sexta-feira, 7 de julho de 2017

Um amigo do Kosovo (5) - conclusão

Manifesta-se o Espírito Orientador da reunião:

Espírito Orientador:
“Boa noite meus amigos.
Que a Paz do Senhor fique convosco.
Deveis admirar-vos de vos encontrardes com um amigo vindo de terras tão distantes, mas deveis compreender que as condições de trabalho são muito difíceis naquela área. Muitos auxiliares se lá encontram em tarefas importantíssimas de auxílio aos mais carenciados na subsistência e também no sarar das feridas que se prolongarão por mais tempo do que julgais e do que os vossos olhos podem ver. Nunca sabereis as histórias de cada família, de cada ser humano, nem a História contará a verdade histórica daquele povo, daquelas cidades, daquelas aldeias, em que a fraternidade, se não existia, pelo menos a prática diária incentivava ao convívio e às boas relações entre vizinhos, que de um dia para o outro, sem bem saberem porquê se viram entregues ao ódio, à violência e à vingança gratuita, em nome de uma religião, de uma falsa religião, em nome de uma raça, como se o sangue do homem não fosse igual em toda a parte e como se Deus não chamasse a todos seus filhos.
Essa a lição a tirar e que um dia todos esses povos a terão de aprender. Ser-lhes-á muito difícil. Terão ainda muito que limar. Muitas reencarnações por fazer, de um e de outro lado, até compreenderem que nada de importante os separa a não ser uma cultura, provisória, porque é terrena, e que o céu dos muçulmanos é o céu dos cristãos, é o céu dos budistas, é o céu dos hinduístas, é o céu dos taoístas, é o céu de todos nós. Uns conquistam uns, porque mais talentosos, porque mais perto da perfeição. Outros ficam um pouco mais retardados, mas lá chegarão também a outros locais semelhantes onde encontrarão tarefas úteis a realizar segundo os seus aprendizados, e felicidade e a harmonia que a cada um pertencer. Este nosso amigo vai conduzido para um local intermédio situado mais ou menos por cima, digamos assim por nos faltar o vocabulário, da sua zona, do seu país que tanto ama. Ficará internado. Passará algumas feridas mais superficiais, essas as mais fáceis de curar. Irá à Escola aprender o Corão profundamente para conseguir um dia... (a médium tosse)
…. Perdoai, mas a médium ainda se encontra muito sensível.
.... Um dia esse amigo encontrará nas páginas douradas da sua religião a verdade que o salvará e encontrará as suas filhas que o esperam ansiosamente porque todas elas já perdoaram.”
Que a Paz fique convosco, meus amigos, agora e sempre...

Doutrinador – Obrigado, querido amigo, mas a crermos pelas notícias que ouvimos os ódios continuam...
Espírito Orientador - “Por séculos... E têm raízes que vêm desde há séculos. Deveis terminar a reunião para que a médium seja socorrida.”
Doutrinador – Obrigado, querido amigo.


[O doutrinador faz uma oração de encerramento, agradecendo a Deus as bênçãos recebidas.]

Extraído do Livro de Eduardo Guerreiro: "Encaminhamento Espiritual - Doutrinações", ainda não publicado.

