quinta-feira, 31 de maio de 2007

MEDIUNISMO, ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO

Hoje inicio um conjunto de quatro posts que constituem um estudo sobre diferenças entre: animismo, mediunismo e mistificação, da autoria dum amigo que mo enviou por correio.
  • I Parte
  • Que os fenómenos ditos mediúnicos são de todas as épocas da Humanidade, todos sabemos. No entanto, só a partir de meados do século passado, com o surgimento da Doutrina Espírita, é que eles começam a ser sistematicamente estudados. Neste século, os mesmos fenómenos, são retomados pela ciência académica (parapsicologia no Ocidente e psicotrónica nos países de Leste), acabando os investigadores por chegarem às mesmas conclusões que os investigadores do século passado e do início deste, já haviam chegado.
  • Os fenómenos ditos mediúnicos, ou espíritas, envolvem sempre um estado alterado de consciência do sensitivo, mas nem todos os estados alterados de consciência podem ser classificados de mediúnicos.
  • Ernesto Bozzano, ao estudar a comunicação entre vivos, chegou à conclusão que todos nós possuímos um princípio inteligente que se pode manifestar independentemente do corpo físico, à distância, podendo proporcionar através de um sensitivo uma comunicação. Este tipo de fenómenos, chamou ele de anímicos. Aqui, o sensitivo entra num transe especial e passa a vivenciar realidades do seu psiquismo mais profundo, não necessitando obrigatoriamente da intervenção dos chamados seres espirituais para explicar o fenómeno. Tal é o caso de fenómenos conhecidos sob o nome de telepatia, clarividência, telecinésia.
  • Partindo desta base, nada impede que quem serve de intermediário a um encarnado em desdobramento, não o possa fazer com um ser que já tenha deixado a vida física pelo fenómeno da morte. Com efeito, provada a existência de um princípio espiritual independente do corpo físico, e sabendo com a física moderna que a matéria é pura ilusão, nada obsta a que o dito princípio inteligente sobreviva à morte do corpo.
  • De facto, existe outra categoria de fenómenos que o Espiritismo classifica de mediúnicos, e que a Parapsicologia classifica de "fenómenos theta" em que uma inteligência desencarnada, de pessoa que já viveu na terra, se manifesta, fornecendo dados sobre a sua experiência no corpo físico. Ernesto Bozzano no estudo exaustivo que faz do animismo, conclui que ele prova o mediunismo, isto é, a manifestação de seres que vivem no plano espiritual através do sensitivo.
  • Alexandre Aksakoff, também nos vem dizer, através do seu livro "Animismo e Espiritismo" que as situações de transe do sensitivo se podem caracterizar em vários níveis, podendo este, quando entra num estado especial de alteração de consciência, vivenciar fenómenos intrínsecos do seu psiquismo profundo, que ele designa de "personismo".
  • Pelo que se disse, podemos concluir que nem todas as chamadas manifestações mediúnicas, realmente o são. Muitas vezes não passam de um "estado alterado de consciência em que o indivíduo busca, nos porões profundos do seu próprio psiquismo, material, formas de se comunicar, que extrojecta no instante do chamado transe"(1).
(1) Sech,A. . (1980). Animismo e Mediunismo, in "Encontro com a Cultura Espírita",pgs. 159 e seguintes. Casa Editora "O Clarim" .São Paulo, Brasil.
Autor: Mário

terça-feira, 29 de maio de 2007

Violência Doméstica

Informações da PSP
Em 2006 a PSP registou 11.638 ocorrências de violência doméstica (um aumento de 1822 casos face ao ano de 2005), correspondendo a um aumento de 18,5%.
http://www.psp.pt/psp/proximidade/violencia_domestica/ocorrencias.html

Segundo o Conselho da Europa, a violência contra as mulheres no espaço doméstico é a maior causa de morte e invalidez entre mulheres dos 16 aos 44 anos, ultrapassando o cancro, acidentes de viação e até a guerra, por razões directas e indirectamente relacionadas com actos de violência doméstica.

