segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Consequências do Aborto



Existem benefícios para o Espírito num novo regresso à vida corpórea?

REENCONTROS AMIGOS, RESGATE DE ERROS PASSADOS E ESQUECIMENTO DOS ÓDIOS


Sendo cada regresso à Terra planificado na espiritualidade, com tanto cuidado e preparação, envolvendo nesse projecto antigos amores e ódios arreigados por desavenças anteriores, para que, através da reencarnação, se possam reencontrar os afectos ou limar arestas de personalidade, através da benção do esquecimento, é natural que esse projecto seja encarado como uma conquista, quando levado a seu termo. O lar é encarado como um lugar sagrado, como uma oportunidade, por excelência, onde se conquistam harmonias e ligações, antes impensáveis, que a todos os envolvidos conduzam a um crescimento onde se abrem outros horizontes mais vastos na evolução individual.

No livro “O Consolador” Emmanuel explica-nos isso mesmo:

“O colégio familiar tem suas origens sagradas na esfera espiritual. Em seus laços, reúnem-se todos aqueles que se comprometeram, no Além, a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva.
Preponderam nesse instituto divino os elos do amor, fundidos nas experiências de outras eras; todavia, ai acorrem igualmente os ódios e as perseguições do pretérito obscuro, a fim de se transfundirem em solidariedade fraternal, com vistas ao futuro.
É nas dificuldades provadas em comum, nas dores e nas experiências recebidas na mesma estrada de evolução redentora, que se olvidam as amarguras do passado longínquo, transformando-se todos os sentimentos inferiores em expressões regeneradas e santificantes.
Purificadas as afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito.”
O CONSOLADOR - Francisco Cândido Xavier – ditado pelo espírito Emmanuel-1940


Existe alguma ligação entre Obsessão e Aborto?


Tantas vezes, acontece que, antes da reencarnação, com uma perspectiva mais ampla da vida e da necessidade de evoluirmos, prometemos receber no seio familiar, espíritos necessitados, que nos são queridos ou a quem prejudicámos em outras circunstâncias, e, mais tarde, lhe recusamos essa oportunidade, refugiando-nos em argumentos egoístas, esquecidos da palavra empenhada. Ou esse espírito, porque nos ama ou porque atingiu certo grau de evolução nos perdoa e vai reencarnar noutro lar, ou se transforma em nosso inimigo e nos persegue pela vida fora, cheio de rancor e animosidade pela oportunidade recusada, gerando-se, quantas vezes! Graves processos de obsessão e desestruturação dos lares terrenos, prolongando-se estes no regresso ao Mundo Espiritual!

Emmanuel, em “Vida e Sexo” mais uma vez nos alerta, sobre esse facto e as consequências que nos podem acarretar um acto como o aborto:

“Habitualmente - nunca sempre - somos nós mesmos quem planifica a formação da família, antes do renascimento terrestre, chamando a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, prometendo-lhes socorro e oportunidade de elevação e resgate. Depois de instalados na terra, se anestesiamos a consciência expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, podemos transformá-los em inimigos recalcados que se nos entranham à vida íntima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problema, impondo-nos trabalho e inquietação.”

Finalmente, “O Livro dos Espíritos” leva-nos a reflectir sobre a gravidade deste acto, para quem o pratica sem uma razão consistente, como seja o perigo duma desencarnação antecipada por parte da mãe:

357. Que conseqüências tem para o Espírito o aborto?
“É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.”


358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
“Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”


359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda?
“Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.”


360. Será racional ter-se para com um feto as mesmas atenções que se dispensam ao corpo de uma criança que viveu algum tempo?
“Vede em tudo isso a vontade e a obra de Deus. Não trateis, pois, desatenciosamente, coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da criação, algumas vezes incompletas por vontade do Criador? Tudo ocorre segundo os seus desígnios e ninguém é chamado para ser juiz.” PARTE 2ª - CAPÍTULO VII, págs. 202/03


Devemos temer o castigo de Deus ao praticar um aborto?


Não propriamente, pois essa ideia, defendida pela maioria das religiões, tal como a Igreja Católica, apenas encontra consistência numa visão antropomórfica de Deus. Segundo a Doutrina Espírita à medida que o homem evolui em consciência, a sua responsabilidade individual aumenta e é essa consciência que nos condena e nos obriga ao resgate das dívidas que contraímos em cada acto erróneo praticado, à revelia das leis naturais e divinas.

“— Então, as idéias do castigo de Deus...
— Razoável que as abracemos, até que aprendamos que a Divina Providência nos governa através de leis sábias e imparciais. Cada um de nós pune a si mesmo, nos artigos dos Estatutos Excelsos que haja infringido. A Justiça Eterna funciona no foro íntimo de cada criatura, determinando que
a responsabilidade seja graduada no tamanho do conhecimento... "
In “E A VIDA CONTINUA”, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, CAP. XI, PÁG. 46

A Ciência traz-nos a cada dia que passa novas descobertas, contribuindo assim, para o nosso esclarecimento e para nos auxiliar nas opções que tomamos em face desse mesmo conhecimento.

