segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mundos Superiores e Inferiores



Mundos de Expiações e de Provas

13. Que vos direi, que já não conheceis, dos mundos de expiações, pois que basta considerar a Terra que habitais?

A superioridade da inteligência, num grande número de seus habitantes, indica que ela não é um mundo primitivo, destinado à encamação de Espíritos ainda mal saídos das mãos do Criador. Suas qualidades inatas são a prova de que já viveram e realizaram um certo progresso, mas também os numerosos vícios a que se inclinam são o indício de uma grande imperfeição moral.

Eis porque Deus os colocou num mundo ingrato, para expiarem suas faltas através de um trabalho penoso e das misérias da vida, até que se façam merecedores de passar para um mundo mais feliz.


14. Não obstante, não são todos os Espíritos encarnados na Terra que se encontram em expiação.

As raças que chamais selvagens constituem-se de Espíritos apenas saídos da infância, e que estão, por assim dizer, educando-se e desenvolvendo-se ao contacto de Espíritos mais avançados.

Vêm a seguir as raças semicivilizadas, formadas por esses mesmos Espíritos em progresso. Essas são, de algum modo, as raças indígenas da Terra, que se desenvolveram pouco a pouco, através de longos períodos seculares, conseguindo algumas atingir a perfeição intelectual dos povos mais esclarecidos.

Os Espíritos em expiação aí estão, se assim nos podemos exprimir, como estrangeiros. Já viveram em outros mundos, dos quais foram excluídos por sua obstinação no mal, que os tomava causa de perturbação para os bons. Foram relegados, por algum tempo, entre os Espíritos mais atrasados, tendo por missão fazê-los avançar, porque trazem uma inteligência desenvolvida e os germes dos conhecimentos adquiridos.

É por isso que os Espíritos punidos se encontram entre as raças mais inteligentes, pois são estas também as que sofrem mais amargamente as misérias da vida, por possuirem maior sensibilidade e serem mais atingidas pelos atritos do que as raças primitivas, cujo senso mo­ral é mais obtuso.

15. A Terra nos oferece, pois, um dos tipos de mundos expiatórios, em que as variedades são infinitas, mas têm por carácter comum servirem de lugar de exílio para os Espíritos rebeldes à lei de Deus.

Nesses mundos, os Espíritos exilados têm de lutar, ao mesmo tempo, contra a perversidade dos homens e a inclemência da natureza, trabalho duplamente penoso, que desenvolve a uma só vez as qualidades do coração e as da inteligência. É assim que Deus, na sua bondade, toma o próprio castigo proveitoso para o progresso do Espírito.


Santo Agostinho Paris, 1862
O Evangelho Segundo o Espiritismo* CAPíTULO III

2 comentários:

  1. Cara Joana, bom dia, muita paz e serenidade. Eu gostaria de saber se há condições de sabermos se nós somos espíritos em expiação?
    Abraços
    Carlos
    brevejesusvoltara@ig.com.br

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  2. Olá, Carlos

    Tal como diz Santo Agostinho, vivemos num planeta de provas e expiações. Não é um mundo atrasado, mas também não é, certamente, um planeta onde reinam a paz, a sabedoria e a paz. Basta vermos as calamidades colectivas e individuais que nos assolam diariamente.
    O nosso planeta caminha lentamente para se transformar num mundo de regeneração e podemos observar o despertar de sentimentos mais condicentes com a dignidade humana, onde as consciências acordam para os problemas que envolvem este planeta.

    A nível individual podemos sempre olhar para dentro de nós próprios e, pelas nossas tendências, percebermos se estaremos ou não em expiação. Em termos gerais, creio que sim, pois só os espíritos de eleição, vindo a este mundo em missão de evangelização, missionários do bem, poderão ser a excepção, com os exemplos que deixam no mundo: veja-se Madre Teresa de Calcutá, Francisco Cândido Xavier e tantos outros que em todos os tempos chegaram à Terra.

    Um abraço

    Joana

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