Estes dados ofendem a nossa dignidade humana enquanto indivíduos e, na nossa condição de cidadãos portugueses e do mundo, temos de os divulgar.
A violência doméstica é uma prática que teima em perpetuar-se ao longo dos tempos, ultrapassando fronteiras, culturas e civilizações diversas, afectando todas as classes sociais.
Confirma-se hoje que crianças, submetidas a um ambiente familiar carente de afecto e tranquilidade, tendem a reproduzir esses padrões comportamentais.
Aprendem precocemente a não respeitar os adultos, porque eles próprios não se respeitam a si mesmos e, consequentemente, não o sabem fazer relativamente ao outro.
Numa sociedade violenta que não respeita os valores do indivíduo e de cidadania, a mulher, culturalmente relegada para um plano secundário é a primeira a sofrer e, com ela, os mais frágeis em idade e personalidade.

E se as denúncias tendem a aumentar relativamente à agressão física, devido a uma maior sensibilização social, escondem-se, infelizmente, nos lares os sofrimentos de cariz psicológico, já que esses não deixam rasto visível, ficando remetidos ao silêncio da alma, onde se gravam indelevelmente.
Muitas mulheres suportam abusos de poder, negligências, ausência de diálogo e de afecto, chantagens emocionais, pedidos de desculpa eternamente repetidos e nunca cumpridos, sentindo-se presas no seu mundo de violência, passando facilmente de vítimas a acusadas… E fazem-no, convictas de que estão a proteger os seus filhos, ignorando que somente prolongam a espiral da violência e do crime, mantendo-os na melhor escola alguma vez inventada – O LAR.

Como mulher, mãe e espírita que sou, digo a todos os meus leitores que estas mães não estão isoladas! Hoje, não é dia da mãe no calendário terreno, mas é aos olhos de Deus e da nossa consciência individual e qualquer dia é bom para construirmos colectivamente um mundo melhor para as nossas crianças.

A todas as Mães, esta homenagem do Mundo Maior:

Coração maternal


Mãe, que te recolhes no lar atendendo à Divina Vontade, não fujas à renúncia que o mundo te reclama ao coração.
Recebeste no templo familiar o sublime mandato da vida.
Muitas vezes, ergues-te cada manhã, com o suor do trabalho, e confias-te à noite, lendo a página branca das lágrimas que te imanam da alma ferida.
Quase sempre, a tua voz passa desprezada, como vazio rumor, no alarido das discussões domésticas, e as tuas mãos diligentes servem, com sacrifício, sem que ninguém lhes assinale o cansaço.
Lá fora, os homens guerreiam entre si, disputando a posse efémera do ouro ou da fama, da evidência ou da autoridade. Além, a mocidade, em muitas ocasiões, grita festivamente, buscando o mentiroso prazer do momento rápido.
Enquanto isso, meditas e esperas, na solidão da prece com que te elevas ao Alto, rogando a felicidade daqueles de quem te fizeste o génio guardião.
Quando o santo sobe às eminências do altar, ninguém te vê nas amarguras da base, e quando o herói passa, na rua, coroado de louros, ninguém se lembra de ti, na retaguarda de aflição.
Deste tudo e tudo ofereceste; entretanto, raros se recordam de que teus olhos jazem enevoados de pranto e de que padeces angustiosa fome de compreensão e carinho.
No entanto, continuas amando e ajudando, perdoando e servindo.
Se a ingratidão te relega à sombra na Terra, o Criador de tua milagrosa abnegação vela por ti, dos Céus, através do olhar cintilante de milhões de estrelas.
Lembra-te de que Deus, a fonte de todo o amor e de toda a sabedoria, é também o Grande Anónimo e o Grande Esquecido entre as criaturas.
Tudo passa no mundo. Ajuda e espera sempre.
Dia virá em que o Senhor, convertendo os braços da cruz de teus padecimentos em grandes asas de luz, transformará tua alma em astro divino a iluminar para sempre a rota daqueles que te propuseste socorrer.
MEIMEI
in "Luz No Lar" psicografia de Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Perispírito


93. O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretendem alguns, está sempre envolto numa substância qualquer?
“Envolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira.”
Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.

