terça-feira, 21 de julho de 2009

O bar assombrado

Passou-se em 1986 ou 1987.

Quando o tempo estava bom e durante a noite a temperatura estava agradável, deslocava-me com certa frequência à cidade de Faro. Encontrava-me com amigos e colegas e falava dos mais diversos assuntos. Momentos agradáveis e de descontracção. Era frequente serem esses amigos e colegas a chamarem-me para lhes fazer companhia.

Certa noite duas colegas, sentadas na esplanada de um bar, convidaram-me a tomar uma bebida. Não disse que não. Sentei-me à mesma mesa e mandei vir um sumo de laranja natural. Conversámos até cerca da meia-noite. Despedi-me com um “até amanhã”, já que nos encontraríamos no dia seguinte no local de trabalho.

Levei algum tempo até me deixar dormir. Por fim acabei por adormecer. Mas, ao acordar pela manhã, senti que a noite foi mal dormida, perturbada... não sei se me faço entender. Mas o dia correu normalmente. Encontrei as colegas de véspera e falei com elas. Contudo, essa noite ficou-me na memória, já que nunca tal me tinha sucedido.

Passaram-se cerca de dois meses.

Novamente na esplanada do mesmo bar, as mesmas colegas estavam sentadas a uma mesa. E, tal como havia acontecido anteriormente, viram-me e convidaram-me a sentar junto delas. Aceitei, já que não tinha nada planeado. A noite de verão estava agradável e era sempre um prazer o convívio. Pedi apenas uma garrafa de água mineral, já que havia jantado pouco tempo antes. Conversámos sobre vários assuntos relacionados com a profissão. Passavam pessoas pela rua. Algumas eram nossas conhecidas e paravam por alguns momentos junto da mesa dando "dois dedos" de conversa. Cerca das onze e meia da noite saímos da esplanada e cada qual foi para sua casa.

Nessa noite não consegui ‘pregar olho’. Fiquei toda a noite acordado. Sentia nervosismo, inquietação. Levantava-me. Voltava a deitar-me... O sono não chegava.

Não encontrei explicação para a situação. Intuitivamente procurei encontrar razões para o que estava ocorrendo, tentando estabelecer qualquer relação com o ambiente da esplanada do bar que frequentei nessa noite... ou com alguma das pessoas presentes ou com quem havia falado.

Nada. O bar era normal, simpático, com um aspecto agradável. A esplanada estava situada ao ar livre, com pessoas a circular pela rua. As colegas com quem estive eram pessoas com as quais me encontrava diariamente no local de trabalho. As pessoas com quem havia falado eram pessoas que levavam uma vida normal...

A que se devia, então, o sucedido? Porque é que nessa noite não consegui dormir nem um minuto? Qual a razão da inquietação e nervosismo que senti?

Estas perguntas ficaram sem resposta durante muito tempo.

Mas houve um dia em que, por mero acaso, relatei o caso a uma amiga que participava comigo em trabalhos mediúnicos e que conhecia detalhadamente a cidade de Faro e seus habitantes.

Diz-me ela:
“Então não sabes, Mário?! Daquele bar, que hoje tem aquele aspecto agradável e arejado, chegaram a ir, antigamente, jovens com ‘overdoses’ directamente para as urgências do Hospital. Aquele bar era, antigamente, um centro de consumo de droga, frequentado por toxicodependentes...

Estava explicada a questão. Foi aí que eu descobri este aspecto particular da minha mediunidade: a capacidade de ‘captar’ as características espirituais de ambientes e pessoas.
Neste caso particular, embora o ambiente físico, visível aos nossos olhos, fosse limpo, arejado, agradável, o ambiente espiritual lá permanecia. Os seus frequentadores habituais do plano espiritual (dependentes de drogas) ainda lá se encontravam.

Participando em trabalhos mediúnicos e, portanto, colocando-me disponível para o auxílio ao próximo, funcionei como uma pequena luz a quem esses infelizes companheiros se agarraram. Transmitiram-me sensações desagradáveis (inquietação, nervosismo...) ao longo daquela noite.

Desde então, tenho tido a oportunidade de sentir, frequentemente, características espirituais de ambientes e pessoas sem ser apanhado completamente desprevenido. Nestas situações, recolho-me para um local isolado de minha casa e oro pelas entidades perturbadas e perturbadoras. Mas, por vezes, só o choque anímico, no corpo de um médium, em reunião mediúnica devidamente preparada, proporciona as condições para o encaminhamento de tais entidades.

20 de Julho de 2009

Mário

7 comentários:

  1. Olá!

    Aceitei seu convite, querida amiga de Luz.

    Já inseri seu link para guardar o endereço :D

    Ele devia estar com muitas companias naquela hora. A melhor prevenção é sempre a oração e atitudes no bem :D

    Parabéns por sua iniciativa ótima.
    Seu blog é lindo, é paz, é luz.

    Fica com Deus.
    Que assim seja.

    ResponderEliminar
  2. Caso queira participar, te convido para um meme :D

    ResponderEliminar
  3. Tem toda a razão, amiga. A melhor defesa que podemos ter é a oração com confiança em Deus e o nosso comportamento que, se pautar pela prática da tolerância, caridade e amor ao próximo, servirá de exemplo às más influências, podendo até reformar as suas atitudes.

    Um abraço e volte sempre

    Joana

    ResponderEliminar
  4. Olá Joana, fiquei muito contente pelo convite de visita a seu blog, e me desculpo pelo atraso. Uma parte de minha família é espírita, e já tive contato com a doutrina. Parabéns pelo seu espaço. Abraços, muita saúde e paz, Marco

    ResponderEliminar
  5. Oi Joana,

    Eu adoro os textos do seu blog. Mais uma vez vou copiar para levar para o meu, ok?

    Abraços fraternos e muita paz!

    Adriana.

    ResponderEliminar
  6. Obrigada pelo seu comentário, Marco.

    Olá Adriana:
    Claro que pode usar à vontade, pois tudo pode ajudar para o auto-conhecimento de quem lê.

    Um abraço a todos

    Joana

    ResponderEliminar
  7. Obrigada Joana!! Em breve colocarei no meu blog, com os devidos créditos.

    Abraços e tudo de bom!!

    ResponderEliminar