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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O Egoísmo



  • É fato reconhecido que o egoísmo está na raiz dos diversos males sociais por que passa a humanidade. Os diversos conflitos de interesse, as diversas formas de escravizar o próximo para atingir determinados interesses, mesmo os mais vis, sejam materiais ou morais.
  • Sendo desta forma, importante ressaltar que o egoísmo, ao qual colocamos a culpa de inúmeros males, é apenas uma faceta de um mal maior, raiz, este sim, de muitas das desgraças já acontecidas à humanidade em todos os tempos: o orgulho, pai do egoísmo.
  • É justamente o orgulho que dá base maior e mais firme, embora irracional, pois o orgulho tem em si um ar de superioridade, uma certeza de que é melhor que os outros, e que não deve favores a outrem mas, sim, são eles que os devem.
  • Segundo Kardec "julgando-se com direitos preferenciais, molesta-se por tudo o que, em seu entender, o prejudica. Naturalmente a importância que, por orgulho se atribui, o torna naturalmente egoísta".
  • O egoísmo e o orgulho têm, há que ressaltar, origem num sentimento natural: o instinto de conservação. E este instinto, como afirmam os Espíritos em O Livro dos Espíritos, procede da Lei de Conservação, Lei Natural.
  • Sobre este mesmo assunto, Herculano Pires escreveu o seguinte em Curso Dinâmico de Espiritismo: "A mais inútil das coisas e os mais prejudiciais dos seres são necessários. E ser necessário é ser indispensável, é pertencer a um elo da cadeia inimaginável que Kardec nos apresenta nesta frase tantas vezes repetida no Livro dos Espíritos: tudo se encadeia no Universo".
  • Ele diz isto porque o instinto de conservação, em si mesmo é útil para o desenvolvimento do princípio inteligente no seu processo de individualização e evolução. Seu excesso é que é prejudicial.
  • E é Kardec, novamente, que explica este ponto: "Este sentimento contido em justos limites é bom em si; a sua exageração é que o torna mau e pernicioso".
  • Importante isto: o instinto de conservação, enquanto dentro dos seus limites naturais, é essencial para o correcto desenvolvimento do espírito, enquanto ser psicológico (ou espiritual, espírito imortal) e orgânico (enquanto preso a um invólucro carnal, passando pelas fases da infãncia, juventude e madureza). Pois durante os primeiros anos de vida (na fase infantil), esta tendência a ser o centro das atenções no seio familiar é um factor característico.
  • Sobre este ponto, Herculano Pires nos traz uma valiosa contribuição: "Podemos seguir esse processo no caso humano, em que o ego aparece como pivô da personalidade em formação, desde a infância. A criança é egocêntrica, é um pivô em torno do qual giram as atenções e as afeições da família. Ela se torna, naturalmente, no centro do mundo. Porque esse é o meio de consolidação da sua individualidade".
  • Até aqui, que luz não é lançada para os pais e os educadores, para compreenderem o processo de desenvolvimento, principalmente, das crianças chamadas 'mais difíceis'.
  • Não é na aura que observaremos na criança para analisar se ela contém em si a essência de um bom espírito, mas nos seus actos, que desde a infância, podemos avaliar. Crianças que ultrapassam este limite natural traçado pelo instinto de conservação, chegando a ser agressivas, rabugentas, indisciplinadas (como por acaso são chamadas algumas crianças da 'nova era'), fogem a este padrão e se enquadram justamente nas que desenvolveram (pelo menos hipoteticamente) mais a inteligência que a moral, pois é inconcebível que espíritos bons e benevolentes, quando encarnados se tornem indisciplinados, egoístas, histéricos e violentos quando não são atendidos, chegando a parecer que têm o 'rei na barriga'...
  • As crianças da 'nova era', como diz Kardec, em A Gênese, no capítulo 'Os Tempos são Chegados', devem ser desta forma:"A nova geração, devendo fundar a era do progresso moral, distingue-se por uma inteligência e uma razão geralmente precoces, unidas ao sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas, o que é sinal indubitável de um certo grau de adiantamento anterior".
  • Interessante notar que o trecho seguinte afirma que esta nova geração não será exclusiva de espíritos superiores, mais ou menos avançados, mas de espíritos diversos, sendo que todos possuem em si os elementos necessários para secundar este movimento regenerador: disciplina, noção mais ampla do que seja o amor, sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas. Isto é apanágio de espíritos indisciplinados, notadamente egoístas e arrogantes?
  • Bom, como vimos, o instinto de conservação, sendo anterior à sua deterioração, quando se converte em egoísmo, é bom em si, como tudo o que vem de Deus. Nós é que o degeneramos.
