimas de consciência culpada. Será, de facto, o culminar da GLÓRIA do PROJECTO DE MISTIFICAÇÃO E FASCINAÇÃO de Kryon.

Essa sempre será A MAIOR AMBIÇÃO DE TODO O OBSESSOR que pretenda conduzir a bom termo qualquer vingança, arrastando a sua vítima para as sombras do mundo espiritual em que ele mesmo se encontra.

“…simplesmente, desaparecer e ir-se embora. Isso será algo intuitivo e o processo será simples.
Por que não? … a sua autorização para partir é absoluta e dela não resultará qualquer «encargo» negativo. Será aceite e aplaudido quando chegar junto de nós. Já presenciei isso; o Estatuto de Graduado é maravilhoso.”

E avisa:
“…a tentação será cada dia mais forte… porque muitos dos seus amigos, inclusivamente a parceria afectiva, irão abandoná-lo (poderão abandoná-lo). A SINCRONIZAÇÃO será muito importante, assim como a FÉ (nada de raciocínio, claro).
“…uma enorme alegria impedirá que se sinta sozinho. ACREDITE EM MIM!”

"Será você capaz de estar só, se for necessário? Assim sendo, o que lhe sobra?"
O aliciamento perpassa ao longo do livro (só o 1º, não esqueçam):

“SOBRA-LHE TUDO O QUE NUNCA TEVE!
Os três guias instrutores, em colaboração com todas as Entidades invisíveis que o rodeiam - as quais também estão aí para o apoiar - irão assegurar que você seja devidamente servido. Passará a trazer consigo o seu próprio templo, o que significa que será totalmente auto-suficiente espiritual, física e mentalmente. O sustento não será um problema, tal como a saúde…”

Kryon só se esquece de explicar como fará isso!!!

E numa espécie de apoteose final, exclama:
“Vocês são amados com muita ternura! Nem imaginam o amor que gostaria de compartilhar convosco!
Gostaria de abraçar cada um de vós!”



Quem não se lembra da seita (para só citar uma) americana do Reverendo Jim Jones que levou ao suicídio/massacre 900 pessoas, incluindo mulheres e crianças, na Guiana em 1978?


Veja aqui http://skepdic.com/brazil/seitas.html

Não é tudo isto preocupante??? Sobretudo, se ligado às “Crianças Índigo” e à sua infiltração nalguns sectores do movimento espírita??? Poderemos EM CONSCIÊNCIA separar uma parte do seu conjunto?
Não seremos TODOS responsáveis pela OMISSÃO destes indícios gravosos???

Lembremos os espíritos que nos alertam para a RESPONSABILIDADE DOS ESPÍRITAS:
“quanto maior é o conhecimento, maior a responsabilidade” e as palavras de Kardec:
“Espíritas, amai-vos…; Espíritas, instruí-vos....”

E o lema do Espiritismo não é: “Fora da Caridade não há salvação”?

Não será um acto de CARIDADE denunciar seitas como esta, esclarecendo e alertando quem nos lê ou ouve, à LUZ da DOUTRINA ESPÍRITA???


Se recorrermos à Génese, podemos verificar que os Espíritos da Codificação realmente anunciaram uma nova geração, mas nestes moldes:
“Cabendo a eles fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por uma precoce inteligência e razão, juntas ao sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas, constituindo um sinal indiscutível de um adiantamento anterior.”

Se algumas crianças parecem enquadrar-se nestes parâmetros de amor fraternal por todos e revelar uma extrema sensibilidade, perante quem sofre (sejam seres humanos, a Natureza ou o Planeta), muitas outras são descritas como “revoltadas, prepotentes e agressivas”, carecendo do espírito inato do bem.

Assim, a chegada anunciada pelo Espiritismo parece nada ter a ver com este tipo de crianças descritas pela seita de Lee Caroll, pois segundo a voz dos Espíritos:
“a fraternidade será a pedra angular da nova ordem social”.