94.
D e onde tira o Espírito o seu invólucro semimaterial?
“Do fluido universal de cada globo, razão por que não é idêntico em todos os mundos. Passando de um mundo a outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.”

a) - Assim, quando os Espíritos que habitam mundos superiores vêm ao nosso meio, tomam um perispírito mais grosseiro?
“É necessário que se revistam da vossa matéria, já o dissemos.”
95. O invólucro semimaterial do Espírito tem formas determinadas e pode ser perceptível?
“Tem a forma que o Espírito queira. É assim que este vos aparece algumas vezes, quer em sonho, quer no estado de vigília, e que pode tomar forma visível, mesmo palpável.”
in "O Livro dos Espíritos" - CAPÍTULO I pág 85

O PERISPÍRITO - Emmanuel

"COMO será o tecido subtil da espiritual roupagem que o homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte?
Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida.
Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o insecto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas.
O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno.
Organismo delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir.
Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestimenta se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer plano de evolução.
Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui ao aperfeiçoamento interior.
O crescimento intelectual, com intensa capacidade de acção, pode pertencer a inteligências perversas.
Daí a razão de encontrarmos, em grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos, operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de modificação nos aspectos em que se exprimem.
Não possuem meios para a ascese imediata, mas dispõem de elementos para dominar no ambiente em que se equilibram.
. Não adquiriram, ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo, ainda lhes partilham a posição espiritual.

Os "anjos caídos" não passam de grandes génios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria, fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza.
Entretanto, nada foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral aproveitamento da vida.
A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela ignorância desperta.
A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior.
O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina.
Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente. Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino."
in "Roteiro" psicografia de Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Ser Espírita e/ou médium

Hoje, encontrei no vidro do meu carro um folheto bem exemplificativo da confusão generalizada que existe na nossa sociedade, sobre o que é ser espírita.
Mais um que vem corroborar o que afirmei no meu primeiro post (Porque…). Também se anuncia como espírita (?!), prometendo cura para todos os males (amor, inveja, mau olhado, magia negra, negócios…) e anunciando venda de talismãs, amuletos, amarrações….
É possível que este pretenso médium contacte com espíritos? É. Porque ser médium, não é ser ESPÍRITA (Ver post sobre Mediunidade). E espíritos, há-os em todos os graus de adiantamento moral. Espíritos que se prestam a fazer serviços espirituais em troca de coisas materiais são entidades pouco elevadas, que nada de bom podem trazer aos que os procuram.
Se é verdade que a doutrina espírita não procura granjear adeptos, muito menos perseguir quem quer que seja, não é menos verdade que não pudemos deixar que charlatães fiquem impunes e se sirvam duma doutrina respeitável para explorarem os sentimentos de terceiros, aproveitando-se da sua angústia para ganharem dinheiro.
É preciso desmistificar e esclarecer, para que pessoas em desespero não tropecem em vendedores de ilusões e lucros fáceis.

O Espírita não professa nenhuma religião, não pertence a seitas, não pratica rituais, não invoca espíritos, não promete curas milagrosas, não se veste com trajes especiais nem usa amuletos, colares, velas, incensos… quando se propõe ajudar quem lhe pede ajuda para os problemas que o afligem.

As palavras "espírita" e "espiritismo" surgiram em 1857, na França, pelo codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, para que a doutrina, se não confundisse com outros termos, já existentes.
Todos os que acreditam na existência do espírito são espiritualistas, mas não necessariamente espíritas.
Espírita é aquele que estuda e tenta seguir os postulados da doutrina, auxiliando GRATUITAMENTE a quem o procura, inspirando-se no exemplo de Jesus.
Portanto, não vá em conversas mais ou menos aliciantes que oferecem milagres!!!
Se necessita de ajuda, dirija-se a um centro espírita onde se pratica a CARIDADE e onde encontrará boa-vontade e desejo de auxílio ao próximo, encontrando, simultaneamente, esclarecimento para as dúvidas que o atormentam.
Nunca serão objecto de troca a aquisição da tranquilidade e da paz de espírito!!!

O espiritismo é uma doutrina científico - filosófica de consequências morais. Como ciência investiga os factos espíritas, estuda a natureza, a origem e o destino dos espíritos e as relações existentes entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo. Como filosofia compreende todas as consequências morais que resultam dessas relações.
ver aqui:
http://blog-espiritismo.blogspot.com/search/label/a%29%20Perguntas%20frequentes


Obras fundamentais para se conhecer o espiritismo:

- O Livro dos Espíritos;
- O Evangelho segundo o Espiritismo;
- O Céu e o Inferno;
- A Génese;
- O Livro dos Médiuns.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

