sábado, 31 de dezembro de 2016

Irradiação mental



Neste último dia de 2016 desejamos a todos imensos progressos espirituais para o ano que se avizinha, lembrando a frase de Jesus, através do Espírito da Verdade: “Os que carregam seus fardos e assistem seus irmãos são os meus bem-amados”.

Cada um de nós carrega o seu fardo, mas cada um de nós pode ser sempre útil ao seu semelhante. Quer individual, quer colectivamente.

Há quem pense que uma reunião mediúnica exige médiuns ostensivos. Que o auxílio a companheiros em sofrimento ou em desequilíbrio só se dá quando existem manifestações de entidades. Nada mais errado. Um grupo abnegado, disciplinado, constituído por pessoas com fé, boa vontade em seguir as directrizes do Mestre e cujo único intuito é o de auxiliar sem nada pedir em troca, rapidamente granjeia a simpatia dos Bons Espíritos, que lhe passam a dar assistência. A situação que se segue constitui disso um exemplo.

No dia 14 de Outubro de 2007, manifestou-se um Espírito Benfeitor que transmitiu a seguinte mensagem:

“Boa noite, meus amigos.
Nada vou dizer para que deveis gravar. Apenas que mentalizeis um foco de luz sobre todos estes amigos sofredores, erguendo vossa mente para o auxílio divino, para que Jesus se enterneça e eles possam ser conduzidos a locais onde reinem a piedade por todos os erros e desatinos praticados. Concentrai vossas mentes. Uni-as às nossas numa oração ao Mestre, Jesus”.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Doutrinador e 'dialogador'

"Numa reunião mediúnica juntam-se algumas pessoas com o objectivo de realizar o intercâmbio com os chamados “mortos”, que, conforme atrás afirmámos e tivemos a oportunidade de constatar, não são mais do que Espíritos de pessoas que viveram na Terra, como nós estamos actualmente vivendo.

Entre os componentes de uma reunião mediúnica existem sempre um médium, que serve de intermediário entre os Espíritos e nós outros e um doutrinador, que é a pessoa que fala com os Espíritos que se manifestam através do médium.

Há quem substitua o termo doutrinador por dialogador. Para nós, o elemento que dialoga com as entidades espirituais durante uma reunião mediúnica é muito mais do que simples dialogador, já que participa nas actividades de encaminhamento espiritual (tal como os restantes elementos do grupo) muito antes da reunião propriamente dita que é, na maioria das vezes, o culminar de todo um processo. Manteremos, assim, a designação de doutrinador para o elemento do grupo mediúnico que dialoga com as entidades espirituais.

O número de componentes do grupo mediúnico é variável. Hermínio Miranda, no seu livro ‘Diálogo com as Sombras’, refere seis pessoas. Como estas devem ser afins e estar devidamente preparadas, um grupo de mais de seis elementos torna-se difícil ser eficiente, dependendo do tipo de trabalhos mediúnicos. Mas o grupo pode ser menor. Até duas pessoas: médium e doutrinador podem constituir um grupo mediúnico produtivo.

No nosso caso particular tínhamos uma médium através da qual os Espíritos se manifestavam pela escrita (psicografia) e pela voz (psicofonia); um doutrinador, ele próprio médium intuitivo, pois captava as instruções dos Espíritos que o iam orientando nas doutrinações (diálogos com os Espíritos) e, normalmente, mais dois companheiros que possuíam sensibilidade mediúnica, embora não fossem médiuns ostensivos."

Extracto do livro “Lições de Vida Após a Morte”, Chiado Editora, de Eduardo Guerreiro (a publicar muito em breve)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Generosidade, empenho e desprendimento em grupos mediúnicos sérios


Quem pensa integrar um grupo de auxílio a companheiros desencarnados sem participar com a sua dose de sofrimento, desengane-se. Lembremos a informação que nos é dada por Camilo Castelo Branco no livro “Memórias de um suicida” psicografado por Ivonne Pereira.