Para além do mais, meditemos neste conselho dos espíritos:
“Pretender esquadrinhar, com o auxílio do Espiritismo, o que escapa à alçada da humanidade, é desviá-lo do seu verdadeiro objectivo, é fazer como a criança que quisesse saber tanto quanto o velho. Aplique o homem o Espiritismo em aperfeiçoar-se moralmente, eis o essencial. O mais não passa de curiosidade estéril e muitas vezes orgulhosa, cuja satisfação não o faria adiantar um passo. O único meio de nos adiantarmos consiste em nos tornarmos melhores.” pág.70, O Livro dos Médiuns


Aguardemos, pois, com serenidade que os espíritos elevados, bem conhecidos de todos nós, se manifestem, através de vários médiuns credíveis pelos exemplos dados de amor e conhecimento da doutrina e pelo desinteresse dos assuntos terrenos, sobretudo, o do lucro puro e simples, tentação de qualquer homem comum.
Se, de facto, existe algo de verdade sobre as crianças índigo, ela nos será transmitida com toda a clareza, pese embora os aproveitamentos de alguns grupos (terrenos e/ou espirituais), ambiciosos e pouco escrupulosos. Então, da confusão surgirá a luz, pois quando uma verdade deve ser revelada à humanidade, os espíritos se organizam:

“A melhor garantia de que um princípio é o expressar da verdade se encontra em ser ensinado e revelado por diferentes Espíritos, com o concurso de médiuns diversos, desconhecidos uns dos outros e em lugares vários, e em ser, ao demais, confirmado peta razão e sancionado pela adesão do maior número. Só a verdade pode fornecer raízes a uma doutrina. Um Sistema erróneo pode, sem dúvida, reunir alguns aderentes; mas, como lhe falta a primeira condição de vitalidade, efémera será a sua existência.” Capítulo XXXI, pág. 474, Livro dos médiuns


Damos definitivamente por terminado este assunto, lembrando as palavras sábias de JOANA DE ÂNGELIS e de EMMANUEL:

“Quando o lar se engrandece com a presença de filhos, a família educada no bem e esclarecida programa, por automatismo, a sociedade e o futuro melhor da Humanidade...”

Momentos de Coragem -Psicografia de Divaldo Pereira Franco
(Espírito] Joanna de Ângelis


"Todos os bens e todos os males que depositarmos no espírito da criança ser-nos-ão devolvidos."
Emmanuel "Livro da Esperança" psicografado por Francisco Cândido Xavier

sábado, 4 de agosto de 2007

Kryon e as Crianças Índigo

Análise das mensagens de Kryon à Luz da Doutrina Espírita-Parte 3

(continuação)

4. A Sedução através do nosso Orgulho e Vaidade

Todo a mensagem de Kryon se baseia no uso de técnicas de discurso (a começar logo pelo emprego do “tu” Você) praticadas por diversas seitas que pretendem seduzir e convencer, granjeando adeptos e, em tudo semelhantes, às regras treinadas e aplicadas por qualquer profissional que trabalhe na área de marketing e tenha de vender um produto, convencendo-nos que esse é o que queremos realmente ter, feito exactamente à nossa medida.

E diz ao que vem, (conquistar adeptos) sem subterfúgios: “Vocês (os presentes) estão ao serviço, mesmo enquanto passam pelo processo de aprendizagem... e NÃO HÁ MUITOS ASSIM. (Esta é a razão pela qual se encontram aqui, esta noite.

SÃO OS PIONEIROS DA NOVA ENERGIA e, através do vosso EXEMPLO e CONHECIMENTO, começarão o trabalho. Precisamos de acção! É por isso que estou aqui.”

Kryon é tão objectivo e transparente que me limitarei apenas a transcrevê-lo.

“Acha tudo isto fantástico? Não acredita? Seja como for, saiba que AS PALAVRAS DESTA PÁGINA SÃO PARA SI.

