sábado, 30 de junho de 2007

Mensagem psicografada duma criança- 2ª parte

Fotografia da criança de 15 anos e da carta recebida, postada acima:




É enorme a semelhança da assinatura do Chico e do menino!

Identificação dos nomes referidos na mensagem, retirado do Anuário Espírita:

1 - Maurício Garcez Henrique - Nascido em Goiânia a 19/12/60.

Em 1976, quando desencarnou a 8 de maio, preparava-se para o vestibular no curso intensivo do Colégio Carlos Chagas.
Sua breve e saudosa passagem terrena foi caracterizada por uma personalidade extremamente carinhosa, alegre e saudável, marcada por um espírito caridoso e de profunda compreensão da igualdade de todos.

2 - Nádia Conceição Henrique e Maria José Henrique ­ irmãs de Maurício.
3 - Vovô Henrique - Apolinário Henrique.
Avô paterno de Maurício, já desencarnado.


4 - Terezona - Maria Tereza de Jesus. Fundou em Aná­polis a Romaria de São Bom Jesus da Lapa nos idos de 1913. Se­gundo informações colhidas com o avô materno de Maurício, Sr. Humberto Batista, que conheceu pessoalmente Terezona, ela realmente se dedicava em auxiliar às crianças.
Anuário Espírita 1979, IDE, Araras, SP, pp. 85-87.
  • Muitas das mensagens que Francisco Cândido Xavier recebeu pela psicografia referem nomes totalmente desconhecidos do médium e, além disso, uma das características da sua mediunidade era escrever com a mesma letra dos desencarnados, melhor podendo os familiares identificar os seus entes queridos.
  • Além disso, muitas delas foram analisadas por especialistas em grafologia, tendo os exames técnico-científicos apresentado resultados bastante conclusivos com características de génese gráfica, em número e qualidade suficientes, para identificar os autores das mensagens.

  • Ver por exemplo: “A Psicografia à Luz da Grafoscopia” de Carlos Augusto Perándea (professor da disciplina de Identificação Datiloscópica e Grafotécnica, na Universidade Estadual de Londrina, no Paraná).

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Mensagem psicografada duma criança - 1ª parte

Muitas são as questões que todos nós colocamos ao pensarmos no mundo invísivel: há vida para além da morte? Poderemos saber notícias da sobrevivência? O espírito continua sem muitas alterações, semelhante ao que conhecemos na terra? Os sentimentos pelos que ficaram permanecem os mesmos?
Para nos esclarecer sobre estas e outras questões fundamentais da alma humana, dedicou Francisco Cândido Xavier a sua vida, recebendo centenas de mensagens psicografadas, daqueles que vêm provar aos seus familiares a continuidade da vida, afirmando, como Emmanuel, "... nós, os supostos mortos, continuamos no Mais Além, claramente vivos."

"ESTOU VIVO E COM MUITA VONTADE DE MELHORAR"

Querida Mamãe, meu querido pai, querida Maria José e querida Nádia.
Estou em oração, pedindo para nós a bênção de Deus. Não posso escrever muito, venho até aqui, com meu avô Henrique, só para lhes pedir resignação e coragem.
É preciso nos lembremos de Deus, nos acontecimentos da Terra. Não sei bem falar sobre isso, estou aprendendo a viver por aqui, embora já saiba que saí daqui mesmo para nascer com meus entes queridos, na Terra.
Peço-lhes não recordar a minha volta para cá, criando pen­samentos tristes. O José Divino e nem ninguém teve culpa em meu caso.
Brincávamos a respeito da possibilidade de se ferir alguém, pela imagem no espelho; e quando eu passava à frente de minha própria figura, refletida no espelho, sem que o momento fosse para qualquer movimento meu, o tiro me alcançou, sem que a culpa fosse do amigo, ou minha mesmo. O resultado foi aquele.
Hospitalização de emergência, para deixar o corpo longe de casa.
Se alguém deve pedir perdão, sou eu, porque não devia ter admitido brincar, ao invés de estudar.
Mas meu avô e outros amigos me socorreram e fui levado para Anápolis, para ser tratado por uma enfermeira que dirige uma escola de fé e amor ao próximo, que nos diz ser a Irmã Terezona, amiga das crianças.
Soube que ela conhece meu avô e nossa família, sendo agora uma benfeitora, que preciso agradecer e mencionar.
Quanto ao mais, rogo à Nádia e à Maria José, minhas queridas irmãs, para não reclamarem e nem se ressentirem contra ninguém.
Estou vivo e com muita vontade de melhorar.
Queridos pais, tudo acontece para o nosso bem e creio que seria pior para mim se houvesse enveredado pelos becos dos tóxi­cos, dos quais muito pouca gente consegue voltar sem graves perdas do espírito. .
Estou com saudades, mas estou encarando a situação com fé em Deus e com a certeza de um futuro melhor.
Recebam, querido papai e querida mamãe, com as nossas queridas Nádia e Maria José, e com todos os nossos, um abraço de muito carinho e respeito, do filho que lhes pede perdão pelos contratempos havidos.
Prometendo melhorar, para fazê-los tão felizes quanto eu puder, sou o filho e o irmão saudoso e agradecido,
Maurício Garcez Henrique
mensagem recebida em reunião pública, a 27 de Maio, em Uberaba
in Claramente Vivos, Francisco Cândido Xavier, Elias Barbosa, Espíritos Diversos

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Mensagem Psicografada



Cássio Voltou

Cássio Noronha, para além das muitas actividades que desempenhou ao longo da sua vida, chefiava, como veterinário, a inspecção da carne para consumo, na zona onde vivia. Nasceu em 1917, tendo desencarnado no dia 2 de Fevereiro de 1977, vítima de assassinato no seu local de trabalho, encomendado por interesses obscuros neste tipo de negócio. Detentor de uma personalidade íntegra e sendo o responsável por fiscalizar e manter a qualidade dos produtos a bem da saúde pública da população, ele não permitia qualquer atitude menos digna.
A Senhora Altiva, sua viúva escreveu um livro, contando a sua história de casal amigo e de dedicação de uma vida inteira à comunidade onde viviam. Mas, o principal objectivo do livro é levar a esperança aos que, como ela, perderam alguém a quem muito amaram e reafirmar, a todos os leitores, a certeza da fé na imortalidade da alma e no amor que continua a embalar os corações muito para além da morte física, abençoando a Doutrina espírita que lhe trouxe a consolação tão ansiada e à qual ambos dedicaram a sua vida.
Retornando em espírito ao convívio da família, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, a sua história convida-nos a profundas reflexões, trazendo-nos notícias da realidade que encontrou, encorajando a esposa e a filha a prosseguirem os seus deveres espirituais, sociais e humanos, numa preparação para o reencontro. Das oito cartas que escreveu, aqui deixamos uma, talvez não a mais significativa, mas a mais curta, obviamente por falta de espaço.