Diz-nos o autor espiritual (Camilo Castelo Branco) que, com o objectivo de auxiliar um grupo de suicidas desencarnados, após sondagem feita em Portugal, Espanha e países da América Latina, foram convidados vinte médiuns de ambos os sexos. Dentre estes, porém, “apenas quatro senhoras, humildes, bondosas, deixando desprender do envoltório astral estrigas luminosas à altura do coração, ofereceram incondicional e abnegadamente seus préstimos aos emissários da Luz, prontas ao generoso desempenho. Dos representantes masculinos apenas dois aquiesceram, sem rasgos de legítima abnegação, é certo, mas fiéis aos compromissos de que se investiram, assemelhando-se ao funcionário assíduo à repartição por ser esse o dever do subordinado. Os restantes, conquanto honestos, sinceros no ideal esposado por amor de Jesus, desencorajaram-se de um compromisso formal”.

Resumindo: de entre os médiuns, exercendo actividade nos países atrás referidos, só vinte foram selecionados. Destes, só seis acederam. E destes seis, só quatro o fizeram incondicionalmente.

O Espírito comunicante elucida-nos sobre o porquê desta recusa dos médiuns:

“Os quadros expostos, mostrando-lhes o precário estado dos pacientes (Espíritos de suicidas) que deveriam socorrer, seu martirológio de além-túmulo, infundiram-lhes tais pavores e impressões que acharam por bem retrair impulsos assistenciais”.
“Os médiuns deveriam contribuir com grandes parcelas de suas próprias energias para alívio dos desgraçados que lhes bateriam à porta. Esgotar-se-iam, provavelmente, no caridoso afã de lhes estancar as lágrimas. Seria até mesmo possível que, durante o tempo em que estivessem em contacto com eles, impressões de indefiníveis amarguras, mal-estar inquietante, perda de apetite, insónia, diminuição até mesmo do peso natural do corpo físico viessem surpreendê-los e afligi-los.

Todavia, a direcção do Instituto Maria de Nazaré (Organização Espiritual de auxílio a desencarnados – nota do autor) oferecia garantia: - suprimento das forças consumidas, quer orgânicas, mentais ou magnéticas, imediatamente após a cessação do compromisso, ao passo que a Legião dos Servos de Maria (Departamento daquela Organização destinado ao socorro a suicidas – nota do autor), a partir daquela data, jamais os deixaria sem a sua fraterna e agradecida observação.

“Se se arriscavam à solicitação de tão vultoso concurso era porque entendiam que os médiuns educados à luz da áurea moral cristã são iniciados modernos, e, por isso, devem saber que os postos que ocupam, no seio da Escola a que pertencem, fatalmente terão de obedecer a dois princípios essenciais e sagrados da Iniciação Cristã heroicamente exemplificados pelo Mestre Insigne que a legou: - Amor e Abnegação!”


Note-se que, como atrás foi referido, apesar destas garantias, foram muito poucos os médiuns que aceitaram. É que a verdadeira CARIDADE exige, conforme já fizemos referência, uma enorme dose de sacrifício pessoal. Em especial a que se destina ao auxílio a Espíritos em grande desequilíbrio, como é o caso dos suicidas.

Extraído do livro de Eduardo Guerreiro: "Lições de Vida Após a Morte", Chiado Editora (a ser lançado em breve)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Abusaram do poder


No dia 2 de Março de 2006 manifestaram-se, em nosso grupo mediúnico, diversos Espíritos que relataram suas experiências falhadas na última existência. Detiveram posições de poder que usaram apenas em benefício próprio. Chegados ao mundo espiritual, constataram que haviam desperdiçado a oportunidade que lhes tinha sido concedida ao lhes serem atribuídos talentos que deveriam ter sido postos a serviço da comunidade. Infelizmente, não ficou registada a gravação desses relatos que, para os Espíritos comunicantes, funcionou como um desabafo emocionado de algo que eles tinham necessidade de narrar para alívio de suas consciências e lição para os presentes (encarnados e desencarnados).

