quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Mensagem de Natal - Um dia Virá...

Jesus nasceu um dia na Terra e trouxe com ele uma nova mensagem: o “Amai-vos uns aos outros” e “Perdoai aos vossos inimigos

Passados tempos seculares, o Homem que o crucificou ainda não lhe compreendeu a Mensagem.

Um dia virá em que palavras como ódio, vingança e perseguição desaparecerão do vocabulário da Terra.

Um dia virá em que todos os lares se iluminarão, na noite de Natal, para louvarem a Deus, pelas bençãos recebidas, porque os homens não deixarão que um só dos seus irmãos passe necessidades ou sofrimentos dilacerantes, pelo abandono de que agora são vítimas tantos habitantes da Terra, largados na indiferença das ruas, do desespero e do crime.

Um dia virá em que o único presente que será ofertado na Noite de Natal será um abraço entre cada um dos seres encarnados, símbolo do amor fraternal e do amor ao Cristo e a Deus.

Um dia virá em que as vozes se erguerão em uníssono na Terra para louvarem o Pai Criador, quando o olhar espiritual se alçar às alturas e o Homem compreender o objectivo Maior da mensagem de Jesus: a nossa caminhada até à Vitória Final - a aproximação aos Céus do Amor Infinito e da Harmonia Universal.

Um dia virá…

Façamos a nossa parte, cada um dos que habitam agora a Terra, com o olhar posto no céu e aguardemos confiantes o Amanhã.
Ele virá.


Amigo Amén

Mensagem recebida na reunião do dia 22/12/2008, após a leitura do texto: “ Os infortúnios Ocultos” in O Evangelho Segundo o Espiritismo

Manuel
Núcleo Espírita ‘Amigo Amen’
Santa Maria

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Ressonâncias do Natal



Na paisagem fria e sem melhor acolhimento, a única hospedaria à disposição era a gruta modesta onde se guardavam os animais.



Não havia outro lugar que O pudesse receber.



O mundo, repleto de problemas e de vidas inquietas, preocupava-se com os poderosos do momento e reservava distinções apenas para os que se refestelavam no luxo, bem como no prazer.


Aos simples e desataviados sempre se dedicavam a indiferença, o desrespeito, fechando-lhes as portas, dificultando-lhes os passos.


Mas hoje, tudo permanece quase que da mesma forma.


Não obstante, durante aquela noite de céu transparente e estrelado, entre os animais domésticos, em uma pequena baia, usada como berço acolhedor, nasceu Jesus, que transformou a estrebaria num cenário de luzes inapagáveis que prosseguem projetando claridade na noite demorada dos séculos, em quase dois mil anos...


Inaugurando a era da humildade e da renúncia, Jesus elegeu a simplicidade, a fim de ensinar engrandecimento íntimo como condição única para a felicidade real.


O Seu reino, que então se instalou naquela noite de harmonias cósmicas, permanece ensejando oportunidades de redenção a todos quantos se resolvam abrigar nas suas dependências.


E o Seu nascimento modesto continua produzindo ressonâncias históricas, antes jamais previstas.


Homens e mulheres, que tomaram contato com Sua notícia e mensagem, transformaram-se, mudando-se-lhes o roteiro de vida e o comportamento, convertendo-se, a partir de então, em luzeiros que apontam rumos felizes para a Humanidade.

*


Guerreiros triunfadores passaram pelo mundo desde aquela época, inumeráveis.


Governantes poderosos estabeleceram reinos e impérios, que pareciam preparados para a eternidade, e ruíram dolorosamente.


Artistas e técnicos, de rara beleza e profundo conhecimento, criaram formas e aparelhagens sofisticadas para tornarem a Terra melhor, e desapareceram.


Ditadores indomáveis e aristocratas incomuns surgiram no proscênio terrestre, envergando posição, orgulho e superioridade, que o túmulo silenciou.


...Estiveram, por algum tempo, deixando suas pegadas fortes, que tornaram alguns odiados, outros rechaçados e sob o desprezo das gerações posteriores.


Jesus, porém, foi diferente.


Incompreendido, o Cantor do Amor aceitou a cruz, para não anuir com o crime, e abraçou a morte para não se mancomunar com os mortos.


Por isso, ressurgiu, em triunfo e grandeza, permanecendo o Ser mais perfeito que jamais esteve na Terra, como modelo que Deus nos ofereceu para Guia.


*


Quando a Humanidade experimenta dores superlativas, quando a miséria sócio-econômica assassina milhões de vidas que estertoram ao abandono; quando enfermidades cruéis demonstram afragilidade orgânica das criaturas; quando a violência enlouquece e mata; quando os tóxicos arruinam largas faixas da juventude mundial, ao lado de outros males que atestam a falência do materialismo, ressurge a figura impoluta de Jesus, convidando à reflexão, ao amor e à paz, enquanto as ressonâncias do Seu Natal falam em silêncio: Ele, que tem salvo vidas incontáveis, pede para que tentes fazer algo, amando e libertando do erro pelo menos uma pessoa.


Lembrando-te dEle, na noite de Natal, reparte bondade, insculpe-O no coração e na mente, a fim de que jamais te separes dEle.


Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL. 1994.


http://www.geocities.com/reflexaoespirita/m1094.html

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Santo Agostinho e o Egoísmo

Ainda a propósito do tema “Egoísmo”, tão difícil de arrancar de nosso íntimo, voltamos ao assunto afim de transcrevermos a belíssima e profunda mensagem de Santo Agostinho, respondendo à questão delicada de como agir para conseguirmos eliminar de nosso ser este tão arreigado vício, causador de tantos desastres consumados, ao longo de séculos, até hoje:
Em “Conhecimento de si mesmo”, analisemos a questão 919 a):

"- Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?"

“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.
Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria.
Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que obcjetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma acção que não ousaríeis confessar.
Perguntai ainda mais: “Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?”
“Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado.
“O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. Mas, direis, como há-de alguém julgar-se a si mesmo? Não está aí a ilusão do amor-próprio para atenuar as faltas e torná-las desculpáveis? O avarento se considera apenas económico e previdente; o orgulhoso julga que em si só há dignidade. Isto é muito real, mas tendes um meio de verificação que não pode iludir-vos.
Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas acções, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na poderia ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de Sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo.
Perscrute, por conseguinte, a sua consciência aquele que se sinta possuído do desejo sério de melhorar-se, a fim de extirpar de si os maus pendores, como do seu jardim arranca as ervas daninhas; dê balanço no seu dia moral para, a exemplo do comerciante, avaliar suas perdas e seus lucros e eu vos asseguro que a conta destes será mais avultada que a daquelas. Se puder dizer que foi bom o seu dia, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar na outra vida.

“Formulai, pois, de vós para convosco, questões nítidas e precisas e não temais multiplicá-las. Justo é que se gastem alguns minutos para conquistar uma felicidade eterna.

Não trabalhais todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice?
Não constitui esse repouso o objecto de todos os vossos desejos, o fim que vos faz suportar fadigas e privações temporárias?
Pois bem! Que é esse descanso de alguns dias, turbado sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação com o que espera o homem de bem?
Não valerá este outro a pena de alguns esforços?
Sei haver muitos que dizem ser positivo o presente e incerto o futuro. Ora, esta exactamente a ideia que estamos encarregados de eliminar do vosso íntimo, visto desejarmos fazer que compreendais esse futuro, de modo a não restar nenhuma dúvida em vossa alma. Por isso foi que primeiro chamamos a vossa atenção por meio de fenómenos capazes de ferir-vos os sentidos e que agora vos damos instruções, que cada um de vós se acha encarregado de espalhar. Com este objectivo é que ditamos "O Livro dos Espíritos.”
SANTO AGOSTINHO.

E Kardec acrescenta: "Muitas faltas que cometemos nos passam despercebidas. Se, efectivamente, seguindo o conselho de Santo Agostinho, interrogássemos mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos nossos actos."