A Paciência

O MAIS DIFÍCIL

Diante das águas calmas, Jesus reflectia. Afastara-se da multidão, momentos antes. Ouvira remoques e sarcasmos. Vira chagas e aflições. O Mestre pensava...
Tadeu e Tiago, o moço, João e Bartolomeu aproximaram-se. Não era aquele um momento raro? E ensaiaram perguntas.
- Senhor - disse João -, qual é o mais importante aviso da Lei na vida dos homens?
E o Divino Amigo passou a responder:
- Amemos a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos.
- E qual é a virtude mais preciosa? - Indagou Tadeu.
- A humildade.
- Qual o talento mais nobre, Senhor? - Falou Tiago.
- O trabalho.
- E a norma de triunfo mais elevada? - Interrogou Bartolomeu.
- A persistência no bem.
- Mestre, e qual é, para nós todos, o mais alto dever? - Aventurou Tadeu novamente.
- Amar a todos, a todos servindo sem distinção.
- Oh! Isso é quase impossível – gemeu o aprendiz.
- A maldade é atributo de todos – clamou Tiago –; faço o bem quanto posso, mas apenas recolho espinhos de ingratidão.
- Vejo homens bons sofrendo calúnias por toda parte – acentuou outro discípulo.
- Tenho encontrado mãos criminosas toda vez que estendo as mãos para auxiliar - disse outro.
E as mágoas desfilaram diante do Mestre silencioso.
João, contudo, voltou a interrogá-lo:
- Senhor, que é mais difícil? Qual a aquisição mais difícil?
Jesus sorriu e declarou:
- A resposta está aqui mesmo em vossas lamentações. O mais difícil é ajudar em silêncio, amar sem crítica, dar sem pedir, entender sem reclamar... A aquisição mais difícil para nós todos chama-se paciência.
Espírito: Hilário Silva

in "A Vida Escreve" Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

sexta-feira, 18 de maio de 2007

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Não grites
Nenhuma situação exige a gritaria, que confunde e mais perturba.

Se falares em tom adequado, os barulhentos silenciarão para ouvir-te.

Se desejares competir com eles em altura de voz, ficarás rouco e não serás escutado.

A voz caracteriza o comportamento e a emoção das pessoas.

Não nos referimos às técnicas de prosódia, que têm a sua finalidade, porém à tonalidade natural, audível, sem agressividade.

Já te escutaste num gravador, especialmente quando em desequilíbrio? Faze a experiência.
Joana de Ângelis
“Vida Feliz” psicografado por Divaldo P. Franco

sábado, 12 de maio de 2007

Caridade

Recebemos, no nosso correio do blog, um comentário sobre o último post que colocámos (Bento XVI no Brasil) e publicámo-lo. Mas ele é de tal forma interessante que não resistimos a postá-lo. Para além do nome que assina a mensagem, recebida em reunião mediúnica séria, de auxílio a sofredores, o conteúdo é tão rico de ensinamentos que nos conduz imediatamente a graves reflexões. Uma delas, é a de que é sempre mais fácil seguir a Jesus pelo culto exterior (embora este nos exija sacrifícios) do que proceder à nossa transformação interior. Todos levamos uma vida inteira a tentar mudar um defeito e, às vezes, não o conseguimos. E isso, quando já o identificámos como defeito em nós!

Se o amigo que nos escreveu, quiser continuar a enviar a sua contribuição, muito agradecemos.
Aqui vos deixo a mensagem para análise, pois poderão ler o texto integral no referido comentário.



"Espírito: CARIDADE é o lema mais sublime que deve guiar nossos passos, independentemente das nossas crenças, das igrejas que frequentemos, dos hábitos que cultivemos, pois Jesus nos veio ensinar a amarmo-nos uns aos outros.

A CARIDADE praticada diariamente nos conduz directamente à sua presença e Ele não nos questionará sobre o Deus que adorámos, sobre o culto que professámos ou que praticámos, sobre se nos colocámos de joelhos ou percorremos muitos quilómetros a pé. Apenas nos indagará sobre aquilo que fizemos a nossos irmãos.
Ele nos deixou a sua mais importante mensagem no seu livro vivo, quando percorreu os lugares na Terra, ensinando aos homens, desde os de boa vontade, os que melhor o entendiam, porque já conheciam a sua mensagem desde tempos idos, aos maiores criminosos, aos que caíram no erro sistemático, aos que praticavam a maldade e a guerra e a hipocrisia, clamando por Deus, batendo em seus peitos, fingindo adorá-Lo e respeitá-Lo, cumprindo Sua Lei.