  • E sendo a caridade e a fraternidade o resumo de todas os deveres e condições sociais, reclamando também a existência da abnegação, incompatível se torna a coexistência da liberdade, igualdade e fraternidade ao lado do egoísmo e do orgulho. Eles são antagónicos e na presença de um o outro se destrói.
  • Mas transformar o egoísmo em amor, em caridade, em indulgência, abnegação não é fácil. E foi por isso que Kardec, no mesmo texto já citado de Obras Póstumas afirma que "se quiserdes que os homens vivam como irmãos na Terra, não basta dar-lhes lições de moral".
  • A educação não deve ser somente aquela que instrui, mas, e principalmente, aquela que forma o carácter do indivíduo. Essa a que Kardec se refere em O Evangelho segundo o Espiritismo.
  • Quantas vezes não educamos nossos filhos dentro dos princípios do egoísmo e nos assustamos com o monstro que criamos? Quando o proibimos de dividir seu brinquedo com um coleguinha da escola, de dividir o lanche, de voltar para casa apanhado, entre outras situações?
  • E aí entra a missão dos pais na educação dos filhos, respondendo não somente pelo bem que fez e o que o instruiu de fazer, mas acima de tudo, por todo o mal que o ensinou, e principalmente, pela omissão em ensinar algo que sabia ser o certo, ou ao menos alertar quanto à má conduta já em andamento.
  • Mas tem gente que afirma que o egoísmo e o orgulho são impossíveis de serem destruídos por serem inerentes ao homem. Se assim fosse, e o homem estivesse fadado ao atraso, a morrer com o egoísmo, porque vemos hoje tantos movimentos em prol da caridade, da fraternidade, sentimentos antagónicos dos primeiros? Porque observamos hoje uma preocupação maior com a prática de atitudes responsáveis, éticas, morais? Será porque o mal é inerente ao homem, ou porque faz parte do seu desenvolvimento como indivíduo assim como a sua libertação de tudo aquilo que lhe é danoso e lhe atrasa o desenvolvimento moral e intelectual?
  • Kardec ainda afirma que "a causa do orgulho está na crença, que o homem tem, da sua superioridade individual, e aqui se faz sentir a influência da concentração do pensamento nas coisas da vida terrestre".
  • E afirma em seguida que "a incredulidade, além de não ter meio para combater o orgulho, estimula-o e dá-lhe razão, pelo fato de negar a existência de um poder superior à humanidade". E não é assim? O homem que não teme o futuro, por acreditar que nada existe após o túmulo, em que se baseia para ser caridoso? Não seria mais atractivo pensar nos seus desejos e nas suas sensações que ficar a se martirizar por alguém ou uma causa em que abandonará pela morte? Para quê se sacrificar em estudos e trabalhos exaustivos se o destino disto é o nada?
  • Por isso que, não sendo únicas, a crença em Deus e na vida futura, tal como apregoa o Espiritismo, racionalmente, através de uma séria reflexão, é a condição primeira, mais importante para esta transformação. Pois, além de ter em vista o futuro, deve-se analisar com pesar o passado para se fazer uma justa ideia do que se tem e passa no presente.
  • E a Reencarnação oferece esta possibilidade. Pois se ele apenas considera a vida no hoje, vê as desigualdades e não as pode explicar. Ao passo que se observa o amanhã, com a correcta noção do que foi ontem, as consequências dos seus actos são extremamente outras.
  • Por isso, "no infinito campo, que o Espiritismo lhes põe aos olhos, a sua importância pessoal anula-se, por que compreende que, sós nada valem e nada podem, que todos precisamos uns dos outros não sendo nenhum mais que o outro; duplo golpe desfechado contra o orgulho e o egoísmo"(Kardec, Obras Póstumas).
  • Léon Denis afirma a mesma coisa em Depois da Morte: "(...)Antes de tudo, o homem é um ser social. Está destinado a viver com os seus semelhantes; nada pode fazer sem o concurso destes. Abandonado a si mesmo, ficaria impotente para satisfazer suas necessidades, para desenvolver suas qualidades".
  • Mas só aceitamos esta verdade quando, rebaixado o egoísmo, nos despimos da couraça criada pelo orgulho, couraça esta que só nos traz solidão e tristeza.
  • Entretanto, esta mudança não ocorre de súbito. Ele não pode transcender vícios e sentimentos de súbito. Muita luz o cega, o deslumbra, em vez de auxiliar. O homem precisa de tempo para assimilar novas ideias, novos sentimentos. Precisa do que Kardec chamou de 'maturidade do senso moral' em O Evangelho segundo o Espiritismo.
  • Por isto, estava correctíssimo Lao Tsé ao se expressar desta forma: "Aquele que vence o outro é forte, o que vence a si mesmo é invencível; quem conhece o outro é sábio, quem conhece a si mesmo é iluminado".