PARTE 3ª - CAPÍTULO XII - DA PERFEIÇÃO MORAL

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O Egoísmo



  • É fato reconhecido que o egoísmo está na raiz dos diversos males sociais por que passa a humanidade. Os diversos conflitos de interesse, as diversas formas de escravizar o próximo para atingir determinados interesses, mesmo os mais vis, sejam materiais ou morais.
  • Sendo desta forma, importante ressaltar que o egoísmo, ao qual colocamos a culpa de inúmeros males, é apenas uma faceta de um mal maior, raiz, este sim, de muitas das desgraças já acontecidas à humanidade em todos os tempos: o orgulho, pai do egoísmo.
  • É justamente o orgulho que dá base maior e mais firme, embora irracional, pois o orgulho tem em si um ar de superioridade, uma certeza de que é melhor que os outros, e que não deve favores a outrem mas, sim, são eles que os devem.
  • Segundo Kardec "julgando-se com direitos preferenciais, molesta-se por tudo o que, em seu entender, o prejudica. Naturalmente a importância que, por orgulho se atribui, o torna naturalmente egoísta".
  • O egoísmo e o orgulho têm, há que ressaltar, origem num sentimento natural: o instinto de conservação. E este instinto, como afirmam os Espíritos em O Livro dos Espíritos, procede da Lei de Conservação, Lei Natural.
  • Sobre este mesmo assunto, Herculano Pires escreveu o seguinte em Curso Dinâmico de Espiritismo: "A mais inútil das coisas e os mais prejudiciais dos seres são necessários. E ser necessário é ser indispensável, é pertencer a um elo da cadeia inimaginável que Kardec nos apresenta nesta frase tantas vezes repetida no Livro dos Espíritos: tudo se encadeia no Universo".
  • Ele diz isto porque o instinto de conservação, em si mesmo é útil para o desenvolvimento do princípio inteligente no seu processo de individualização e evolução. Seu excesso é que é prejudicial.
  • E é Kardec, novamente, que explica este ponto: "Este sentimento contido em justos limites é bom em si; a sua exageração é que o torna mau e pernicioso".
  • Importante isto: o instinto de conservação, enquanto dentro dos seus limites naturais, é essencial para o correcto desenvolvimento do espírito, enquanto ser psicológico (ou espiritual, espírito imortal) e orgânico (enquanto preso a um invólucro carnal, passando pelas fases da infãncia, juventude e madureza). Pois durante os primeiros anos de vida (na fase infantil), esta tendência a ser o centro das atenções no seio familiar é um factor característico.
  • Sobre este ponto, Herculano Pires nos traz uma valiosa contribuição: "Podemos seguir esse processo no caso humano, em que o ego aparece como pivô da personalidade em formação, desde a infância. A criança é egocêntrica, é um pivô em torno do qual giram as atenções e as afeições da família. Ela se torna, naturalmente, no centro do mundo. Porque esse é o meio de consolidação da sua individualidade".
  • Até aqui, que luz não é lançada para os pais e os educadores, para compreenderem o processo de desenvolvimento, principalmente, das crianças chamadas 'mais difíceis'.
  • Não é na aura que observaremos na criança para analisar se ela contém em si a essência de um bom espírito, mas nos seus actos, que desde a infância, podemos avaliar. Crianças que ultrapassam este limite natural traçado pelo instinto de conservação, chegando a ser agressivas, rabugentas, indisciplinadas (como por acaso são chamadas algumas crianças da 'nova era'), fogem a este padrão e se enquadram justamente nas que desenvolveram (pelo menos hipoteticamente) mais a inteligência que a moral, pois é inconcebível que espíritos bons e benevolentes, quando encarnados se tornem indisciplinados, egoístas, histéricos e violentos quando não são atendidos, chegando a parecer que têm o 'rei na barriga'...
  • As crianças da 'nova era', como diz Kardec, em A Gênese, no capítulo 'Os Tempos são Chegados', devem ser desta forma:"A nova geração, devendo fundar a era do progresso moral, distingue-se por uma inteligência e uma razão geralmente precoces, unidas ao sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas, o que é sinal indubitável de um certo grau de adiantamento anterior".
  • Interessante notar que o trecho seguinte afirma que esta nova geração não será exclusiva de espíritos superiores, mais ou menos avançados, mas de espíritos diversos, sendo que todos possuem em si os elementos necessários para secundar este movimento regenerador: disciplina, noção mais ampla do que seja o amor, sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas. Isto é apanágio de espíritos indisciplinados, notadamente egoístas e arrogantes?
  • Bom, como vimos, o instinto de conservação, sendo anterior à sua deterioração, quando se converte em egoísmo, é bom em si, como tudo o que vem de Deus. Nós é que o degeneramos.
  • E sendo a caridade e a fraternidade o resumo de todas os deveres e condições sociais, reclamando também a existência da abnegação, incompatível se torna a coexistência da liberdade, igualdade e fraternidade ao lado do egoísmo e do orgulho. Eles são antagónicos e na presença de um o outro se destrói.
  • Mas transformar o egoísmo em amor, em caridade, em indulgência, abnegação não é fácil. E foi por isso que Kardec, no mesmo texto já citado de Obras Póstumas afirma que "se quiserdes que os homens vivam como irmãos na Terra, não basta dar-lhes lições de moral".
  • A educação não deve ser somente aquela que instrui, mas, e principalmente, aquela que forma o carácter do indivíduo. Essa a que Kardec se refere em O Evangelho segundo o Espiritismo.
  • Quantas vezes não educamos nossos filhos dentro dos princípios do egoísmo e nos assustamos com o monstro que criamos? Quando o proibimos de dividir seu brinquedo com um coleguinha da escola, de dividir o lanche, de voltar para casa apanhado, entre outras situações?
  • E aí entra a missão dos pais na educação dos filhos, respondendo não somente pelo bem que fez e o que o instruiu de fazer, mas acima de tudo, por todo o mal que o ensinou, e principalmente, pela omissão em ensinar algo que sabia ser o certo, ou ao menos alertar quanto à má conduta já em andamento.
  • Mas tem gente que afirma que o egoísmo e o orgulho são impossíveis de serem destruídos por serem inerentes ao homem. Se assim fosse, e o homem estivesse fadado ao atraso, a morrer com o egoísmo, porque vemos hoje tantos movimentos em prol da caridade, da fraternidade, sentimentos antagónicos dos primeiros? Porque observamos hoje uma preocupação maior com a prática de atitudes responsáveis, éticas, morais? Será porque o mal é inerente ao homem, ou porque faz parte do seu desenvolvimento como indivíduo assim como a sua libertação de tudo aquilo que lhe é danoso e lhe atrasa o desenvolvimento moral e intelectual?
  • Kardec ainda afirma que "a causa do orgulho está na crença, que o homem tem, da sua superioridade individual, e aqui se faz sentir a influência da concentração do pensamento nas coisas da vida terrestre".
  • E afirma em seguida que "a incredulidade, além de não ter meio para combater o orgulho, estimula-o e dá-lhe razão, pelo fato de negar a existência de um poder superior à humanidade". E não é assim? O homem que não teme o futuro, por acreditar que nada existe após o túmulo, em que se baseia para ser caridoso? Não seria mais atractivo pensar nos seus desejos e nas suas sensações que ficar a se martirizar por alguém ou uma causa em que abandonará pela morte? Para quê se sacrificar em estudos e trabalhos exaustivos se o destino disto é o nada?
  • Por isso que, não sendo únicas, a crença em Deus e na vida futura, tal como apregoa o Espiritismo, racionalmente, através de uma séria reflexão, é a condição primeira, mais importante para esta transformação. Pois, além de ter em vista o futuro, deve-se analisar com pesar o passado para se fazer uma justa ideia do que se tem e passa no presente.
  • E a Reencarnação oferece esta possibilidade. Pois se ele apenas considera a vida no hoje, vê as desigualdades e não as pode explicar. Ao passo que se observa o amanhã, com a correcta noção do que foi ontem, as consequências dos seus actos são extremamente outras.
  • Por isso, "no infinito campo, que o Espiritismo lhes põe aos olhos, a sua importância pessoal anula-se, por que compreende que, sós nada valem e nada podem, que todos precisamos uns dos outros não sendo nenhum mais que o outro; duplo golpe desfechado contra o orgulho e o egoísmo"(Kardec, Obras Póstumas).
  • Léon Denis afirma a mesma coisa em Depois da Morte: "(...)Antes de tudo, o homem é um ser social. Está destinado a viver com os seus semelhantes; nada pode fazer sem o concurso destes. Abandonado a si mesmo, ficaria impotente para satisfazer suas necessidades, para desenvolver suas qualidades".
  • Mas só aceitamos esta verdade quando, rebaixado o egoísmo, nos despimos da couraça criada pelo orgulho, couraça esta que só nos traz solidão e tristeza.
  • Entretanto, esta mudança não ocorre de súbito. Ele não pode transcender vícios e sentimentos de súbito. Muita luz o cega, o deslumbra, em vez de auxiliar. O homem precisa de tempo para assimilar novas ideias, novos sentimentos. Precisa do que Kardec chamou de 'maturidade do senso moral' em O Evangelho segundo o Espiritismo.
  • Por isto, estava correctíssimo Lao Tsé ao se expressar desta forma: "Aquele que vence o outro é forte, o que vence a si mesmo é invencível; quem conhece o outro é sábio, quem conhece a si mesmo é iluminado".