Todas as inverdades registadas no Livro Sagrado são erros cometidos pela mão humana, porque a mensagem transmitida ao vivo por Jesus foi directa aos corações e neles se mantém gravada até hoje. Daí ter perdurado e continuado a ser propagada, apesar das perseguições, dos falsos Judas que em Seu nome proclamam outras verdades, enganando os homens ingénuos, ignorantes e comodistas que nunca assumem o Seu fardo e não Lhe seguem o exemplo, querendo apenas usufruir o prazer das bem-aventuranças do corpo encarnado que destroem prematuramente, e da alma que desprezam e jogam para um lugar escondido da sua vida, não lhe ligando importância, esquecendo-se de cultivar a paz e a harmonia, de educar os que têm à sua responsabilidade, de amar e ser felizes, mas felizes no bem que praticam ou poderiam praticar, felizes no entendimento, felizes na compreensão de seus males actuais pelos erros cometidos no passado, felizes agradecendo a Deus esse sofrimento, porque a evolução continua e porque o seu futuro será melhor, certamente, na aceitação do que na revolta.

Felizes, finalmente, praticando a CARIDADE para com todos os que os rodeiam. CARIDADE que se revela num sorriso, numa mão estendida ou até no silêncio, calando defeitos daquele que caiu e ajudando-o a erguê-lo, perdoando-lhe as ofensas que nos dirigiu ou desculpando essas mesmas faltas que outrora também nós já cometemos.

Praticai a CARIDADE, meus filhos, todos os dias da vossa vida, sendo tolerantes para com todos, amando, sorrindo, para que possais conquistar o vosso lugar no mundo dos espíritos que trabalham para um dia chegarem a Jesus e no caminho para Deus que a todos está destinado. Que a Paz fique convosco meus filhos, deste humílimo amigo.

- Quereis deixar vosso nome, amigo?

ESPÍRITO
- Bezerra.

- Para nós é uma honra, querido amigo.

ESPÍRITO - A honra sempre será minha, meus filhos. A honra de trabalhar pelo Mestre Amigo junto dos homens que, para isso, se juntam no auxílio aos infelizes, aos doentes, aos sofredores da alma.
Nota: o espírito de Bezerra de Menezes é, como sabem todos os que conhecem a doutrina Espírita, um espírito da mais elevada hierarquia. De sublinhar que, no mundo os espíritos, a hierarquia é determinada por qualidades já adquiridas. A Humildade é uma delas.
Como participante na reunião, na qualidade de doutrinador e sensitivo, cabe-me dizer que este espírito, antes de se manifestar, nos transmite vibrações que nos fazem sentir que estamos perante um espírito austero, com grande autoridade moral e pelo qual experimentamos grande respeito."

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Bento XVI, no Brasil, canoniza Frei Galvão

A Morte é o encontro do Homem consigo mesmo e a sua consciência reflecte os resultados do aprendizado realizado durante a sua vida na Terra. A alegria ou a amargura experimentadas após o desencarne, são da inteira responsabilidade de cada um. Tal é a lei.
Hoje, foi declarado Santo, por Bento XVI, Frei António de Sant'Anna Galvão, ou Frei Galvão, nascido em Guaratinguetá, cidade do Vale do Paraíba do Estado de São Paulo.

Hoje, em que o primeiro santo brasileiro entra para a história da Igreja Católica, entre os 6.700 Santos já existentes, veio-me à memória um relato de Humberto de Campos que ele refere como sendo real, omitindo, como é óbvio, nomes identificativos, “por caridade fraternal”. Ficámos a meditar nas consequências para o espírito da nossa ignorância espiritual e nos desenganos das ilusões humanas…

Vale a pena lê-la!