No início de Novembro de 1999 o bebé Samuel Armas, de 21 semanas de gestação, foi operado dentro do útero da mãe, pois sofria de espinha bífida. A operação foi realizada na Universidade de Vanderbilt em Nashville, Tenessee, EUA pelo Dr. Joseph Bruner. Em determinado momento o Samuel deitou a mão de fora do útero e agarrou o dedo do médico...


Vale a pena ler o artigo da Drª Marlene Nobre: “O Feto possui uma Psique própria?” aqui:

Fim do conjunto de 7 posts, com início aqui

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Das diferenças físicas


Causas das diferenças físicas existentes na Terra

Vimos que existem instituições e departamentos especializados em todos os domínios respeitantes ao regresso do espírito à Terra. Entre eles, André Luiz descreve um em que observa maravilhado, modelos de corpos femininos e masculinos e interroga o seu mentor acerca de todos os pormenores que os constituem e seus significados.

Ao falar dos inúmeros projectos nessa área, o mentor Alexandre informa André Luiz de que:
“…Depreende-se, da maioria deles, (os diferentes corpos) que todos os enfermos na carne são almas em trabalho da ingente conquista de si próprias. Ninguém trai a Vontade de Deus, nos processos evolutivos, sem graves tarefas de reparação, e todos os que tentarem enganar a Natureza, quadro legítimo das Leis Divinas, acabam por enganar a si mesmos. A vida é uma sinfonia perfeita. Quando procuramos desafiná-la, no círculo das notas que devemos emitir para a sua máxima glorificação, somos compelidos a estacionar em pesado serviço de recomposição da harmonia quebrada.” In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XII,
Preparação de experiências, André Luiz, psicografia de Chico Xavier, p. 98

Assim, poderíamos ser levados a concluir de forma demasiado linear que se alguém nasce surdo ou cego é porque usou mal o sentido da audição ou da visão e, por vezes, isso acontece. Um suicida, ao reencarnar, pode trazer consigo para a nova existência as marcas do seu acto tresloucado, apresentando alguns problemas nos órgãos que, anteriormente, sofreram lesões. Mas, pode também suceder que um missionário solicite um corpo que ele considere mais adequado ao cumprimento da sua missão.
Com o nosso olhar limitado, dizemos: “Coitado, tão bonzinho e tão feiote! Mas, para que quereria alguém que vem cuidar dos outros um corpo de Adónis, já que esse só lhe criaria obstáculos, nos domínios das tentações e da luxúria, quando o seu caminho é o da renúncia? Lembremos Francisco Cândido Xavier e Madre Teresa de Calcutá, verdadeiros apóstolos da Caridade, que não primavam propriamente pela beleza física, provavelmente, porque assim o solicitaram antes, a bem do êxito das suas missões.

Cada caso é um caso e daí não devemos, pois tirar conclusões apressadas. Aqueles que reencarnam trazem um plano traçado na espiritualidade e, se não são as crianças perfeitas e saudáveis que todos esperamos, devemos respeitá-las, amá-las e ajudá-las no seu percurso. Quem sabe, com o amor e protecção dos pais, onde poderão chegar um dia? Tivemos há bem pouco tempo uma pequena amostra nos jogos paraolímpicos e nas muitas medalhas conquistadas, por aqueles que, há apenas uns 30 anos, eram mantidos em casa, considerados uma sobrecarga e causadores de mal-estar entre as famílias. A sociedade evoluiu, aproximando-se cada vez mais das Esferas Superiores e cumprindo os desígnios divinos para cada um de nós.

Todo plano traçado na Esfera Superior tem por objetivos fundamentais o bem e a ascensão, e toda alma que reencarna no círculo da Crosta, ainda aquela que se encontre em condições aparentemente desesperadoras, tem recursos para melhorar sempre.” In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XIII, Reencarnação p. 125

Lembremos que:


Somos viajores do berço para o túmulo e do túmulo para o berço, renascendo na Terra e na Espiritualidade, tantas vezes quantas se fizerem precisas, aprendendo, renovando, retificando e progredindo sempre, conforme as Leis do Universo, até alcançarmos a Perfeição, nosso destino comum...In E A VIDA CONTINUA - Francisco Cândido Xavier, p. 124
(continua)

domingo, 21 de setembro de 2008

LIAME CORPO ESPÍRITO - EMBRIÃO


O instante da concepção é o momento fulcral, aquele em que o espírito reencarnante se liga ao corpo em processo de formação. Aí se concretiza mais um passo importante na esperança de um regresso à vida, numa nova oportunidade que lhe foi concedida por Deus e pelos futuros pais, para, pelo esquecimento do passado, poder em liberdade, escolher os caminhos que o levarão a vencer as provas com que se defrontará. Se o conseguir, um regresso mais feliz o esperará na espiritualidade, junto de todos os que de algum modo contribuiram para o seu triunfo.
Mas, vejamos como se dá essa ligação do espírito ao futuro corpo:

344. Em que momento a alma se une ao corpo?
R:
A união da Alma ao corpo começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus. In”O LIVRO DOS ESPÍRITOS, p.199


“Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atraí por uma força irresistível, desde o momento da concepção. A medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.
In A GÉNESE -Os milagres e as predições segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo XI, pág. 214, item 18
(continua)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A modelagem do feto e a evolução embrionária




Como vimos, anteriormente, existem equipas especializadas nas várias etapas do regresso à vida, desde que se estabelece o projecto duma nova reencarnação, acompanhando e orientando os vários intervenientes envolvidos na prova ou resgate de erros passados. Outras há que seleccionam os corpos mais adequados, supervisionando, desde o início, a formação do feto; outras equipas auxiliam ainda e trabalham no desenvolvimento do embrião, acompanhando-o até ao nascimento. (Se o espírito é credor disso, outros orientadores espirituais, se encarregam de acompanhar de perto a criança, muito para além do primeiro minuto de vida.)
“A modelagem fetal e o desenvolvimento do embrião obedecem a leis físicas naturais, qual ocorre na organização de formas em outros reinos da Natureza, mas, em todos esses fenômenos, os ascendentes de cooperação espiritual coexistem com as leis, de acordo com os planos de evolução ou resgate. O concurso da espiritualidade, portanto, em processos tais, é uma das tarefas mais comuns. In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XIII, Reencarnação, André Luiz, psicografia de Chico Xavier, p.113


CONCURSO DO ESPÍRITO NO PROCESSO

Já vimos que conforme o grau de adiantamento do espírito, assim ele participa na preparação da sua reencarnação.

“Túlio, algo melhor ante as promessas de futura assistência por parte daquela a quem amava tanto, concordou em matricular-se voluntariamente no Instituto de Serviço para a Reencarnação (1), internando-se, de pronto, num dos gabinetes de restringimento
, entregando-se aos aprestos necessários.”

(1) Organização do Plano Espiritual. — Nota do autor espiritual.
In “E A VIDA CONTINUA”, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, p.123

Mas, os espíritos de evolução mediana (a maioria de nós, em nosso plano), também colaboram de boa vontade na execução dos vários passos do processo de regresso à vida. Quando têm condições para isso, ajudam as equipas da espiritualidade a moldar o seu próprio corpo, com mentalizações positivas.
André Luiz relata uma conversa com Segismundo e os instrutores, em que aquele é incentivado a colaborar mentalmente para obter um corpo adequado às tarefas que o esperam na Terra:

O orientador falou-lhe com afetuosa autoridade:

Restaure sua fé, regenere a esperança. Não deixe de cooperar com a sua confiança em nosso Labor para o seu próprio benefício. Dê trabalho à sua imaginação criadora. Mentalize os primórdios da condição fetal, formando em sua mente o modelo adequado. Você encontrará na maternidade de Raquel os mais eficientes auxílios e receberá de nós outros a mais decidida colaboração; entretanto, lembre-se de que o seu trabalho individual será muito importante, no setor da adaptação e da recepção, para que triunfe na presente oportunidade. Não perca tempo em expectativas ansiosas, cheias de dores e apreensões. Levante o padrão de suas forças morais.
In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XIII, Reencarnação, André Luiz, psicografia de Chico Xavier, p.112


Um dos Espíritos Construtores, que parecia o chefe do grupo em operações, abraçou-o, comovidamente, e falou:
Contamos com o seu concurso para a divisão da cromatina
no útero materno.”, p.113


Perguntar-se-á, razoavelmente, se existe uma técnica invariável no serviço reencarnatório. Seria o mesmo que indagar se a morte na Terra é única em seus processos para todas as criaturas.
Cada entidade reencarnante apresenta particularidades essenciais na recorporificação a que se entrega na esfera física, quanto cada pessoa expõe característicos diferentes quando se rende ao processo liberatório, não obstante o nascimento e a morte parecerem iguais.

Os Espíritos categoricamente superiores, quase sempre, em ligação sutil com a mente materna que lhes oferta guarida, podem plasmar por si mesmos e, não raro, com a colaboração de instrutores da Vida Maior, o corpo em que continuarão as futuras experiências, interferindo nas essências cromossômicas,
com vistas às tarefas que lhes cabem desempenhar.

Os Espíritos categoricamente inferiores, na maioria das ocasiões, padecendo monoideísmo tiranizante
entram em simbiose fluídica com as organizações femininas a que se agregam, experimentando o definhamento do corpo espiritual ou o fenômeno de “ovoidização", sendo inelutavelmente atraídos ao vaso uterino, em circunstâncias adequadas, para a reencarnação que lhes toca, em moldes inteiramente dependentes da hereditariedade, como acontece à semente, que, após desligar-se do fruto seco, germina no solo, segundo os princípios organogênicos a que obedece, tão logo encontre o favor ambiencial.
Entre ambas as classes, porém, contamos com milhões de Espíritos medianos na evolução, portadores de créditos apreciáveis e dívidas numerosas, cuja reencarnação exige cautela de preparo e esmero de previsão.
In “EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS”, Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, p. 147

Nota: Por sugestão de André Luiz, os médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira receberam separados, no ano de 1958, os textos intercalados deste livro, encontrando-se um em Pedro Leopoldo e o outro em Uberaba.
(continua)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Preparativos nas Instituições