No final manifestou-se o Espírito Orientador, esclarecendo sobre a natureza dos trabalhos. O doutrinador ficou, igualmente, elucidado sobre a causa das perturbações físicas e espirituais sofridas nos dias precedentes.

Espírito Orientador – “(...) dos trabalhos que decorreram e do porquê do testemunho aqui deixado esta noite onde as histórias se desenrolaram perante nossos olhos. Derramadas lágrimas de perfume dos seus corações por muitos dos presentes que aqui vieram relatar suas amargas experiências, cada um à sua maneira, cada um contribuindo com uma lição de vida, de aprendizado que serve a encarnados, que neste momento detêm o poder, que triunfam nas mais diversas áreas e tão necessários são ao progresso da Humanidade caso empreguem bem as suas fortunas, levando ao bem-estar e à comodidade do Homem.

Mas quantas vezes é o contrário que fazemos, já que o orgulho e a vaidade e a adulação dos ignorantes da Terra lhes não permite enxergar mais longe.

Este amigo que acabou aqui de deixar através da médium a sua história comovente, fê-lo como prova de humildade e arrependimento pelos erros cometidos e para que os trabalhadores encarnados aqui reunidos pudessem também tomar parte da sua própria história e conhecimento desses mesmos erros. Oremos, assim a Deus por todos estes irmãos e por todos nós, anjos caídos em erros constantes e repetidos.

Doutrinador - Obrigado, querido amigo. Podemos colocar apenas uma questão?

Espírito Orientador – Dizei.

Doutrinador - As sensações que temos vindo a sentir durante esta tarde e esta noite são de natureza física ou espiritual?

Espírito Orientador – O Homem gosta de separar estas duas vertentes e elas são inseparáveis. Lembrai-vos de tudo o que aprendeste até hoje e que atraímos os nossos afins, os nossos adversários e, quando o nosso organismo não se encontra bem defendido e a nossa mente alimenta pensamentos instigados, todos nós, mente, espírito e corpo físico nos ressentimos. Também não deveis esquecer que muito tempo antes, com o vosso consentimento, alguns amigos em sofrimento, mas em condições de serem auxiliados, vos são conduzidos para que uma maior empatia se realize.

Doutrinador - Quereis dizer que esses amigos foram agora auxiliados...

Espírito OrientadorA ajuda sempre vem quando um grupo, mesmo pequeno, se reúne com o desejo de auxiliar o próximo. Que a vossa vontade não esmoreça, que o vosso ânimo se fortaleça, pois o auxílio a estes irmãos é muito importante. Eles serão agradecidos e, se o não forem, estais a contribuir para a vossa própria evolução.


[O doutrinador ora, agradecendo ao Pai].

Extraído do livro de Eduardo Guerreiro: "Lições de Vida Após a Morte" (a ser lançado em breve)

sábado, 3 de dezembro de 2016

Sofrimento e revolta


 No dia 7 de Janeiro de 1995 manifestou-se uma entidade em situação de grande desespero e desorientação. Dir-se-ia que, pelas suas palavras, o sofrimento e a revolta formam um círculo vicioso que o envolve, atormentando-o e do qual não consegue sair. O orgulho e a recusa de um ser Criador impede-o de ser auxiliado. Referindo-se a Deus, diz: “Recuso-O, não O quero, porque não O inventei. Não necessito d’Ele. Aborreço-O porque me criou!” Manifesta-se, posteriormente, o Espírito Orientador que esclarece a situação.


Espírito:

“Sinto-me muito mal. Não são palavras de que preciso. São actos. Quem me tira este peso enorme que se abate sobre mim?! Que me acontece para estar assim? Quem é Deus, que não me ajuda? Somos todos doidos? Não temos leme, apenas palavras e enganos para sobrevivermos? E para quê? Quem escolhe? Como continuarmos? Quem somos? Porque viemos? Donde viemos e para onde vamos? Que fazemos com a Vida? Para quê dormir? Para quê acordar? Devemos dormir para sempre? Pode-se dormir para sempre? Quero descansar a minha mente, quero deixar de pensar, de estar, de ser! Por favor, que a minha voz se cale para sempre! Que o meu cérebro se perca no infinito! Quero o não ser, que a minha pessoa se desfaça no espaço sideral, que eu me transforme em pó, que me confunda com o Universo! Quem me ajuda?!

