Congresso
Aproxima-se a data da realização do XX Congresso Espírita Pan-Americano. Este decorrerá de 4 a 8 de junho de 2008, em San Juan, Porto Rico.
Todavia, um grupo religioso prometeu que não se calaria e tudo faria para impedir este congresso, mobilizando os seus adeptos afim de boicotar o evento. (ver aqui), após uma entrevista publicada num jornal local.
Desde há muito que, naquele país, existe um forte movimento evangélico, fundamentalista e conservador, cujas reacções não se fizeram esperar, embora nem os espíritas esperassem o tom de ameaça que suscitaram.
Primando a Doutrina Espírita pelo respeito ao livre-pensamento e buscando contribuir para o aprimoramento do conhecimento humano, no encontro do Homem com a sua imortalidade, certamente esse Congresso, que reúne diversas individualidades de várias partes do mundo, decorrerá, mais uma vez, num clima de diálogo, tolerância e paz entre todos.
Quero, no entanto, trazer ao conhecimento de todos, um facto acontecido num desses congressos, quase anedótico, mas que muito revela da postura dum espírita convicto, por oposição a alguns grupos que, ao serem convidados à troca de ideias, fogem a “sete pés”.
Milton Rubens Medran Moreira, Presidente da CEPA (Confederação Espírita Pan-Americana) concedeu, em MARÇO de 2008, uma entrevista ao CORREIOESPÍRITA (1º jornal espírita a circular em todo o estado do Rio de Janeiro) WWW.CORREIOESPIRITA.ORG.BR.
Milton conta-nos o seguinte:
“Gostaria de fazer um registro histórico e uma observação: Não é a primeira vez que a CEPA enfrenta reações de grupos ligados ao fanatismo religioso. No XV Congresso Espírita Pan-Americano, realizado em Caracas, em 1990, um dos mais importantes da história da CEPA, e que reuniu 714 representantes de 15 países, um fato inusitado ocorreu. O Congresso recebera uma grande cobertura da imprensa, rádio e televisão venezuelanas, o que incomodou bastante os evangélicos locais. Um dia, quando se realizava um dos atos do Congresso, no auditório principal do hotel, apresentou-se às portas do salão uma manifestação de evangélicos, gritando palavras de repúdio contra o “satanismo espírita” e distribuindo panfletos contra o espiritismo. Na ocasião, muitos espíritas se sentiram indignados e até faziam menção de enfrentar o grupo. Foi então que o presidente da Comissão Organizadora, Jon Aizpúrua (que, mais tarde viria a ser presidente da CEPA) ponderou aos congressistas que era conveniente evitar qualquer escândalo e que, pessoalmente, buscaria resolver o problema. Aizpúrua, então, foi até a parte fronteira do prédio, onde se encontravam os manifestantes, e pediu que lhe indicassem quem era o líder ou chefe dos manifestantes. Foi até ele e fez ao pastor esta proposta: que, ao invés de gritar fora do salão, que convidasse seus liderados a ingressar no auditório, onde poderiam seguir distribuindo os panfletos e onde a organização do evento franquearia o microfone ao pastor para fazer uma manifestação de viva-voz aos espíritas. “Assim – disse-lhes Aizpúrua – poderiam salvar muitas almas que estariam desviadas”. Para surpresa do presidente do Congresso, o pastor disse que aquilo era “uma armadilha do demônio” e optou por retirar-se com o grupo. O Congresso de Caracas transcorreu, dali por diante, com tranqüilidade e produtividade. Foi um Congresso importantíssimo que, inclusive, inaugurou uma nova fase da história da CEPA fortalecendo seu perfil genuinamente kardecista e livre-pensador.
Ao relatar esse episódio, desejo destacar que posturas de intolerância, fanatismo ou fundamentalismo, dentro ou fora do movimento espírita, não se compatibilizam com o projeto da CEPA que trabalha em prol de um espiritismo progressista e livre-pensador, com condições plenas de contribuir com o avanço do conhecimento e da ética entre homens e mulheres de todas as culturas.”
"Para surpresa do presidente do Congresso, o pastor disse que aquilo era “uma armadilha do demônio” e optou por retirar-se com o grupo. "
ResponderEliminarO fanatismo religioso consegue ainda (e infelizmente sempre) surpreender-me. Pela negativa.
O fanatismo é o resultado da ignorância e do analfabetismo funcional.
ResponderEliminarO grande problema são os pastores espertalhões, que doutrina sua ovelhas como querem.
Olá Amigos
ResponderEliminarConcordo plenamente convosco.
Nos tempos actuais, ainda vivemos situações graves de ignorância e somos demasiadas vezes conduzidos por fanáticos de diversas religiões que se aproveitam da preguiça mental do Homem que teima em não raciocinar, libertando-se assim, das amarras que lhe tolhem o pensamento e, por consequência, o progresso individual.
Daí a importância da comunicação e da divulgação de uma fé raciocinada que acompanha as descobertas da Ciência moderna, conduzindo o ser humano à descoberta do sentido mias íntimo da Vida e ao encontro de si mesmo.
Obrigada pelos vossos comentários que suscitam a troca de ideias.
Joana
Joana,
ResponderEliminarConcordo plenamente com vc. É muito lamentável esse episódio, mas infelizmente ainda é uma realidade em todo o mundo. É impressionante observar como a ignorânica e o fanatismo atrapalham o progresso da humanidade.
Mas vamos caminhando, fazendo a nossa parte, que tenho certeza que tudo vai dar certo.
Abraços fraternos!