    919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e
    de resistir à atracção do mal?
    Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.” O Livro dos Espíritos”
  • Pois é muito fácil analisar e apontar os erros do outro. Difícil mesmo é assumir os nossos. E o egoísmo, aliado ao orgulho, é o sentimento mais difícil de erradicar no homem, em vista das mil desculpas que criamos para alimentá-los. Por isto estava e está correcto Lao Tsé: conhecer o outro pode nos tornar sábios, gurus, mas o conhecer a si próprio nos torna iluminados. E olha que existem inúmeros exemplos de que isto é verdade.
  • Para finalizar, "o Espiritismo é, sem contestação, o elemento mais potente de moralização, porque alui os fundamentos do egoísmo e do orgulho, dando sólido fundamento à moral". E mais adiante acrescenta: "Ele encontrou o homem no meio da vida, no ardor das paixões, na força dos preconceitos, e se em tais condições tem operado prodígios, como não operará quando o tomar no berço, virgem de todas as impressões maléficas, quando lhe der, com o leite, a caridade, e o acalentar com fraternidade, quando, enfim, uma geração inteira vier alimentada por ideias que a razão fortificará em vez de debilitar?"
  • Várias gerações cresceram com os ensinamentos do Espiritismo mas, porque nós não vemos de maneira precisa, a realização desta previsão de Kardec?
  • Porque, embora não admitamos, estava certo Herculano Pires ao afirmar que "todos falam de Espiritismo bem ou mal. Mas ninguém o conhece. (...) Na verdade os seus próprios adeptos não o conhecem. Quem se diz espírita arrisca-se a ser procurado pra fazer macumba, despachos contra inimigos ou curas milagrosas de doenças incuráveis. Grandes instituições espíritas, geralmente fundadas por pessoas sérias, tornam-se às vezes verdadeiras fontes de confusão a respeito do sentido e da natureza da doutrina".
  • Embora hoje, com o andar do movimento espírita brasileiro e mundial, esta realidade esteja sendo retrabalhada, modificada, ainda impera, principalmente aqui no Brasil, esta confusão, este desconhecimento. (e eu acrescento - de igual modo, isso acontece aqui em Portugal, sendo que a Doutrina esteve proibida durante a Ditadura de Salazar, vendo-se impossibilitada de se tornar conhecida do grande público).
  • E por isso, e por nossa covardia em abraçar um ideal, com medo de perder os 'favores mudanos', de abandonar velhos vícios é que não vemos esta realidade mudar. Não podemos ainda ver com alegria uma geração realmente imbuída dos princípios do Espiritismo, e por que não, das noções mais elementares das Leis Divinas que este ensina e propaga.
  • Entretanto, esta é uma realidade que se ainda não a vemos, temos a certeza e a fé que, trabalhando todos unidos, de maneira séria e perseverante, poderemos, ao desencarnar, vislumbrar um pouco daquilo que será a Humanidade quando as crenças espíritas, seus princípios mais elementares estiverem disseminados em nossa sociedade, provocando uma renovação social, uma transformação real no dia-a-dia de cada um de nós.
  • Aí poderemos sorrir satisfeitos por termos feito nossa parte, sabendo que os Espíritos continuarão, como sempre estiveram, fazendo a parte deles, ensinando o amor, destruindo o egoísmo e o orgulho, assim como todos os vícios inerentes a eles. Aí veremos a Era do Espírito brilhar!
Pensemos nisso!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Responsabilidade dos Educadores