Todas as colónias espirituais possuem instituições e departamentos ligados aos múltiplos aspectos duma nova oportunidade de Reencarnação, desde as mais elevadas, onde entidades mais evoluídas se oferecem para retornar em trabalho missionário e em que os preparativos são facilitados pelo próprio espírito reencarnante, até àquelas em que as tarefas e dedicação dos auxiliares e instrutores espirituais se multiplicam, cuidando dos mais ínfimos pormenores para o sucesso de cada reencarnação.
Vejamos uma conversa entre Alexandre, o instrutor de André Luiz e este último:
- "Temos bons amigos no Planejamento de Reencarnações, serviço muito importante em nossa colônia espiritual, diretamente ligados com as atividades do Esclarecimento… as colônias espirituais mais elevadas mantêm serviços especiais para trabalhadores e missionários." in "Missionários da Luz", p. 87

Depois que o projecto é acordado entre os futuros pais e o espírito que vai regressar, (por vezes isso não é possível de efectivar e a reencarnação é compulsória, para uns ou para o outro, transformando-se em prova de resgate a que não podem fugir) é necessário executar os planos, procedendo às escolhas mais adequadas para o êxito de cada projecto reencarnatório, desde a selecção do futuro corpo até ao momento do nascimento.
E Alexandre continua os esclarecimentos:
“São inúmeros os projetos de corpos futuros nos setores de serviço das instituições reencarnacionistas… Os rolos brancos que conduzem são pequenos mapas de formas orgânicas, elaborados por orientadores do nosso plano especializados em conhecimentos biológicos de existência terrena. Conforme o grau de adiantamento do futuro reencarnante e de acordo com o serviço que lhe é designado no corpo carnal, é necessário estabelecer planos adequados aos fins essenciais.” p. 88

De acordo com o tipo de prova ou tarefa que escolheu para desempenhar na Terra, o espírito pode escolher o corpo que lhe pertencerá, consoante o seu grau de adiantamento lho permita:

Questão 335. Cabe ao Espírito a escolha do corpo em que encarne, ou somente a do gênero de vida que lhe sirva de prova?

“O Espírito pode, também, escolher o corpo, porquanto as imperfeições que este apresente ainda serão, para o Espírito, provas que lhe auxiliarão o progresso, se vencer os obstáculos que lhe oponha. Nem sempre, porém, lhe é permitida a escolha do seu invólucro corpóreo; mas, simplesmente, a faculdade de pedir que seja tal ou qual. “ in "O Livro dos Espíritos", p. 196

(continua)

domingo, 14 de setembro de 2008

Obrigatoriedade e Consciência da Reencarnação

O espírito sabe sempre que vai reencarnar?
E pode ser obrigado a fazê-lo?

Tal circunstância depende do estado evolutivo do espírito, do seu grau de consciência e da certeza que adquiriu de que a reencarnação é a oportunidade por excelência de pôr à prova todos os conhecimentos e os novos valores morais aprendidos no mundo espiritual. Assim, ele participará, mais ou menos, em todo o processo, consoante o seu grau de adiantamento.

“Os processos de reencarnação, tanto quanto os da morte física, diferem ao infinito, não existindo, segundo cremos, dois absolutamente iguais. As facilidades e obstáculos estão subordinados a fatores numerosos, muitas vezes relativos ao estado consciencial dos próprios interessados no regresso à Crosta
ou na libertação dos veículos carnais.
Há companheiros de grande elevação que, ao voltarem à esfera mais densa em apostolado de serviço e iluminação, quase dispensam o nosso concurso.
Outros irmãos nossos, contudo, procedentes de zonas inferiores, necessitam de cooperação muito mais complexa que a exercida no caso de Segismundo
.”
In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XIII, Reencarnação, André Luiz, psicografia de Chico Xavier, p.118

Deste modo se depreende que quanto menos adiantado for o espírito, menos consciente se encontra de todo o processo:

“Os nossos irmãos ignorantes e infelizes, reclamam quase absoluto estado de inconsciência para penetrarem, de novo, o santuário material.” idem, p.112

“Nem todos os Espíritos se preocupam com a sua reencarnação. Muitos há que em tal coisa não pensam, que nem sequer a compreendem. Depende de estarem mais ou menos adiantados. Para alguns, a incerteza em que se acham do futuro que os aguarda constitui punição.”
In”O LIVRO DOS ESPÍRITOS, p.195, questão 331

– "Existem, então – perguntei sob forte interesse -, aqueles que reencarnam inconscientes do ato que realizam? Certamente – respondeu ele, solícito - , assim também como desencarnam diariamente na crosta milhares de pessoas sem a menor noção do ato que experimentam, somente as almas educadas tem compreensão real da verdade que se lhes apresenta em frente da morte do corpo. Do mesmo modo, aqui, a maioria dos que retornam a existência corporal na esfera do globo é magnetizada pelos benfeitores espirituais, que lhe organizam novas tarefas redentoras, e quantos recebem semelhante auxílio são conduzidos ao templo maternal de carne como crianças adormecidas. São inúmeros os que regressam a crosta nessas condições, reconduzidos por autoridades superiores de nossa esfera de ação, em vista das necessidades de certas almas encarnadas, de certos lares e determinados agrupamentos."
In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XIII, Reencarnação, André Luiz, psicografia de Chico Xavier ,p. 113