domingo, 2 de julho de 2017

Um amigo do Kosovo (4) - continuação


Espírito - Olha, aquele vizinho meu também veio cá parar. Agora é que eu estou vendo.
Doutrinador - Fala com ele.
Espírito - Ele também morreu. Da mesma maneira.
Doutrinador - Fala com ele.
Espírito - Ah, mas tem tanta luz. Morreu como eu... (este amigo ouve o que lhe diz o Espírito) Hum... Hum... Hum... Não. Mas isso não pode ser assim. Eu estou muito confuso. Então subimos no Céu quando desistimos. Mas não foi isso o que nos ensinaram. Ensinaram-nos que temos que ser homens para podermos ganhar o Céu. Foi isso que nos ensinaram... Não pode ser.... Está bem. Eu vou. Eu vou. Mas não consigo. Vou.... Estou muito confuso... Isto é tudo novo para mim... Não compreendo. Hum.... Está bem...
Olha eu não percebo nada disto. Mas mesmo assim agradeço. Que Alá vos proteja. Eu vou aqui com o meu amigo. Ele tem muita coisa para me ensinar. Eu não sei nada. É como entrar na escola para aprender a ler as primeiras letras. Não sei se vou conseguir. Perdoar é muito difícil.
Doutrinador - Vais conseguir, amigo. E já agora diz a estes companheiros que aqui se encontram para acompanharem esse teu amigo, também.
Espírito - Não alguns têm mais sorte do que eu.
Doutrinador - Então, porquê?
Espírito - Encontraram os familiares...
Doutrinador - E tu também vais encontrar.
Espírito - Eu não vou conseguir. Eu não vou conseguir perdoar.
Doutrinador - Mas vais encontrar os familiares.
Espírito - A minha filha, uma delas, está à minha espera. Mas eu só a vou poder ver quando perdoar. Eu não vou conseguir perdoar.
Doutrinador - Isso dizes tu agora. Ouve as palavras desse teu amigo. E vai com ele. Que Alá te proteja. E vai com ele, querido amigo. E da nossa parte leva um grande abraço. Desejamos do fundo do coração para ti e para todos os teus.
Espírito - Eu sei que vocês não são muçulmanos. Mas são boas pessoas.
Doutrinador - Que Alá te proteja, amigo.
Espírito - Que Alá vos proteja.
Doutrinador - Vai em paz e leva um grande abraço.
Espírito - Não vos esquecerei. Um muçulmano quando ganha um amigo é para toda a vida.
Doutrinador - Olha, querido amigo: talvez Alá nos permita encontrarmos-nos um dia no local para onde vais agora.
Espírito - Não. Não podes entrar. É o Céu dos muçulmanos.
Doutrinador - Se Alá permitir, poderei entrar. Porque é Alá que manda.
Espírito - Isso é verdade.
Doutrinador - Vai em paz e que Alá te proteja. Que assim seja.”

[O doutrinador agradeceu, em seguida, a Deus, nosso Pai e a Jesus, nosso Mestre, a oportunidade de auxílio que foi concedida]


Após oração de agradecimento, passados alguns instantes, manifestou-se o Espírito Orientador da reunião.

(CONTINUA)

Extraído do livro de Eduardo Guerreiro: "Encaminhamento Espiritual - doutrinações" (Ainda não publicado)

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Um amigo do Kosovo (3) - CONTINUA


Espírito - Sobre a vingança.
Doutrinador - Exactamente...
Espírito - Sobre o meu caso!...
Doutrinador - Exactamente. E sabes o que dizia a lição?
Espírito - ...e olha: e destes todos que estão aqui.
Doutrinador - Exactamente. Não estás sozinho.
Espírito - Pois não. Estes também têm coisas a cobrar.