Na noite de 22 para 23 de Junho de 2008, durante a reunião semanal, todos os componentes do grupo sentiram imenso mal-estar. O companheiro encarregado da leitura de um trecho de ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’ quase não o conseguia fazer, tal o envolvimento mental a que estava sujeito. Após a reunião, manifestou-se o Amigo Amen que, após uma lição que, em nossa opinião, constitui um verdadeiro roteiro quanto à educação a dar às nossas crianças, no final, nos esclareceu sobre o que se havia passado.
Procurámos também e, pela primeira vez, indagar sobre a identidade deste nosso companheiro que já se manifesta entre nós há mais de 15 anos...

Amigo Amen - “(...) a estrada ainda por cumprir que o Mestre nos deixou. Estrada estreita que todos teremos que percorrer. Uns, mais depressa, outros tropeçando nos obstáculos do caminho. Muitos recuando, metendo por atalhos que apenas conduzem ao egoísmo, às lutas individualistas, à ambição e à perda, nas demais vezes.

Amar ao próximo, meus filhos, começa na infância, quando os pais, grandes educadores desse pequeno ser que desperta para a vida, orientam e ensinam, através do exemplo, a respeitar as diferenças, a aceitar, ou não, como resposta aos seus caprichos, às suas birras infantis, quando lhe ensinam a ordem, a disciplina na sua vida diária, quando lhe ensinam a orientar-se nas relações sociais com as outras crianças, apoiando os mais fracos, a ninguém colocando de lado, cultivando a paz e o entendimento, em vez das guerras que conduzem a criança à competição, à luta desenfreada para ser o melhor de entre todos os demais.

Esses educadores, criando um ambiente de paz, de harmonia e de respeito entre todos os membros da família, conduzirão essa criança, que um dia será comandante, muitas vezes nas sábias tarefas da sua vida, como adulto, até de povos e nações, transportando os valores morais, as ideias, as posições de guerra ou de paz que defende, adquiridas na infância num ambiente de conflitos, ou de harmonia cultivada em cada lar.

Esse o primeiro pilar da sociedade, onde os caracteres se formam, onde se corrigem erros anteriores, onde se aplaudem as aquisições positivas que o espírito consigo transporta.

Amar ao próximo, meus filhos, é amar as crianças, sabendo que só alteramos a sociedade com os homens que formamos a cada dia para nela viverem e para a defenderem, na procura da paz em detrimento das guerras. Lembrai-vos de Jesus, meus filhos, quando disse, reprimindo os seus discípulos que queriam afastar as crianças e Ele lhes respondeu: ‘deixai vir a mim as criancinhas’.”

Doutrinador - Obrigado, querido amigo. Sois o Amigo Amen, não é verdade?
Amigo Amen - Certamente, meus filhos.

Doutrinador - Foram aqui realizados hoje trabalhos, não é verdade?
Amigo Amen - Muitos amigos desesperados porque todos eles falharam nas suas missões e não tiveram como exemplo maior pais atentos e conscientes da maior tarefa de todas: a de os educar e orientar para se tornarem homens felizes e amantes do próximo.

Doutrinador - Dizemos isto porque sentimos fisicamente presenças que nos causaram um certo mal-estar.
Amigo Amen - Já vos dissemos que estiveram presentes amigos em grande desespero e desorientação.

Doutrinador - E eles, foram encaminhados, não é verdade, amigo Amen?
Amigo Amen - Cada um dentro das suas possibilidades e do seu estado de despertamento, pois Deus a todos socorre.


Doutrinador - Quereis dizer que os pais desses nossos companheiros foram em grande medida responsáveis...
Amigo Amen - O espírito é o responsável, em primeiro lugar. Mas a grande missão na Terra é a missão de educador. Numa sociedade em que o materialismo impera, em que as necessidades imediatistas se sobrepõem às atenções a dispensar a uma criança, abandonando-a em vez de a corrigir, adulando-a com objectos materiais para compensarem a ausência de afecto, é importantíssimo que cada ser se consciencialize da grande tarefa que cabe realizar em prol do social.