Segunda Mensagem de Cássio

Queridas Altiva e Marcinha.
Duas palavras apenas, de carinho e de devoção.
A esponja do tempo, lentamente vai absorvendo a
dor e diminuindo a angústia em nossos corações. Não pode porém, apagar ou diminuir a extensão imedível do amor que une as almas, por mais passem as horas e por mais distantes se encontrem os amantes. .
A morte, de forma alguma nos separou. Embora invisível, nunca estivemos tão unidos, mãos dadas na estrada das experiências evolutivas. Temos estado unidos na prece, no trabalho, nas esperanças, nos planos para o futuro, que Jesus nos ajudará a decidir mais tarde.
Raiam antemanhãs formosas de júbilos, precedendo o nosso futuro reencontro ditoso, quando teremos supe­rado sombras, saudades e morte. Até esse momento de triunfo, prossigam no bem com Jesus, sem qualquer receio ou ansiedade.
Felizmente Altiva tem sabido marchar e vejo-a com as disposições para o trabalho em renovação constante. Não desanime nem se deixe atemorizar ante o futuro.
Rejubilo-me com o êxito escolar da filhinha e confio no seu futuro espiritual, edificando a humanidade do por­vir, para cuja grandeza todos estamos convocados.
Continuem orando e esforçando-se na doutrina espí­rita, abraçadas à confiança em Jesus, que não nos aban­dona. Nunca ficaremos a sós

Com o infinito carinho da alma, beija-as enternecido, o esposo e pai,
Cássio

(Cássio Noronha)
Salvador, 03 de janeiro de 1979


Mensagem recebida no Centro Espírita "Caminho da Redenção" em Salvador, Bahia, por Divaldo Pereira Franco

terça-feira, 26 de junho de 2007

Renascemos e Renascemos...até saldar a última dívida!


No Elevador


Feliciano e Osório eram vizinhos que se viam muito pouco. E por motivos desconhecidos, quando se cumprimentavam havia sempre um disfarçado ar de antipatia.

Numa certa manhã, suas crianças que jogavam à bola nas proximidades, desentenderam-se e correram para casa com choros e reclamações.
Imediatamente os pais saíram e, em plena via pública, entraram em hostilizante discussão. Não fosse a intervenção de terceiros, Feliciano e Osório teriam causado escândalo ainda maior.
A contenda teve fim, enquanto um dizia:
- Desaparece de minha vista e nunca mais voltes a falar comigo. ...
E o outro redarguiu:
- Infeliz sou eu em ser teu vizinho!

Tudo voltou à calma quando ambos se recolheram.

À tarde, porém, vamos encontrar o nosso amigo Feliciano fazendo compras numa grande avenida.
Momentos depois, sai de um estabelecimento, conduzindo nas mãos pequeno pacote.

Apressado e meio aturdido, penetra a portaria de um edifí­cio, e quase instintivamente entra num elevador. Imediata­mente aciona o botão a fim de subir ao 102º andar. Suspira fun­do, enquanto o aparelho descola; mas, ao volver os olhos para o lado, leva um susto... Tinha como único companheiro naquela cápsula, um homem que não era outro senão Osório, o seu vi­zinho.

É inútil tentar descrever o estado de espírito que dominou os dois em tão aflitiva circunstância.
Ambos pensaram logo em escapar.

Osório precipitadamente aciona uma tecla, tentando fugir. Queriam afastar-se abruptamente, mas, nesse momento, por incrível que pareça, a luz se apaga e o elevador pára, imó­vel. Faltou energia elétrica.

A situação se agravou. Os dois pareciam pilhas a ponto de explodir.

Mas, a prisão daqueles instantes fê-los mansos, e come­çaram a trocar palavras em grotescos monossílabos.

O tempo foi passando...

Forçados pelo imprevisto, aí mesmo apaziguaram-se, re­consideraram o incidente da manhã e passaram a conversar sobre futebol. Ambos torciam pela mesma equipa.
Meia hora depois o aparelho volta a funcionar.

E na saída os dois, aliviados, despedem-se com um co­movente abraço, e tornam-se amigos. . .



A família, ante a Lei das vidas sucessivas, é como aquele elevador: encarrega-se de reunir almas inimigas, sob o mesmo tecto, até que haja a necessária RECONCILIAÇÃO.

In Páginas do Quotidiano Hilário Silva

segunda-feira, 25 de junho de 2007

A Comunicação através do sonho

Diálogo em Casa

Era como se tudo houvesse desembocado num grande caos - reflectia o Dr. Luciano de Sá, ante o terrível impacto so­frido com a inesperada morte do filho.
Germano servira o Exército havia pouco tempo. Filho úni­co, sempre teve nos pais dispensadores pródigos que tudo fa­ziam para ver o jovem crescer feliz.
Nos últimos tempos, porém, Germano mostrava-se inex­plicavelmente rebelde e avesso ao ambiente doméstico.
Um tanto saturado de prazeres que sempre lhe foram fá­ceis, o moço, inquieto, parecia tomar caminhos diferentes.
Isso é fase - dizia a mãe, D. Albertina - com o tempo tudo passa. É o período da emancipação que todos devemos res­peitar.
Filho e genitores, apesar de residirem no mesmo lar, vi­viam em situações diferentes e até desassociadas. Os laços de aproximação existentes eram, em verdade, muito fracos.

Na medida em que passavam os meses, o jovem torna­va-se mais revoltado, até que seus pais vieram a receber a vi­sita de dois policiais que os informaram sobre o acidente.
Germano, passeando de moto, acabara de ser atropelado por um caminhão, vindo a morrer minutos depois.
Agora a casa estava vazia. E os dois corações ali exis­tentes, saturados de angústia.
Trinta dias depois, Dr. Luciano, que acreditava na eficácia da prece, rogava aos Céus, antes de dormir, a bênção de um consolo maior.
Dormiu serenamente e, momentos após haver conciliado o sono, passou a ter sonho muito significativo: um amigo não identificado, o conduziu a um hospital e lá surpreendeu-se com a presença do filho querido. Estava em delicado tratamento e já gozava de sensível recuperação. Os dois não puderam conversar, mas trocaram enigmático e profundo olhar.
E a experiência prosseguia...
Dr. Luciano, meio atónito, naquele instante, foi convidado a ouvir algumas palavras de abnegado Mentor. E, sentando-se, ouviu o seguinte:
- Seu filho não morreu. Teria morrido se continuasse na Terra. Dessa forma, sua consciência teria sido petrificada no erro. Portanto, ele foi salvo. Salvo pela bênção da morte. Não diga jamais que a sua casa está vazia, porque vazia ela sempre esteve desde que não ofereceu lugar ao coração de Germano. Todo ambiente humano sem diálogo é hostil. Seu filho estava tentando escapar a essa situação. Começou a degenerar-se, revivendo quedas de outras vidas, e quando sentimos que es­tava mergulhando a alma no submundo do tóxico, recorremos à misericórdia de Deus e o trouxemos para cá. Foi uma con­cessão feita com base em méritos que o nosso Germano traz de outras existências. Seria muito triste o seu caminho pela vi­da, não fosse essa providência. Portanto, meu irmão, dê gra­ças a Deus por tudo, assuma o compromisso de aprender a ser pai e não se esqueça que o diálogo afectivo é base de harmonia para o lar.