Doutrinador - Todos quantos estão aqui têm razões de queixa. Mas sabes uma coisa, meu amigo? A lição veio-nos trazer precisamente uma elucidação sobre o assunto.
Espírito - Que é isso: uma elucidação?
Doutrinador - Veio-nos esclarecer. Porque a lição dizia precisamente que nós não nos devemos vingar.
Espírito - Mas isso é o que diz a lição. Também se eu abrir os livros (que eu nunca li os livros...) se eu abrir os livros também lá encontro que o homem deve ser...
Doutrinador - E tu leste isso no Corão.
Espírito - Mas isso é o livro, não é a vida. Nós somos homens. Temos que defender o que é nosso. Alá também nos manda defender o que é nosso.
Doutrinador - Sim, mas não nos manda vingar. Manda-nos perdoar. Não é verdade, amigo?
Espírito - Não posso perdoar. Foi uma grande injustiça.
Doutrinador - Foi, sim senhor.
Espírito - Eu vejo justiça em Alá. Hoje eu vi justiça em Alá ao ficarmos independentes dos assassinos.
Doutrinador - Foi uma grande injustiça. Mas ouve, amigo...
Espírito - Mas não vejo justiça para aqueles assassinos todos.
Doutrinador - Mas ouve, amigo. Como nós vivemos muitas existências é possível que em existência anterior tu e os teus amigos que aqui se encontram tenham feito coisas semelhantes àquelas que vos foram feitas.
Espírito - Ah, não... eu já ouvi falar. Mas não me lembro disso.
Doutrinador - Mas, certamente, tu gostarias de voltar a encontrar as tuas filhas, os teus familiares, não é verdade?
Espírito - Morreram.
Doutrinador - Não morreram.
Espírito - Ficaram dentro de uma cova, enterradas.
Doutrinador - O corpo ficou lá, mas elas não.
Espírito - Não as tenho encontrado. Nunca mais as vi.
Doutrinador - Sabes por que é que não as tens encontrado?
Espírito - Não sei em que Céu é que se encontram.
Doutrinador - Sabes por que é que não as tens encontrado? Porque tens sempre o teu pensamento fixado no desejo de vingança.
Espírito - Ah, tenho que as vingar para as poder encontrar.
Doutrinador - Não. É o contrário, meu amigo.
Espírito - Não, não. Enquanto os assassinos delas andarem à solta eu não consigo encontrar-lhes o Céu.
Doutrinador - É exactamente o contrário. E nós vamos ver que é assim. Tu crês em Alá, não é verdade?
Espírito - Não se pergunta, porque isso é uma blasfémia.
Doutrinador - Ora bem. Então, em nome de Alá, eu peço: Alá ajuda-nos. Tu nunca nos faltas com o Teu Amor, com a Tua Caridade, com a Esperança no futuro. Sempre estiveste presente entre nós e sempre enviaste os teus profetas para nos auxiliarem, nos esclarecerem, nunca nos deixaste ao abandono. Rogamos-Te que venhas aqui ter connosco. Que nos auxilies. Que nos envies a Tua Luz. Para todos nós. Porque todos nós somos necessitados desse Teu Amor infinito que nunca nos faltou. Nunca descremos de Ti, passando, embora, todas as provações ou todas as misérias. Sabemos que estás aqui presente. E nós reverenciamos-Te e dobramo-nos perante Ti, Senhor. Porque a Tua Luz divina vai descer sobre este ambiente. Vai esclarecer as mentes de todos quantos aqui se encontram, a quem damos um grande abraço e a quem exortamos que abram seus olhos, pois aqui se vão passar milagres. Milagres de Fátima, a quem pedimos também auxílio. E a Ti te rogamos o Teu auxílio, o Teu perdão. Queremos ser auxiliados e também perdoados.