Sou o sem nome, pois não quero ser, apenas descontar aos poucos para me reduzir a Nada. O Nada é o Absoluto! E se não for? Para onde vamos? Por que temos de ir a algum lado? Quem é tão cruel que nos tenha programado para não parar nunca? Que tortura maior nunca deixar de ser. Ser forçado a seguir em frente sem saber onde aportar. Sem poder decidir não continuar! Simplesmente deixar de ser! Simplesmente morrer!

Sou materialista, não acredito e não quero acreditar! Não vejo necessidade de perpetuar um sofrimento insuportável! Tenho o direito de acabar! Quero decidir sobre a minha pessoa! Ninguém tem o direito moral de pensar por mim! Nem um possível Criador! Quem Lhe pediu que me inventasse? Quem O autorizou a colocar em mim uma mola que me obriga a ser, quando não quero ser um dia. Que tudo se apague, que eu possa, enfim, descansar! Recuso-O, não O quero, porque não O inventei. Não necessito d’Ele. Aborreço-O porque me criou!


Espírito Orientador:

Este nosso irmão peregrina nas trevas do sofrimento e da revolta, que cada vez mais agravam esse sofrimento e essa mesma revolta. Grande desespero lhe invade a alma e quando tentamos erguê-lo e auxiliá-lo a sua recusa é sistemática e a sua luta avassaladora. Recusa o Senhor, sempre se julgou dono do seu próprio Destino e não suporta a existência de um ser superior a si próprio. O orgulho cega as almas que não compreendem a beleza da Vida Eterna porque nunca lhe sentiram os efeitos. Apenas o sofrimento e o desânimo lhes constituem a estrutura espiritual e o seu perispírito se desequilibra e se deforma à medida que aumenta a revolta. Com o tempo conseguirão estes irmãos “apagar-se” temporariamente, dando lugar a formas ovoides (1), que dormitam “eternamente” recusando a luta que salva.

milénios de reencarnações sucessivas permitirão armar estes irmãos de forças suficientes e de renúncia bastante para enfrentarem o Pai, alguém que lhe é Superior, sim, mas também Aquele que os Ama, que os pretende perfeitos e que anseia tê-los junto de Si. Grande sofrimento o destes irmãos. Muita oração se faz necessária para que raios benfazejos de luz possam um dia penetrar nas suas formas distorcidas e alterar a pouco e pouco a sua organização perispíritica.

Não possuímos ouro, mas atentemos no óbolo da viúva. Mais agradável a Deus é uma prece, do que todo o supérfluo da nossa existência. Todos não somos muitos. Que nas nossas preces diárias nos lembremos sempre de incluir estes nossos irmãos revoltados que as religiões tradicionais remeteram aos Infernos. Simbolicamente, essas Esferas de Sofrimento e dor incomensuráveis nada mais são do que nós próprios. Maior sacrifício exige de nós de que se de verdadeiros antros de pavor se tratassem. Sendo exteriores, mais fácil se tornaria a Libertação. Estando cristalizadas no nosso íntimo necessário se faz arrancá-las com as nossas próprias mãos, mudando toda uma estrutura de pensamento e de acção. Tarefa tantas vezes julgada impossível! Daí tanta revolta contra aquele que nos criou porque nos “obriga a evoluir”.

Oremos com Fé e com muito Amor!

As nossas preces formarão cordões que, interligando-se, construirão a melhor arma para estes infelizes lutarem. Dêmos-lhes a ferramenta com que erguerão as suas forças tão debilitadas!

João da Cruz
(1)    Sobre os ‘ovoides’ ver "Evolução em Dois Mundos," cap.XII, André Luiz/Chico Xavier/Waldo Vieira, FEB (Federação Espírita Brasileira).


Extraído do livro “Falando com os Espíritos”, de Eduardo Guerreiro (ainda não publicado)