Quando o espírito compreende a necessidade de reencarnar, pode conhecer o tipo de provas que vai enfrentar; todavia, nunca sabe se irá ser capaz de as ultrapassar com êxito, durante a vida terrena. Muitos, apesar da boa vontade que os anima sentem o medo do desconhecido.
Após ter obtido o perdão e o consentimento dos futuros pais para a reencarnação Segismundo, mostra-se hesitante e receoso momentos antes de reencarnar:
- "Já estive mais animado – disse-me ele, triste -, entretanto agora falecem-me as energias... sinto-me fraco, incapacitado... agora tenho receio de novos fracassos...". In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XIII, Reencarnação, André Luiz, psicografia de Chico Xavier ,p.112

Na questão 339 de O Livro dos Espíritos, Kardec interroga a espiritualidade:
"- O momento da encarnação é acompanhado de uma perturbação semelhante aquela que tem lugar na desencarnação?
R: – Muito maior e sobretudo mais longa. Na morte, o espírito sai da escravidão, no nascimento, entra nela.”
pág. 197

Um espírito pode levar séculos sem reencarnar, mas, cedo ou tarde, terá de voltar a fazê-lo, sob pena de estagnar na sua evolução:

“Se o Espírito se considerasse bastante feliz, numa condição mediana entre os Espíritos errantes
e, conseguintemente, não ambicionasse elevar-se, poderia prolongar esse estado?
R - Não indefinidamente. Cedo ou tarde, o Espírito sente a necessidade de progredir. Todos têm que se elevar; esse o destino de todos."
In”O LIVRO DOS ESPÍRITOS, p.196, questão 333

(continua)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

O Projecto da Reencarnação


Iremos publicar uma série de posts sobre o Processo de Reencarnação que começa muito antes do acto sexual, culminando numa gravidez na mulher. Não pretendemos com estes escritos, condenar ou opinar sobre quem pratica uma interrupção voluntária ou colocarmo-nos a favor ou contra o aborto, já que essa é uma questão doutrinária bastante clara para todos os espíritas, mas, sobretudo, de consciência individual, que responsabiliza os seus agentes.
A nossa intenção é somente informativa, de acordo com os conhecimentos transmitidos pelos espíritos, quer nas obras da Codificação, quer nos textos de Emmanuel ou André Luiz. Defendemos que o conhecimento liberta o Homem e, como tal, ele é tanto mais responsável pelas decisões da sua vida, quanto melhor lhe compreender os processos e o alcance de cada acto. Aliás, a razão mesma da existência humana é o crescimento pela aquisição da sabedoria.

Comecemos com uma questão frequentemente colocada:
Existe alguma preparação antes do espírito reencarnar? E se sim, como se processa essa abordagem?

Reencontros no Mundo Espíritual

O PROJECTO

Dizem todos os espíritos (e praticamente todas as filosofias espiritualistas) que é durante o sono que o ser espiritual se liberta dos liames do corpo, viajando para onde se encontram os seus interesses, procurando os seus afins (no ódio ou nas amizades há muito cultivadas).
Se esses encontros nocturnos são benéficos e profícuos em aprendizado, acordamos com uma sensação de alegria e satisfação íntima que não sabemos explicar, recordando até os familiares amigos de quem experimentamos as saudades. Se, pelo contrário, reencontramos velhos inimigos e sofremos alguma perseguição, despertamos cansados e com uma sensação desagradável, chegando até a lembrar de alguns extractos (reprimidos e reformulados pelo inconsciente), e a acordar repentinamente a meio do sono, com pesadelos. Nem sempre um pesadelo é expressão dum mau encontro, mas muitas vezes isso acontece, pois todos temos contas a serem cobradas.
Quando o espírito se predispõe a encetar uma nova experiência no corpo físico, afim de evoluir, procura fazê-lo junto daqueles que ama e que melhor o apoiarão nos obstáculos que enfrentará ao longo da existência, ou daqueles a quem defraudou no passado, suscitando animosidades que só serão ultrapassadas numa nova vida terrena, pela proximidade e a troca de novas afeições, frequentemente cultivadas no ambiente familiar, com o esquecimento do passado.

Questão 266-…“Dizem todos os Espíritos
que, na erraticidade, eles se aplicam a pesquisar, estudar, observar, a fim de fazerem a sua escolha para a próxima reencarnação.(1)

“ ... Túlio, certa noite, em que Serpa se ausentara do lar, foi levado à presença de Vera, para familiarizar-se, de algum modo, com aquela que o receberia nos braços de mãe...
... Na base da verdade prometida, Túlio renasceria de Caio Serpa, absolutamente magnetizado pelo devotamento materno, a fim de se reaproximar do antigo adversário e metamorfosear ressentimento em amor, pela terapêutica do esquecimento
...