VOCÊ NÃO está a ler isto POR ACASO. Somente uma situação correcta permitiu que estas páginas chegassem às suas mãos. Agora, porém, VOCÊ TEM A RESPONSABILIDADE DE AGIR OU DE NÃO AGIR. Em qualquer caso, a sua vida terá mudado, porque VOCÊ VIU A VERDADE.

“Este novo tempo é PODEROSO para quem está iluminado. Estas mensagens foram direccionadas para quem deseja aceitar as HONRAS oferecidas.

“Os SERES HUMANOS que vivem na Terra eram ANJOS MUITO EVOLUÍDOS que assinaram um contrato para vivenciar uma experiência humana no planeta Terra, por isso são os mais respeitados de todas as Entidades. Quem está ao serviço deste lado do véu, respeita e ama ternamente o vosso trabalho. Quando, finalmente, chegar o momento, voltarão a ter uma compreensão total do que, de facto, estiveram a fazer pelo Universo; compreenderão como as vossas acções nos ajudaram a todos."

Como é que os cientistas andam há décadas a afirmar que o Homem e as suas acções são responsáveis pela destruição do Planeta??? Afinal, somos aplaudidos pelo nosso belo trabalho!

O resto do Universo está bem entregue se somos os mais evoluídos!!!

Kryon “apenas” nos oferece de “bandeja” os três pilares da ambição humana: HONRA, PODER e GLÓRIA!!!

É de facto IRRESISTÍVEL!!!

“Lembra-te de que os Bons Espíritos só dispensam assistência aos que servem a Deus com humildade e desinteresse e que repudiam a todo aquele que busca na senda do Céu um degrau para conquistar as coisas da Terra; que se afastam do orgulhoso e do ambicioso. O orgulho e a ambição serão sempre uma barreira erguida entre o homem e Deus. São um véu lançado sobre as claridades celestes, e Deus não pode servir-se do cego para fazer perceptível a luz.” O Livro dos Espíritos ”PROLEGÓMENOS, pág.50

5. A Transmutação do Karma

Esta é uma teoria da Nova Era, já antiga, em que o homem se DESRESPONSABILIZA dos seus actos passados, relativamente ao PRÓXIMO e, mais ou menos por artes mágicas, dum momento para o outro, passa a viver próspero e feliz, na Terra; muitas vezes, é-lhe garantido que, ao desencarnar, já não necessitará de voltar a este mundo de provas e expiações, pois já procedeu à "limpeza" do seu "Karma", normalmente pagando cursos de “transmutação”.

Nada mais contrário à RAZÃO, à LÓGICA e à JUSTIÇA que a nossa própria CONSCIÊNCIA nos exige. O espiritismo sempre nos explicou que só ao ESFORÇO individual na procura da reforma íntima, se deve a nossa ASCENSÃO espiritual.

Vejamos a promessa nas palavras de Kryon: Depois de ter feito o seu pedido, nós avaliamos até que ponto ele é conveniente… se uma Entidade de pouca experiência expressiva (poucas expressões no passado e uma quantidade enorme de carma pendente), solicita o Novo Poder, então, será necessário que façamos um tipo diferente de «intervenção» para que o implante possa ser concedido.”

Que justiça haveria em ver ascender serial killers a mundos felizes, sem que experimentassem remorso e arrependimento e vontade de aprender o amor e a caridade ao próximo???

E como poderíamos acreditar que conseguissem todas essas aquisições no curto espaço duma só vida humana ou, melhor ainda, apenas com a colocação de UM IMPLANTE???

Finalmente, como poderemos compreender que crianças que mataram pais e colegas de escola, sejam já seres mais evoluídos e, desculpáveis os seus actos, por serem “Índigos”???

“Estas perguntas são tremendamente importantes.

“Gostaria de desprender-se totalmente do carma com que tem vindo a trabalhar durante toda a sua vida?”

“Sente-se aborrecido por ter que passar por lições de vida?”

um salto sobre o seu carma …apaga a necessidade de aprender as lições, atribui um Estatuto de Graduado e proporciona um poder tremendo.