Abri os olhos, amigo. Os milagres acontecem aqui. Por isso fostes aqui trazidos. Amigos que desejais encontrar, que vos esclarecerão da situação e que vos dirão do caminho para Deus. Alá esteja connosco.


Extraído do livro de Eduardo Guerreiro: "Encaminhamento Espiritual - doutrinações" (Ainda não publicado)


sábado, 17 de junho de 2017

Um amigo do Kosovo - continuação (2)


Doutrinador - Mas tu eras de Pristina? Eras da capital? Já não te recordas, não é verdade?
Espírito - Eu só vejo uma cova. E vejo as minhas filhas enterradas. E quando fui acudir-lhes cortaram-me a garganta. (chora)
Doutrinador - E quando é que isso sucedeu, querido amigo?
Espírito - Num dia de grande tristeza para todo aquele povo. Que não fez nada.
Doutrinador - Mas isso já aconteceu há anos, não é verdade?
Espírito - Não sei. Já há algum tempo. Há algum tempo. Nunca mais, desde que eu os descobri. Eu estou um bocadinho confuso... porque andei anestesiado muito tempo, enlouquecido de desespero por não poder fazer nada. Não por mim, mas pelas minhas filhas. A minha mulher... tudo na vala. E eu sem poder fazer nada. Nada fizeram para merecer aquilo. Nada fizeram. Se isto é justiça, não sei... E eu tenho que me vingar. E quando acordei consegui descobrir alguns dos meus assassinos. Não todos. Mas alguns. Em nome de Alá, eles pagarão!
Doutrinador - Mas deixa a Alá fazer justiça. Não faças com as tuas mãos. Porque a justiça acabará sendo sempre feita, amigo.
Espírito - Quando?
Doutrinador - Olha: sabias que nós vivemos muitas existências?
Espírito - Tenho uma ideia.
Doutrinador - E sabias que nós não morremos?
Espírito - Não. Não morremos. Quem acredita em Alá não acredita na morte. O lado de lá é sempre muito melhor do que o lado de cá. Só que eu não consigo. Não consigo enquanto não me vingar. Enquanto não destruir aqueles assassinos não consigo ter paz. Não consigo ver o céu. Não consigo libertar-me.
Doutrinador - E não acreditas na justiça de Alá?
Espírito - Ela existe. Só que eles até agora vivem bem. Ainda não vi com os meus olhos a justiça a ser-lhes aplicada. Nada lhes fizeram.
Doutrinador - Mas deixa a Alá aplicar-lhes a justiça. Não te preocupes tu. Deixa a Alá essa tarefa.
Espírito - Mas quando?
Doutrinador - Não te preocupes quando. Preocupa-te é contigo neste momento. Neste momento não sabes onde estás. Mas eu informo-te. Estamos aqui em reunião. E a reunião é em nome do Deus de todos nós.
Espírito - Nunca assisti a uma reunião destas.
Doutrinador - Mas assististe hoje. Em nome de Alá, em nome de Buda, em nome de Jeová... em nome...
Espírito - Esse não conheço...
Doutrinador - Não interessa. É em nome do Deus de todos nós. Porque é único. Nós pertencemos a uma mesma família: a Humanidade. E é em nome dessa família que é a Humanidade que o Deus de todos nós está aqui presente. E que tu estás aqui nesta reunião connosco. Mas não estás sozinho. Tu estás no mundo espiritual e já reconheceste isso.
Espírito - Eu estou. Mas como é que eu vim aqui parar?
Doutrinador - Trouxeram-te aqui, amigo. Amigos teus trouxeram-te aqui.
Espírito - Como?
Doutrinador - Já vais ver. Neste momento estás a falar comigo, que ainda vivo na Terra.
Espírito - Eu sei.
Doutrinador - Tu estás a falar através de uma médium, que é uma pessoa...
Espírito - Isso nunca fiz...
Doutrinador - Que é uma pessoa através da qual tu estás falando...
Espírito - Eu não sabia que se podia comunicar...
Doutrinador - Podes. Tu nunca ouviste que os profetas se comunicavam?
Espírito - Mas isso são os profetas! E falam na Terra.
Doutrinador - Ora bem. E eu estou na Terra. E estou a ouvir tu a falares.
Espírito - Mas eu, como é que falo, se eu já estou morto?
Doutrinador - Não estás morto, amigo.
Espírito - Eu não estou morto. Mas estou morto. Estou enterrado.
Doutrinador - O corpo é que está morto.
Espírito - O corpo está morto. Como é que eu estou falando?
Doutrinador - Estás falando através de uma médium...
Espírito - É que no mundo espiritual não se fala....
Doutrinador - ...controlando as cordas vocais...
Espírito - Nós não falamos. Gritamos, sim! Gritamos com dores, mas não falamos.
Doutrinador - Mas aqui, neste momento, até já te sentes melhor. Confessa.
Espírito - Parece que me dói um pouco menos a garganta.
Doutrinador - Exactamente. E além disso, para confirmares que estás a falar...
Espírito - Mas isto fica-se aqui um bocadinho mole.
Doutrinador - Fica-se.
Espírito - Amolece-se.
Doutrinador - É natural. É uma pequena anestesia que é dada por uma razão muito simples...
Espírito - Mas eu não quero ser anestesiado. Quero-me vingar. Eu preciso de forças para me vingar.
Doutrinador - Não, amigo. Como é que pensas que vão passar as tuas dores?
Espírito - Não sei.
Doutrinador - Tu tens que ser um pouquinho anestesiado dessas dores que tens sentido... Mas deixemos isso. Lembras-te quais foram os temas da lição?

quinta-feira, 8 de junho de 2017

A importância do perdão

Um amigo do Kosovo (1)

Na noite de 17 para 18 de Fevereiro de 2008 manifestou-se uma entidade em sofrimento dizendo-se originária do Kosovo, que nesse mesmo dia havia declarado unilateralmente a independência. Os seus habitantes, na maioria albaneses, de religião muçulmana, comemoravam o evento, o que permitiu desanuviar um pouco o ambiente espiritual e realizar o trabalho que se desenrolou em nosso grupo mediúnico.

Este amigo viu a sua família ser assassinada e a sua casa destruída. O ódio aos responsáveis pelos crimes não o largou, pelo que permaneceu com as sensações de sofrimento que o acompanharam na morte do corpo físico. Tal como noutros casos já relatados, a recusa do perdão agravava o prolongamento da situação.

Como sabemos que nada acontece por acaso, este nosso irmão, certamente, resgatou débitos anteriores.

