Na noite de 24 para 25 de Maio de 2008 manifestou-se psicofonicamente um amigo suicida que nos contou sua história e seus sofrimentos. Disse-nos sua identidade que, por razões óbvias, não revelamos.
Antes de se manifestar psicofonicamente, este companheiro espiritual gemia de sofrimento...
Doutrinador: Podeis dizer o que sentis?
Espírito: ...O meu corpo... está todo partido.
Doutrinador: Como aconteceu isso amigo?
Espírito: Deitei-me debaixo de um comboio. Fiquei todo estraçalhado.
Doutrinador: Caíste sem querer?
Espírito: Não. Atirei-me no desespero.
Doutrinador: Olha, meu amigo, vamos rogar a Deus nosso Pai e a Jesus Nosso Mestre, a ajuda.
Espírito: Não tenho feito outra coisa... Já me disseram. Estive muito tempo louco.
Já me disseram que estou um bocadinho melhor. Mas as dores ainda são muitas.
E vim aqui hoje ouvir as vossas lições e servir ... servir de exemplo, ao mesmo tempo que venho recuperar forças aqui.
Já me explicaram... Venho buscar entrar noutro corpo para receber... poder reconstruir o meu corpo e servir de exemplo... para que nenhum de vós façais o mesmo um dia algo de semelhante àquilo que eu fiz, porque ninguém tem o direito de tirar a própria vida e sofre-se muito, muito mais do que antes desse acto, quando julgávamos que a vida era uma escuridão, que não havia saída.
Sofre-se muito... muito... não tem comparação com o sofrimento que se experimenta depois durante muitos e muitos anos... muitos e muitos anos. Eu não sei explicar, mas o corpo que já não temos continua connosco no nosso íntimo. Sentimos cada músculo, cada osso estraçalhado, tudo como se fossemos vivos. Pior, porque destruímos tudo o que tínhamos... e isso é justo, segundo percebi.
Não há outra maneira de recuperar senão o tempo e a mudança dos pensamentos. Não sabemos porquê, só mudam com muito sofrimento e depois de muito tempo passado. Ainda me dói muito, muito, muito e já lá vai muito tempo...
Doutrinador: Recordas-te há quantos anos, querido irmão?
Espírito: Vai fazer 100 anos. Só agora, há pouco é que fui socorrido. Embora sem o saber tenha sido sempre ajudado por Deus, que nunca me abandonou, e por outros seus enviados que eu nunca vi, mas que ficavam perto. Eu só via o meu corpo.
Enlouquecido de dor como se ainda fosse vivo e de desespero pelo que tinha feito, revivendo a toda e hora o acto que cometi.
Uma vez e outra via-me atirando para debaixo do comboio e via o meu corpo sendo todo desfeito.
Julgando que ia encontrar o esquecimento, encontrei a loucura e a dor que ninguém pode explicar senão vivendo... Ai...
Doutrinador: Rogamos a Deus, meu amigo, ajuda para ti. E neste momento estais sendo auxiliado por mensageiros de Jesus, Nosso Mestre.
Espírito: Estou, estou. Eu bem sinto um alívio muito grande às minhas imensas dores. Só mais uns tempos me ajudarão a recuperar, embora eu tenha boa vontade. São coisas muito demoradas...
Doutrinador: Mas vais conseguir, amigo... vais conseguir.
Espírito: Neste lado da vida, onde julgamos que se encontram os mortos, temos todo o tempo do mundo para, porque aqui não há tempo e nós, com a ajuda de todos e com a esperança e fé em Deus vamos conseguindo.
Este é mais um socorro que recebi hoje, um grande alívio para as minhas dores.
Doutrinador: E sabes, amigo, como vieste aqui ter, quem aqui te trouxe?
Espírito: Trouxe-me um auxiliar. Daqueles anjos que nos recolhem da lama, sem pedir nada em troca. Que nos acolhem e tratam da nossa loucura com medicamentos que eu não sei descrever, mas que são uma espécie dos medicamentos que na actualidade chamam homeopáticos... e muita oração em locais semelhantes a hospitais, insonorizados, higienizados, onde não entram vírus, semelhantes a pensamentos destrutivos.
Doutrinador: Muito bem, querido amigo. Temos a certeza que irás recuperar... Estamos solidários contigo...
Espírito: Sobretudo por muito má que a vida vos pareça, por maiores que sejam os golpes, afastai-vos dos pensamentos de destruição do maior bem que recebemos, que é a nosso vida, embora a nós não nos pertença. Só Deus pode decidir quando ela acaba.