Quando alguém se desloca para o Estatuto de Graduado obtém um grande implante novo, o qual lhe é proporcionado para anular o seu carma (todo o carma). Normalmente, atingir este Estatuto de Graduado significa que o ser está pronto para abandonar o planeta.

Além disso, terá uma vida muito mais longa… A doença ignorá-lo-á, e a abundância fluirá, de acordo com as necessidades.”

Mas “nem tudo são rosas”, porque Kryon explica bem o que os Espíritos nos dizem há muito: atraímos aqueles que connosco sintonizam em ideias e pensamentos, afastando-se outros que não se afinizam, por já não encontrarem em nós semelhança de comportamentos e ideais.

“Com a actual mudança, experimentará um ajuste enorme. Perderá um ou os dois guias (dependendo do seu caminho, no momento), e receberá outros.”

Esta transformação foi descrita noutros planetas como o período da escuridão. A partida dos «guias de nascimento» é profundamente sentida pela Entidade da Alma que existe dentro de si.

…outras Entidades, que não costumam estar perto de si, aproximar-se-ão para o vigiar.” (???)

E para que o processo tenha êxito, todos são aconselhados a NÃO ORAR!!!

“Quando perceber que a coisa está a começar (e perceberá), preocupe-se com tarefas terrenas, concentre-se em objectivos orientados para o trabalho e para a concretização de algo que lhe dê prazer. Isto é uma táctica de diversão para a sua alma, que será bastante eficiente durante o período de ajuste.”

Vê-se como Kryon conhece bem a arte de colocação de implantes, descrita por Manoel Philomeno de Miranda “Nos Bastidores da Obsessão”, (psicografia de Divaldo Franco), já aqui por mim referida e que era praticada com toda a perfeição pelo Dr. Teofrástus. Um dia, a trarei aqui, pela riqueza de conhecimentos que nos aporta do modo como funcionam os grupos das trevas na espiritualidade.

6. A Pseudo-Ciência

Os livros psicografados por Lee Carroll estão recheados de informações pseudocientíficas, sem que se tenha qualquer explicação.

De acordo com o “extraterrestre”, “a humanidade atingiu a ‘Convergência Harmônica’ necessária.” (???)

Segundo Kryon, desde 1987 que estão a chegar “crianças índigo” com "o ADN alterado", e ultimamente as crianças cristal.

Todavia, sabemos, pela Doutrina Espírita, que nenhuma alteração de ADN provoca avanço moral em alguém: a MORAL não é um atributo do corpo, mas do Espírito.

As Crianças Índigose tornarão uma nova raça que irá habitar uma galáxia que está sendo criada a 12 bilhões de anos-luz da Terra”. Actualmente, os avanços no domínio da astrofísica permitem afirmar que é inconsistente a ideia da criação tardia de uma galáxia.

Mais uma vez, recordemos Kardec: “Toda heresia científica notória, todo princípio que choque o bom-senso, aponta a fraude, desde que o Espírito se dê por ser um Espírito esclarecido” cap. XXIV, pág.334, O Livro dos Médiuns.

Todavia, mais grave ainda é Kryon aconselhar as pessoas a não tomar os medicamentos receitados pelos médicos:

Um adepto perguntou: Querido Kryon, na Califórnia você nos falou que segurar pílulas na mão pode curar. Isso eliminará os efeitos colaterais? É seguro ficar segurando Prozac?”.

“Seu corpo sabe que substância vocês estão segurando. Portanto, é possível impregnar as propriedades da intenção de usar a substância

em suas células. Assim não há o efeito colateral de uma droga, por exemplo. Apenas pensem... um frasco de aspirina ou antiácidos durará anos!”.

Kardec também nos alerta:Jamais os bons Espíritos aconselham senão o que seja perfeitamente racional.

Qualquer recomendação que se afaste da linha recta do bom-senso, ou das leis imutáveis da Natureza, denuncia um Espírito atrasado e, portanto, pouco merecedor de confiança”, cap. XXIV, pág.336, O Livro dos Médiuns.

(continua)