    919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e
    de resistir à atracção do mal?
    Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo.” O Livro dos Espíritos”
  • Pois é muito fácil analisar e apontar os erros do outro. Difícil mesmo é assumir os nossos. E o egoísmo, aliado ao orgulho, é o sentimento mais difícil de erradicar no homem, em vista das mil desculpas que criamos para alimentá-los. Por isto estava e está correcto Lao Tsé: conhecer o outro pode nos tornar sábios, gurus, mas o conhecer a si próprio nos torna iluminados. E olha que existem inúmeros exemplos de que isto é verdade.
  • Para finalizar, "o Espiritismo é, sem contestação, o elemento mais potente de moralização, porque alui os fundamentos do egoísmo e do orgulho, dando sólido fundamento à moral". E mais adiante acrescenta: "Ele encontrou o homem no meio da vida, no ardor das paixões, na força dos preconceitos, e se em tais condições tem operado prodígios, como não operará quando o tomar no berço, virgem de todas as impressões maléficas, quando lhe der, com o leite, a caridade, e o acalentar com fraternidade, quando, enfim, uma geração inteira vier alimentada por ideias que a razão fortificará em vez de debilitar?"
  • Várias gerações cresceram com os ensinamentos do Espiritismo mas, porque nós não vemos de maneira precisa, a realização desta previsão de Kardec?
  • Porque, embora não admitamos, estava certo Herculano Pires ao afirmar que "todos falam de Espiritismo bem ou mal. Mas ninguém o conhece. (...) Na verdade os seus próprios adeptos não o conhecem. Quem se diz espírita arrisca-se a ser procurado pra fazer macumba, despachos contra inimigos ou curas milagrosas de doenças incuráveis. Grandes instituições espíritas, geralmente fundadas por pessoas sérias, tornam-se às vezes verdadeiras fontes de confusão a respeito do sentido e da natureza da doutrina".
  • Embora hoje, com o andar do movimento espírita brasileiro e mundial, esta realidade esteja sendo retrabalhada, modificada, ainda impera, principalmente aqui no Brasil, esta confusão, este desconhecimento. (e eu acrescento - de igual modo, isso acontece aqui em Portugal, sendo que a Doutrina esteve proibida durante a Ditadura de Salazar, vendo-se impossibilitada de se tornar conhecida do grande público).
  • E por isso, e por nossa covardia em abraçar um ideal, com medo de perder os 'favores mudanos', de abandonar velhos vícios é que não vemos esta realidade mudar. Não podemos ainda ver com alegria uma geração realmente imbuída dos princípios do Espiritismo, e por que não, das noções mais elementares das Leis Divinas que este ensina e propaga.
  • Entretanto, esta é uma realidade que se ainda não a vemos, temos a certeza e a fé que, trabalhando todos unidos, de maneira séria e perseverante, poderemos, ao desencarnar, vislumbrar um pouco daquilo que será a Humanidade quando as crenças espíritas, seus princípios mais elementares estiverem disseminados em nossa sociedade, provocando uma renovação social, uma transformação real no dia-a-dia de cada um de nós.
  • Aí poderemos sorrir satisfeitos por termos feito nossa parte, sabendo que os Espíritos continuarão, como sempre estiveram, fazendo a parte deles, ensinando o amor, destruindo o egoísmo e o orgulho, assim como todos os vícios inerentes a eles. Aí veremos a Era do Espírito brilhar!
Pensemos nisso!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

De novo Kryon

Não contava voltar a este tema, pois não me move qualquer interesse em combater pessoas ou teorias, por mais exóticas que me pareçam. Todavia, e porque este é um assunto que continua a interessar muita gente e, porque as ideias da entidade Kryon, persistem em infiltrar o movimento espírita, decidi dar relevo a mais um dos comentários recebidos aqui: (merece-o por ser sincero, elaborado de forma respeitosa e colocar questões que me parecem do interesse de todos e merecedoras de serem analisadas).
Aqui fica pois o comentário do amigo Cadu, acompanhado da minha resposta.


“Mas sinto-me realmente triste ao notar que nada mais faz aqui do que aquilo que o Padre Quevedo e muitos outros fazem em relação ao espiritismo. Em nome de uma suposta CARIDADE, levanta fatos e letras isolados do contexto maior, que teóricamente deveriam ajudar e esclarecer o mal. “

O Padre Quevedo “persegue” indiscriminadamente quem é contra as suas ideias. Não é esse o objectivo deste post. Aliás de 4 posts e eles não devem ser lidos ou discutidos isoladamente, pois constituem um corpus de análise no seu conjunto. E essa análise é baseada na leitura da obra de Kryon, comparando-a com as obras básicas da Codificação. É a análise de um espírita, pois quem não lê e estuda Kardec não pode designar-se como tal. Mesmo assim, concordo que não passa de uma opinião, mas sempre baseada nos factos. Isso não é fácil de refutar.

“Sinceramente, não me senti nem bem, nem elevado, nem recorfotado com estas palavras.”

Que este post não eleva nem conforta ninguém concordo. Não é esse o seu objectivo. Apenas persegue o móbil de alertar inteligências, de mobilizar o espírito crítico na interpretação das mensagens de Kryon, alerta constante feito pelo próprio Kardec a todos os espíritas. E, no livro dos Médiuns, diz-nos Erastus que: “antes rejeitar 10 verdades do que aceitar uma única mentira”.
Não se definem certezas, não se acusa ninguém, apenas se questiona, não só as palavras, mas inclusivé todo o imenso negócio que envolve a seita à volta de Kryon. Se isso fere algumas sensibilidades, paciência.

“Ja que Chico e tantos outros seres amorosos, como a Madre tereza não foram teorizadores e nem teorizaveis. Foram simplesmente amor.Longe de mim igualar Kryon, Lee Carol, a qualquer um destes citados. Até proque todos são únicos.”

Comparar todo esse negócio e as palavras suspeitas que aliciam (quanto a mim, sublinho) ao suicídio em determinada data, com Francisco Cândido Xavier parece-me um absurdo, já que não consta que qualquer das entidades que se manifestavam através dele, tivessem alguma vez exibido tais comportamentos ou que Chico vivesse à custa da Doutrina a que, com tanta abnegação e espírito de dádiva, se dedicou toda a vida. Inimigos, teve-os com certeza, mesmo no seio dos espíritas, pois esse título não dignifica ninguém; apenas os exemplos de vida o fazem.

