MEDIUNISMO, ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO
IV Parte
- Mencionamos, por último, o fenómeno tão comum da mistificação. Não é animismo, que é um fenómeno tão respeitável quanto o mediúnico. O fenómeno de mistificação é aquele que parece mediúnico, que pode parecer anímico, mas não é. A mistificação é engendrada pela malícia consciente, mas a maior parte das vezes inconsciente de quem a produz.
- Na mistificação há intenção de enganar, com o objectivo de autopromoção pessoal, de grupo ou mesmo de instituições. Ela é devida, a maior parte dos casos, à falta de humildade, aliada a frustrações pessoais e complexos de inferioridade, e vem frequentemente muito bem embalada, para melhor aceitação.
- Por vezes é o resultado da expressão de uma pessoa com acentuada carga neurótica, a ser tratada por especialistas, e a que o Centro Espírita pode dar um grande auxílio se não a encaminhar para grupos de "desenvolvimento mediúnico", com o diagnóstico de "mediunidade a desenvolver o mais rapidamente possível".
- Há que não confundir pessoas emocionalmente desequilibradas, torturadas, abertamente neuróticas com médiuns. Se a mediunidade e o animismo surgem em pessoas equilibradas, a mistificação surge sempre de espíritos doentes, a que deveremos dar atenção, sim, mas tratando-os como espíritos doentes, a necessitar de apoio e auxílio.
- Não se pense que os fenómenos mediúnico, anímico e mistificação possam surgir isoladamente, com nitidez. Muitas vezes a mistificação vem à mistura com animismo e, por vezes também com mediunismo. Mesmo que a mistificação seja do espírito comunicante, isso não retira responsabilidade ao médium de estar colaborando.
- Conhecemos obras que são completa mistificação, produzidas por espíritos (e médiuns) vaidosos e pseudo-sábios que quando vieram a público, tiveram maior tiragem do que qualquer obra da Codificação. A credulidade, ignorância, desejo do insólito, assim o exigiram.
- A participação em tarefas mediúnicas, sejamos médiuns ostensivos ou não, exige de todos nós muito estudo (das obras da Codificação e complementares), moralização e bom senso.
- Emmanuel diz-nos que "a maior necessidade do médium (e todos o somos), é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias" (3); "se a execução desse esforço (de iluminação interior) não se efectua, tende cuidado, porque então, os efeitos serão extensivos a todos os centros de força orgânica e psíquica. O obsidiado que entrega o corpo, sem resistência moral, às entidades ignorantes e perturbadas, é como o artista que entregasse o seu precioso violino a um malfeitor" (3).
(3) Xavier,F.C., Emmanuel. (1988) O Consolador, 14ª Ed., FEB, Rio.
Além das citações feitas, consultámos os seguintes livros:
Ernesto Bozzano:"Animismo ou Espiritismo?"(FEB);
Alexandre Aksakoff: "Animismo e Espiritismo"(FEB);
Hermínio Miranda: "A diversidade dos Carismas"(Arte e Cultura);
Apostila da 12ª Aula do Curso "Estudos sobre reuniões mediúnicas ",
do Centro Espírita Allan Kardec, de Campinas,SP.
Autor: Mário
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