Assim que o Dr. Luciano acabava de ouvir a palavra enér­gica e esclarecedora daquele que continuava sendo o anjo guardião de seu filho, sentiu o sonho se desfazer e, em segui­da, despertou no corpo, trémulo e pensativo...
In Páginas do Quotidiano Hilário Silva

domingo, 24 de junho de 2007

Perda de Entes Queridos

Trabalhemos para que a luz da compreensão se faça entre os nossos amigos encarnados, a fim de que as angústias afectivas não arrojem tantas vítimas à voragem da morte, intoxicadas de criminosas paixões.“

André Luiz

  • Habitualmente, vivemos o nosso dia a dia, sem pensarmos na morte que nos apavora, porque desconhecemos as suas leis e, se cremos na continuação da vida no Além, fazemo-lo duma forma vaga, afirmando: “ Eu só sei que ninguém volta para contar como é”.
  • Não sabe. Porque desconhece e não porque os espíritos não se tenham comunicado ao longo dos séculos, tentando ilustrar com as suas histórias pessoais como é a passagem, logo após o desencarne. André Luiz, escreveu 16 livros descrevendo essa transição e toda a complexidade da evolução, mostrando-nos que o único valor cultivado dum e doutro lado da vida continua a ser o Amor ao próximo e a Deus. Mas, muitos outros espíritos o fizeram e fazem também, como Emmanuel, Joana de Ângelis… Através da mediunidade abençoada de Chico Chavier, muitos entes queridos se manifestaram a seus familiares, ansiosos por afirmar que PERMANECEM VIVOS e para pedir aos que deixaram na terra maior resignação pela sua partida e mais fé em Deus na certeza do REENCONTRO.

  • É de facto uma das maiores dores que experimentamos ao perdermos temporariamente alguém a quem muito amamos. Todavia, todos enfrentamos essa prova um dia, queiramos encará-la ou não. Temos de preparar as nossas forças e coragem, pois se é natural chorarmos de saudade num dado período, já o não é tanto, caso prolonguemos o nosso luto indefinidamente, revoltando-nos contra Deus e vendo esse desenlace como um castigo. É de facto uma prova muito dolorosa, mas quantas vezes a misericórdia Divina ao retirar alguém do nosso convívio, sobretudo, se se trata dum jovem, não evita maiores infelicidades no futuro para esse espírito que ainda não teve oportunidade nesta vida de se endividar?
  • Muitos vieram contar as razões pré-fixadas para terem desencarnado prematuramente, já que sabemos que muitas provas são escolhidas antes do nascimento, pelo próprio espírito, que possui o livre-arbítrio. É muito consolador ler os livros de filhos como Luiz Sérgio, Cássio cuja partida tantas lágrimas causou e cujos relatos posteriores, imensa alegria e resignação deixaram nos corações de seus pais.
  • Todos eles descrevem como foram recebidos pelos familiares amigos, falecidos anteriormente, afirmando que se as orações eram sempre um bálsamo e uma alegria de saberem que eram lembrados, o desgosto e as lágrimas em excesso lhes causavam perturbação e ansiedade pela ausência de fé que os que ficaram demonstravam, adiando assim, o ansiado reencontro, deixando de cumprir as responsabilidades que a todos compete no dia a dia, ao revoltarem-se e entrarem em depressões e outros processos tanto ou mais dolorosos do que a perda sofrida.
  • Quantas tragédias se desenrolam nos lares ao pensarmos que perdemos para sempre aqueles que amamos!!!
  • Que sofrimento lhes causamos sem saber, sintonizando com eles que nos lêem os pensamentos infelizes e destruidores do seu equilíbrio, pela saudade que também sentem do ambiente familiar que acabam de deixar!!!
  • Se nem todos nós recebemos a bênção de uma notícia isso deve-se a múltiplos factores: as circunstâncias não se proporcionam; não é fácil a comunicação entre os dois lados da vida; a mediunidade que permite receber mensagens directas é uma mediunidade complexa (que falta faz o Chico!); o espírito passa, no início, por uma fase de adaptação e perturbação, sobretudo, se a sua foi uma morte violenta ou repentina, por acidentes…o tempo que a nós parece longo ( 2 ou 3 anos) é encarado pelo espírito como muito curto numa outra dimensão; na comunicação, previamente preparada pelos amigos espirituais, criando a sintonia entre espírito comunicante e médium, é necessário, frequentemente, a ajuda e o aprendizado daquele que se quer comunicar para que a mensagem se concretize.
  • Cabe-nos advertir a todos os que choram os seus entes queridos e que anseiam pelo contacto directo que tenham cuidado nas suas buscas, pois poderão ver defraudadas as suas expectativas e sentirem-se enganados por gente menos séria que faz da mediunidade um negócio, atraindo pelas leis da afinidade espíritos pouco elevados, ainda agarrados aos vícios e irresponsabilidades que cultivaram na terra.

  • Quase todos os Centros Espíritas em Portugal, possuem um grupo de pessoas que se reúnem semanalmente com o objectivo de auxiliar encarnados e desencarnados. Passemos a frequentar um deles, ouvindo e estudando o Evangelho de Jesus e, abrindo o nosso coração a esses médiuns amigos. Quem sabe um dia não teremos a enorme consolação de receber notícias do Alto? Também, aqueles que amamos recebem nossos pensamentos e sentem amor por nós. Visitam-nos e entram nos nossos sonhos.

  • Quem não viveu já momentos em que as recordações afluem de forma mais intensa, parecendo que aquele que nos deixou, se encontra presente, causando-nos até alguns arrepios ou emoção?
Alarguemos a nossa compreensão e entreguemos nossas dores a Deus, confiando num futuro mais harmonioso e feliz.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Almas Gémeas


A teoria modernamente divulgada e defendida das almas gémeas, não encontra base de sustentação no bom-senso, nem na Doutrina Espírita.

Segundo as teorias da Nova Era, Deus teria originariamente criado uma alma para a dividir em duas metades e, tendo-as separado, elas se buscam até voltarem a encontrar-se, ficando a alma novamente completa. Estas almas, sendo gémeas, desde a criação, possuiriam características únicas semelhantes entre si, mas distintas de todas as outras, o que poria em causa o princípio do livre-arbítrio, em que cada um de nós é o único responsável pela sua própria evolução espiritual.

  • “…não há união particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males dos humanos; da concórdia resulta a completa felicidade.” In O Evangelho segundo o Espiritismo - Item 298.


Com este tipo de pensamento, (das falsas almas gémeas) se vêm justificando algumas atitudes precipitadas de divórcio, adultério e outras práticas que, sendo reveladoras de comportamentos exagerados, porque centrados no ego, muitas vezes filhos do orgulho e da incapacidade de doar-se, exigem ainda a aprovação da sociedade a quem este tipo de ideias seduz e liberta da censura da consciência (essa sim, FATAL) que, um dia, não poderá ser silenciada, pois todos respondemos, queiramos ou não, pelos prejuízos causados a outros.

  • "Em que sentido se deve entender a palavra metade, de que alguns Espíritos se servem para designar os Espíritos simpáticos?
  • “A expressão é inexacta. Se um Espírito fosse a metade do outro, separados os dois, estariam ambos incompletos.”

  • a) - Podem deixar de ser simpáticos um ao outro dois Espíritos que já o sejam?
  • “Certamente, se um deles for preguiçoso.” In O Evangelho segundo o Espiritismo - item 299

Como se vê, embora todos nós pertençamos a famílias espirituais, comunguemos de pensamentos e sentimentos similares, teremos sempre de lutar em cada existência pelo nosso aperfeiçoamento individual, sobretudo se essa mesma família espera por nós. E quem não tem um anjo guardião (ou anjo da guarda) que é tão somente um espírito simpático, um pouco mais evoluído a orientar-nos no caminho do bem? Todavia, quando o não ouvimos, ele se cansa e vai embora. Voltará quando nos predispusermos a alterar a nossa vida.