Doutrinador - Mas hoje em dia, amigo Amen, as famílias de um modo geral, em particular nas grandes cidades, têm dificuldades em termos de tempo para dispensar aos seus filhos.
Amigo Amen - Porque o dinheiro é o mais importante e o desejo desenfreado do Ter impera sobre o desejo intenso de Ser.


Doutrinador - Certo, amigo Amen. Mas existem famílias que têm dificuldades em ter e têm que trabalhar de manhã à noite para sustentar a família. E essas pessoas, estamos a lembrar-nos de pessoas das grandes cidades, em particular, esforçam-se imenso e acabam por deixar para segundo plano a educação dos filhos.
Amigo Amen - É a própria sociedade, meu filho, a própria sociedade que se desestrutura em função do dinheiro, esquecendo a verdadeira missão que é vir à Terra refazer a caminhada, tendo como destino a evolução espiritual do Homem.


Doutrinador - Há tanta coisa a ser mudada, amigo Amen. Tanta coisa. Esta sociedade está má. Esta sociedade não é humana nesse aspecto.
Amigo Amen - Cultivemos a esperança, o optimismo, pois no meio do caos a luz sempre nasce. Se às vezes e de início bruxuleante, com o tempo ela abrilhantará todas as coisas que ilumina e ninguém mais poderá deixar de a ver. Que cada um cumpra a sua parte o melhor que sabe e confiemos em Deus e no nosso futuro espiritual, na caminhada individual e na responsabilidade que a cada um pertence, intransferível, compensadora, tantas vezes, após os sacrifícios e a abnegação. Amemos ao próximo, meus filhos, tolerando, orientando, perdoando e confiando em Deus.


Doutrinador - Certamente, amigo Amen.
Amigo Amen - Que a paz fique convosco meus amigos, meus filhos.


Doutrinador - Obrigado, amigo Amen. Um dia e já lá vão tantos o nosso amigo Amen há-de dizer algo sobre a sua própria identidade. Não é que tenhamos curiosidade doentia. Mas já lá vai uma década e meia. Bem, o Divaldo, se calhar levou outro tanto tempo...
Amigo Amen - No mundo espiritual uma década é apenas um segundo meus filhos.


Doutrinador - Mas nós vivemos no mundo físico, amigo Amen, e somos pessoas com uma certa curiosidade... Mas um dia talvez o Amigo Amen nos diga algo sobre a identidade...
Amigo Amen - Pois se Amen é o mais belo nome que eu conheço... (sempre com um fino sentido de humor, que desarma e faz sorrir!)


Doutrinador - Obrigado, querido amigo.
Amigo Amen - Agradeçamos a Deus a sua infinita misericórdia.


Doutrinador - Obrigado. Agradeçamos ao Pai.
[O doutrinador agradece a Deus com uma oração de encerramento da reunião]

segunda-feira, 25 de junho de 2007

A Comunicação através do sonho

Diálogo em Casa

Era como se tudo houvesse desembocado num grande caos - reflectia o Dr. Luciano de Sá, ante o terrível impacto so­frido com a inesperada morte do filho.
Germano servira o Exército havia pouco tempo. Filho úni­co, sempre teve nos pais dispensadores pródigos que tudo fa­ziam para ver o jovem crescer feliz.
Nos últimos tempos, porém, Germano mostrava-se inex­plicavelmente rebelde e avesso ao ambiente doméstico.
Um tanto saturado de prazeres que sempre lhe foram fá­ceis, o moço, inquieto, parecia tomar caminhos diferentes.
Isso é fase - dizia a mãe, D. Albertina - com o tempo tudo passa. É o período da emancipação que todos devemos res­peitar.
Filho e genitores, apesar de residirem no mesmo lar, vi­viam em situações diferentes e até desassociadas. Os laços de aproximação existentes eram, em verdade, muito fracos.

