quinta-feira, 25 de junho de 2009

Autismo - A óptica Espírita


Há uma teoria para explicar a suposta genética da inteligência. Será que o Autismo (1) é o preço da inteligência, consoante afirma o descobridor da estrutura do DNA James Watson? "Os genes que predisporiam algumas pessoas a habilidades intelectuais elevadas seriam os mesmos que disparam doenças como Autismo, Esquizofrenia e, até, [pasmem!] "burrice". (2)

É essa, também, a hipótese de um grupo de pesquisadores da Universidade do Colorado. Watson começou a desenvolver sua hipótese, depois de ter sido o primeiro ser humano a ter o genoma sequenciado. Descobriu que tinha mutações em três genes ligados ao reparo do DNA. "Pessoas com essas mutações tendem a ter filhos especiais" (3) - teoriza Watson - que tem um filho que sofre de uma deficiência cognitiva similar ao autismo, fato esse que não costuma abordar em público, mas que, certamente, teria influenciado suas opiniões sobre o tema.

Ele afirmou, certa vez, que a "burrice" é genética e que seria, moralmente, necessário modificar genes humanos para eliminá-la. James já defendeu, no passado, além das terapias genéticas convencionais (injeção de genes "corrigidos" em pacientes com doenças metabólicas), a modificação de genes na linhagem germinativa de células humanas (gametas, como óvulos e espermatozóides). Isso faria com que a alteração fosse herdada pelos descendentes da pessoa.

Provavelmente, um pouco menos especulativa, é a ligação, entre cognição e doenças mentais, feita pelo grupo liderada por James Sikela, da Universidade do Colorado. O grupo descobriu uma correlação entre o alto número de cópias de um gene, numa certa região do DNA humano, e o desenvolvimento do cérebro. Essa região, dizem outros estudos mais heterodoxos, estaria, também, implicada com Autismo e Esquizofrenia.

O perigo das afirmações científicas, muitas vezes, significa o materialismo, qual véu posto entre a realidade e os olhos dos cientistas. "O Autismo continua sendo um desafio, um enigma, uma esfinge." (4) Todos os geneticistas e biotecnólogos, que se apoiam no determinismo genético, (5) não cedem espaço para a existência do Espírito, e, muito menos, para a reencarnação.

Sabe-se que são mais de 3 bilhões as combinações genéticas possíveis no ser humano. Normalmente, nenhum cientista materialista pensa em existência de vida na dimensão do além-túmulo, e, muito menos, nas leis de Causa e Efeito. Contudo, sabem que há dificuldades nos dois aspectos, tanto no genótipo (genes que acarretariam uma característica), quanto no fenótipo (características, de fato, manifestadas no indivíduo).

O pesquisador Stephen Jay Gould, já desencarnado, também tinha um filho autista [Josh, um exímio calculista de calendários, capaz de dizer, em segundos, em que dia da semana cai uma data qualquer].

Paradoxalmente, Gould se tornou um estóico adversário do determinismo genético - "o que não deixa de ser uma indicação de que parece haver muito mais determinações entre genes e cultura do que pode supor a biotecnologia." (6) "Em verdade, o esquema 'um gene/uma doença' não é aplicável, nem mesmo a males com mecanismos mais imediatamente bioquímicos, como o câncer". (7) Menos ainda podem ser usados para entender e/ou controlar manifestações complexas como "inteligência" ou "burrice". A rigor, não há um tratamento para o portador de psicose desintegrativa ou hipotonia profunda.

O autista é como um corpo sem ninguém dentro, porém, recordemos que o espírito imortal está em sua plena consciência e percebe o que ocorre à sua volta, ainda que "encapsulado" em si mesmo.

