sexta-feira, 7 de março de 2008

Os benefícios do Perdão II

(continuação)

2ª Parte – Confrontar a entidade com a realidade

Espírito - Nunca assisti a uma reunião destas.

Doutrinador - Mas assististe hoje. Em nome de Alá, em nome de Buda, em nome de Jeová... em nome...

Espírito - Esse não conheço...

Doutrinador - Não interessa. É em nome do Deus de todos nós. Porque é único. Nós pertencemos a uma mesma família: a Humanidade. E é em nome dessa família, a Humanidade, que o Deus de todos nós está aqui presente. E que tu estás aqui nesta reunião connosco. Mas não estás sozinho. Tu estás no mundo espiritual e já reconheceste isso.

Espírito - Eu estou. Mas como é que eu vim aqui parar?

Doutrinador - Trouxeram-te aqui, amigo. Amigos teus trouxeram-te aqui.

Espírito - Como?

Doutrinador - Já vais ver. Neste momento estás a falar comigo, que ainda vivo na Terra.

Espírito - Eu sei.

Doutrinador - Tu estás a falar através de uma médium, que é uma pessoa...

Espírito - Isso nunca fiz...

Doutrinador - Que é uma pessoa através da qual tu estás falando...

Espírito - Eu não sabia que se podia comunicar...

Doutrinador - Podes. Tu nunca ouviste que os profetas se comunicavam?

Espírito - Mas isso são os profetas! E falam na Terra.

Doutrinador - Ora bem. E eu estou na Terra. E estou a ouvir tu a falares.

Espírito - Mas eu, como é que falo, se eu já estou morto?

Doutrinador - Não estás morto, amigo.

Espírito - Eu não estou morto. Mas estou morto. Estou enterrado.

Doutrinador - O corpo é que está morto.

Espírito - O corpo está morto. Como é que eu estou falando?

Doutrinador - Estás falando através de uma médium...

Espírito - É que no mundo espiritual não se fala....

Doutrinador - ...controlando as cordas vocais...

Espírito - Nós não falamos. Gritamos, sim! Gritamos com dores, mas não falamos.

Doutrinador - Mas aqui, neste momento, até já te sentes melhor. Confessa.

Espírito - Parece que me dói um pouco menos a garganta.

Doutrinador - Exactamente. E além disso, para confirmares que estás a falar...

Espírito - Mas isto… fica-se aqui um bocadinho mole.

Doutrinador - Fica-se.

Espírito - Amolece-se.

Doutrinador - É natural. É uma pequena anestesia que é dada por uma razão muito simples...

Espírito - Mas eu não quero ser anestesiado. Quero-me vingar. Eu preciso de forças para me vingar.

Doutrinador - Não, amigo. Como é que pensas que vão passar as tuas dores?

Espírito - Não sei.

Doutrinador - Tu tens que ser um pouquinho anestesiado dessas dores que tens sentido... Mas deixemos isso. Lembras-te quais foram os temas da lição?

Espírito - Sobre a vingança.

Doutrinador - Exactamente...

Espírito - Sobre o meu caso!...

Doutrinador - Exactamente. E sabes o que dizia a lição?

Espírito - ...e olha: e destes todos que estão aqui.

Doutrinador - Exactamente. Não estás sozinho.

Espírito - Pois não. Estes também têm coisas a cobrar.

Doutrinador - Todos quantos estão aqui têm razões de queixa. Mas sabes uma coisa, meu amigo? A lição veio-nos trazer precisamente uma elucidação sobre o assunto.

Espírito - Que é isso: uma elucidação?

Doutrinador - Veio-nos esclarecer. Porque a lição dizia precisamente que nós não nos devemos vingar.

Espírito - Mas isso é o que diz a lição. Também se eu abrir os livros (que eu nunca li os livros...) se eu abrir os livros também lá encontro que o homem deve ser...

Doutrinador - E tu leste isso no Corão.

Espírito - Mas isso é o livro, não é a vida. Nós somos homens. Temos que defender o que é nosso. Alá também nos manda defender o que é nosso.

Doutrinador - Sim, mas não nos manda vingar. Manda-nos perdoar. Não é verdade, amigo?

Espírito - Não posso perdoar. Foi uma grande injustiça.

Doutrinador - Foi, sim senhor.

Espírito - Eu vejo justiça em Alá. Hoje eu vi justiça em Alá ao ficarmos independentes dos assassinos.

Doutrinador - Foi uma grande injustiça. Mas ouve, amigo...

Espírito - Mas não vejo justiça para aqueles assassinos todos.

Doutrinador - Mas ouve, amigo. Como nós vivemos muitas existências é possível que, em existência anterior, tu e os teus amigos que aqui se encontram tenham feito coisas semelhantes àquelas que vos foram feitas.

Espírito - Ah, não... eu já ouvi falar. Mas não me lembro disso.

Doutrinador - Mas, certamente, tu gostarias de voltar a encontrar as tuas filhas, os teus familiares, não é verdade?

Espírito - Morreram.

Doutrinador - Não morreram.

Espírito - Ficaram dentro de uma cova, enterradas.

Doutrinador - O corpo ficou lá, mas elas não.

Espírito - Não as tenho encontrado. Nunca mais as vi.

Doutrinador - Sabes por que é que não as tens encontrado?

Espírito - Não sei em que Céu é que se encontram.

Doutrinador - Sabes por que é que não as tens encontrado? Porque tens sempre o teu pensamento fixado no desejo de vingança.

Espírito - Ah, tenho que as vingar para as poder encontrar.

Doutrinador - Não. É o contrário, meu amigo.

Espírito - Não, não. Enquanto os assassinos delas andarem à solta eu não consigo encontrar-lhes o Céu.

Doutrinador - É exactamente o contrário. E nós vamos ver que é assim. Tu crês em Alá, não é verdade?

Espírito - Não se pergunta, porque isso é uma blasfémia.

(continua)

Manuel
Grupo "Amigo Amén", Santa Maria

1 comentário:

  1. Olá Querida!

    Passando para lhe desejar um feliz dia das Nulheres.

    Fique na Paz do Senhor!

    Rõ!

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