Ficaria muito mais tranquilo se pudessemos avalair o bem ou não que o amor das mensagens das palavras, dos homens, tras ou não para o mundo...
Gandhi, outro grande ser de luz nunca combateu o mal, ele pregava a compaixão."
Que as mensagens dos mentores de Chico são de amor e as de Gandhi de compaixão, estamos de acordo.
Lamento que as de Kryon o não sejam ou surjam encapotadas, visando objectivos mais gravosos e incentivando ao lucro de quem se diz seu canal, já não precisando de exercer uma profissão séria que credibilize (ao menos por isso) as mensagens que recebe. Chico recebia toda a gente; para passar um fim-de-semana com Lee Carol é preciso ter muito dinheiro. Isso é, no mínimo, suspeito. Penso eu, repito. Para já não falar de heresias científicas como mudanças de DNA (bem pagas, claro).

Kardec também alertava que, se a espiritualidade pretendesse fazer chegar uma mensagem importante, isso se daria através de médiuns diferentes, em lugares diversos para que dela não restassem dúvidas. Então, aguardemos com serenidade.

Por último, chamo a atenção de que a série André Luiz, de Francisco Cândido Xavier, tem o objectivo principal de nos informar e não de transmitir mensagens lindas que nos encantem. Nessas obras compreendemos os meandros e as armadilhas do mundo espiritual, tomamos contacto com o sofrimento causado pelas más escolhas individuais, conhecemos autênticas organizações trevosas, sempre dispostas a vencer, pela chantagem ou com subterfúrgios, encarnados e desencarnados que lhes caem nas redes, “acordando”, às vezes, tarde demais. Salvam-nas as expedições socorristas que nunca desistem de trabalhar em prol dos sofredores, sob o comando divino que vige em toda a a parte.

Sejamos positivos, sejamos otimistas, sejamos amorosos. Motivemos ao bem e não ao combate do mal.
Gandhi, outro grande ser de luz nunca combateu o mal, ele pregava a compaixão. Estou com ele.”

Concordo, em parte. Não esqueçamos que Gandhi lutou contra o mal (a dominação inglesa), impedindo assim, que o mal proliferasse ou se mantivesse. Gandhi foi tudo, menos omisso.

Entendo a preocupação do redator destas palavras. Gostaria de com elas, acredito, assegurar o bem estar das pessoas. O que acredito ser importante.”

Eu também. Por isso, gostaria de suscitar o debate, a reflexão de todos os que leiam este post, de forma livre, sem preconceitos, nem rótulos, mas baseado nas obras, nas notícias que chegam e nos actos praticados.

Deixo aqui os links para os 4 posts em que analiso a obra e as palavras de Kryon.


http://ideiaespirita.blogspot.com/2007/08/kryon-e-as-crianas-ndigo.html
http://ideiaespirita.blogspot.com/2007/08/kryon-e-as-crianas-ndigo_03.html
http://ideiaespirita.blogspot.com/2007/08/anlise-das-mensagens-de-kryon-luz-da.html

http://ideiaespirita.blogspot.com/2007/06/orao-da-criana.html

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Dia Mundial dos Direitos Humanos

Este post faz parte da blogagem coletiva sobre Direitos Humanos proposta pelo Sam Cyrous do blog FÊNIX AD ETERNUM.

Hoje, dia Mundial do Direitos Humanos, o ex-Presidente finlandês Martti Ahtisaari, ao receber o prémio Nobel da Paz em Oslo, referiu que o combate à pobreza é a primeira prioridade para a conquista da Paz no Planeta, sem a qual será inviável qualquer esforço para pôr fim à instabilidade nas famílias, na saúde e no emprego das classes mais jovens, que sem esperança e sem expectativas, contribuirão enormemente para o aumento da guerra e do terrorismo.


Em muitas zonas do planeta crescem as perturbações, aumentam os conflitos, surgem outros surtos de fome, doenças e miséria, constatando-se a cada segundo que passa, novos atropelos aos mais elementares direitos humanos.

Na semana passada, o governo do zimbábue declarou emergência sanitária devido ao surto de cólera que alastra desde Agosto e da impotência dos serviços públicos de saúde, afirmando porém que a situação estava a ser “controlada”, resistindo, assim a que a ajuda humanitária internacional chegue em condições a todos os inúmeros necessitados. Notícia de hoje é de que 774 pessoas já morreram e a Organização das Nações Unidas (ONU), suspeita de mais 15.572 casos.

“O surto também causa preocupação nos vizinhos do Zimbábue. A África do Sul tem cuidado de dezenas de vítimas zimbabuanas que cruzam a fronteira em busca de ajuda. Recentemente, quase 500 casos de cólera foram diagnosticados na África do Sul; nove pessoas morreram.”

Na Somália morrem milhares de crianças há anos e encontram-se em lamentável estado de desnutrição outros tantos milhares, sem que ninguém tenha tentado realmente inverter a situação.

A Somália vive num estado de anarquia e não tem Governo efetivo desde que o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado, em 1991, por diferentes clãs que lutam pelo poder no país, dirigido agora por um Executivo provisório.

Uma boa notícia é a de que a UE irá colocar vigias armados em navios que tentarão levar ajuda humanitária para esta região do Planeta, impedindo deste modo os assaltos da pirataria.



Também este ano se programou uma Marcha Mundial Pela Paz e Não-Violência, com início em 02/10/2009 e que conhecerá o seu Término a 10/01/2010. Serão 90 dias em que a Marcha percorrerá o planeta, em comemoração ao aniversário de Gandhi (02/10). Percorrerá 160.000 quilômetros.


Passará por 6 Continentes e 90 Países.
Sairá de Nova Zelândia e chegará em Punta de Vacas.

A Marcha pedirá pelo:
- fim das guerras;
- fim das armas nucleares e
- a eliminação de todo tipo de violência.

http://www.marchamundial.org/


http://www.youtube.com/watch?v=-qOmEm-qAyA


Algumas Adesões a esta marcha:

http://www.youtube.com/watch?v=3RAvmMkcUO4

Trata-se, pois de uma questão de VONTADES.


Que em vez duma sociedade em busca do lucro desenfreado a que temos assistido, possamos TODOS direccionar os nossos objectivos para a procura de soluções em Defesa dos DIREITOS de TODOS os seres HUMANOS que habitam a Terra.


Tal como muito bem afirma Joana d’Ângelis nesta mensagem psicografada que aqui vos deixamos para reflexão:


O Ser e o Ter


A verdadeira luta pela existência terrena passa pelas questões do Ter e do Ser.


Desde épocas milenares o Homem se aflige e derrime suas energias mentais e físicas em perseguição da fortuna e do conforto que lhe aportam os bens materiais, sejam eles conseguidos ou não através de meios ilícitos, pondo em risco vidas humanas, causador de desgraças familiares que muitas vezes se prolongam por séculos de sofrimentos ímpares em reparações afligentes e que se fazem obrigatórias pelas leis da Consciência individual na nossa infinita Caminhada para Deus.


Olhai a beleza da rosa, aspirai seu perfume, todavia não a invejeis, pois a sua beleza multicor é e será sempre efémera.


Maravilhai-vos antes perante a semente lançada à terra com o suor de quem trabalha e com a fome que ela sacia às muitas criancinhas de famílias de parcos recursos.


Admirai o canto do cisne, seu porte belo e elegante. Todavia, lembrai-vos que a verdadeira música, a que se entoa nos céus, parte do coração e ilumina todo o nosso interior. O génio musical não carece de voz para louvar o Senhor, ele o faz com a sua alma inebriada de Amor Eterno.

Beethoven compôs a Ode à Alegria, a mais maravilhosa obra de encanto pela vida, quando seus olhos já nada enxergavam e seu coração pertencia inteiramente à harmonia Universal, ao Deus Criador de todas as coisas.