— Na Terra, não formulamos ideia do volume de obrigações que nos espera depois da morte...
— Sem dúvida. Toda construção nobre há que ser dirigida. Primeiro, o projeto; em seguida, a execução... No plano físico, idealiza-se a continuação da vida, no mundo espiritual... No mundo espiritual, idealiza-se a correção, o reajuste, a melhoria e o polimento dessa mesma vida, no plano físico. (2)

Todavia, nem sempre os novos pais estão receptivos a esse reencontro, pelas dívidas contraídas, sobretudo, quando entre eles e o espírito reencarnante impera o ódio e as ofensas. Daí que todo um trabalho preparatório, desenvolvido e orientado pelos mentores espirituais seja implementado para o sucesso da nova experiência. Encontros regulares são proporcionados entre os futuros pais (durante o repouso do corpo físico) e o espírito, por vezes, arrastando-se por longos períodos, conforme a capacidade de perdão de cada um.

- "Segismundo voltará ao rio da vida física. A situação assim exige e não devemos perder a oportunidade de encaminhá-lo ao necessário resgate... Tudo está preparado afim de que Segismundo regresse à companhia da vítima e do inimigo do pretérito, no sentido de santificar o coração. Será ele, de conformidade com a permissão de nossos Maiores, o segundo filhinho do casal...
Infelizmente, Adelino, que lhe será o futuro pai transitório, REPELE-O com calor, TÃO LOGO SURGEM AS HORAS DO SONO FÍSICO, trabalhando contra os nossos melhores propósitos de harmonização. Em vista disso o trabalho preparatório da nova experiência tem sido muito moroso e desagradável." (3)

(1) In”O LIVRO DOS ESPÍRITOS, p.176


(2) In “E A VIDA CONTINUA” - Francisco Cândido Xavier –André Luiz– psicografia de Chico Xavier , págs.123/24


(3) In "MISSIONÁRIOS DA LUZ", cap. XII, Preparação de Experiências, André Luiz, psicografia de Chico Xavier ,p.140/41


(continua)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

A charrua da existência terrena

Recados e Imagens - Flores - Orkut



Uma fazenda serpenteada por caudaloso rio... Ventos suaves balsamizavam o ambiente naquela manhã outonal. Flores silvestres multicores formavam lindo tapete. Pássaros canoros iam e vinham. Musicalidade sublime patenteava na natureza. Escreveu o Espírito Vianna de Carvalho: "A Natureza é um templo, no qual o coração se faz altar, convidando o ser à comunhão com a vida". (Embora bela, esta é uma metáfora católica; portanto, doutrinariamente incorreta.)
Encostado na cerca de madeira, observava eu com o olhar lúcido, um trabalhador que movimentava a charrua (arado grande de ferro) no amanho da terra, destinada ao plantio de arroz.
Uma lembrança penetrou rapidamente o meu pensamento. Certa vez, meu guia espiritual, solidário com o cipoal de dificuldades com o que me deparava, disse-me afetuosamente: "Pegue a sua charrua e siga em frente, pois, eu não o abandonarei nunca". Viandantes da estrada terrena, cada um de nós possui a sua charrua particular, nascida da herança dos próprios atos. Olhando aquele quadro, de meu inconsciente brotou a frase, anotada de algum livro: "O bem que distendemos pelo caminho é eterna semente de luz que plantamos no solo do futuro, por onde um dia chegarão nossos pés".
O homem e a charrua continuavam na sua faina... Minha mente percorreu os hospitais, os cárceres, as favelas, os cortiços, os leprosários, os asilos, os orfanatos, os manicômios. São os portadores da charrua da dor e do sofrimento. Despontou em meu íntimo uma frase lapidar, emanada de um grande Espírito: "O rio das lágrimas tem suas nascentes no pretérito espiritual. Há dores que funcionam como reparação de culpas, reeducação disciplinadora" e dores que, constituem o aguilhão, impelindo-nos para frente".
O trabalhador suarento movimentava a charrua e afastava os pedregulhos encontrados.
" ... Devemos converter as pedras do nosso orgulho em pães da humildade e do amor fraternal", me rccordava naquele instante de um escrito do Espírito Vitor Hugo.
Um sabiá-laranjeira saltitava alegremente. À procura de alimento, embelezando o ambiente. Ao longe, o gado passeava molemolente na pradaria. Pouco além, os silos guardavam as sementes que logo, logo seriam plantadas. Outro magnífico ensinamento, retirado dum romance espírita, eclodiu-me no cérebro: Armazena os grãos da vida, aprimorando a terra íntima do espírito para fecundá-los oportunamente”.
Agradável aroma de terra revolvida, era aspirado a plenos pulmões. Leve chuva começava a cair, misturada aos raios de sol no horizonte. Educativa frase de um mentor espiritual, surgiu-me na tela mental: "No terreno arroteado das nossas almas, as sementes, aquecidas pelo sol do amor deverão germinar com maior pujança, sob a chuva das bênçãos divinas ". E a charrua sulcava a terra... sacos de adubos lá estavam para serem depositados no terreno.
"É' sábio todo aquele que da luta retira os benefícios que o dignificam e deixa como adubo para outras conquistas os cadáveres das paixões vencidas", escreveu o Espírito Victor Hugo. Meditando sobre aquele instrumento de trabalho, dou meia volta e sigo outros caminhos, relembrando palavras do Mentor Espiritual Emmanuel: "É necessário que o homem sincero tome lições com o Divino Cultivador, abraçando-se ao arado da responsabilidade, na luta edificante, sem dele retirar as mãos, de modo a evitar prejuízos à "terra de si mesmo".
Daltro Rigueira Vianna

