quarta-feira, 13 de junho de 2007

Grupo Espírita

Carta enviada por correio electrónico
Amiga Joana:

Solicita-nos a amiga que digamos quem somos, que nos identifiquemos. Pois bem: somos um núcleo espírita familiar cuja origem remonta a 1992, embora alguns de nós tenhamos mais de duas décadas de experiência na participação, quer no movimento espírita, quer em reuniões mediúnicas sérias, sempre pautadas pelas regras que a Codificação Espírita impõe.

Nunca pensámos no nome de nosso núcleo espírita familiar, pois achámos que isso nunca seria importante mas, já que nos pede, indicaremos um nome que adiante justificaremos: "Núcleo Espírita Familiar Amigo Amén".

Quanto aos nossos nomes, pouco importa. Assinamos com pseudónimos. Aliás, achamos que o conhecimento que outrem possa ter acerca da nossa identidade pessoal constitui um entrave ao nosso trabalho. Pretendemos o anonimato total para que possamos, longe do mediatismo reinante, levar a cabo o exercício activo da Caridade, tal como o Mestre nos ensinou.

Nossas reuniões mediúnicas dedicam-se única e exclusivamente à prática da Caridade que, como sabeis, é exercida em ambos os lados da existência. A parcela decisiva do trabalho é feita pelos Amigos Espirituais. A doutrinação a entidades sofredoras é, em nosso entender, o culminar de um trabalho, por vezes longo, já anteriormente desenvolvido.
Nossa participação durante as reuniões mediúnicas, enquanto doutrinador é, como diz André Luiz, semelhante à de um “técnico electricista que liga e desliga tomadas”. Não nos esquecemos nunca de que as entidades sofredoras manifestantes se encontram na maioria das vezes numa situação confusa e de que, mais do que as palavras que possamos ou não dizer, o importante são as vibrações de amor que lhes enviarmos. Trata-se de irmãos muito carenciados de Amor. Sobretudo isso. Amor e algum esclarecimento.

Como sensitivo que somos, durante as reuniões, vamos captando o ambiente que nos cerca, o que, dada a experiência que possuímos, nos permite afirmar, com grande margem de segurança, o que está ocorrendo; assim, intuídos que estamos sendo, podemos conduzir a reunião, de acordo com a estratégia mais adequada ao bom prosseguimento dos trabalhos.
Como podereis adivinhar, os diálogos que mantemos com as entidades em sofrimento são relativamente curtos. A estratégia varia caso a caso. Seria longo descrevê-las. Mas podereis consultar os livros de Hermínio Miranda a respeito.
Quanto às comunicações que recebemos, algumas de entidades cujos nomes são conhecidos na Terra, temos sempre muito cuidado na análise do conteúdo. Mas mais do que as palavras e/ou a entoação com que elas são proferidas, o clima espiritual que se gera durante a comunicação, o 'clima vibratório' transmitido e sentido pelos presentes, que nos permite perceber sobre o grau de elevação e a autoridade moral do espírito comunicante. E isto não pode ser percebido por uma simples análise textual do conteúdo da comunicação. Porque aqui, mais do que as palavras, é o coração que fala. E as emoções sentidas pelos participantes numa reunião mediúnica – em qualquer reunião mediúnica – nunca poderão ser transmitidas pelo texto da comunicação. Por isso, sempre aconselhamos prudência nas avaliações: nem uma análise que se oriente pelo 'friamente racional', nem a aceitação mais ou menos leviana, em que tudo (ou quase) é admitido sem aprofundada análise.
Pela nossa parte a constância da credibilidade da médium, adicionada à experiência do doutrinador, a coesão e a afinidade dos participantes são garantias a ter em consideração. Não absolutas, pois nestas questões o absoluto não existe.

Ninguém está livre de mistificações. O próprio Chico Xavier psicografou um livro intitulado " Cartas de uma morta" e atribuído ao espírito de Maria João de Deus, sua mãe terrena e publicado em 1935, que nós consideramos completa mistificação. A que se deveu isso? Quanto a nós, vários factores confluíram: por um lado, o íntimo desejo do médium de uma comunicação de sua mãe terrena, a quem ele tanto queria e admirava; por outro, a atmosfera social reinante que fez com que, por exemplo, o livro "A vida no planeta Marte e os discos voadores" (1955), atribuído ao espírito Ramatis e que é, como se sabe, uma mistificação da primeira à última página, se vendesse mais do que todas as obras da Codificação juntas.
Pela nossa parte habituámo-nos a reger pelo conselho de Erasto: "Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, pelo menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom-senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa..." (Livro dos Médiuns, Cap.XX, item 230, tradução de J. Herculano Pires).
A escolha do nome "Núcleo Espírita Familiar Amigo Amén" deve-se ao facto de este Espírito Amigo se manifestar desde há cerca de 15 anos e sentirmos grande carinho por ele e ele por nós. Trata-nos sempre por "meus filhos" . Antes de se manifestar sentimos grande emoção pessoal. Após a sua manifestação a "médium" fica sempre com uma sensação de grande tranquilidade. Nunca disse o seu nome. Já não sabemos se foi este nosso querido amigo, se nós, que escolhemos o nome de Ámen (inicialmente fazia o sinal da cruz). Passou, desde então, a ser conhecido em nosso grupo como “Amigo Ámen”. E é assim que o tratamos desde sempre. Talvez um dia ele nos diga sobre uma de suas vidas na Terra e fiquemos a saber algo sobre a sua identidade. Para nós é e será sempre um Amigo Espiritual muito querido.
Santa Maria, 28 de Maio de 2007

Manuel

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