Terminamos esta reflexão, com as belas e sábias palavras de Léon Denis, contemporâneo de Kardec:


“O espírita conhece e compreende a causa de seus males; sabe que todo sofrimento é legítimo e aceita-o sem murmurar; sabe que a morte nada aniquila, que os nossos sentimentos perduram na vida de além-túmulo e que todos os que se amaram na Terra tornam a encontrar-se, libertos de todas as misérias, longe desta lutuosa morada; conhece que só há separação para os maus. Dessas crenças resultam-lhe consolações que os indiferentes e os cépticos ignoram. Se, de uma extremidade a outra do mundo, todas as almas comungassem nessa fé poderosa, assistiríamos à maior transformação moral que a História jamais registrou.”
“Depois da Morte” Léon Denis

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Afeições no Mundo Espiritual e Espíritos simpáticos

1. Afeições no Mundo Espiritual

Contrariamente ao que muitos pensam, as afeições na terra são apenas uma pálida imagem dos laços belos e permanentes que se estabelecem entre seres que comungam das mesmas inclinações para o bem, em estado semelhante de evolução intelecto-moral. Estando libertos das paixões que os ligam em vida e que fazem os homens agruparem-se em clãs familiares de pendor egoísta, social, de raça… eles se atraem e agrupam em famílias mais alargadas do que na terra, unidos por sentimentos sinceros, tendo em vista o aperfeiçoamento colectivo e alegrando-se, com as conquistas de cada um dos seus entes queridos em cada regresso a casa, após mais uma vida na Terra, plena de lutas e provações experimentadas e ultrapassadas.
Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento.”

ESE –IV capítulo - item 18

2. Espíritos simpáticos


Muitas vezes, uns precedem os outros na mesma reencarnação, com programações conjuntas e elevadas, lutando pelo bem comum e criando as famílias onde reina a afeição sincera. Estes espíritos simpáticos encontram-se aparentemente “por acaso” e experimentam atracção espontânea e imediata, fruto de relações agradáveis vividas em outras eras. Que bela imagem nos transmite o Evangelho segundo o Espiritismo ao afirmar: "… é a atracção de dois Espíritos, que se buscam reciprocamente por entre a multidão.“

Daí também ser frequente encontrarmos filhos que se assemelham aos pais, irmãos gémeos de carácter similar, nos seus comportamentos de cariz moral.

São espíritos afins que se juntaram, pelas leis da atracção e gostam de estar juntos.
Embora nem todos os espíritos afins tenham necessariamente que se ter conhecido numa vida anterior, pois eles se atraem por inclinações semelhantes, isso frequentemente acontece:
“A afeição que existe entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou….”
ESE –IV capítulo - item 19

Quando regressam ao mundo espiritual, os espíritos se reconhecem e recordam todos os momentos que já viveram juntos. Se na Terra isso não sucede é porque isso lhes seria mais prejudicial que benéfico.

Há, pois, duas espécies de família:

as famílias unidas pelos laços espirituais e estáveis que se estimam,
se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma.


e as famílias unidas pelos laços corporais, frágeis como a matéria, e que se, mais nada as liga do que as paixões terrenas, se extinguem com o tempo e, muitas vezes, se dissolvem moralmente, já na existência actual.
("O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. XIV, item 8).

"Purificadas as afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito. "
Emmanuel

terça-feira, 19 de junho de 2007

Léon Denis

Acabo de ler uma obra rara de Léon Denis "Giovana". De grande qualidade literária, esta novela relata-nos o reencontro de duas almas afins e explica-nos claramente as razões das provas pelas quais temos de passar individualmente, até nos podermos reunir aos entes queridos. Não percam. Encontra-se aqui para download:

http://www.autoresespiritasclassicos.com/Leon%20Denis%20Livros/Giovana/Livros%20Espiritas%20Gratis.htm

segunda-feira, 18 de junho de 2007

A Família

A família é o núcleo abençoado na Terra, onde os espíritos se reúnem para as lutas necessárias à sua evolução.
Muitas vezes eles se encontram atraindo-se por simpatia, constituindo-se em pequenos grupos afins que se entreajudam na sua caminhada, visando o aperfeiçoamento moral e intelectual do espírito e o adiantamento que a todos se faz indispensável.
Quando regressam ao mundo espiritual, os espíritos agrupam-se em grandes famílias, de acordo com a lei da atracção pelos gostos, simpatia e afeição partilhadas.

“No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem.” (CAPÍTULO IV-
item 18 “Evangelho Segundo o Espiritismo”)


São ainda raras estas uniões felizes, num mundo de provas e expiações como o nosso.
Quantas vezes afirmámos que aquele rapaz não sai à família, parecendo destoar em tudo do grupo consanguíneo a que pertence, sentindo-se ele próprio um estranho? Deus permite que isso aconteça como prova para uns e oportunidade de regeneração para outros que poderão aprender com os exemplos transmitidos.
A Família é assim uma escola das mais importantes para podermos ultrapassar os insucessos e as agressividades doutros tempos.

No estádio de adiantamento moral em que ainda nos encontramos, o Espírito é o grande devedor do passado, tendo inúmeras vezes contraído débitos graves para com aqueles com quem lhe foi dado viver no passado e então reencarna nos mesmos círculos para, através do amor familiar, poder resgatar a sua dívida. É comum encontrar filhos que não suportam um pai ou uma mãe, casais que se degladiam frequentemente, que se ferem com desconfianças sem motivo, não se encontrando razões plausíveis na vida actual para esses comportamentos.
Se a misericórdia Divina não nos concedesse o esquecimento de nossos erros passados, provavelmente aí encontraríamos a causa de tantas aflições presentes e que nesta vida não merecemos. Porquê eu? É a frase que repetimos constantemente quando a ingratidão nos bate à porta, vinda daqueles a quem tanto amamos.

São antigos inimigos que se enfrentam e que, embora as lutas continuem por largo tempo, gerando antipatias e dissenções, acabarão conciliando posições e feitios, cedendo ao vínculo forte do amor que os une e perdoando-se mutuamente.

São carrasco e vítima que se reencontram, agora em posições diferentes, um cobrando do outro, atenção constante, carinho e protecção antes negadas e o outro sentindo a necessidade imperiosa, embora a contragosto, de se lhe dedicar até à exaustão. A dívida por saldar brota do inconsciente e o vínculo do amor que agora os liga, levará ao resgate e ao perdão.
Quantas vezes não pronunciamos a frase “Pois errou…mas é meu pai…minha mãe… meu irmão…meu filho? É a sabedoria Divina, conduzindo-nos amorosamente ao perdão das ofensas e à fraternidade universal.
Foi Jesus que nos indicou o caminho rumo à “Família Universal” ao dizer a seus discípulos: “Eis aqui meu pai, minha mãe e meus irmãos, …aqueles que fazem a vontade de Deus”, referindo-se à assembleia que o ouvia atentamente.