O esclarecimento que o Espírito Orientador dos trabalhos nos presta no final é precioso. Entre outras coisas, diz: “Muitas reencarnações por fazer, de um e de outro lado, até compreenderem que nada de importante os separa a não ser uma cultura, provisória, porque é terrena, e que o céu dos muçulmanos é o céu dos cristãos, é o céu dos budistas, é o céu dos hinduístas, é o céu dos taoistas, é o céu de todos nós”.

Na realidade, em próximas reencarnações estes personagens voltarão, de novo, a reencontrar-se, para novos reajustes, até atingirem o equilíbrio e harmonia que deverão pautar as relações entre todos. Trocarão, eventualmente, de lugar, pois, o que está aqui em causa são as qualidades morais dos intervenientes – a tolerância mútua, a compreensão, a aceitação da diferença, a amizade sincera, o altruísmo… Desaparecerão o espírito de seita, o dogmatismo fanático, o facciosismo e a intransigência.

O diálogo que a seguir transcrevemos foi travado com um companheiro muçulmano, arreigado na fé islâmica, nos seus dogmas e nas raízes culturais do seu povo.
No final, temos os esclarecimentos preciosos do Espírito Orientador deste trabalho.


O diálogo:

Espírito - Como é que eu vim aqui parar?
Doutrinador - Qual é a tua terra, amigo?
Espírito - Eu sou do Kosovo. Agora é um país! E estava feliz. Andava a festejar na rua.
Doutrinador - Então e o que sucedeu, amigo?
Espírito - Não sei... Ah! Fui à Sérvia, a seguir.
Doutrinador - A seguir aos festejos...?
Espírito - Sim.
Doutrinador - E o que é que lá foste fazer?
Espírito - Fui dar uns bons murros.
Doutrinador - Nas pessoas que lá andavam?
Espírito - Sim. Naqueles assassinos. Não são pessoas. São assassinos.
Doutrinador - E passaste a fronteira?
Espírito - Passei.
Doutrinador - Mas por que razão é que foste, se estavas a comemorar na tua terra?
Espírito - Porque não me esqueço. É um dia feliz, mas é um dia... de grande tristeza para mim...
Doutrinador - Pois é, amigo. E foste para lá para te vingares daqueles que lá se encontravam...
Espírito - Bem merecem. Não tenho feito outra coisa, que é andar de roda deles. Já descobri alguns dos meus assassinos e de toda a minha família (tosse). Não os largo nunca. Só saí para festejar.
Doutrinador -E depois voltaste novamente.
Espírito - E agora não percebo por que é que estou aqui (tosse). E nem percebi nada do que falaram. Nem sei quem é Deus.
Doutrinador - Deus é Alá, como lhe chamas.
Espírito - Ah! É o Deus dos sérvios, dos assassinos.
Doutrinador - O Deus é o mesmo para toda a gente.
Espírito - Não. O meu é Alá.
Doutrinador - Exactamente. É Alá. Nós orámos a Alá.
Espírito - Não. Eu não percebi nada do perdão e dessas coisas, porque quem mata deve morrer também.
Doutrinador - Mas onde é que viste isso escrito, amigo?
Espírito - É assim que nós somos. Nós não fazemos mal. Mas temos que nos vingar. Fazer justiça!
Doutrinador - Com as próprias mãos?
Espírito - Pois se ninguém faz!
Doutrinador - Não acreditas em Alá?
Espírito - E tu acreditarias se vivesses os horrores que nós vivemos? Há visões que nunca desaparecem, para além da morte. A morte é o mínimo. Tudo aquilo que observas com os teus olhos.


(Continua)

Extraído do livro de Eduardo Guerreiro: "Encaminhamento Espiritual - doutrinações" (Ainda não publicado)

Encaminhamento Espiritual - doutrinações

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Na escuridão


Na reunião da noite de 4 de Janeiro de 2010, tal como em muitas outras ocasiões, manifesta-se uma entidade em sofrimento, desconhecendo totalmente a sua situação. Não está só. Muitos outros Espíritos estão sendo auxiliados. Contudo, por decisão dos Amigos Espirituais, apenas este companheiro veio trazido ao choque anímico no corpo da médium. Todo o grupo se mantém em oração.

O doutrinador solicita à entidade que preste bastante atenção pois estão Espíritos Amigos que a querem auxiliar em nome de Jesus. A entidade apenas se queixa do estômago e diz que nada vê. Após a oração e vibrações emitidas pelos elementos do grupo este companheiro percebe a presença de Espíritos Amigos que o auxiliam. Manifesta-se, no final, o Espírito orientador dos trabalhos: “A porta estreita é o verdadeiro caminho para vencermos esses escolhos (egoísmo) e nos tornarmos mais felizes”.