No Ser está a única verdade, a verdadeira beleza, aquela por que vale a pena lutar em cada uma de nossas existências afim de alcançarmos a Iluminação Interior.


Após o Encontro Final com o Ser Interior, o homem partirá à descoberta da beleza no Outro, realização de Deus e sua própria realização, pois a perfeição do seu irmão se reflectirá nele mesmo, e ele encontrará a Harmonia Interior e a perfeição ao encontrar a Caridade.


Não a olvideis meus irmãos. Praticai a Caridade, onde estiverdes, como souberdes. Não penseis em resultados. Crede que haverá sempre uma alma aflita que encontrará vossos pensamentos, vossas reflexões, vosso Amor, vossa dádiva desinteressada.

Joana d' Ângelis
02/04/07

domingo, 7 de dezembro de 2008

Diálogo com o Chefe duma Organização das Trevas

No post anterior referimos que, na noite de 04 para 05 de Março de 2005, se manifestou uma entidade furiosa e revoltada. Estava contra o grupo mediúnico que lhe estava “roubando trabalhadores”.
Não chegou a ser encaminhada por não estar ainda em condições de receber tal benefício, devido ao desequilíbrio que apresentava.
Foi desligada da médium, através da qual se manifestava e partiu com ameaças, prometendo voltar. O espírito orientador dos trabalhos confirmou-nos que a entidade voltaria novamente à reunião, para mais esclarecimento e auxílio.

Aqui deixamos para reflexão o diálogo estabelecido entre a entidade e o doutrinador da reunião:

Espírito - (...) Têm que se dar ao respeito!!!

Doutrinador - O meu amigo tem que ter respeito por uma razão simples: nós estamos numa reunião em nome de Jesus e o meu amigo tem que se controlar. Em nome de Deus, controla-te, amigo. Diz-me o que é que queres e a que vieste.

Espírito - Andam a abusar!!! Julgam que gozam?!!! Eu sempre fiz o que quis! Sempre!!! E nunca ninguém me controlou! Nem a mim me pediu que caminhasse!
Doutrinador - Então tu és Deus, meu amigo?!

Espírito - Eu não quero a Deus, mas eu faço o que quero e ninguém me impede!

Doutrinador - Muito bem, querido amigo. Ninguém te impede. Portanto tu estás acima de todos, é isso?

Espírito - Pelo menos, gente que não vale nada!

Doutrinador - Sim senhor, meu querido amigo. E tu vales muito. É isso?

Espírito - Interpreta como quiseres!

Doutrinador - Muito bem meu querido amigo. Então, diz-me uma coisa: quais são as tuas habilitações?

(Decorre algum tempo sem resposta)

Doutrinador - Não respondes, amigo?

Espírito - Não respondo porque não tens nada com isso!

Doutrinador - Estás a ver amigo. Se calhar tens uma instrução primária. (A intenção do doutrinador é ‘provocar’ a entidade)
Espírito - Eu?!!!

Doutrinador - Sim.

Espírito - Eu e-s-t-o-u- f-a-r-t-o d-i-s-t-o!!! Porque a mim ninguém me impede de f-a-z-e-r o q-u-e e-u q-u-e-r-o!!!

Doutrinador - Olha, meu amigo: não achas que estás a ser um pouquinho pretensioso?

Espírito - É assim! Eu faço – tem que se fazer! Tenho que convocar outra vez uma equipa para trabalhar! Desfazem a equipa num instante! Toca a juntar tudo outra vez!

Doutrinador - E qual é o teu interesse em formar uma equipa?

Espírito - Para me ajudarem a trabalhar!

Doutrinador - Mas a trabalhar para quê, meu amigo?

Espírito - Porque eu domino!!!

Doutrinador - Muito bem, meu amigo. Mas, diz-me: estás a trabalhar com Jesus?
Espírito - Esse não consta da minha lista.

Doutrinador - Estás a trabalhar no bem, amigo?

Espírito - Estou a trabalhar para aquilo que eu quero!

Doutrinador - Olha, meu querido amigo: tu estás é em grande sofrimento, amigo.

Espírito - Qual sofrimento?!!! Pois, sofrimento, porque estou furioso!

Doutrinador - Furioso, mas em grande sofrimento, meu amigo! E vieste aqui a esta reunião para poderes ser auxiliado em nome de Jesus.

Espírito - Eu vim aqui dizer que tenho muita gente a trabalhar para mim!!!

Doutrinador - Ainda bem, meu amigo.

Espírito - E estou a ficar muito zangado!

Doutrinador - Ainda bem, meu querido amigo. E tu és o chefe, não é verdade?!

Espírito - CLARO!!!

Doutrinador - Ainda bem, meu amigo. Olha...

Espírito - Estou cansado que me levem gente!!!

Doutrinador - Tu sabes que hoje tens uma oportunidade única?

Espírito - Têm-me levado gente e gente e gente!!! Dão-me trabalho que nunca pensei! Que, aliás, nunca tive!!! Trabalhadores óptimos. Cada um no seu papel. E eu a arregimentá-los e eles a desaparecerem!!! Querem-me dizer, por acaso, onde os colocaram? Que lhes fizeram?

Doutrinador - Porventura tu vais estar com eles, se tu quiseres, ainda hoje.

Espírito - Pois claro que quero.

Doutrinador - Muito bem. Tu crês em Deus, meu amigo?

Espírito - Eu não!!! Nunca o vi!

Doutrinador - Vamo-nos concentrar. Permite que eu faça uma oração.

Espírito - Eu vou-me embora! Não faço aqui nada! Mas voltarei!!!

Doutrinador - Dá o benefício da dúvida, meu amigo. Vamos orar.

(O doutrinador ora, com fé, o Pai Nosso, pedindo pelo companheiro presente para que tome consciência do seu estado, solicitando a possibilidade de ele voltar novamente à reunião, para ser devidamente auxiliado, reconhecendo que ele está, transitoriamente, em desequilíbrio).

O espírito é desligado da médium.

Algum tempo depois, continuando os elementos do grupo em oração, manifesta-se o espírito orientador dos trabalhos, prestando preciosos esclarecimentos (vide post anterior).

Manuel
Núcleo Espírita Amigo Amen
Santa Maria

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

O Chefe duma Organização das trevas

  • Durante meses, esteve o grupo mediúnico recebendo entidades que participavam dum "trabalho" conjunto. Apercebemo-nos que faziam parte da mesma organização e que tinham recebido ordens específicas, cada um colocado na tarefa para que tinha mais talento ou maior motivação (por questões de cobrança com as razões de queixa mais diversas).
  • Uns surgiam com ameaças aos elementos do grupo mediúnico, outros queriam desistir, mas sentiam medo de represálias... Com paciência, oração e orientação dos amigos espirituais que conduziam as reuniões, lá foram sendo auxiliados e esclarecidos.
  • Um dia, compareceu uma entidade muito ameaçadora e "cheia de autoridade", convencida dos seus poderes e mostrando pela linguagem e gestos que estava habituada a ser obedecida. Motivo das ameaças: a sua organização estava a ser desmontada e o dirigente do grupo trevoso desconhecia o paradeiro dos seus acólitos, todos desaparecendo sem deixar rastro.
  • Após a comunicação, o amigo revoltado, chefe da organização, fugiu ao encaminhamento, prometendo vingança.

