quinta-feira, 31 de maio de 2007

MEDIUNISMO, ANIMISMO E MISTIFICAÇÃO

Hoje inicio um conjunto de quatro posts que constituem um estudo sobre diferenças entre: animismo, mediunismo e mistificação, da autoria dum amigo que mo enviou por correio.
  • I Parte
  • Que os fenómenos ditos mediúnicos são de todas as épocas da Humanidade, todos sabemos. No entanto, só a partir de meados do século passado, com o surgimento da Doutrina Espírita, é que eles começam a ser sistematicamente estudados. Neste século, os mesmos fenómenos, são retomados pela ciência académica (parapsicologia no Ocidente e psicotrónica nos países de Leste), acabando os investigadores por chegarem às mesmas conclusões que os investigadores do século passado e do início deste, já haviam chegado.
  • Os fenómenos ditos mediúnicos, ou espíritas, envolvem sempre um estado alterado de consciência do sensitivo, mas nem todos os estados alterados de consciência podem ser classificados de mediúnicos.
  • Ernesto Bozzano, ao estudar a comunicação entre vivos, chegou à conclusão que todos nós possuímos um princípio inteligente que se pode manifestar independentemente do corpo físico, à distância, podendo proporcionar através de um sensitivo uma comunicação. Este tipo de fenómenos, chamou ele de anímicos. Aqui, o sensitivo entra num transe especial e passa a vivenciar realidades do seu psiquismo mais profundo, não necessitando obrigatoriamente da intervenção dos chamados seres espirituais para explicar o fenómeno. Tal é o caso de fenómenos conhecidos sob o nome de telepatia, clarividência, telecinésia.
  • Partindo desta base, nada impede que quem serve de intermediário a um encarnado em desdobramento, não o possa fazer com um ser que já tenha deixado a vida física pelo fenómeno da morte. Com efeito, provada a existência de um princípio espiritual independente do corpo físico, e sabendo com a física moderna que a matéria é pura ilusão, nada obsta a que o dito princípio inteligente sobreviva à morte do corpo.
  • De facto, existe outra categoria de fenómenos que o Espiritismo classifica de mediúnicos, e que a Parapsicologia classifica de "fenómenos theta" em que uma inteligência desencarnada, de pessoa que já viveu na terra, se manifesta, fornecendo dados sobre a sua experiência no corpo físico. Ernesto Bozzano no estudo exaustivo que faz do animismo, conclui que ele prova o mediunismo, isto é, a manifestação de seres que vivem no plano espiritual através do sensitivo.
  • Alexandre Aksakoff, também nos vem dizer, através do seu livro "Animismo e Espiritismo" que as situações de transe do sensitivo se podem caracterizar em vários níveis, podendo este, quando entra num estado especial de alteração de consciência, vivenciar fenómenos intrínsecos do seu psiquismo profundo, que ele designa de "personismo".
  • Pelo que se disse, podemos concluir que nem todas as chamadas manifestações mediúnicas, realmente o são. Muitas vezes não passam de um "estado alterado de consciência em que o indivíduo busca, nos porões profundos do seu próprio psiquismo, material, formas de se comunicar, que extrojecta no instante do chamado transe"(1).
(1) Sech,A. . (1980). Animismo e Mediunismo, in "Encontro com a Cultura Espírita",pgs. 159 e seguintes. Casa Editora "O Clarim" .São Paulo, Brasil.
Autor: Mário

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