AMARGURAS DE UM SANTO

Encontrava-se Humberto numa roda de amigos espirituais conversando sobre o facto de muitos espíritas, rodearem duma auréola de santidade e infalibilidade, trabalhadores de vulto no movimento, assim que estes desencarnam, quando um dos elementos do grupo, ex-padre católico, intervém:
“…Em minhas experiências nas esferas mais próximas do Planeta, sempre reconheci que os Espíritos mais homenageados na Terra são os que mais sofrem, em virtude da pouca prudência dos seus amigos. Aliás, neste particular, temos o exemplo doloroso dos «santos». Sabemos que raros homens canonizados pela igreja humana chegaram, de facto, à montanha alcantilada e luminosa da Virtude. E essas pobres criaturas pagam caro, na Espiritualidade, o incenso perfumoso das gloríolas de um altar terrestre.
A palestra tomava um carácter dos mais interessantes, quando o mesmo amigo perguntou de repente, depois de uma pausa:
- Vocês conhecem a história de São Domingos González?
E enquanto os presentes se entreolhavam mudos, em íntima interrogação, continuou:
- Domingos González era um padre insinuante, dotado de poderosa e aguçada inteligência. Sua carreira sacerdotal, dado o seu carácter flexível, foi um grande vôo para as posições mais importantes e elevadas. Dominava todos os companheiros pelo poder de sua palavra quente e persuasiva, cativava a atenção de todos os seus superiores pela humildade exterior de que dava testemunho, embora a sua vida íntima estivesse cheia de penosos deslizes.
A verdade é que, lá pelos fins do século XV, era ele o Inquisidor-Geral de Aragão; mas, tal foi o seu método condenável de acção no elevado cargo que lhe fora conferido, que, por volta de 1485, os israelitas o assassinaram na catedral de Saragoça, em momento de sagradas celebrações.

O nosso biografado acordou, no além-túmulo, com as suas chagas dolorosas, dentro das terríveis realidades que lhe aguardavam o Espírito imprevidente; mas, os eclesiásticos concordaram em pleitear-lhe um lugar de destaque nos altares humanos e venceram a causa.
Em breve tempo, a memória de Domingos transformava-se no culto de um santo. Mas, aí, agravaram-se, no plano invisível, os tormentos daquela alma desventurada. Envergonhado e oprimido, o ex-padre influente do mundo sentia-se qual mendigo faminto e coberto de pústulas. Nós, porém, sabemos que as recordações pesadas do Planeta são como forças invencíveis que nos prendem à superfície da Terra, e o infeliz companheiro foi obrigado a comparecer, embora invisível aos olhos mortais, a todas as cerimónias religiosas que se verificaram na instituição de seu culto. Domingos González, assombrado com as acusações da própria consciência, assistiu a todas as solenidades da sua canonização, sentindo-se o mais desgraçado dos seres. As pompas do acontecimento eram como espadas intangíveis que lhe atravessassem, de lado a lado, o coração vencido e sofredor. Os cânticos de glorificação terrena ecoavam-lhe no íntimo como soluços da sombra e da amargura.

E, desde essa hora, intensificaram-se-lhe os padecimentos.
Sua angústia agravou-se, primeiramente, em virtude da nova posição do círculo familiar. Os que lhe eram afins pelo sangue entenderam que não mais deviam o tributo comum de trabalho e realização ao mundo. Como parentes de um santo, não mais quiseram trabalhar. E essa atitude se estendeu aos seus mais antigos companheiros de comunidade. Os poucos valores da agremiação religiosa, a que pertencera, desapareceram. Seus colegas de esforço estacionaram voluntariamente na preguiça criminosa e no hábito das homenagens sucessivas. O grupo havia produzido um santo: devia ser o bastante para garantia de uma posição definitiva no Céu.
O Espírito infeliz contemplava semelhante situação, banhado em lágrimas expiatórias. E o seu martírio continuou.
Sabemos que um apelo da Terra é recebido em nosso meio, tão logo seja expedido por um coração que se debata nas lutas redentoras do mundo. Se o serviço postal do orbe pode estar sujeito aos erros de administração, ou à má-vontade de um estafeta, desviando do seu destino uma mensagem, no plano espiritual não se verificam semelhantes perturbações. A solicitação justa ou injusta dos homens vem ter connosco pelos fios do pensamento, na divina claridade do magnetismo universal. E Domingos começou a receber os pedidos mais imprudentes dos seus numerosos devotos.
A alma desventurada ficou absolutamente presa à Terra e, de instante a instante, era obrigada a atender aos apelos mais extravagantes e mais absurdos.
Se um criminoso desejava fugir à acção da justiça no mundo, valia-se de Domingos, invocando-lhe a memória, entre receios e rogativas. As mães desassisadas, que não cogitaram da educação dos filhos, em pequeninos, lhe rogavam de joelhos a correcção tardia desses filhos transviados em maus caminhos. Os velhacos lhe faziam promessas, a fim de realizarem um bom negócio." As moças casadouras lhe imploravam a aliança do noivo rebelde e arredio. Os sacerdotes pediam-lhe a atenção dos superiores. E, finalmente, todos os sofredores sem consciência lhe suplicavam o afastamento da cruz de provações que lhes era indispensável.
Chumbado ao mundo, Domingos, durante mais de um século, perambulou pelas casas dos devotos, pelas estradas desertas, pelos círculos de negócios, pelos covis dos bandidos.
Seu aspecto fazia pena.
Foi quando, então, dirigiu a Jesus a súplica mais fervorosa de sua vida espiritual, implorando que lhe permitisse voltar à Terra, a fim de esconder no esquecimento da carne as suas enormes desditas. Queria fugir do plano invisível, detestava o título de santo, aborrecia todas as homenagens, atormentava-o o altar do mundo. Suas lágrimas eram amargas e comovedoras, e o Senhor, como sempre, não lhe faltou com a bondade infinita.
Assim como um grupo de amigos influentes procura colocação para o homem desempregado e aflito no mundo, alguns companheiros dedicados vieram oferecer ao pobre Espírito sofredor uma reencarnação como escravo, no Brasil.
Domingos González ficou radiante. Chorou de júbilo, de agradecimento a Jesus e, em breve tempo, tomava a vestimenta escura dos cativos, sentindo-se ditoso e confortado, cheio de alegria e reconhecimento.
O nosso amigo fizera uma pausa na sua narrativa. Estávamos, porém, altamente interessados e eu perguntei:
- E o santo está hoje nos planos mais elevados da Espiritualidade? Seria extremamente curiosa a palavra directa de sua desilusão e de sua experiência valiosa...
- Não, ainda não - replicou o narrador, com ar discreto. - Domingos tem vivido sucessivamente no Brasil e; ainda hoje, continua, aí, a esforçar-se pela sua redenção espiritual, guardando instintivamente o mais terrível receio de chegar às esferas invisíveis com o título de santidade.
Mas, as obrigações comuns dispersaram o grupo em palestra e, dentro de pouco tempo, estava eu novamente só, com o meu trabalho e com a minha meditação. E nesse dia, impressionado com a história daquela amarga experiência, não pude retirar da imaginação aquele santo que trocara os incensos do altar pela atmosfera nauseante de uma senzala do cativeiro."
Humberto de Campos
in "Reportagens de Além-Túmulo", psicografia de Francisco Cândido Xavier