Seguem-se as explicações do orientador da reunião:

"Boa Noite, meus amigos. Que a paz e a serenidade reinem neste pequeno recinto, mas grande visto do lado de cá, onde não há paredes nem espaço como vós o entendeis.
A caridade para com os criminosos, os transviados, é algo que devemos praticar, não os ofendendo, mas ajudando; ajudando com a oração, a amigos infelizes e muito necessitados do perdão Divino e do Amor que desconhecem, habituados aos seus pequenos reinos de trevas onde a luz não chega, onde os vícios imperam.
Estes amigos são dignos de que oremos por eles a Deus para que um dia possam abandonar todos os males, possam limpar suas mentes e abrir seu coração para com outros irmãos tão infelizes como eles e que, quantas vezes, eles escravizam, reduzindo-os a condições inumanas, apenas pelo desejo do poder, do domínio, pela cegueira do ilusório e também pela fuga às responsabilidades que lhes serão exigidas um dia pelos actos que praticaram. E assim, estes amigos se empenham no erro, crendo-se impunes das Leis Divinas e julgando-se eternos, reis dos seus pequenos reinos.

Este amigo esteve aqui presente esta noite com razões sobejas para se encontrar zangado. Permitimos que a médium o deixasse exprimir livremente para que pudésseis vislumbrar o alcance do vosso trabalho, que dizeis mínimo, que muitas vezes não considerais na sua real importância, porque não vedes e o Homem, na Terra, precisa de ver.

Virá mais vezes este nosso amigo: umas vezes zangado, outras incomodado, outras apenas questionando pelos seus amigos, que não são amigos, mas escravos em quem ele manda, a quem ele ordena e que lhe obedecem cegamente; uns por medo, outros por que são afins e outros apenas porque não lhes é dada outra escolha. Todos dignos de que olhemos para eles com os olhos da caridade e de que oremos ao Pai para que um dia suas consciências despertem.
Lembremos todos e agradeçamos ao Pai tanta bondade para connosco, seus filhos sempre falhando, sempre caindo, mas que Ele espera com Amor que lá cheguem a Si. Oremos todos por esse dia.
Que a Paz do Senhor fique convosco."
5 /03 /05
Manuel
Núcleo Espírita Amigo Amen
Santa Maria

sábado, 22 de novembro de 2008

Na noite de 19 para 20 de Outubro de 2008, manifestou-se uma entidade em grande sofrimento. Passou algum tempo até que a entidade pudesse dizer algumas palavras.
Entretanto os membros do grupo mantinham-se em oração.

Foi com dificuldade que conseguimos ouvir algumas palavras suas. Veio recebê-la sua filha, que ela recusou. Caindo novamente na inconsciência foi transportada para um ‘pronto-socorro’ da espiritualidade.
Posteriormente, o Espírito Orientador dos trabalhos explicou-nos o sucedido.

Passemos ao diálogo que foi possível estabelecer entre o doutrinador e a entidade:

Espírito: (Suspiros profundos) Não estou a receber auxílio nenhum, nem quero receber, nem estou a receber, nem sei de nada, nem quero saber de nada.

Doutrinador: Porque dizes isso? Estão aqui mensageiros de Jesus nos quais podes confiar. Dói-te a cabeça, não é verdade? Tira as mãos, para poderes receber auxílio...
Espírito: Ai a minha cabeça. Só oiço conversas...

Doutrinador: Então quais são as conversas que atormentam?

Espírito: Todas. Todas. Agora termos de nascer de novo?! Isso é que era bom! Nascer de novo...
Doutrinador: Não te preocupes com isso. Onde é que estiveste antes?

Espírito: Essa nunca ouvi. Ai, a minha cabeça...

Doutrinador: Um dia mais tarde saberás. Mas agora vamos é tratar de ti, isso é que é importante. Muita luz. Estás sendo auxiliada querida amiga.
Lembras-te onde estiveste? Andaste por aí, não é verdade?

Espírito: Eu não sei... Eu não sei... Ando por aí, ao Deus dará. Muito desorientada... Muito desorientada...
Doutrinador: E sabes como vieste ter aqui connosco? Tens amigos?

Espírito: Não. Não tenho ninguém.

Doutrinador: Tens, sim senhor. Tens o amigo maior, que é Jesus.

Espírito: Não tenho ninguém. Não se encontra Jesus aqui. Isso é tudo conversa...
Doutrinador: Mensageiros de Jesus.

Espírito: Não há ninguém. É o deserto. Não há ninguém. Não tenho encontrado ninguém. Só esta desorientação.

Doutrinador: Vais encontrar. Olha agora à tua volta. Vê amigos da espiritualidade. Já começas a ter consciência do que se passa.
Espírito: Não. É só escuridão. Só escuridão. Escuridão... Escuridão...

O doutrinador ora, sendo acompanhado pelo restantes elementos do grupo que se mantêm em concentração. Entretanto a entidade suspira e emite queixumes.

De repente a entidade grita e tem a visão da filha:

Espírito: Aiii!!! A minha filha! Não, não, não!!! Não, não, não!!!

E perde a consciência, não se voltando mais a manifestar.
O doutrinador ora, sendo acompanhado pelos restantes elementos do grupo.

Manifesta-se o Espírito orientador dos trabalhos:

“...quando nos afastamos das leis divinas, herdando as consequências dos nossos actos impensados, atentatórios dessas mesmas leis que a todos nos devem conduzir. Ouvimos da abnegação, alegremente conquistada no sacrifício e na renúncia, alçando para voos mais altos, de acordo com essas mesmas conquistas.
Daí que o Reino do Pai se espalhe por vários mundos, neles habitando os corações que se atraem por similitude. Uns, mais amenos e felizes. Outros, representando a inferioridade de nossas almas: mais ásperos, onde imperam a dor, o sofrimento, mas também as oportunidades de nos ultrapassarmos, de nos reconquistarmos para Deus.
Esta nossa amiga há muito que se perdeu nos abismos da insensatez e do egoísmo, próprio dos seres humanos pouco habituados ainda à compreensão das leis que regem o Universo; tendo entrado em mãos criminosas, praticou um aborto que lhe retirou a vida, ainda jovem, aportando ao mundo espiritual em condições insanas e desesperadoras, gritando, a pobrezinha, sem que qualquer socorro lhe pudesse chegar perto por não ser ela capaz de o ouvir. Não que não fosse tentado, pois o socorro divino a todos chega, a todos atende, sem descanso e sem selecções, a não ser o mérito de cada um.
Incapaz de erguer a sua voz aos céus, implorando o perdão pelo seu erro e orando, abrindo assim as portas ao auxílio, se revoltou e se desesperou por tempos infindos, ainda que sua filha, que ela recusou, por possuir a superioridade moral suficiente, não tenha nunca desistido de interceder por ela.
O vácuo a que aqui assististes resulta da sua consciência ainda muito culpada, que ainda não consegue encarar as consequências do seu acto.
Por intercessão de sua filha será, porque as condições mínimas foram reunidas, transportada a um pronto-socorro onde ficará recolhida, em tratamento demorado, reestruturante de sua mente esfacelada por tanto sofrimento.
Oh, se os homens soubessem que o sofrimento centuplica no mundo onde aportam, e que desejando, por vezes, alcançam. Como se beneficiariam muito mais das horas que lhe estão destinadas no mundo e como ergueriam a voz aos céus, bendizendo as oportunidades de cada dia, ainda que muitas se revelem em lutas duras, cheias de desgostos, provações, mas sempre oportunidades de renovação.
Agradeçamos, erguendo bênçãos aos céus, o auxílio que aqui recebemos hoje, a misericórdia divina.
Ergamos nossas vozes, pedindo, humildemente, que a Paz ou, pelo menos, a resignação e a vontade de lutar sejam concedidas a esta nossa irmã e a todas as consciências culpadas de tantos irmãos sofredores.
Agradeçamos, também, todos os benefícios recebidos no nosso dia-a-dia, sobretudo quando ele chega em forma de sacrifícios ou de renúncia.
Que a Paz fique convosco, meus irmãos.”

Doutrinador
: Obrigado. Sois o amigo Amén não é verdade?

Espírito: Certamente.

Doutrinador: Obrigado, Amigo Amén.

Espírito: Agradeçamos apenas ao nosso Mestre e a Deus que nos perdoa infinitamente e que nos estende os braços de Pai acolhedor, Amigo, com que contaremos para sempre.