Para os espíritas, a causa pode ser "um sentimento de culpa não resolvido, suscitado por um desvio de comportamento, ocorrido em vidas anteriores. Mas, o Autismo não é um castigo, mas um instrumento de aprendizado, de "ajuste da consciência ética fustigada pelo arrependimento ou remorso e desejosa de se pacificar". (8)

A doença é um transtorno invasivo do desenvolvimento, que se manifesta, normalmente, antes dos 3 anos de idade. Caracteriza-se por um desenvolvimento anormal e por mostrar alterações em três áreas: interação social, comunicação e comportamento. Na maioria das ocorrências, a causa é desconhecida. Noutros casos, fica a se dever a problemas médicos como as infecções intra-uterinas, das quais, as mais habituais são a rubéola, doenças congênitas como a síndrome do X Frágil, também conhecida como síndrome de Martin & Bell que, "por sua incidência, considera-se-lhe a primeira causa de deficiência mental hereditária" (9), e a síndrome Fetal Alcoólica, provocada pela gestante, que ingere bebidas alcoólicas durante a gravidez. Na maioria das vezes, as causas são desconhecidas , sendo, desse modo, um verdadeiro mistério para Ciência.

Em termos médicos, pode dizer-se que não há um psicofármaco específico para se tratar o autismo. Os medicamentos que se usam são administrados, apenas, para controlar as agitações psicomotoras e as hetero e auto-agressões produzidas pelos autistas. É uma patologia de etiologia muito complexa, que requer, não somente, uma abordagem multidisciplinar que envolve educadores, psicólogos e terapeutas ocupacionais, mas, sobretudo, exige uma análise sob a Luz da Doutrina Espírita.

Nesse estado mental patológico, que leva a pessoa a se fechar em seu próprio mundo, alheando-se, em grande medida, do mundo exterior, há débitos passados muito graves, acompanhados, normalmente, pela consequente obsessão espiritual, pelo que o tratamento indicado pode ser o da desobsessão, da aplicação de passes e da utilização de água fluidificada.

Há casos de autistas que conseguiram a cura completa, embora muito raros. No entanto, na literatura médica, há casos de pacientes que conseguiram certa autonomia e uma melhoria surpreendente, insólitos, incomuns. Existem pessoas que estão dentro do chamado Autismo clássico, outras apresentam algumas das características autistas, aliadas a uma inteligência fora do comum, geralmente voltada a um assunto específico, sendo que essas pessoas têm extrema dificuldade de relacionamento inter-pessoal, grande rigidez nas rotinas do dia-a-dia, e aparente desprezo pelos sentimentos dos outros. Mas, ao menos, conseguem viver em sociedade... mesmo sendo chamados de difíceis, geniosos, ou termos menos elegantes.

Sabemos que há vida antes da vida, vida após a vida e vida entre as vidas. Quando houver maior integração da ciência, entendendo o ser humano de forma mais completa, com corpo, cérebro e espírito, creio que compreenderemos mais acerca das muitas psicopatologias desafiadoras.

Nas obras da litero-médico-espírita, vamos encontrar inúmeros esclarecimentos sobre as suas causas e sobre o processo de formação dos sintomas, e que vêm lançar uma nova luz sobre estes mesmos sintomas, dado que, nas instruções kardecianas, cada pessoa é vista sob a óptica da reencarnação. "Mesmo quando os imperativos genéticos produzem situações orgânicas ou psíquicas constrangedoras no indivíduo, tais como: gêmeos siameses, síndrome de down, autismo, cegos e aleijados, esses se derivam da conduta pessoal anterior em vidas passadas, e devem ser considerados como estímulo ou métodos corretivos, educacionais, a que as Leis da Vida recorrem para o aprimoramento dos seres humanos." (10)

Como se observa, do ponto de vista doutrinário, há esses aspectos determinantes da patologia, o autista é um ser que, por algum motivo, não "acordou" no mundo material. Permanece escondido, no patamar da existência carnal e espiritual. Muitas vezes, até, observa-se, nalguns casos, que não há propriamente autismo, mas espectros autísticos, graus e níveis de distúrbios mentais e emocionais.