Saibamos nós compreender as nossas provas e aceitá-las com coragem e fé no porvir e subiremos passo a passo, “ao longo do processo reencarnatório, a simbólica escada de Jacob” (como diz Joana De Ângelis), a caminho da felicidade que ainda não é deste mundo. Se não encontramos na nossa família afinidades e simpatias suficientes é porque ainda o não merecemos. Trabalhemos afincadamente, eliminando o orgulho, o ódio, as traições e animosidades e um dia receberemos a bênção de recriar na terra os laços que mantemos na espiritualidade com a nossa família espiritual e que nos aportam a harmonia e a paz de que a nossa alma intui a saudade.

sábado, 16 de junho de 2007

Responsabilidade do Espírita

NEM CASTIGO, NEM PERDÃO

O espírita encontra na própria fé – o Cristianismo Redivivo – estímulos novos para viver com alegria, pois, com ele, os conceitos fundamentais da existência recebem sopros de renovação.

A Terra não é prisão de sofrimento eterno.
É escola abençoada das almas.

A felicidade não é miragem do porvir.
É a realidade de hoje.

A dor não é forjada por outrem.
É criação do próprio espírito.

A virtude não é contentamento futuro.
É júbilo que já existe.

A morte não é santificação automática.
É mudança de trabalho e de clima.

O futuro não é surpresa atordoante.
É consequência dos actos presentes.

O bem não é o conforto do próximo, apenas.
É ajuda a nós mesmos.

Deus é Equidade Soberana, não castiga e nem perdoa, mas o ser consciente profere para si as sentenças de absolvição ou culpa ante as Leis Divinas.

Nossa conduta é o processo, nossa consciência o tribunal.

Não nos esqueçamos, portanto, de que, se a Doutrina Espírita dilata o entendimento da vida, amplia a responsabilidade da criatura.

As raízes das grandes provas irrompem do passado – subsolo da nossa existência – e, na estrada da evolução, quem sai de uma vida entra em outra, porque beco e túmulo são, simultaneamente, entradas e saídas em planos da Vida Eterna.

André Luíz (Espírito)
A propósito do Cap. V- Item 5 - Evangelho Segundo o Espiritismo
in "O Espírito da Verdade"
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

sexta-feira, 15 de junho de 2007

As Bençãos da Reencarnação

VIDA E AMOR

A cena desenrolou-se há quase cinco anos.
O apelo vinha de longe. O cansaço da velha amiga se lhe desenhava no rosto. E o rosto dela se nos reflectia no espelho da mente.
Era D. Maria Eugénia da Cunha, que eu conhecera menina e moça em meus últimos tempos no Rio. Lembrava-nos a afeição, rogava socorro espiritual. A jovem de outra época era agora uma viúva, pobre, residindo por favor com o filho único, recém-casado.
O chamamento lhe fluía do ser, em nossa direcção: "Meu amigo, em nome de Jesus, se é possível, auxilie-me... Não aguento mais!"
Utilizando os recursos do desencarnado, quando pode ganhar distância e tempo, fomos vê-la e encontramo-la, arrasada de angústia, ante as invectivas da nora. Maria Cristina, a boneca que lhe desposara Júlio, o filho que ela preparara com tanto mimo para a vida, não considerava nem mesmo a tempestade, lá fora, e ordena:
- E a senhora saia daqui hoje...
- Mas hoje? Com esta noite? - arrazoava a sogra, em pranto.
- Estou farta, se eu fosse velha moraria no asilo!
- Preciso ver meu filho..
- Isso é que não. Quem manda nesta casa sou eu...
- Sou mãe.
- Seja o que for, saia daqui. A senhora tem sua irmã no Leblon, tem sobrinhos em Madureira... Pode escolher.
- Maria Cristina!...
- Não dramatize
- Afinal, você me expulsa deste modo?! Que fiz eu?
- Não vou com a sua cara.
- Minha filha, pelo amor de Deus, não me atire assim pela porta fora...
- Arranque-se daqui ou não respondo pelo que possa acontecer.
- Júlio!...Quero ver Júlio!...
- A senhora não mais envenenará meu marido com as suas conversas...
- Ah! Meu Deus!...
- Não se escore em Deus para mudar de assunto. Saia agora!
- Preciso arranjar minhas coisas, minha roupa...
- Nada disso... Amanhã, a senhora telefone, que eu mando seus cacarecos...
- Não posso sair assim...
- Vamos ver quem pode mais... Colocando algum dinheiro nas mãos da sogra, sacudiu-a com violência e, em seguida, puxou-a até a porta e gritou:
- Vá de táxi, vá de ônibus, vá como quiser, mas desapareça!
Inútil qualquer tentame de socorro. A moça, transtornada, não assimilava qualquer apelo à misericórdia.
Num momento D. Maria Eugénia se viu empurrada para a rua. A pobre cambaleou, arrastou-se, e, mais alguns minutos de chuva e lágrimas nos olhos, o desastre... Projectada ao longe por pesado veículo veio a fractura mortal.
No dia seguinte, identificada pelo filho numa casa de pronto-socorro, largou-se do corpo ao anoitecer.
Abateu-se o infortúnio sobre o casal.

Júlio e Maria Cristina passaram à condição de doentes da alma. Por mais que a mulher engenhasse a escapatória, asseverando que a sogra teimara em sair em visita à irmã, debaixo do aguaceiro, o esposo desconfiava. Desconfiava e sofria.
D. Maria Eugénia, porém, na Espiritualidade, compadeceu-se dos filhos e, conquanto enriquecida de protecção e carinho, não se sentia tranquila ao sabê-los em desentendimento e dificuldade. Repetia preces, mobilizou relações e, depois de quatro anos, venceu o problema, tornando, de novo, à Terra...
Hoje, fui ver a velha amiga renascida no Rio. Renasceu de Júlio e Maria Cristina, lembrando uma flor de luz no mesmo tronco familiar. Os pais felizes, agindo intuitivamente, deram-lhe o mesmo nome: Maria Eugénia. O jovem progenitor beijava-a enternecido e a ex-nora, transfigurada em mãezinha abnegada, guardava-a sobre o próprio seio, com a ternura de quem carrega um tesouro.
Meditava nos prodígios da reencarnação, à frente do trio, quando o irmão Felisberto, que me acompanhava, falou, entre a alegria e a emoção:
- Veja, meu amigo! Não adianta brigar, condenar, ofender, perseguir... A lei de Deus é o amor e o amor vencerá sempre.
Irmão X

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Mensagem Mediúnica


  • Dado que actualmente muitos ‘médiuns’ desprezam e/ou adulteram os talentos que lhes foram transitoriamente concedidos, rendidos ao orgulho, ao egoísmo e à vaidade (que todos nós possuímos em maior ou menor grau, diga-se de passagem), resolvemos enviar-lhe uma comunicação de um Espírito Amigo sobre o assunto.

  • Na noite de 20 para 21 de Maio de 2007 iniciámos nossa reunião, escolhendo ao acaso, como é habitual, uma lição do Evangelho Segundo o Espiritismo, do Capítulo XXI, ("Falsos Cristos e Falsos Profetas"), a lição de Erasmo intitulada "Os falsos profetas da erraticidade".Tivemos dificuldade em ler a lição e foi com um certo esforço que o fizemos, dada a sonolência que nos incomodou o tempo todo. A todos nós, os participantes na reunião. Só posteriormente é que pudemos interpretar o porquê dessa sonolência.