quinta-feira, 10 de maio de 2007

Uma Nova Luz


REFLEXÃO


O momento é de dúvidas?
Silencia e busca discernir com a isenção de ânimo que a Doutrina Espírita recomenda. Se desejas externar ideias ou emitir opiniões, fá-lo com moderação e equilíbrio, respeitando o direito de teus interlocutores.

A hora é de sofrimento?
Eleva teu coração a Deus, em clima de resignação e calma, e espera a resposta dos Céus, sem contudo olvidares teu necessário esforço pela reabilitação da saúde ou da paz.

O instante é de crise?
Tem serenidade, permanecendo fiel aos ditames do Bem, certo de que as tuas inquietações não solucionam problema algum.

Em qualquer situação, confia sempre na Providência Divina, compreendendo que na vida ninguém colhe o que em verdade não tenha semeado.
André Luiz (Espírito)

in “Novas Luzes” de Ariston S. Teles

domingo, 6 de maio de 2007

Santa Maternidade

Santa maternidade

Recordo, castelã!... O narciso trescala
Do teu colo a fulgir de jóias soberanas...
Alguém morre na festa... E, soberba, te ufanas
Do jovem que impeliste ao suicídio na sala.

Tempos correram, presto... Entre humildes choupanas,
Trazes agora ao peito um filhinho sem fala,
Mutilado ao nascer, flor que se despetala,
No trato de aflição da prova em que te fanas…

Restauras, padecente, a vítima de outrora,
Ontem, transviada e ré, hoje, mãe que ama e chora!...
Salve a reencarnação, passaporte ao futuro!

Mãe, agradece a dor!... No porvir que vem perto,
Brilharás como estrela, ante o filho liberto,
E alcançarás, ditosa, o reino do amor puro!...

EPIPHANIO LEITE
"Luz No Lar" de Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 4 de maio de 2007

SÓCRATES

Sócrates, Precursor Do Cristianismo E Do Espiritismo
As ideias, quando expressam a verdade, permanecem eternas. Podem combatê-las e fazer mártires, mas o Mundo em evolução as irá incorporando à medida que o Homem cresce em entendimento.
Sócrates foi condenado à morte por criticar a sociedade do seu tempo, questionando os hábitos e costumes instalados, em que a arte treinada do bem-falar para seduzir multidões carecia da verdadeira sabedoria, defensora dos valores universais da justiça do bem e da verdade.