Destarte, o máximo que se poderia afirmar, em termos de consenso, seria dizer que, dentre os sintomas básicos atribuídos à síndrome, cada autista apresenta diferentes ênfases sobre esta ou aquela característica intrínseca. Até porque, "murado dentro de si mesmo, o autista vive em um mundo de isolamento. Os cientistas que buscam implodir essa barreira trabalham baseados em hipóteses diversas e conflitantes, utilizando uma gama imensa de abordagens e terapias. "(11)

Podemos reafirmar, então, que o Autismo é uma corrigenda natural da vida imposta ao espírito, objetivando a restrição do seu relacionamento com os que o rodeiam. Isso, porém, não impede que o espírito receba as manifestações de afeto e carinho a ele endereçadas que, certamente, graças a essas impressões vigorosas do amor, contribuirão para minimizar a alienação temporária em que vive, e, quem sabe, acelerar a sua cura.

Jorge Hessen



FONTES: (1) O termo Autismo foi utilizado pela 1 ª vez pelo psiquiatra suíço Eugen Bleuler, para designar não um quadro clínico, mas um dos sintomas da Esquizofrenia. Em 1911, Bleuler mudou o nome da então chamada "Demência precoce" para "Grupo das Esquizofrenias".
(2) Watson apresentou sua tese durante o 74º Simpósio de Cold Spring Harbor sobre Biologia Quantitativa
(3) Reportagem publicada na Folha Online em 03/06/2009 - "Autismo é o preço da inteligência, diz descobridor da estrutura do DNA" disponível no site <> acesso em 18-06-2009
(4) idem
(5) Tese de que tudo num organismo é prefixado pelos genes
(6) Disponível no site<>acesso em 19-06-2009
(7)Disponível no site http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u8580.shtml acesso em 17-06-2009
(8) Miranda, Hermínio. "Autismo - uma leitura espiritual"., São Paulo: Editora Lachâtre, 2003
(9) Cf. afirma a Federación Española del Síndrome X Fragil, disponível no site http://www.xfragil.org/ acesso em 19-06-2009
(10) disponível no site <> acesso em 15-06-2009(11)Miranda, Hermínio. "Autismo - uma leitura espiritual"., São Paulo: Editora Lachâtre, 2003


segunda-feira, 22 de junho de 2009

Amar Agora

Depois de 21 anos de casado, descobri uma nova maneira de manter viva a chama do amor.
Há pouco tempo decidi sair com outra mulher.

Na realidade foi ideia da minha esposa.

- Você sabe que a ama - disse-me minha esposa um dia, apanhando-me de surpresa. A vida é muito curta, você deve dedicar tempo e especial atenção a essa mulher...

- Mas, eu amo-a. - contestei à minha mulher.

- Eu sei. Mas, você também a ama. Tenho a certeza disso.

A outra mulher, a quem minha esposa queria que eu visitasse, era minha mãe, que já era viúva há 19 anos, mas as exigências do meu trabalho e dos meus 3 filhos, faziam com que eu a visitasse ocasionalmente.

Nessa noite, convidei-a para jantar e ir ao cinema.

- O que é que você tem? Você está bem? - perguntou-me ela, após o convite. (A minha mãe é o tipo de mulher que acredita que uma chamada pela noite dentro, ou um convite surpresa é indício de más notícias).

- Pensei que seria agradável passar algum tempo contigo - respondi-lhe- -Só nós dois; o que acha?

Ela reflectiu por um momento.

- Agradar-me-ia muitíssimo - disse ela sorrindo.

Alguns dias depois, fui apanhá-la depois do trabalho, estava um tanto nervoso, era o nervosismo que antecede um primeiro encontro... E que coisa interessante, pude notar que ela também estava muito emocionada.

Esperava-me na porta com o seu casaco, havia feito um penteado especial e usava o vestido com que celebrou o seu último aniversário de bodas. O seu rosto sorria e irradiava luz como um anjo.

-Eu disse às minhas amigas que ia sair consigo, e ficaram muito impressionadas.- - Comentou enquanto entrava no carro.

Fomos a um restaurante não muito elegante, mas, sim, aconchegante, a minha mãe agarrou-se ao meu braço como se fosse "a primeira dama".

Quando nos sentámos, tive que ler-lhe o menu. Os seus olhos só enxergavam grandes figuras. Quando estava a meio das entradas, levantei os olhos; a mamã estava sentada do outro lado da mesa, e olhava-me fixamente. Um sorriso nostálgico delineava-se nos seus lábios.