  • Manifestou-se um Espírito Amigo, em nossa reunião e, após a sua comunicação, um Espírito familiar nos esclareceu, que o Espírito Amigo se manifestou para grande assembleia de espíritos encarnados presentes, em desprendimento durante o sono.Compreendemos, então, após ouvirmos a gravação da comunicação, que a sonolência que sentimos, nos era transmitida por espíritos encarnados presentes, numa autêntica reacção de fuga (às responsabilidades e a si próprios).

  • Transcrevemos, em seguida, a comunicação psicofónica, cujo conteúdo constitui um alerta para todos nós, em geral e para os ‘médiuns’, em particular.

“Meus amigos, sois aqueles que desceram à Terra num dia de bênçãos infinitas, derramadas em vossos corações, impulsionando vossas vontades para melhorardes, para aplicardes em concreto vosso aprendizado, as lições que incorporastes em vosso espírito. E partistes, mais uma vez, para o Planeta Bendito.

Lembrai-vos meus amigos. Recuai. Visualizai esse dia marcante em vossas vidas e os dias que o antecederam, onde, convictos das vossas missões, confiantes em vossas forças e em vosso amor a Deus, jurastes a vós mesmos cumprir o melhor que pudésseis, a Sua Vontade, levando a palavra de Jesus a todos os cantos do Planeta.

Missão difícil, mas fundamental, nos tempos em que decidistes encarnar. Tempos rápidos. Tempos em que impera o consumismo desenfreado, as leituras de bolso, os desejados milagres repentinos “solucionando” tantos problemas existenciais.

Fácil se torna, meus amigos, deixar-se iludir pelo elogio. Vede. Vede como vos mostrais ufanos, alegres, julgando o vosso trabalho bem realizado. Mas, olhando em vossos interiores, não encontrais mais do que o orgulho e a satisfação pessoal de serdes reconhecidos publicamente, de serdes ouvidos com atenção, de serdes acarinhados interesseiramente, ou por ignorância, trazendo para vossos espíritos endividados maiores responsabilidades pelos enganos que cometeis e pelos enganos a que conduzis outros que, um dia, pela lei da acção e da reacção, tereis de reencaminhar.

Sim, meus amigos, muitos falsos profetas desceram e viveram no mundo. Muitos falsos profetas desceram ainda mais no mundo, proclamando na actualidade leis absurdas, filosofias ilusórias que apenas retardam o progresso tão ansiado, a iluminação das mentes e o encontro com Jesus.

Reflecti, meus amigos. A hora é chegada, da vossa derradeira decisão. Não podeis adiar mais. Não podeis iludir-vos. A última hora será tarde para a decisão. É hoje, a partir de agora, que deveis mudar vosso caminho, pois Jesus nada cobrou pelos seus ensinamentos. Não mistificou, não retirou responsabilidades individuais, criando facilidades enganadoras. Não incentivou ao prazer e sim à meditação, à reflexão de nossos erros e à correcção das nossas atitudes, erguendo o olhar para Deus, nosso Pai.

A mediunidade, meus amigos, vos foi entregue para auxiliardes a todos os necessitados que de vós se aproximam. Para ensinardes os caminhos mais correctos a escolher por vossos irmãos. Nada deveis cobrar em troca, porque já recebeis por esse trabalho em centuplicado.

Fugi das projecções sociais que tantas perdas têm provocado. Não queirais o brilhantismo dos grandes salões, porque encontrareis, em mais um regresso, apenas casebres nas vossas aquisições morais e espirituais.

É chegada a hora, meus amigos. O mundo evolui. Ao nosso Planeta têm aportado grandes cientistas que produzem em laboratórios especializados grandes descobertas nas várias áreas, trazendo à Humanidade conforto e mais conforto como nunca antes se viu. Cura para doenças antes consideradas incuráveis. Aumento da visão do Universo em ritmo acelerado, deixando a Humanidade estonteada à medida que esse conhecimento é divulgado. As grandes organizações humanitárias surgem um pouco por todo o planeta, levando o consolo e o auxílio que se fazem necessários a grande parte dos povos em sofrimento. Missionários abnegados surgem de todos os cantos, proclamando a Verdade, implorando a urgência da mudança da sociedade do lucro em prol dos mais pobres, dos indesejados, dos esquecidos pela comunicação social, mas que morrem ainda aos milhões.

Meditai, meus amigos. O Mundo está em mudança. Se recuarmos aos séculos anteriores verificareis que nunca houve uma época semelhante à que agora encontrais. Deveis salvaguardar as aquisições já adquiridas, passe o pleonasmo. Valorizar o que encontrais de positivo ao vosso redor e tentar eliminar a dor, a ignorância e a descrença, na medida das vossas possibilidades, aumentando a vossa fé num porvir melhor para todos e para vós mesmos.

Ficai em Paz meus amigos e que as luzes da esperança encham vossos corações e que a vossa vontade se reforce, alterando vossas atitudes, no amanhã que se aproxima.

Um Espírito Amigo

mensagem recebida no "Núcleo Espírita Familiar Amigo Amén"
Santa Maria

enviado por Manuel

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Grupo Espírita

Carta enviada por correio electrónico
Amiga Joana:

Solicita-nos a amiga que digamos quem somos, que nos identifiquemos. Pois bem: somos um núcleo espírita familiar cuja origem remonta a 1992, embora alguns de nós tenhamos mais de duas décadas de experiência na participação, quer no movimento espírita, quer em reuniões mediúnicas sérias, sempre pautadas pelas regras que a Codificação Espírita impõe.

Nunca pensámos no nome de nosso núcleo espírita familiar, pois achámos que isso nunca seria importante mas, já que nos pede, indicaremos um nome que adiante justificaremos: "Núcleo Espírita Familiar Amigo Amén".

Quanto aos nossos nomes, pouco importa. Assinamos com pseudónimos. Aliás, achamos que o conhecimento que outrem possa ter acerca da nossa identidade pessoal constitui um entrave ao nosso trabalho. Pretendemos o anonimato total para que possamos, longe do mediatismo reinante, levar a cabo o exercício activo da Caridade, tal como o Mestre nos ensinou.

Nossas reuniões mediúnicas dedicam-se única e exclusivamente à prática da Caridade que, como sabeis, é exercida em ambos os lados da existência. A parcela decisiva do trabalho é feita pelos Amigos Espirituais. A doutrinação a entidades sofredoras é, em nosso entender, o culminar de um trabalho, por vezes longo, já anteriormente desenvolvido.
Nossa participação durante as reuniões mediúnicas, enquanto doutrinador é, como diz André Luiz, semelhante à de um “técnico electricista que liga e desliga tomadas”. Não nos esquecemos nunca de que as entidades sofredoras manifestantes se encontram na maioria das vezes numa situação confusa e de que, mais do que as palavras que possamos ou não dizer, o importante são as vibrações de amor que lhes enviarmos. Trata-se de irmãos muito carenciados de Amor. Sobretudo isso. Amor e algum esclarecimento.