Nele o diálogo constitui-se como um meio (a ironia e a maiêutica) para atingir os conceitos universais do conhecimento e das acções morais, tendo influenciado profundamente toda a história da filosofia. Aristóteles afirma que Sócrates se ocupava das “coisas éticas”, investigando os conceitos do bem, a virtude, o amor, a piedade e a sabedoria.

Ao humanismo céptico e relativista dos sofistas que preconizava uma alteração e adaptação da lei de às opiniões defendidas pela maioria, de acordo com os preconceitos sociais da sociedade de Atenas do séc. V. a. c., ele opunha uma transformação permanente e intemporal, pela Educação (República de Platão) racional no Bem e na Virtude, caracterizando-se a sua filosofia como precursora da moral cristã.

Deste modo, a tese central da filosofia socrática, na sua vertente ética, defende a viagem ao interior do Homem, o “Conhece-te a ti mesmo”, para o seu aperfeiçoamento moral, conducente à prática diária do bem como modelo racional de vida: “é preferível sofrer uma injustiça do que cometê-la.”

Dirigindo-se a um dos seus acusadores no tribunal ateniense:
“…não te envergonhas por te preocupares só com as riquezas e com a forma de as tornares maiores, e de só pensares na fama e na honra; …não cuidas nem te preocupas com a sabedoria, nem com a verdade, nem com a forma de tornar a tua alma o melhor possível?
…das riquezas não nasce a virtude, mas é da virtude que nascem as riquezas e todos os outros bens, quer os privados quer os públicos.”

Jesus encontrou o mundo mais preparado para a aceitação e divulgação destas ideias, mas tal não impediu que aqueles a quem feriu os interesses e preconceitos religiosos do culto exterior, o condenassem à morte.

Tal como Sócrates, cuja sabedoria “bebemos” em Platão, também Jesus nada deixou escrito, tendo os seus ensinamentos sido reunidos por outros ao longo de anos. Além disso, Jesus falava por alegorias, sujeitas a várias interpretações, de acordo com a evolução espiritual do Homem.

Mas deixou-nos uma promessa:
“…eu rogarei a meu Pai e ele vos enviará outro Consolador, a fim de que fique eternamente convosco: - O Espírito de Verdade…”

E Ele veio, pelas mãos de Allan Kardec, cuja missão foi reunir os ensinamentos dos Espíritos Superiores (incluindo Sócrates) que se manifestaram simultaneamente em várias partes do Mundo, através de vários médiuns no séc. XIX, para explicar as alegorias e as figuras de Jesus, repondo as verdades do Cristianismo, à luz do conhecimento actual.

Tal como na época de Jesus, os homens encontram-se cansados das ideias humanas, conducentes à injustiça extrema e à desvalorização do verdadeiro destino da alma.

E se para todos nós, espíritas, o Consolador prometido já veio, um dia Ele chegará para todos e, na Terra, viveremos tempos de maior fraternidade, alegria e solidariedade, pois a vaidade e o orgulho serão encaradas como um factor de ignorância, características duma fase primeva da humanidade.

terça-feira, 1 de maio de 2007

Volta Bocage...

SONETO IV

(recebido em) 28-11-1946

Volta, Bocage, ao mundo e grita ao Fado
Que a Fama vil padece desengano,
Que a carícia de lsmene é fogo insano
Depois do escuro Estige atravessado.

Antes viver no exílio sem agrado,
Sofrer de Goa o beleguim tirano,
Beijar fusco Hidal-Khan por soberano
Que ser presa de gozo desmarcado.

Preferível guardar ervadas setas
Da calúnia que mata pouco a pouco,
Sucumbindo entre as dores mais abjetas,

Que morrer, de olhar baço e peito rouco,
Na miserável chusma dos patetas
E acordar no outro mundo como louco.

Manuel Maria de Barbosa du Bocage (Espírito)
do Livro:
“Volta Bacage” psicografado por Francisco Cândido Xavier
Este é um soneto que alerta para as ilusões da fama e para o perigo dos desejos enganadores de uma vida rica de prazeres desregrados, com consequências nefastas para o Espírito ao despertar no "outro lado" da vida.
Manuel Maria de Barbosa du Bocage - poeta português - 15/9/1765 - 21/ 12 /1805