- Era eu quem lia o menu quando você era pequeno - disse-me.

- Então é hora de relaxar e permitir-me devolver o favor - respondi.

Durante o jantar tivemos uma agradável conversa; nada extraordinário, só colocando em dia a vida um do outro.
Falámos tanto que perdemos o horário do cinema.

- Sairei contigo outra vez, mas só se me deixares fazer o convite - disse a minha mãe, quando a levei para casa. E eu concordei.

- Como foi o teu encontro? - quis saber a minha esposa, quando cheguei naquela noite.

- Muito agradável... Muito mais do que imaginei...

Dias mais tarde minha mãe faleceu de um enfarte fulminante, foi tudo tão rápido, não pude fazer nada.

Passado algum tempo recebi um envelope com uma cópia de um cheque do restaurante onde havíamos jantado minha mãe e eu, e uma nota que dizia:

"O jantar que teríamos eu paguei-o antecipadamente, estava quase certa de que poderia não estar ali, por isso paguei um jantar para ti e para a tua esposa. Jamais poderás entender o que aquela noite significou para mim. Amo-te".

Nesse momento compreendi a importância de dizer a tempo: " AMO-TE" e de dar aos nossos entes queridos o espaço que merecem.

Nada na vida será mais importante que Deus e as pessoas que você ama, dedique-lhes tempo, porque eles não podem esperar.

" É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..." (Renato Russo)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Espiritismo no Rádio Clube Português




Quem desejar ouvir a entrevista da ADEP no RCP, no dia 12 Junho 2009, sobre Espiritismo, poderá aceder ao site do RCP em http://radioclube.clix.pt/podcast/index.aspx?id=144


José Lucas, vice-presidente da ADEP (Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal) falou das ideias fundamentais do espiritismo e respondeu a todas as questões colocadas, quer por quem dirigia o programa, quer pelos ouvintes, de forma clara e sucinta.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

PALESTRAS EM LISBOA

Segundo comunicado da ADEP, recebido no meu correio, irão decorrer palestras subordinadas a vários temas durante este mês de Junho, Julho e em Agosto. Se vive perto, não perca.

Palestras a realizar-se no CEPC - Centro Espírita Perdão e Caridade ( às Janelas Verdes), na Rua Presidente Arriaga, 124/125 em Lisboa.

Telefone : 21/3975219 (entradas livres e gratuitas )

  • Diálogos Espíritas ( 1ºs Domingos do mês - das 17 H às 19 H )
  • 05 / JUL - Tema : Lei Humana e Divina na visão Espírita - Expositor: Zé Rocha
  • 02 / AGO - Tema : Doentes terminais e Espiritismo - Expositor : Francisco Godinho
  • TEMAS PARTILHADOS ( 4ªs F 18:30H )
  • JUNHO - O Medium Espírita
  • JULHO - Emancipação da Alma
  • AGOSTO - Deus
    Coordenadores : Antero Ricardo e Carlos Alberto Ferreira
  • SITE CEPC : www.ceperdaoecaridade.pt
    Fonte: M. Elisa Viegas (CEPC)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Convite às ‘Baianas’

Já lá vão 22 ou 23 anos.

Um casal amigo – boa gente – convidou-me para ir ao centro de umbanda ao qual pertenciam e onde desenvolviam suas actividades. Tratava-se de um centro espiritualizado e, no essencial, as actividades realizadas eram de natureza caritativa.

Como sabemos, a divisa do Espiritismo é “Fora da Caridade não há salvação”, o que significa que, independentemente da crença de cada um, o que importa é o exercício activo da caridade, do auxílio ao próximo, sem outras intenções. Este centro de umbanda regia-se por este princípio. Claro que havia sempre aquelas pessoas que recorriam a este centro com objectivos de natureza material e, inclusivamente, procurando fazer negócio. Recordo-me, por exemplo, de uma senhora que era vendedora no mercado de Faro que ia colocar perguntas aos guias para depois cobrar dinheiro pelas respostas que ela ia dando às suas clientes no mercado. Esta senhora acabou tendo uma forte lição, que contarei noutra altura.