Como sensitivo que somos, durante as reuniões, vamos captando o ambiente que nos cerca, o que, dada a experiência que possuímos, nos permite afirmar, com grande margem de segurança, o que está ocorrendo; assim, intuídos que estamos sendo, podemos conduzir a reunião, de acordo com a estratégia mais adequada ao bom prosseguimento dos trabalhos.
Como podereis adivinhar, os diálogos que mantemos com as entidades em sofrimento são relativamente curtos. A estratégia varia caso a caso. Seria longo descrevê-las. Mas podereis consultar os livros de Hermínio Miranda a respeito.
Quanto às comunicações que recebemos, algumas de entidades cujos nomes são conhecidos na Terra, temos sempre muito cuidado na análise do conteúdo. Mas mais do que as palavras e/ou a entoação com que elas são proferidas, o clima espiritual que se gera durante a comunicação, o 'clima vibratório' transmitido e sentido pelos presentes, que nos permite perceber sobre o grau de elevação e a autoridade moral do espírito comunicante. E isto não pode ser percebido por uma simples análise textual do conteúdo da comunicação. Porque aqui, mais do que as palavras, é o coração que fala. E as emoções sentidas pelos participantes numa reunião mediúnica – em qualquer reunião mediúnica – nunca poderão ser transmitidas pelo texto da comunicação. Por isso, sempre aconselhamos prudência nas avaliações: nem uma análise que se oriente pelo 'friamente racional', nem a aceitação mais ou menos leviana, em que tudo (ou quase) é admitido sem aprofundada análise.
Pela nossa parte a constância da credibilidade da médium, adicionada à experiência do doutrinador, a coesão e a afinidade dos participantes são garantias a ter em consideração. Não absolutas, pois nestas questões o absoluto não existe.

Ninguém está livre de mistificações. O próprio Chico Xavier psicografou um livro intitulado " Cartas de uma morta" e atribuído ao espírito de Maria João de Deus, sua mãe terrena e publicado em 1935, que nós consideramos completa mistificação. A que se deveu isso? Quanto a nós, vários factores confluíram: por um lado, o íntimo desejo do médium de uma comunicação de sua mãe terrena, a quem ele tanto queria e admirava; por outro, a atmosfera social reinante que fez com que, por exemplo, o livro "A vida no planeta Marte e os discos voadores" (1955), atribuído ao espírito Ramatis e que é, como se sabe, uma mistificação da primeira à última página, se vendesse mais do que todas as obras da Codificação juntas.
Pela nossa parte habituámo-nos a reger pelo conselho de Erasto: "Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, pelo menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom-senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa..." (Livro dos Médiuns, Cap.XX, item 230, tradução de J. Herculano Pires).
A escolha do nome "Núcleo Espírita Familiar Amigo Amén" deve-se ao facto de este Espírito Amigo se manifestar desde há cerca de 15 anos e sentirmos grande carinho por ele e ele por nós. Trata-nos sempre por "meus filhos" . Antes de se manifestar sentimos grande emoção pessoal. Após a sua manifestação a "médium" fica sempre com uma sensação de grande tranquilidade. Nunca disse o seu nome. Já não sabemos se foi este nosso querido amigo, se nós, que escolhemos o nome de Ámen (inicialmente fazia o sinal da cruz). Passou, desde então, a ser conhecido em nosso grupo como “Amigo Ámen”. E é assim que o tratamos desde sempre. Talvez um dia ele nos diga sobre uma de suas vidas na Terra e fiquemos a saber algo sobre a sua identidade. Para nós é e será sempre um Amigo Espiritual muito querido.
Santa Maria, 28 de Maio de 2007

Manuel

terça-feira, 12 de junho de 2007

Mensagens Mediúnicas

De acordo com o meu pedido, o amigo Manuel enviou-me para o correio electrónico os dados necessários à identificação das mensagens mediúnicas que tem divulgado nos comentários. E permitiu que divulgasse a sua carta com a história do grupo que se reune, essencialmente, com o objectivo de prestar auxílio a entidades sofredoras. É o que farei, pois todas as informações são importantes, quando tentamos avaliar da seriedade e credibilidade de mensagens emanadas do Alto.
Com os posts existentes, sobre "Mediunidade", "Animismo, Mediunismo e Mistificação", aliados ao estudo das obras básicas da codificação, moralidade e bom-senso de todos os leitores, creio possuirmos algumas ferramentas que nos permitem aquilatar da qualidade das mensagens que passarei a postar, da responsabilidade do grupo espírita familiar "Amigo Amén" e, sempre que eu entenda, poderem elas servir de instrução para as nossas vidas, tendentes ao aperfeiçoamento individual e à prática do Bem, desde que não firam os princípios doutrinários compilados por Allan Kardec e oriundos dos Espíritos Superiores.
Quanto à assinatura das mensagens, ela é secundária, desde que o conteúdo revele a superioridade do espírito manifestante, tanto mais humilde o seu estilo (e aqui não me refiro ao literário) e a forma como expressa os seus ensinos, quanto o seu pensamento for, de facto superior.
Muitos espíritos furtam-se à identificação ou porque tiveram projecção na terra, ou porque o seu nome nada nos diria. Dediquemo-nos, pois a uma análise cuidadosa do conteúdo.
Lembremo-nos ainda, que, como diz Divaldo, "Espírito não tem dono" e que, segundo Erasto, "mais vale rejeitar 10 verdades, do que aceitar uma só mentira".
Passaremos, brevemente, à divulgação da carta, atrás referida.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

O AMOR

Quando Jesus pronunciou essa palavra divina - AMOR - ela fez estremecer os povos, e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

(O Evangelho Seg. o Espiritismo)








domingo, 10 de junho de 2007

MEDIUNISMO, ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO


IV Parte

  • Mencionamos, por último, o fenómeno tão comum da mistificação. Não é animismo, que é um fenómeno tão respeitável quanto o mediúnico. O fenómeno de mistificação é aquele que parece mediúnico, que pode parecer anímico, mas não é. A mistificação é engendrada pela malícia consciente, mas a maior parte das vezes inconsciente de quem a produz.

  • Na mistificação há intenção de enganar, com o objectivo de autopromoção pessoal, de grupo ou mesmo de instituições. Ela é devida, a maior parte dos casos, à falta de humildade, aliada a frustrações pessoais e complexos de inferioridade, e vem frequentemente muito bem embalada, para melhor aceitação.

  • Por vezes é o resultado da expressão de uma pessoa com acentuada carga neurótica, a ser tratada por especialistas, e a que o Centro Espírita pode dar um grande auxílio se não a encaminhar para grupos de "desenvolvimento mediúnico", com o diagnóstico de "mediunidade a desenvolver o mais rapidamente possível".

  • Há que não confundir pessoas emocionalmente desequilibradas, torturadas, abertamente neuróticas com médiuns. Se a mediunidade e o animismo surgem em pessoas equilibradas, a mistificação surge sempre de espíritos doentes, a que deveremos dar atenção, sim, mas tratando-os como espíritos doentes, a necessitar de apoio e auxílio.

  • Não se pense que os fenómenos mediúnico, anímico e mistificação possam surgir isoladamente, com nitidez. Muitas vezes a mistificação vem à mistura com animismo e, por vezes também com mediunismo. Mesmo que a mistificação seja do espírito comunicante, isso não retira responsabilidade ao médium de estar colaborando.

