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segunda-feira, 9 de julho de 2007

Animismo e mediunidade

  • Tenho recebido no meu mail algumas questões interessantes e pedidos de esclarecimento sobre Animismo, mediunidade, mistificação e uma mais recente (animismo e patologia mental), cujo destinatário não consegui contactar, provavelmente, devido a erro de endereço. Assim, decidi organizar um texto que, de alguma forma, responda às dúvidas colocadas e possa servir de pista a mais investigações sobre temas que não se esgotam num simples post.

  • Em quatro posts existentes no blog, estabelece-se a diferença entre: animismo, mediunidade e mistificação, bem como toda a bibliografia consultada de autores clássicos que dedicaram obras inteiras ao assunto (Ernesto Bozzano, Alexandre Aksakoff, Hermínio Miranda…).
    Para além desses, Jorge Andrea, médico na área da psiquiatria também explica muito bem o assunto.
  • Resumidamente o que posso dizer é que não podemos falar de animismo sem falar de mediunidade, pois se existe um princípio inteligente independente do corpo físico, este pode manifestar-se, projectando-se no exterior, por fenómenos de telepatia, por exemplo -animismo- e receber o contacto de outro princípio inteligente -mediunidade-, uma entidade espiritual. Mas, uma manifestação mediúnica nunca é “pura”, havendo sempre interferência do médium -animismo- ou no conteúdo (o que é grave) ou na forma (letra, por exemplo).
  • Já será sinónimo de patologia, se o médium tiver a intenção de enganar, de se projectar no grupo social, de ganhar dinheiro, agindo conscientemente, mas aí trata-se de mistificação e não de animismo. Todos estes fenómenos exigem muito estudo e experiência, pelo que uma mensagem não deve ser aceite sem análise e o médium tem o dever de evangelizar-se, pois é pelo comportamento moral que atrairá espíritos elevados.
  • Portanto, o animismo é um fenómeno natural, a capacidade que o ser humano possui de manifestar o seu próprio espírito. Todavia, somos o presente, mas somos também o somatório de vidas anteriores e carregamos connosco muitas vivências traumáticas que, por vezes, emergem à superfície, torturando-nos sem conhecer as causas de nosso sofrimento. E surgem as depressões, as angústias que podem conduzir a alucinações e outras patologias de graus diversos sem que haja interferência de uma entidade exterior.
  • Pode também haver as duas coisas: a personalidade psicótica da pessoa e a aproximação de entidades perversas do passado que, não tendo perdoado, vêm agora cobrar àquele que descobrem fragilizado. Daí que Jesus nos tenha recomendado que nos reconciliemos com os nossos inimigos o mais depressa possível, pois há perseguições que duram séculos.
  • Há experiências muito interessantes a decorrer no Brasil, em que médicos psiquiatras espíritas tratam as alienações mentais de seus pacientes, adicionando aos tratamentos da medicina, oração, passes e água fluidificada. Dados estatísticos confirmam que os doentes sujeitos a este tratamento recuperam mais rapidamente do que aqueles que somente seguem os métodos tradicionais.
  • Quanto à questão que muitos se colocam em alguma altura da vida: “Será que sou médium?” só a experiência e a observação nos pode indicar a resposta, pois por tudo o que ficou exposto, não há respostas imediatas; por isso Kardec nos recomendou o estudo, a humildade e o espírito crítico.

domingo, 10 de junho de 2007

MEDIUNISMO, ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO


IV Parte

  • Mencionamos, por último, o fenómeno tão comum da mistificação. Não é animismo, que é um fenómeno tão respeitável quanto o mediúnico. O fenómeno de mistificação é aquele que parece mediúnico, que pode parecer anímico, mas não é. A mistificação é engendrada pela malícia consciente, mas a maior parte das vezes inconsciente de quem a produz.