O doutrinador agradece a Deus e a Jesus e dá por terminada a reunião.


Manuel
Núcleo Espírita Amigo Amen
Santa Maria

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Segurança emocional: Instituições ou família adoptiva?

Amanhã termina a blogagem colectiva sobre a Adopção, promovida pelo blog da Geórgia http://saia-justa-georgia.blogspot.com e do Décio http://gk. jaegger.blog.uol.com.br/
Deixo os meus parabéns aos dois pela excelente ideia.
Aqui fica mais uma pequena contribuição sobre um assunto que tanto interessa às crianças e à própria sociedade.
Há algumas instituições que funcionam razoavelmente, tentando proporcionar condições à criança afim de colmatar a ausência da família.
Apesar disso, a institucionalização não transmite à criança a segurança e confiança que ela necessita para explorar o mundo e se tornar autónoma. O funcionamento institucional não permite a prestação contínua de cuidados, factor essencial para um desenvolvimento harmonioso da criança. Esta recebe atenção, mas nunca em quantidade suficiente para preencher as suas necessidades afectivas.

TESTEMUNHOS

O medo de ser abandonada


A minha mãe deixou-me em casa de um senhor e nunca mais me procurou. Já nem me lembro da cara dela nem da sua voz.
Devia estar muito zangada comigo para não me vir buscar!
O meu pai... bom, nunca conheci o meu pai; não sei se é grande ou pequeno, gordo ou magro nem se gosta de mim.
Sentia-me zangada com tudo isto! O que foi que eu fiz? Alguma coisa devia ter feito, ou não me teriam mandado para esta casa.
Chegava a bater em mim própria, sem saber como reagir ao que me estava a acontecer.
Na Ajuda de Berço encontrei carinho, cama, comida, roupa, meninos da minha idade com quem brincar; aqui podia tomar banho e aprender coisas novas... Mas viver numa casa como esta implica conviver com muitas pessoas, e nenhuma delas é só para mim.
Havia alguém especial, mas todos os dias essa pessoa tinha de se ir embora e é como se um pouco de mim fosse com ela. E eu tinha medo que essa pessoa não voltasse nunca mais, tal como aconteceu com a minha mãe. Sentia-me muito triste. E gritava com os outros, batia-lhes. Quando essa
pessoa chegava só queria estar perto dela, o dia todo se pudesse ser!
Até que chegou o dia em que apareceu alguém que estava pronto para ficar sempre comigo! Pelo menos, era o que eles diziam... Estava com tanto medo que não gostassem de mim, que acabei por me portar ainda pior e desistiram de mim, logo no terceiro dia que passámos juntos... Não percebia nada do que se estava a passar, mas sentia que não valia mais a pena. Outros meninos que estavam comigo reagiam de maneira diferente. Choravam baixinho, brincavam sozinhos, pediam colo, pediam a chucha...
Eu não! Eu chorava só para dentro e fingia que não era nada comigo.
Passaram alguns meses... Amanhã vem cá um casal para me conhecer. Será que eles querem ser os meus pais? Eu queria tanto ter uma mãe e um pai só meus. Alguém que goste verdadeiramente de mim! Estou muito nervosa... E se estes também se vão embora? Não vou aguentar...
Depois de tantas desilusões, tenho medo de acreditar. Vou espernear, gritar, fazer-me de forte e fingir que não gosto deles. Parece menos doloroso se for eu a decidir que não vai resultar.
Não quero voltar a ver aqueles olhares de pena, culpa, remorso ou lá o que for.
Preciso que acreditem que vai tudo correr bem.
Preciso de colo e de atenção, preciso que me falem baixinho, que me embalem, preciso de ouvir dizer muitas vezes que gostam de mim.
Preciso que ralhem comigo quando me portar mal. Mas mesmo nessas alturas, que digam que gostam de mim. Quero voltar a acreditar!
Se me provarem que me aceitam como eu sou, que é mesmo a sério e para sempre, EU CONSIGO!

A criança de que falamos encontra-se com a sua (nova) família há cerca de 14 meses. Encontrou alguém que a tem ajudado a reparar as feridas e a acreditar no futuro. Já pode “baixar” as defesas que desenvolveu com medo de ser novamente abandonada e dar-se a conhecer ao mundo.
E é tanto o que tem para dar!!!

http://www.ajudadeberco.pt/pdf/olhe2.pdf

Uma Família sem medos nem preconceitos:

"A NOSSA VIDA MUDOU RADICALMENTE"

Maria Emília e Carlos Soares estão casados há 12 anos e não podem ter filhos. Há cerca de um ano resolveram avançar para a adopção. Numa unidade de emergência infantil, na zona do Porto, encontraram dois meninos, gémeos, com quatro anos. Só que, um deles tem deficiência auditiva profunda.
Logo que começaram a contactar com os meninos, confrontaram-se com uma "incrível vontade" de os levar para casa. E assim fizeram. Só que o menino portador de deficiência, que exige cuidados especiais, teve de voltar à instituição por mais seis meses. Agora estão os dois com os pais adoptivos.
"A nossa vida mudou radicalmente", disse Maria Emília, realçando que agora percebe "porque é que as pessoas, por norma, rejeitam estes meninos". No entanto, afirma que "o amor compensa todos os sacrifícios".
Correio da Manhã

10 Novembro 2008

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Sentido das Provações

Na noite de 2 para 3 de Novembro de 2008, após a leitura do Evangelho e oração por todos os companheiros espirituais em sofrimento, manifestou-se um amigo espiritual esclarecendo sobre as provações a que os componentes do grupo mediúnico têm estado ultimamente sujeitos.

Da comunicação deduzimos que tudo estava previsto e de que aquele ou aqueles que agora são “a pedra de escândalo” que nos atinge terá ou terão um dia que prestar contas perante o tribunal da própria consciência. A firmeza que demonstrarmos perante as agruras da vida são prova de nossa Fé. E quem se oferece para a prática da caridade activa, delas não está livre. A verdadeira Caridade é aquela que implica doação de nós próprios. Lembremo-nos da parábola do “óbolo da viúva”. (Ver nota de rodapé)

Passemos, então, à comunicação psicofónica do espírito amigo:

Espírito: “(...) nossos irmãos sofrem as agruras da vida. Cada um em suas provações ou em suas missões. Cada um, cumprindo programa antecipadamente escolhido, embora escondido nas memórias do inconsciente.

Sabemos que viveis momentos difíceis. Uns, atingidos no mais profundo de suas almas, inquietados no seio familiar que tanto prezais. Outros, perturbados noutras áreas, também íntimas. Inclusive viveis momentos difíceis na área social, na vossa profissão, resultado de fracas opções, de instabilidade criada num mundo sem fé no porvir, sem conhecimentos para além dos científicos que os possam segurar, para além de uma vida de corrupção, de vivência do imediato, de ânsia de vencer, pobres infelizes, para se encontrarem cada vez mais sós num mundo em turbação que apenas sabe aplaudir a curto prazo e que abandona ao mínimo sinal de fraqueza.

Lembrai-vos, no entanto, de que contamos convosco, todos trabalhadores numa seara que deles carece e que para podermos ser úteis aos nossos irmãos sofredores temos que não vacilar, que enfrentar as provações que acutilam nossos seres: erectos, convictos e conscientes de que há sempre uma razão que a tudo subsiste e de que Deus não esquece nem o mais pequenino dos seus filhos.

Lembrai-vos que até Jesus foi experimentado e que a tentação não venceu, porque o Amor pela Humanidade que Ele vinha ensinar irradiava do seu coração puro, mais forte do que todas as perseguições. Se estais a experimentar e a ser experimentados na vossa fé, nas vossas convicções mais profundas, caminhai com firmeza.

Lembrais-vos de todos os nossos trabalhos, que embora simples, são de grande valia para cada um daqueles a quem protegemos.