  • Conhecemos obras que são completa mistificação, produzidas por espíritos (e médiuns) vaidosos e pseudo-sábios que quando vieram a público, tiveram maior tiragem do que qualquer obra da Codificação. A credulidade, ignorância, desejo do insólito, assim o exigiram.

  • A participação em tarefas mediúnicas, sejamos médiuns ostensivos ou não, exige de todos nós muito estudo (das obras da Codificação e complementares), moralização e bom senso.

  • Emmanuel diz-nos que "a maior necessidade do médium (e todos o somos), é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias" (3); "se a execução desse esforço (de iluminação interior) não se efectua, tende cuidado, porque então, os efeitos serão extensivos a todos os centros de força orgânica e psíquica. O obsidiado que entrega o corpo, sem resistência moral, às entidades ignorantes e perturbadas, é como o artista que entregasse o seu precioso violino a um malfeitor" (3).
(3) Xavier,F.C., Emmanuel. (1988) O Consolador, 14ª Ed., FEB, Rio.

Além das citações feitas, consultámos os seguintes livros:

Ernesto Bozzano:"Animismo ou Espiritismo?"(FEB);
Alexandre Aksakoff: "Animismo e Espiritismo"(FEB);
Hermínio Miranda: "A diversidade dos Carismas"(Arte e Cultura);
Apostila da 12ª Aula do Curso "Estudos sobre reuniões mediúnicas ",
do Centro Espírita Allan Kardec, de Campinas,SP.
Autor: Mário

quinta-feira, 7 de junho de 2007

MEDIUNISMO, ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO


III Parte
Não podemos isolar o animismo da mediunidade. Uma comunicação pode ser totalmente anímica, mas também a interferência do médium pode ser muito pequena. A manifestação totalmente anímica, poderá ocorrer:
  • a) como resultado de uma sugestão ou impressão sofrida pelo médium, em que o ambiente que o circunda tem grande parte de responsabilidade, cabendo ao orientador dos trabalhos a correcção e orientação fraterna do médium para controlar a imaginação e as emoções;
  • b) como a de um espírito em sofrimento, que já atrás citámos, e que é devido ao facto de o médium ter a mente fixada em situações aflitivas íntimas desta ou de reencarnações anteriores, exigindo doutrinação, como se de um espírito desencarnado se tratasse;
  • c) como a de um espírito superior ao médium, em que este, ao desdobrar-se, recupera a posse de conhecimentos espirituais que possui e que estão adormecidos quando no corpo físico; ainda aqui o médium deverá ser orientado para que não se vicie nesse género de produções, pois a sua tarefa é mesmo o intercâmbio com entidades desencarnadas.
  • Mas como distinguir uma comunicação anímica de uma verdadeira comunicação mediúnica?

Não existem receitas. Já Kardec afirmava que só se sabe se alguém é médium experimentando.

De qualquer forma, poderemos tentar verificar se uma comunicação é anímica:

  • a) fazendo a análise das comunicações obtidas pelo médium;
  • b) procurando fazer a percepção fluídica do médium em transe;
  • c) recorrendo à vidência.

Seja como for, se detectarmos animismo, deveremos tentar corrigir fraternalmente o médium e o assunto deve ser tratado com muita diplomacia, pois o médium pode estar plenamente convencido de que não produz animismo, dado disso não ter muitas vezes consciência.


Mas se a repetição da comunicação totalmente anímica permite tarde ou cedo a pessoas experientes a sua detecção, o mesmo não se passa com comunicações parcialmente anímicas, já que todas o são, dado que em todas haverá influência do médium, que mais não seja quanto à forma.

O problema se põe com severidade quando a comunicação é parcialmente anímica quanto ao conteúdo, quando o médium mistura inconscientemente parte dos seus pensamentos e sentimentos com os do espírito comunicante.

Ainda aqui, a responsabilidade do grupo é essencial, quanto ao ambiente que rodeia o médium, a necessidade de evangelização, de estudo e de humildade, caso contrário, surgirão os mal-entendidos e o grupo acabará caindo na desmoralização.

Franqueza fraterna, estudo e humildade!

Autor: Mário

sábado, 2 de junho de 2007

MEDIUNISMO, ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO

II Parte
  • Diz-nos Aksakoff que, quando o estado alterado de consciência se projecta para a sua interioridade, temos o que ele designa de "personismo"; quando essas energias se projectam para o exterior, actuando sobre objectos ou pessoas, temos o "animismo". Os fenómenos de clarividência, telepatia, telecinésia, seriam fenómenos anímicos. As aparentes comunicações mediúnicas, que mais não são do que a manifestação do espírito do próprio sensitivo, seriam fenómenos de "personismo".

  • Nos relatos de André Luiz, temos exemplos, nomeadamente de uma comunicação aparentemente mediúnica, mas que não passa de "personismo", para usar o termo de Aksakoff:
  • "Nossa amiga supõe encarnar uma personalidade diferente, quando apenas exterioriza o mundo de si mesma"(...)"a manifestação decorre dos próprios sentimentos de nossa amiga, arrojados ao pretérito, de onde recolhe as impressões deprimentes de que se vê possuída, externando-as no meio em que se encontra"(2).
  • Usualmente, não usamos o termo "personismo", englobando esta classe de fenómenos sob a designação de "anímicos". No caso citado acima, suporíamos a manifestação de um espírito sofredor, quando não passa do espírito do próprio sensitivo a manifestar-se.
  • Fica assim clara a distinção teórica entre fenómeno anímico (produzido pelo próprio sensitivo, com ou sem intervenção de outras pessoas encarnadas), do fenómeno mediúnico, que pressupõe a existência de uma inteligência extra-física, um espírito desencarnado, que, encontrando-se o sensitivo num estado alterado de consciência, indo desde a lucidez ao estado inconsciente mais profundo, se "enxertaria" no seu campo energético, produzindo assim o fenómeno.
  • Deste modo, a mensagem final será sempre o resultado da inter-relação entre duas mentes: a do médium e a do ser transcendental (espírito ou entidade desencarnada). A experiência mostra-nos que, mesmo com médiuns muito seguros, há interferência. O problema da filtragem mediúnica está sempre presente e, por vezes o conteúdo da mensagem da entidade comunicante vem severamente alterado, quando não deturpado.

  • Poderemos citar o exemplo vindo no livro "O Consolador" (Emmanuel/Chico Xavier), em que a resposta de Emmanuel à teoria das almas gémeas entra em conflito com a que vem no Livro dos Espíritos. Indagado a respeito, Emmanuel atribui o facto precisamente a problemas de filtragem mediúnica.
  • Serve isto para alertar todos os que lidam com o fenómeno mediúnico que a questão é bem complicada e exige bastante estudo e experiência. O bom senso e o espírito crítico, bem como uma grande dose de humildade, devem estar sempre presentes, para que não se tomem como verdadeiras, comunicações que o não são.
(2) Xavier,F.C.,Luiz,A. (1985). Nos Domínios da Mediunidade,14ª Ed. FEB.Rio, Brasil
Xavier,F.C.,Luiz,A.. (1987) Mecanismos da Mediunidade,10ª Ed., FEB. Rio, Brasil
Autor: Mário

sexta-feira, 1 de junho de 2007