Jornal Espírita (São Paulo), 2002 p. 10

sábado, 6 de setembro de 2008

Os sentimentos não se vêem



O elemento dispensável


A senhora não falava. Nas reuniões mediúnicas do grupo ao qual pertencia, ‘entrava muda e saía calada’, como se costuma dizer na gíria. Ao ser-lhe perguntado o que tinha sentido durante a reunião, ela respondia invariavelmente que se tinha sentido bem. Boas presenças. Nada mais adiantava.
Os outros componentes do grupo mediúnico, dadas as poucas palavras desta companheira, concluíram por unanimidade que a sua presença era dispensável.
Com bons modos, para não ferir eventuais susceptibilidades, fizeram-lhe sentir que a sua presença no grupo não era necessária. Ela reagiu como habitualmente: com poucas palavras. Mas notava-se no rosto enorme tristeza. É que o grupo mediúnico no qual ela participava havia anos lhe era muito caro. Era aí que ela sentia que poderia fazer alguma coisa pelos outros. Alguma coisa que estava ao seu alcance, dadas as suas poucas posses materiais e os seus fracos recursos escolares. Mas aceitou a decisão com um misto de desilusão e desencanto, tal como já havia acontecido muitas vezes na sua vida.

Passou-se algum tempo. O grupo mediúnico que tanto frutificara acabou por se ir desfazendo aos poucos. Agora saía um elemento, depois outro. Surgiam mistificações nas comunicações mediúnicas...
Até que um dia se apresentou o antigo guia espiritual orientador dos trabalhos, que já há bastante tempo não se manifestava. O júbilo do reencontro foi geral. Foi-lhe perguntado o porquê do rumo menos adequado que os trabalhos mediúnicos estavam seguindo. Ele explicou:
‘Sabem, irmãos, vocês expulsaram a trave mestra deste grupo. Ela não falava, não dizia palavra. Mas enquanto aqui estava ela transmitia vibrações de amor que sustentavam nossos trabalhos...’


Moral da história: Nunca julguemos os outros pelo imediatismo das aparências.


Os sentimentos não se vêem.


Mário

Sociedade Espírita Joana de Ângelis

Imagens da Oficina Escola de Ângelis


A Sociedade Espírita Joana de Ângelis concorre com a sua história à Final do Projecto Generosidade da Editora Globo. Acesse o site, onde a fundadora da Sociedade relata todo o caminho percorrido e as dificuldades ultrapassadas para acolher as crianças pobres de um dos rincões mineiros e ajude com o seu clique a criar as condições para que esta Sociedade ganhe o prémio de 200 mil reais, o que ajudará imenso essas crianças.
E a leitura da história merece mesmo a pena!!!

http://projetogenerosidade.com.br/site/materia.php?id=d8e1028cd8fa524f924d845a3b5cd9ce


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O Mito do corpo e a consequente frustração




Meditando em Narciso e na sua auto-contemplação, levada ao extremo e à consequente aniquilação do ser, constatamos que nos tempos actuais a maioria da sociedade se dedica ao cultivo do corpo quer no tocante à exacerbação da beleza física, quer no contínuo tratamento de temas relacionados com a sexualidade e seus desvios, entrando demasiadas vezes por caminhos onde campeiam as perversões de todo o tipo.
Deste modo, carentes de valores familiares e duma sólida estrutura da personalidade, muitos seres humanos passam a vida em busca desenfreada duma felicidade frágil que parece escapar-lhes constantemente das mãos.
Apesar de nunca reflectirem sobre a vida, as razões da existência e o seu fatal término, após o normal processo de envelhecimento celular, com o desfazer das ilusões que construíram, enquanto plenos de energias que desperdiçaram, mais tarde ou mais cedo terão de enfrentar esse acontecimento, comum a todos os seres vivos.

Sem o corpo material, fruto de todas as suas preocupações, enquanto vivos, despertam no Mundo Espiritual, mais confusos do que partiram e vazios de verdadeiras aquisições emocionais que lhes sirvam de suporte a uma vida totalmente nova e desconhecida.

Desnorteados, sofrem ainda com a necessidade de manutenção das dependências a que se dedicaram, quer sejam no domínio da sexualidade, das drogas, da vaidade e da auto-adulação, ou da ambição desmedida.

Só o tempo, a ajuda dos trabalhadores da espiritualidade e a benção duma nova reencarnação poderão contribuir para novas oportunidades de reajuste do psiquismo e da conquista de novos valores para o espírito, pela superação das provas e expiações que todos enfrentamos ao longo da vida no corpo físico.

