sexta-feira, 22 de maio de 2009

A cama ‘embruxada’


A situação que vou relatar passou-se há cerca de 25 anos.

Era um sábado, dia da reunião de encaminhamento espiritual. Os componentes do grupo mediúnico estavam reunidos. Faltavam alguns, que só chegariam algum tempo depois, dado o impedimento por razões de trabalho e porque habitavam a trinta quilómetros de distância.

Deu-se início à reunião, que decorreu normalmente até à chegada desses companheiros. Fez-se uma pausa e eles entraram para o recinto onde decorria a mesma. Todos em oração e concentrados.

De repente, através de um médium que lá se encontrava desde o início, manifesta-se uma entidade:

“Ninguém dorme na minha cama! Foi feita para mim e ninguém mais há-de dormir nela!”

Todos nós ficámos surpreendidos com esta intervenção inesperada. Não sabíamos do que se tratava. O doutrinador entrou em diálogo com a entidade:

Doutrinador: Mas o que tem a tua cama?

Espírito: Foi feita para mim. Fui eu quem a mandou fazer. E ninguém dorme nela, porque eu não deixo!!!

Doutrinador: E há pessoas que dormem na tua cama?

Espírito: Sim! Mas eu não vou deixar!

Doutrinador: E há quanto tempo mandaste fazer a cama?

Espírito: Ah, isso não sei. Só sei que não vou deixar ninguém deitar-se nela!

Doutrinador: De que país és?

Espírito: Sou espanhola. Ninguém vai dormir na minha cama!

Doutrinador: E qual é o rei que governa?

Espírito: Rei, não. Rainha. Isabel.

Doutrinador: Isabel, a Católica?

Espírito: Sim.

[Aqui o doutrinador percebe que tem que trazer esta entidade à realidade presente, pois ela não se deu ainda conta de que já não pertence ao mundo físico e que há muito permanece no mundo espiritual, ligada a um objecto terreno que, certamente, lhe era muito caro. Essa permanência estacionária no tempo estava retardando a sua evolução espiritual.]

Doutrinador: Olha, minha amiga: isso já se passou há muito tempo, de que tu perdeste a noção. Neste momento já não te encontras no mundo físico.

Espírito: Quero lá saber. A cama é minha e ninguém se vai deitar nela.

Doutrinador: Neste momento estás aqui connosco, numa reunião de auxílio espiritual e estás a falar através de um médium. Olha lá: experimenta colocar a mão na tua cara e nos teus cabelos...

[A entidade leva a mão à cara e aos cabelos. É surpreendida pela barba do médium e pelos cabelos curtos. Apercebe-se que não são dela]

Espírito: Esta cara não é minha. Estes cabelos não são meus...

Doutrinador: Pois é, minha amiga. Como te disse, estás neste momento no mundo dos espíritos. O teu corpo de carne há muito desapareceu. Estás a falar através de um médium, usando a sua voz. Mas isto te será explicado mais tarde. Agora o que importa é que sejas auxiliada. Presta atenção ao que se passa à tua volta.

[Os componentes do grupo continuam em oração, mentalizando muita luz e pedindo por esta nossa irmã]

Espírito: Estou a ver pessoas vestidas de branco....

Doutrinador: Fala com elas.

Espírito (após alguns momentos): Sim, vou.

Doutrinador: Então vai, minha irmã. Acompanha estes amigos que te vieram socorrer e esclarecer. Que Deus te acompanhe.

Espírito: Adeus a todos e obrigada.

Doutrinador: Agradece a Jesus.

É feita uma oração de agradecimento pelas bênçãos recebidas, manifestando-se, posteriormente, o guia espiritual dos trabalhos, que explica que esta nossa irmã, há muito vinha sendo seguida e que tinha chegado agora o momento de ela poder ser auxiliada.

Foi feita a oração de encerramento da reunião que foi dada por terminada.

Só depois obtivemos a explicação do sucedido, vinda da parte de um dos participantes da reunião que havia chegado posteriormente. Contou-nos ele que havia comprado a cama num antiquário e que nunca ele e a sua esposa tinham conseguido dormir naquela cama. Deitavam-se mas não conseguiam conciliar o sono. Sentiam-se inquietos sem saber a razão.

Moral da história:


1. Não nos apeguemos demasiado aos bens materiais, pois estes são transitórios;

2. Quando adquirirmos uma antiguidade, tenhamos em conta que podemos também adquirir quem, por ignorância, a ela se encontra ainda ligada.

Maio de 2009

Mário

10 comentários:

  1. Olá Joana, adorei esse texto. Assim fica muito fácil de compreender. Vou colocar lá no meu blog também, ok?

    Abraços fraternos, muita paz!

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  2. Olá Adriana

    Esteja à vontade para copiar o texto. Ambas sabemos que ao divulgar a informação, estamos a cumprir a nossa parte. É fundamental que cada vez mais pessoas compreendam as leis que regem o mundo espiritual, pois todos teremos de voltar um dia, não é mesmo?

    Um abraço
    Joana

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  3. é impressionante a mente do Ser humano!!! Há séculos essa senhora vinha sofrendo por causa de apego ao material. Se nós usassemos toda essa força para a prática do bem o mundo já teria alcançado a regeneração
    Paz e Luz
    LUIZ HENRIQUE

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  4. Onde está minha querida amiga do outro do oceano???

    Eu agora estou ótima, mas passei por uma provação, mas agora estou curada e muito feliz.

    Beijos de muita saudades de ti.

    Que Deus te abençoe sempre e sempre!

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  5. Uma bela história que trata do apego à matéria... Esta uma reflexão que temos que nos fazer constantemente: será que valorizo em demasia os bens materiais? Qual o lugar que devem ocupar em minha vida? Será que priorizo o que realmente tem valor?
    Fiquem todos com Deus!

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  6. E eu que comprei tantos livros em segunda mão! Bem, espero que os antigos donos me tenham inspitrado a ler... :-)

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  7. o paradoxo da tolerância

    A tolerância ilimitada leva ao desaparecimento da tolerância. Se concedermos uma tolerância ilimitada, até aos que são intolerantes, se não estivermos dispostos a defender a sociedade tolerante contra o avanço dos intolerantes, então os tolerantes serão destruídos e a tolerância com eles (será destruída).

    Karl Popper

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  8. Ao Luiz e à Cris

    De facto, se usássemos todo o nosso potencial para fazer o bem, quanto já teríamos avançado, intelectual e moralmente. Infelizmente, existe uma grande disparidade entre esses aspectos do planeta e o progresso no domínio científico!

    ejsantos:

    Não pude deixar de sorrir ao ler o seu comentário. Pus-me a imaginar alguns desencarnados, até autores, a influenciar-nos: "Lê o meu livro! Vá, lê!"
    Mas, que realmente aquilo que lemos e as ideias que cultivamos, atraiem sempre quem professa gostos semelhantes, lá isso é bem verdade! Nunca devemos esquecer-nos disso.

    O pensamento do Karl Popper é parecido com o que disse um amigo espiritual e que eu nunca mais esqueci: Os maus só vencem pela passividade dos bons."

    Rô:
    Tenho andado um pouco afastada, mas vou visitá-la. Ainda bem que já ultrapassou a dificuldade, minha amiga.

    Um abraço a todos

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  9. Joana, tem um selinho pra ti lá no blog.
    Ótimo final de semana, beijos ;)

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  10. "Lê o meu livro! Vá, lê!". Bem, a brincar , a brincar...
    Não me surpreenderia! Às vezes encontro livros que me "chamam". Basta olhar para eles, e já tenho uma grande vontade de os ler.

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