Voltemos ao assunto das baianas.

Quando este grupo de entidades se manifestava no terreiro de umbanda dançavam e espalhavam a alegria. Animavam os presentes e incutiam-lhes bom ânimo.
Foi no final de uma reunião no terreiro que eu falei com uma destas entidades que se manifestava através de uma médium.

Convidei-a a ir a minha casa, a visitar-me. Ela respondeu-me dizendo que ali quem convidava eram elas. Mas eu respondi que desta vez era eu que as convidava com muito prazer...

Terminou a reunião no terreiro de umbanda, cerca da meia-noite, e eu, que à época vivia só com a minha mãe, em vez de me dirigir directamente para casa, resolvi passar ainda por uma localidade próxima onde, provavelmente, encontraria uns amigos.

Cheguei a casa cerca das duas da manhã daquele sábado. Abri a porta.
Minha mãe estava ainda acordada, embora com as luzes apagadas e diz-me de imediato:

- Ai Mário! Ainda bem que chegaste!!!.
- Então o que é que sucedeu, mãe?
- Olha, isto aqui tem sido um inferno! Só estalos! Só estalos!
- Mas que estalos?! Não oiço nada.
- Pararam assim que tu chegaste!
- Olhe, mãe: não se preocupe. Durma e descanse, que eu também me vou deitar.

É claro que a minha mãe não sabia que eu tinha estado no centro de umbanda e que tinha feito aquele convite às baianas. Mas confesso que elas abusaram e acabaram assustando a senhora.

Claro que nunca mais convidei as baianas a irem a minha casa, até porque prezava muito a saúde de minha mãe, pois sofria do coração.

Nunca, durante a sua vida, lhe contei a razão dos ruídos que ela ouviu naquela noite.

Hoje, minha mãe, que já se encontra no mundo espiritual, deve rir-se da minha leviandade de então.

16 de Junho de 2009

Mário

terça-feira, 9 de junho de 2009

A Força e a Coragem


É preciso ter força para ser firme, mas é preciso coragem para ser gentil.
É preciso ter força para se defender, mas é preciso coragem para baixar a guarda.


É preciso ter força para ganhar uma guerra, mas é preciso coragem para se render.
É preciso ter força para estar certo, mas é preciso coragem para ter dúvida.


É preciso ter força para manter-se em forma, mas é preciso coragem para ficar de pé.
É preciso ter força para sentir a dor de um amigo, mas é preciso coragem para sentir as próprias dores.


É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los.
É preciso ter força para suportar o abuso, mas é preciso coragem para faze-lo parar.


É preciso ter força para ficar sozinho, mas é preciso coragem para pedir apoio.
É preciso ter força para amar, mas é preciso coragem para ser amado.


É preciso ter força para sobreviver, mas é preciso coragem para viver.


Se você sente que lhe faltam a força e a coragem, queira Deus que o mundo possa abraçá-lo hoje com Calor e Amor!

E que o vento possa levar-lhe uma voz que lhe diz que há um Amigo, vivendo num outro lado do Mundo, desejando que você esteja bem.


(Autor Desconhecido)



O mundo é a nossa vasta sementeira e o Evangelho é, sem dúvida, o celeiro divino de todos os cultivadores da terra espiritual do Reino de Deus.


Emmanuel/Chico Xavier


Eis como as algumas crianças distinguem FORÇA dE CORAGEM:


"Existem dois tipos de coragem. A coragem do amor, usada pelo Sócrates e a coragem da força, usada pelo Hércules. A coragem da força, às vezes, pode ser usada para o mal, como na guerra. Mas a coragem do amor nunca pode ser usada para o mal. Nós, as crianças, nos achamos corajosas porque ajudamos as pessoas. Algumas vezes usamos a coragem da força quando ajudamos os pais a limpar ou empurrar alguma coisa, ou quando alguém bate num amigo ou o defende. E usamos a coragem do amor quando ajudamos as pessoas, cuidamos dos irmãos, dos nossos familiares: pais, avós..." (1ª série)

Fonte: Jornal Universo Espírita – ago e set/2004

Divaldo Franco fala sobre as tragédias colectivas

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Tragédias colectivas: por quê?