Na medida em que passavam os meses, o jovem torna­va-se mais revoltado, até que seus pais vieram a receber a vi­sita de dois policiais que os informaram sobre o acidente.
Germano, passeando de moto, acabara de ser atropelado por um caminhão, vindo a morrer minutos depois.
Agora a casa estava vazia. E os dois corações ali exis­tentes, saturados de angústia.
Trinta dias depois, Dr. Luciano, que acreditava na eficácia da prece, rogava aos Céus, antes de dormir, a bênção de um consolo maior.
Dormiu serenamente e, momentos após haver conciliado o sono, passou a ter sonho muito significativo: um amigo não identificado, o conduziu a um hospital e lá surpreendeu-se com a presença do filho querido. Estava em delicado tratamento e já gozava de sensível recuperação. Os dois não puderam conversar, mas trocaram enigmático e profundo olhar.
E a experiência prosseguia...
Dr. Luciano, meio atónito, naquele instante, foi convidado a ouvir algumas palavras de abnegado Mentor. E, sentando-se, ouviu o seguinte:
- Seu filho não morreu. Teria morrido se continuasse na Terra. Dessa forma, sua consciência teria sido petrificada no erro. Portanto, ele foi salvo. Salvo pela bênção da morte. Não diga jamais que a sua casa está vazia, porque vazia ela sempre esteve desde que não ofereceu lugar ao coração de Germano. Todo ambiente humano sem diálogo é hostil. Seu filho estava tentando escapar a essa situação. Começou a degenerar-se, revivendo quedas de outras vidas, e quando sentimos que es­tava mergulhando a alma no submundo do tóxico, recorremos à misericórdia de Deus e o trouxemos para cá. Foi uma con­cessão feita com base em méritos que o nosso Germano traz de outras existências. Seria muito triste o seu caminho pela vi­da, não fosse essa providência. Portanto, meu irmão, dê gra­ças a Deus por tudo, assuma o compromisso de aprender a ser pai e não se esqueça que o diálogo afectivo é base de harmonia para o lar.

Assim que o Dr. Luciano acabava de ouvir a palavra enér­gica e esclarecedora daquele que continuava sendo o anjo guardião de seu filho, sentiu o sonho se desfazer e, em segui­da, despertou no corpo, trémulo e pensativo...
In Páginas do Quotidiano Hilário Silva

sexta-feira, 1 de junho de 2007

segunda-feira, 9 de abril de 2007

A Educação

Sobre o Ensino aqui ficam alguns pensamentos para reflectirmos:

“A alma humana está cansada de ciência sem sabedoria e envenenada pelo pensamento moderno. O cérebro, nas suas funções culturais precisa ser substituído pelo coração, pela educação do sentimento”.
No Terceiro milénio, há necessidade de enxergar no educando, não só órgãos e músculos, fibras e hormonas, cérebro e inteligência, mas um ser tríplice: Espírito, corpo espiritual e corpo físico, com duas funções básicas: PENSAR E SENTIR, precisando muito mais da Doutrina Moral de Conduta do Evangelho, que apenas os respeitáveis conhecimentos de ciência e cultura humana, todavia desprovidos da luz espiritual.”
Emmanuel (psicografia de Chico Xavier)

“A educação moderna está em crise…não podemos esquecer-nos que os professores de todo o mundo estão a adoecer colectivamente. Os professores são cozinheiros do conhecimento, mas preparam o alimento para uma plateia sem apetite. Qualquer mãe fica um pouco paranóica quando os seus filhos não se alimentam. Como exigir saúde dos professores se os seus alunos têm anorexia intelectual? É por causa da saúde deles e dos seus alunos que a educação tem de ser reconstruída.
Na escola dos meus sonhos, os professores e os alunos escrevem uma belíssima história, são jardineiros que fazem da sala de aula um canteiro de sonhos.”

“Os filhos não precisam de pais extraordinários, mas de seres humanos que falem a sua linguagem e sejam capazes de penetrar no seu coração.”
Os bons pais dão presentes, os pais brilhantes dão o seu próprio ser.
A família dos meus sonhos não é perfeita. Não tem pais infalíveis, nem filhos que não causam frustrações. É aquela em que pais e filhos têm a coragem de dizer uns aos outros: “Eu amo-te”, “Eu exagerei”, “Desculpem-me”, “Vocês são importantes para mim”.

Augusto Cury, in Pais Brilhantes, Professores Fascinantes