Um grão de areia que se move transforma a pouco e pouco a paisagem da praia, embora ao primeiro movimento essa alteração seja imperceptível aos nossos olhos.

Cumpre-nos, nós que encetámos a caminhada, lembrar-nos de que a tarefa não está terminada, de que todos somos devedores e de que todos merecemos um futuro melhor trabalhando para ele. Erguendo nossas Preces e, sobretudo, pensando no amanhã que se avizinha.

Experimentais, também, deste lado da vida, alguns dissabores pelo bem que fazeis, causando perturbação nalgumas hostes e não deveis esquecê-lo.
Mas o Amor, o sentido do Bem, a convicção num Poder Maior vencerá sempre o ódio, a perseguição, a injustiça, pelo que confiemos em Deus. Ele está junto de nós. Que a Paz fique convosco."

Doutrinador: Obrigado, querido amigo

Espírito: Agradeçamos ao Senhor elevando nosso padrão vibratório, lançando luz sobre cada um dos irmãos que aqui se apresentaram em sofrimento, sobre toda a cidade, carente de Luz, de Amor, de Protecção, para que Deus nos permita viver um pouco melhor, pois onde o Amor chega a Paz dominará.

Doutrinador: Obrigado, querido amigo. Nós ainda hoje reflectimos (e porque nada acontece ao acaso) porque é que viemos viver para esta cidade, quando aparentemente não existem afinidades com a maneira de pensar e sentir das pessoas que nela vivem.

Espírito: Os trabalhadores, meus amigos, são convocados para os locais onde existe trabalho, pois outro sentido não haverá.

Doutrinador: É certo, mas a nossa influência é muitíssimo limitada.

Espírito: Lembrai-vos, amigo, que os olhos humanos não vêm o grão de areia em movimento, mas que ele se move, move. E que altera a paisagem, altera.

Doutrinador: Obrigado, querido amigo, pelas vossas palavras de incentivo. Sabemos que não estamos sozinhos e que os companheiros nos acompanham nas várias situações por que temos passado e não é por acaso que essas situações ocorrem.
Continuaremos essas tarefas com a ajuda de Deus, nosso Pai e com a colaboração, isso temos a certeza, dos companheiros da Espiritualidade. Amigos que trabalham de uma forma incógnita, muitos deles desconhecidos dos terrenos, mas conhecidos de Deus. Isso é que importa. Quereis deixar vosso nome, amigo?

Espírito: Saul.

Doutrinador: Obrigado, amigo Saul

Espírito: Agradeçamos todos ao Pai.

O doutrinador agradece a Deus e pede por todos os companheiros espirituais que compareceram na reunião para serem auxiliados. E termina orando a Deus, Nosso Pai.


Manuel
Núcleo Espírita ‘Amigo Amen’
Santa Maria

Nota:
A parábola do ‘óbolo da viúva’ em ‘O Evangelho Segundo O Espiritismo’ conta-nos que, enquanto os ricos davam boas quantias de dinheiro como esmola, uma viúva, muito pobre, deu apenas duas pequenas moedas que valiam muito pouco. Vendo aquilo, Jesus disse aos seus discípulos que na realidade a esmola da viúva valia mais que a dos ricos porque aquela pequena quantia de dinheiro havia sido retirada da sua indigência, enquanto que as largas somas dadas pelos ricos não representavam sacrifício por serem retiradas da abastança.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Adopção em Portugal


Apesar de há cinco anos a Lei sobre adopção em Portugal ter sido alterada e de, no terreno, um grupo de gente de boa vontade se ter disponibilizado para desbloquear todo o moroso processo e diminuir o tempo de espera dos casais dispostos a adoptar, o prazo de entrega das crianças permanece demasiado desesperante, rondando aproximadamente os cinco anos, tal como antigamente.

Usam-se argumentos como a falta de técnicos eficientes nas instituições para a recolha de informações sobre a adoptabilidade da criança, a ausência da passagem dessas recolhas ao Tribunal, a morosidade da justiça, a necessidade de uma eficiente avaliação dos casais adoptantes e mais um sem fim de causas prováveis para que, na essência, tudo fique na mesma.

A verdade é que o verdadeiro problema reside na MUDANÇA das mentalidades vigentes, num país em que a Lei privilegia os laços de sangue em detrimento do Amor e do Superior Interesse da criança, numa visão redutora do que seja esse SUPERIOR INTERESSE: o do DIREITO ABSOLUTO a um COLO.

Reduziu-se de 6 para 3 meses o tempo em que os pais biológicos PODEM abandonar os seus filhos numa qualquer instituição, sem que ao menos sejam OBRIGADOS a fazer um simples telefonema, mostrando o mínimo de interesse por aquela criança. Como se esses pequenos seres não carecessem diariamente dum pai ou duma mãe, resultando cada dia que passa em mais traumas e sofrimento!
Mesmo assim, os organismos envolvidos em todo o processo continuam a investir na recuperação da família biológica, defendendo a crença de que essa será sempre a melhor solução para a criança. Basta uma simples visita ou telefonema dum dos progenitores, antes do prazo legal terminar e tudo pára por aí, continuando a institucionalização por anos a fio, até que muitos percam a oportunidade de crescerem saudáveis e felizes no seio duma família a sério que os considerem únicos e especiais.

Diga-se que toda esta situação é conveniente para as próprias instituições que na aparência da caridade, vão mantendo os empregos de quem lá trabalha e vivendo dos subsídios que cada criança institucionalizada recebe do Estado, ou seja de todos nós. De Instiuições de Acolhimento passam a Instituições de Recolhimento, tal como afirma Luís de Villas-Boas, dirigente do Refúgio Aboim Ascensão e presidente da Comissão de Acompanhamento da Execução da Lei da Adopção, criada em 2003 e extinta dois anos depois: “…a adopção em Portugal continua bloqueada. Enquanto prevalecer o depósito das crianças em instituições que não são centro de acolhimento mas de recolhimento, enquanto houver gente que espera anos para ser avaliada, a situação continuará a ser muito complexa e muito difícil." DN 23.07.08
Leia aqui o artigo completo:


Durante esta semana os bispos vão discutir e aprovar na Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que decorre em Fátima até à próxima quinta-feira a ineficácia da Lei de Adopção, não para defenderem a agilização de todo o processo, mas Pasme-se! PORQUE (Ao que o CM apurou), os prelados vão defender alterações profundas à actual lei da adopção, por forma a que as questões estatísticas e os interesses de quem quer adoptar deixem de estar na primeira linha.

"Devemos proteger as crianças e não propriamente pensar naqueles que desejam ter uma criança como pais adoptivos. O maior bem, que é a criança, deve estar sempre em primeiro lugar", afirmou o padre Manuel Morujão, que hoje se estreia como porta-voz da Conferência Episcopal.
Mas o maior bem para a Criança - pergunto eu - não é GANHAR uns PAIS, sejam adoptivos ou os chamados "de sangue"?!

Nesta matéria, a Igreja mostra-se preocupada com o que diz ser o objectivo do Governo de "reduzir drasticamente" o número de crianças institucionalizadas, promovendo para isso todas as facilidades ao nível da adopção.” Correio da Manhã, 10 Novembro
Veja aqui
Compreende-se a "preocupação" da Igreja, pois estamos cientes de que é MUITO MELHOR para TODOS e, sobretudo, para a CRIANÇA que esta permaneça nas Instituições!!!

As “facilidades” que referem relativamente “àqueles que desejam ter uma criança como pais adoptivos” são estes andarem durante meses e anos a serem investigados por técnicas da Segurança Social, psicólogos, tribunais… que lhes visitam as casas, invadem a vida familiar e constroem todo um historial sobre essa gente suspeita de QUERER dar amor a uma criança que não é sua!!!


“A vida foi feita para amarmos e sermos amados!
Por este motivo, devemos decidir resolutamente
que, nunca mais, nenhuma criança seja objecto
de rejeição e desamor!”
Madre Teresa de Calcutá