  • Na mistificação há intenção de enganar, com o objectivo de autopromoção pessoal, de grupo ou mesmo de instituições. Ela é devida, a maior parte dos casos, à falta de humildade, aliada a frustrações pessoais e complexos de inferioridade, e vem frequentemente muito bem embalada, para melhor aceitação.

  • Por vezes é o resultado da expressão de uma pessoa com acentuada carga neurótica, a ser tratada por especialistas, e a que o Centro Espírita pode dar um grande auxílio se não a encaminhar para grupos de "desenvolvimento mediúnico", com o diagnóstico de "mediunidade a desenvolver o mais rapidamente possível".

  • Há que não confundir pessoas emocionalmente desequilibradas, torturadas, abertamente neuróticas com médiuns. Se a mediunidade e o animismo surgem em pessoas equilibradas, a mistificação surge sempre de espíritos doentes, a que deveremos dar atenção, sim, mas tratando-os como espíritos doentes, a necessitar de apoio e auxílio.

  • Não se pense que os fenómenos mediúnico, anímico e mistificação possam surgir isoladamente, com nitidez. Muitas vezes a mistificação vem à mistura com animismo e, por vezes também com mediunismo. Mesmo que a mistificação seja do espírito comunicante, isso não retira responsabilidade ao médium de estar colaborando.

  • Conhecemos obras que são completa mistificação, produzidas por espíritos (e médiuns) vaidosos e pseudo-sábios que quando vieram a público, tiveram maior tiragem do que qualquer obra da Codificação. A credulidade, ignorância, desejo do insólito, assim o exigiram.

  • A participação em tarefas mediúnicas, sejamos médiuns ostensivos ou não, exige de todos nós muito estudo (das obras da Codificação e complementares), moralização e bom senso.

  • Emmanuel diz-nos que "a maior necessidade do médium (e todos o somos), é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias" (3); "se a execução desse esforço (de iluminação interior) não se efectua, tende cuidado, porque então, os efeitos serão extensivos a todos os centros de força orgânica e psíquica. O obsidiado que entrega o corpo, sem resistência moral, às entidades ignorantes e perturbadas, é como o artista que entregasse o seu precioso violino a um malfeitor" (3).
(3) Xavier,F.C., Emmanuel. (1988) O Consolador, 14ª Ed., FEB, Rio.

Além das citações feitas, consultámos os seguintes livros:

Ernesto Bozzano:"Animismo ou Espiritismo?"(FEB);
Alexandre Aksakoff: "Animismo e Espiritismo"(FEB);
Hermínio Miranda: "A diversidade dos Carismas"(Arte e Cultura);
Apostila da 12ª Aula do Curso "Estudos sobre reuniões mediúnicas ",
do Centro Espírita Allan Kardec, de Campinas,SP.
Autor: Mário

quinta-feira, 7 de junho de 2007

MEDIUNISMO, ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO


III Parte
Não podemos isolar o animismo da mediunidade. Uma comunicação pode ser totalmente anímica, mas também a interferência do médium pode ser muito pequena. A manifestação totalmente anímica, poderá ocorrer:
  • a) como resultado de uma sugestão ou impressão sofrida pelo médium, em que o ambiente que o circunda tem grande parte de responsabilidade, cabendo ao orientador dos trabalhos a correcção e orientação fraterna do médium para controlar a imaginação e as emoções;
  • b) como a de um espírito em sofrimento, que já atrás citámos, e que é devido ao facto de o médium ter a mente fixada em situações aflitivas íntimas desta ou de reencarnações anteriores, exigindo doutrinação, como se de um espírito desencarnado se tratasse;
  • c) como a de um espírito superior ao médium, em que este, ao desdobrar-se, recupera a posse de conhecimentos espirituais que possui e que estão adormecidos quando no corpo físico; ainda aqui o médium deverá ser orientado para que não se vicie nesse género de produções, pois a sua tarefa é mesmo o intercâmbio com entidades desencarnadas.
  • Mas como distinguir uma comunicação anímica de uma verdadeira comunicação mediúnica?