O trágico acontecimento da queda sobre o Atlântico do avião da Air France, o voo AF 447, que ligava o Rio de Janeiro a Paris, provocando a morte a 228 pessoas, emociona-nos a todos e leva-nos a perguntar intensa e angustiosamente: PORQUÊ?

E outra questão nos aflora a mente: porque é que alguns passageiros, (incluindo um português), à última hora, não puderam embarcar? Apenas um mero acaso fez com que se esquecessem de renovar os passaportes, salvando-os desta morte colectiva?

Para a grande maioria de nós, estas e outras questões não têm solução e o que uns atribuem à sorte, outros falam de “milagres”, desconhecendo os mecanismos da justiça divina, dentro da lei de Causa e Efeito. Para os familiares das vítimas, a dor inesperada é, muitas vezes, acompanhada de revolta, de descrença e de desespero pela perda que consideram injusta.

Só o Espiritismo possui a resposta clara e inequívoca, que nos esclarece e consola os corações aflitos, descerrando o véu do enigma que permite que uns partam e outros sejam poupados. Estes últimos simplesmente foram afastados, porque não eram portadores da dívida cármica que ligava os que entraram no avião e que ali se tinham reunido, afim de resgatarem erros cometidos no passado distante. Para além do mais, não era a sua hora.

Diz Allan Kardec, nos comentários da questão 738 de O Livro dos Espíritos, que “venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo”.

Na mensagem “Desencarnações Colectivas”, Emmanuel esclarece outros motivos para as mortes que se verificam colectivamente.

Diz ele: Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos colectividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação colectiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação
”, in "Chico Xavier Pede Licença"

Ao reencarnarmos, atraídos por uma força magnética (sintonia vibratória), consequência dos crimes praticados colectivamente, reunimo-nos circunstancialmente e, por meio de situações drásticas, colhemos o mesmo mal que perpetramos contra nossas vítimas indefesas no passado.

Portanto, as faltas colectivamente cometidas pelas pessoas (que retornam à vida física) são expiadas solidariamente, em razão dos vínculos espirituais entre elas existentes. Ainda segundo Emmanuel, “O mecanismo da justiça, na lei das compensações, funciona então espontaneamente, através dos prepostos do Cristo, que convocam os comparsas na dívida do pretérito para os resgates em comum, razão por que, muitas vezes, intitulais – doloroso acaso - às circunstâncias que reúnem as criaturas mais díspares no mesmo acidente, que lhes ocasiona a morte do corpo físico ou as mais variadas mutilações, no quadro dos seus compromissos individuais.”

Todavia, nem sempre as catástrofes colectivas funcionam como punição, pois a reencarnação é oportunidade preciosa para a evolução do espírito, através do trabalho, do esforço pessoal e do envolvimento do ser no progresso da humanidade, passando por dificuldades diversas que o impulsionam a novas conquistas a cada obstáculo vencido.

Kardec interrogou os espíritos superiores no item Flagelos Destruidores:

740. Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, por porem-no
a braços com as mais aflitivas necessidades?

Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo.”

Para os familiares das vítimas que sofrem a sua perda, resta-lhes pois, a consolação perante a tragédia, que lhes advém da compreensão da lei divina que nada deixa ao acaso, havendo sempre uma reacção a cada acção por cada um de nós praticada.
A cada um segundo a sua obra” O passado, muitas vezes, determina o presente que, por sua vez, determina o futuro.

E em vez de sentirmos revolta e descrença, lembremo-nos de que as grandes provas marcam geralmente um fim de sofrimento e iniciam uma nova etapa de aperfeiçoamento do Espírito. Para os que partem, aportando mais felizes ao mundo espiritual, com a certeza de mais uma batalha vencida e para os que ficam na Terra, aceitando a provação com compreensão, amor a Deus e fé no futuro, confiando no reencontro com aqueles que amamos e que no AGORA dolorosamente nos deixam.