Nesta sociedade em que vivemos, todos somos em maior ou menor grau como Narciso, orgulhosos do nosso ego, doentes a necessitarmos de médico e do remédio certo para as doenças da Alma. Resta-nos identificá-las e tentar curá-las ou, pelo menos aliviar esse sofrimento, buscando em Jesus, o Médico Maior, o auxílio necessário.

Em O Evangelho Segundo o Espiritismo existe uma bela passagem em que Jesus e os seus discípulos ceiam com publicanos e pecadores.
Em dado momento um fariseu presente questiona Jesus sobre esse facto. E Este lhe responde: Os sãos não precisam de médicos, mas sim os doentes.
Lembremos que os publicanos eram uma espécie de fiscais, nomeados pelos romanos para a cobrança de impostos, pelo que eram odiados pela população. Os pecadores eram considerados todos aqueles que não cumpriam com os deveres e preceitos impostos pelos fariseus, estes últimos fanáticos religiosos, cultivando o formalismo dos rituais, em vez de respeitarem e de fazerem respeitar os valores recebidos de Moisés e dos Dez Mandamentos.
Se a maioria dos publicanos e pecadores preferiam gozar de todas as regalias que lhes traziam o conforto material e os abusos de toda a ordem, pessoas havia dentre eles que tinham curiosidade em escutar o Mestre e em beber-lhe os ensinamentos, embora as suas vidas não se pautassem pela virtude.
É a esses que Jesus chama de doentes, à procura da cura espiritual. Todos nós, em resumo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

O Mito de NARCISO

Caravaggio

O termo narcisismo encontra as suas origens na mitologia grega. Narciso era filho da ninfa Liríope e do deus fluvial Cefiso.


Um dia, Narciso viu a sua imagem reflectida na superfície duma fonte e apaixonou-se perdidamente pela beleza que o caracterizava. Esquecido de tudo o que o rodeava, ficou dias e dias contemplando-se a si próprio, até à autodestruição total, pela fome, sede e solidão experimentadas.


Mais tarde, as irmãs procuraram o corpo para realizarem as cerimónias fúnebres, mas em seu lugar, encontraram, junto da fonte, uma delicada flor amarela, cujo centro é rodeado por pétalas brancas parecendo folhas.


Em Psicologia, o mito de Narciso simboliza a vaidade, a auto-admiração e o excesso de fantasia, reprovados pela ética e pelo próprio inconsciente individual. Daí o final de Narciso que o conduz à autodestruição, fazendo lembrar a insatisfação generalizada que caracteriza a sociedade em que vivemos e que, embora mergulhada nos prazeres mundanos, em processo de fuga, dificilmente afasta a solidão e o vazio que invade os corações.

Como contraponto, lembrei-me duma história que li (já não sei onde) e que me marcou pela simplicidade do gesto e pelo simbolismo do acto espontâneo de doação.
Conta-se que uma senhora viajava diariamente de autocarro e, durante o percurso, ia atirando pela janela algo demasiado pequeno aos olhos dos demais. Um senhor que a observou algumas vezes, cheio de curiosidade, resolveu sentar-se ao seu lado e interrogá-la.


- É pela memória do meu filho; são pequenas sementes de flores que lanço à terra. – explicou a senhora.


- Mas aqui só existe mato selvagem!!!


- Não importa se algumas caiem na estrada, outras se perdem entre as pedras. As que caírem nesse mato um dia o modificarão. Eu faço a minha parte.

O senhor silenciou e esqueceu o assunto.


Tempos mais tarde, voltou a fazer o mesmo percurso de autocarro e lembrou-se da senhora com quem conversara e que atirava sementes de flores pela janela. Mas, por mais que olhasse em redor, não conseguiu avistá-la. Perguntou por ela ao motorista e foi informado de que a senhora havia falecido. No decurso da viagem foi reparando que nalgumas partes do que antes era apenas mato e terra abandonada, havia pequenas clareiras de flores coloridas e que embelezavam a paisagem, antigamente monótona e sem interesse.


Nos dias que se seguiram o senhor apanhou o autocarro com um saco de sementes na mão e foi lançando sementes pela janela.

Façamos também cada um de nós a nossa parte.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Bezerra de Menezes - O Filme




Bezerra de Menezes Cavalcanti era conhecido como "o médico dos pobres" que, em vez de cobrar consulta, ainda oferecia dinheiro a quem a ele recorria. Conta-se que deu o próprio anel de formatura a uma mãe que não tinha como comprar para o seu bebé os medicamentos que Bezerra acabava de lhe receitar.
A vida deste grande humanista, amado e respeitado por todo o povo brasileiro, foi agora passada para o cinema com estreia marcada para o passado dia 29 de Agosto, em várias salas do país amigo.
Para quando a chegada a Portugal?


Leia aqui sobre um dos seus lindos actos de amor ao semelhante!
Oiça a mensagem que Bezerra enviou da espiritualidade, através da mediunidade de Divaldo Franco, num dos videos situados no lado direito deste blog.