Não existem receitas. Já Kardec afirmava que só se sabe se alguém é médium experimentando.

De qualquer forma, poderemos tentar verificar se uma comunicação é anímica:

  • a) fazendo a análise das comunicações obtidas pelo médium;
  • b) procurando fazer a percepção fluídica do médium em transe;
  • c) recorrendo à vidência.

Seja como for, se detectarmos animismo, deveremos tentar corrigir fraternalmente o médium e o assunto deve ser tratado com muita diplomacia, pois o médium pode estar plenamente convencido de que não produz animismo, dado disso não ter muitas vezes consciência.


Mas se a repetição da comunicação totalmente anímica permite tarde ou cedo a pessoas experientes a sua detecção, o mesmo não se passa com comunicações parcialmente anímicas, já que todas o são, dado que em todas haverá influência do médium, que mais não seja quanto à forma.

O problema se põe com severidade quando a comunicação é parcialmente anímica quanto ao conteúdo, quando o médium mistura inconscientemente parte dos seus pensamentos e sentimentos com os do espírito comunicante.

Ainda aqui, a responsabilidade do grupo é essencial, quanto ao ambiente que rodeia o médium, a necessidade de evangelização, de estudo e de humildade, caso contrário, surgirão os mal-entendidos e o grupo acabará caindo na desmoralização.

Franqueza fraterna, estudo e humildade!

Autor: Mário

sábado, 2 de junho de 2007

MEDIUNISMO, ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO

II Parte
  • Diz-nos Aksakoff que, quando o estado alterado de consciência se projecta para a sua interioridade, temos o que ele designa de "personismo"; quando essas energias se projectam para o exterior, actuando sobre objectos ou pessoas, temos o "animismo". Os fenómenos de clarividência, telepatia, telecinésia, seriam fenómenos anímicos. As aparentes comunicações mediúnicas, que mais não são do que a manifestação do espírito do próprio sensitivo, seriam fenómenos de "personismo".

  • Nos relatos de André Luiz, temos exemplos, nomeadamente de uma comunicação aparentemente mediúnica, mas que não passa de "personismo", para usar o termo de Aksakoff:
  • "Nossa amiga supõe encarnar uma personalidade diferente, quando apenas exterioriza o mundo de si mesma"(...)"a manifestação decorre dos próprios sentimentos de nossa amiga, arrojados ao pretérito, de onde recolhe as impressões deprimentes de que se vê possuída, externando-as no meio em que se encontra"(2).
  • Usualmente, não usamos o termo "personismo", englobando esta classe de fenómenos sob a designação de "anímicos". No caso citado acima, suporíamos a manifestação de um espírito sofredor, quando não passa do espírito do próprio sensitivo a manifestar-se.
  • Fica assim clara a distinção teórica entre fenómeno anímico (produzido pelo próprio sensitivo, com ou sem intervenção de outras pessoas encarnadas), do fenómeno mediúnico, que pressupõe a existência de uma inteligência extra-física, um espírito desencarnado, que, encontrando-se o sensitivo num estado alterado de consciência, indo desde a lucidez ao estado inconsciente mais profundo, se "enxertaria" no seu campo energético, produzindo assim o fenómeno.
  • Deste modo, a mensagem final será sempre o resultado da inter-relação entre duas mentes: a do médium e a do ser transcendental (espírito ou entidade desencarnada). A experiência mostra-nos que, mesmo com médiuns muito seguros, há interferência. O problema da filtragem mediúnica está sempre presente e, por vezes o conteúdo da mensagem da entidade comunicante vem severamente alterado, quando não deturpado.