Espírito: Não vejo nada. Hã, bateram-me no ombro. Há tanto tempo que ninguém me tocava. Sim, eu não sei de nada, tenho vivido assim sozinho, junto com as minhas dores. Não tenho visto nada nem ninguém. Agora estou a ver uma pessoa que diz que me quer ajudar. Isto é milagre, é milagre. Ou será que estou a sonhar. Ah, será que eu posso contar?

Eu preciso de tanto descanso. Preciso de descansar. Este amigo aqui diz que eu vou descansar. Vou recuperar. Ah, não acredito. É milagre. E vou ser tratado. Há um sítio próprio para isso onde há outros como eu. Eu não posso acreditar. Isto é milagre. É milagre. Eu vou, sim. Eu vou. Eu quase não posso andar.... Dizem-me para eu fazer um esforço para ir até à saída. Dizem-me que eu sou capaz.

O doutrinador agradece a Deus nosso Pai pela ajuda concedida a este irmão e pede por ele e por todos os sofredores presentes.

Manifesta-se o Espírito Orientador dos trabalhos:
Boa noite meus irmãos: Que a Paz do Senhor esteja com todos nós.

Inicia-se no calendário humano um novo ano cheio de esperanças, a renovação de projectos, concretização de sonhos e esperamos, que de conquistas. Conquistas em prol do bem comum, conquistas a favor da Humanidade, conquistas em prol da Paz e do Progresso. Que o Homem, cheio de erros, possa largar algumas dessas vestes e envergar outras veste no caminho do Bem, no caminho para Jesus, seguindo-lhe o exemplo a caminho da glória, aproximando-se um pouco mais de Deus. Que esse sonho possa concretizar-se neste Novo Ano.

Que Deus nos proteja e nos ilumine os passos em sua direcção, na conquista da felicidade interior, daquela que todos desejamos ainda que inconscientes, tantas vezes olhemos para o lado e escolhamos a estrada larga, aquela que nos parece cheia de prazeres, esquecendo que por cada luta contra nós mesmos, contra o egoísmo que nos mantém agarrados ao passado. A porta estreita é o verdadeiro caminho para vencermos esses escolhos e nos tornarmos mais felizes.
Que a Paz fique convosco, meus amigos, meus irmãos.
João

Extraído do livro: "Falando com os Espíritos", de Eduardo Guerreiro (ainda não publicado)


domingo, 7 de maio de 2017

A calculadora dispensável


Que Divaldo Franco é possuidor de uma mediunidade excepcional todos nós sabemos. Através de Divaldo Franco os Espíritos escreveram romances, ensaios e mensagens de alto valor doutrinário. Mas, sem duvidar da mediunidade de Divaldo, um companheiro nosso conhecido, durante uma palestra do orador de Salvador da Bahia, Brasil, resolveu comprovar o fundamento de tal talento.
O caso ocorreu, salvo erro, em 1990, por ocasião de um seminário que se realizou nas instalações da Associação de Comerciantes de Lisboa.

Em discurso proferido em tom empolgante, característico de Divaldo, este divagava pelos acontecimentos mais marcantes da evolução da Física até à época actual. Referia nomes de cientistas, datas, locais...

E o nosso companheiro, que ouvia atentamente, ia ficando cada vez mais abismado com a grande sabedoria de Divaldo, mas, sobretudo, com a sua prodigiosa memória. Ele mostrava conhecimentos profundos precisamente na área em que esse nosso companheiro era especialista. Como era possível que uma pessoa revelasse tantos conhecimentos?! O assunto intrigava-o profundamente. E a situação chegou ao extremo quando Divaldo a propósito de determinado assunto referiu, salvo erro, a trigésima segunda potência do número 2 e revelou que se tratava do número quatro biliões, duzentos e noventa e quatro milhões, novecentos e sessenta e sete mil e duzentos e noventa e seis. Era demais!

Sem hesitar, esse nosso amigo que se fazia acompanhar sempre com uma calculadora científica no bolso resolveu fazer a conta. Lá no canto onde se encontrava, no 1º balcão da sala e dissimuladamente, tirou a calculadora do bolso com o objectivo de confirmar o número referido por Divaldo.