Ninguém tem o direito de o fazer antes, porque receberá sempre as consequências.
Não que Deus nos castigue.
Nós é que nos castigamos com esses actos de rebeldia, de orgulho e de insensatez.
Doutrinador: Tens razão, amigo. Certamente situações da tua última existência te levaram a esse acto desesperado...
Espírito: Mas que nunca seria justificado, porque atentei contra as leis divinas.
Doutrinador: Mas este tratamento e outros que irás receber irão ajudar a recuperar, a reflectir sobre tua existência, sobre tua vida, sobre o futuro. E tenho a certeza que irás recuperar numa próxima existência, no plano físico.
Espírito: Com mais lutas ainda para mostrar que aprendi a lição e espero bem aprender!
Doutrinador: Todos nós temos sempre mais lutas...
Espírito: Mas é este acto um dos mais graves que a Humanidade pode cometer. Agora tão em voga, pois no meu tempo era condenado por todos, embora sancionado quando se tratava de lavar a honra das famílias.
Agora, por qualquer coisa se quer acabar com a vida, não dando importância às Leis de Deus, que estão fora de moda e nas quais já poucos acreditam e grandes desilusões sofrem deste lado e muito sofrimento os espera.
Daí que eu queira trabalhar quando recuperar, junto dos que permanecem vivos na Terra. Vivos de corpo, mas ainda não tendo nascido para a verdadeira vida, ignorantes como crianças que ainda não aprenderam.
É esse o meu desejo depois de curar-me. Divulgar por todos aquilo por que passei, para que registem e evitem o acto de matar aquilo que Deus criou.
Doutrinador: Olha, querido amigo. Ainda te lembras de teu nome, de tua família, de tua cidade?
Espírito: Eu era A.B. e vivi em Braga. Vai fazer cem anos, embora tenha perdido um pouco essa noção do tempo, da sua contagem. É algo que me dizem os amigos que me rodeiam.
Doutrinador: Querido amigo estamos solidários contigo. Estes momentos em que estás aqui connosco, certamente são boa terapia para o teu espírito. O nosso médico que é Jesus, o médico das almas vai curar-te a ti e a nós todos através de mensageiros seus.
Mas a reflexão que fizeste mostra bem como estás consciente de toda a tua situação.
Nós, aqui no plano físico, lemos relatos circunstanciados de amigos que estão na espiritualidade, que cometeram na última existência o acto do suicídio e relataram tudo o que viveram, o que sofreram, por que padeceram. E depois o reerguimento. Que é o que sucederá contigo. A fé em Deus Nosso Pai na Bondade Infinita e Jesus nosso Mestre...
Espírito: Que tudo perdoa...
Doutrinador:...Te irão ajudar. Sei que não estás sozinho aqui. Provavelmente outros amigos como tu...
Espírito: Nunca estive sozinho embora eu julgasse que sim. E ninguém está sozinho. Por mais que não o veja não o ouça não o sinta... ninguém está sozinho.
Doutrinador: ... Mas digo eu. Provavelmente outros amigos na tua situação...
Espírito: Há alguns sim. Alguns estão aqui presentes. Por que nunca se desperdiça uma oportunidade que seja para auxílio a todos que o necessitam. Nunca se desperdiça estas oportunidades num só ser, porque muitos são os aflitos.
Doutrinador: A todos os companheiros presentes o nosso abraço e rogamos a Deus muita luz para todos.
Espírito: Um pedido apenas. Ficai uns minutos pedindo muita luz sobre este ambiente, porque ela ainda é necessária para alguns amigos que estão neste ambiente sem consciência da situação em que se encontram... e dispensai mais palavras pelo orientador dos trabalhos que transmite o seu pedido de desculpas por achar que nada mais há a dizer... e que todo o trabalho deve ser dirigido ao auxilio de todos os que aqui se encontram.
Mil obrigados. Eternamente serei reconhecido. Talvez um dia vos possa pagar... aquilo que me acabastes de fazer. Que Deus vos auxilie a todos e vos proteja com bons pensamentos.
Doutrinador: Obrigado, querido amigo. Que Deus esteja contigo. Um grande abraço da nossa parte
Vamos continuar em concentração, mentalizando muita luz, durante 10, 15 minutos... o tempo necessário.
Manuel
Núcleo Espírita ‘Amigo Amen’
Santa Maria