  • Poderemos citar o exemplo vindo no livro "O Consolador" (Emmanuel/Chico Xavier), em que a resposta de Emmanuel à teoria das almas gémeas entra em conflito com a que vem no Livro dos Espíritos. Indagado a respeito, Emmanuel atribui o facto precisamente a problemas de filtragem mediúnica.
  • Serve isto para alertar todos os que lidam com o fenómeno mediúnico que a questão é bem complicada e exige bastante estudo e experiência. O bom senso e o espírito crítico, bem como uma grande dose de humildade, devem estar sempre presentes, para que não se tomem como verdadeiras, comunicações que o não são.
(2) Xavier,F.C.,Luiz,A. (1985). Nos Domínios da Mediunidade,14ª Ed. FEB.Rio, Brasil
Xavier,F.C.,Luiz,A.. (1987) Mecanismos da Mediunidade,10ª Ed., FEB. Rio, Brasil
Autor: Mário

quinta-feira, 31 de maio de 2007

MEDIUNISMO, ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO

Hoje inicio um conjunto de quatro posts que constituem um estudo sobre diferenças entre: animismo, mediunismo e mistificação, da autoria dum amigo que mo enviou por correio.
  • I Parte
  • Que os fenómenos ditos mediúnicos são de todas as épocas da Humanidade, todos sabemos. No entanto, só a partir de meados do século passado, com o surgimento da Doutrina Espírita, é que eles começam a ser sistematicamente estudados. Neste século, os mesmos fenómenos, são retomados pela ciência académica (parapsicologia no Ocidente e psicotrónica nos países de Leste), acabando os investigadores por chegarem às mesmas conclusões que os investigadores do século passado e do início deste, já haviam chegado.
  • Os fenómenos ditos mediúnicos, ou espíritas, envolvem sempre um estado alterado de consciência do sensitivo, mas nem todos os estados alterados de consciência podem ser classificados de mediúnicos.
  • Ernesto Bozzano, ao estudar a comunicação entre vivos, chegou à conclusão que todos nós possuímos um princípio inteligente que se pode manifestar independentemente do corpo físico, à distância, podendo proporcionar através de um sensitivo uma comunicação. Este tipo de fenómenos, chamou ele de anímicos. Aqui, o sensitivo entra num transe especial e passa a vivenciar realidades do seu psiquismo mais profundo, não necessitando obrigatoriamente da intervenção dos chamados seres espirituais para explicar o fenómeno. Tal é o caso de fenómenos conhecidos sob o nome de telepatia, clarividência, telecinésia.
  • Partindo desta base, nada impede que quem serve de intermediário a um encarnado em desdobramento, não o possa fazer com um ser que já tenha deixado a vida física pelo fenómeno da morte. Com efeito, provada a existência de um princípio espiritual independente do corpo físico, e sabendo com a física moderna que a matéria é pura ilusão, nada obsta a que o dito princípio inteligente sobreviva à morte do corpo.
  • De facto, existe outra categoria de fenómenos que o Espiritismo classifica de mediúnicos, e que a Parapsicologia classifica de "fenómenos theta" em que uma inteligência desencarnada, de pessoa que já viveu na terra, se manifesta, fornecendo dados sobre a sua experiência no corpo físico. Ernesto Bozzano no estudo exaustivo que faz do animismo, conclui que ele prova o mediunismo, isto é, a manifestação de seres que vivem no plano espiritual através do sensitivo.
  • Alexandre Aksakoff, também nos vem dizer, através do seu livro "Animismo e Espiritismo" que as situações de transe do sensitivo se podem caracterizar em vários níveis, podendo este, quando entra num estado especial de alteração de consciência, vivenciar fenómenos intrínsecos do seu psiquismo profundo, que ele designa de "personismo".
  • Pelo que se disse, podemos concluir que nem todas as chamadas manifestações mediúnicas, realmente o são. Muitas vezes não passam de um "estado alterado de consciência em que o indivíduo busca, nos porões profundos do seu próprio psiquismo, material, formas de se comunicar, que extrojecta no instante do chamado transe"(1).
(1) Sech,A. . (1980). Animismo e Mediunismo, in "Encontro com a Cultura Espírita",pgs. 159 e seguintes. Casa Editora "O Clarim" .São Paulo, Brasil.
Autor: Mário