Ouve-se a voz forte de Divaldo vinda do palco: Não vale a pena tirar a calculadora porque o número é mesmo este!

O nosso companheiro instintivamente, como se tivesse sido descoberto, voltou a guardar rapidamente a calculadora na algibeira do casaco.

Mas a situação continuou para ele intrigante: como era possível que Divaldo possuísse tantos conhecimentos da sua área (Física) e tão prodigiosa memória? Como era possível que ele citasse com tanto rigor factos e datas que nem mesmo os estudiosos da matéria conheciam?!

Com estas perguntas na cabeça pediu a um amigo que, em seguida, iria entrevistar Divaldo que tentasse desvendar o mistério.

Na entrevista Divaldo explicou que o Espírito que se manifestou enquanto ele falava era o espírito de Vianna de Carvalho, que durante a vida terrena havia sido físico. Disse também que, enquanto discursava, lhe eram mostrados painéis que ele ia lendo.

Estavam, pois, explicados os profundos conhecimentos que Divaldo demonstrou ter na área da Física.


Moral da história
No domínio do que designamos como paranormal, todos os dias somos surpreendidos com factos que ignoramos. O nosso companheiro, versado em Física e Química, ficou, assim, esclarecido quanto à memória prodigiosa de Divaldo.


Do livro "Histórias Verídicas com Pessoas e Espíritos" de Eduardo Guerreiro, Chiado Editora


domingo, 30 de abril de 2017

Ainda sob a influência da decomposição do corpo físico


No dia 22 de Dezembro de 2008, manifesta-se uma entidade que se revelava em grande aflição pois não se conseguia livrar dos “bichos” que a atacavam. Manifestamente esta nossa amiga ainda se encontrava mentalmente presa ao corpo físico e acompanhava a decomposição do mesmo, não se conseguindo desligar dessa imagem e das sensações produzidas. Foi assistida por Espíritos Auxiliadores que a conduziram para um posto de socorro da espiritualidade.

(Nota: A forte ligação à matéria depende de vários factores, entre os quais se encontram a ignorância, a falta de Fé, a descrença na vida após a "morte", uma vida essencialmente materialista, a consciência pesada devido a actos praticados...)


Espírito: Tira-me isto daqui.
Doutrinador: O quê, amiga? (O doutrinador é intuído de que se trata de uma entidade 'feminina')
Espírito: Bichos.
[A entidade continua esfregando-se desesperadamente. O doutrinador ora o ‘Pai Nosso’. Esta nossa irmã aquieta-se].
Doutrinador: Concentra-te nas minhas palavras, querida irmã. Quem és? Como vieste? O que se passa contigo? Diz lá, minha irmã. Por onde tens andado?
[A entidade boceja].
Doutrinador: O que se passa ainda contigo? Porque estremeces? Estás aqui com mensageiros de Jesus, nosso Mestre. Não tens mais nada. Isso são tudo impressões mentais. É imaginação tua. O que vês tu?
Espírito: Bichos.
Doutrinador: Não vês nada, por que os bichos já abalaram. Estás a ver agora mensageiros de Jesus, vestidos de branco. Fala com eles.
Espírito: Vêm tirar-me os bichos.
Doutrinador: Já te tiraram.
Espírito: Não vão deixar que eles voltem? Eles voltam sempre.
Doutrinador: Fala lá com eles.
Espírito: Eles dizem-me que me vão levar para um sítio que eu não conheço nem ninguém me conhece. Isto parece um sonho. Eu nem acredito. Tenho sofrido muito, mas não me lamento. Só queria que terminasse. Estou muito cansada, muito cansada.
Doutrinador: E precisas descansar, não é verdade?
Espírito: Num sítio acolhedor.
Doutrinador: Fala com estes companheiros.
Espírito: Eu estou a falar. Oferecem-me demais. Eu não pedia tanto. Só um sítio onde eles não chegassem. Para que eu pudesse descansar… descansar… Estou muito cansada… muito cansada… Graças a Deus… Jesus existe e vai-me recolher. Graças a Deus. Graças a Deus. (A entidade respira fundo repetidas vezes, manifestando cansaço.).
Doutrinador: Leva da nossa parte um grande abraço. Vai em Paz, querida amiga. Vai em Paz. Que Deus te ilumine.


Extraído do livro "Lições de Vida Após a Morte", Eduardo Guerreiro, Chiado Editora