segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Consequências do Aborto



Existem benefícios para o Espírito num novo regresso à vida corpórea?

REENCONTROS AMIGOS, RESGATE DE ERROS PASSADOS E ESQUECIMENTO DOS ÓDIOS


Sendo cada regresso à Terra planificado na espiritualidade, com tanto cuidado e preparação, envolvendo nesse projecto antigos amores e ódios arreigados por desavenças anteriores, para que, através da reencarnação, se possam reencontrar os afectos ou limar arestas de personalidade, através da benção do esquecimento, é natural que esse projecto seja encarado como uma conquista, quando levado a seu termo. O lar é encarado como um lugar sagrado, como uma oportunidade, por excelência, onde se conquistam harmonias e ligações, antes impensáveis, que a todos os envolvidos conduzam a um crescimento onde se abrem outros horizontes mais vastos na evolução individual.

No livro “O Consolador” Emmanuel explica-nos isso mesmo:

“O colégio familiar tem suas origens sagradas na esfera espiritual. Em seus laços, reúnem-se todos aqueles que se comprometeram, no Além, a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva.
Preponderam nesse instituto divino os elos do amor, fundidos nas experiências de outras eras; todavia, ai acorrem igualmente os ódios e as perseguições do pretérito obscuro, a fim de se transfundirem em solidariedade fraternal, com vistas ao futuro.
É nas dificuldades provadas em comum, nas dores e nas experiências recebidas na mesma estrada de evolução redentora, que se olvidam as amarguras do passado longínquo, transformando-se todos os sentimentos inferiores em expressões regeneradas e santificantes.
Purificadas as afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito.”
O CONSOLADOR - Francisco Cândido Xavier – ditado pelo espírito Emmanuel-1940


Existe alguma ligação entre Obsessão e Aborto?


Tantas vezes, acontece que, antes da reencarnação, com uma perspectiva mais ampla da vida e da necessidade de evoluirmos, prometemos receber no seio familiar, espíritos necessitados, que nos são queridos ou a quem prejudicámos em outras circunstâncias, e, mais tarde, lhe recusamos essa oportunidade, refugiando-nos em argumentos egoístas, esquecidos da palavra empenhada. Ou esse espírito, porque nos ama ou porque atingiu certo grau de evolução nos perdoa e vai reencarnar noutro lar, ou se transforma em nosso inimigo e nos persegue pela vida fora, cheio de rancor e animosidade pela oportunidade recusada, gerando-se, quantas vezes! Graves processos de obsessão e desestruturação dos lares terrenos, prolongando-se estes no regresso ao Mundo Espiritual!

Emmanuel, em “Vida e Sexo” mais uma vez nos alerta, sobre esse facto e as consequências que nos podem acarretar um acto como o aborto:

“Habitualmente - nunca sempre - somos nós mesmos quem planifica a formação da família, antes do renascimento terrestre, chamando a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, prometendo-lhes socorro e oportunidade de elevação e resgate. Depois de instalados na terra, se anestesiamos a consciência expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, podemos transformá-los em inimigos recalcados que se nos entranham à vida íntima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problema, impondo-nos trabalho e inquietação.”

Finalmente, “O Livro dos Espíritos” leva-nos a reflectir sobre a gravidade deste acto, para quem o pratica sem uma razão consistente, como seja o perigo duma desencarnação antecipada por parte da mãe:

357. Que conseqüências tem para o Espírito o aborto?
“É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.”


358. Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
“Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.”


359. Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda?
“Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe.”


360. Será racional ter-se para com um feto as mesmas atenções que se dispensam ao corpo de uma criança que viveu algum tempo?
“Vede em tudo isso a vontade e a obra de Deus. Não trateis, pois, desatenciosamente, coisas que deveis respeitar. Por que não respeitar as obras da criação, algumas vezes incompletas por vontade do Criador? Tudo ocorre segundo os seus desígnios e ninguém é chamado para ser juiz.” PARTE 2ª - CAPÍTULO VII, págs. 202/03


Devemos temer o castigo de Deus ao praticar um aborto?


Não propriamente, pois essa ideia, defendida pela maioria das religiões, tal como a Igreja Católica, apenas encontra consistência numa visão antropomórfica de Deus. Segundo a Doutrina Espírita à medida que o homem evolui em consciência, a sua responsabilidade individual aumenta e é essa consciência que nos condena e nos obriga ao resgate das dívidas que contraímos em cada acto erróneo praticado, à revelia das leis naturais e divinas.

“— Então, as idéias do castigo de Deus...
— Razoável que as abracemos, até que aprendamos que a Divina Providência nos governa através de leis sábias e imparciais. Cada um de nós pune a si mesmo, nos artigos dos Estatutos Excelsos que haja infringido. A Justiça Eterna funciona no foro íntimo de cada criatura, determinando que
a responsabilidade seja graduada no tamanho do conhecimento... "
In “E A VIDA CONTINUA”, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, CAP. XI, PÁG. 46

A Ciência traz-nos a cada dia que passa novas descobertas, contribuindo assim, para o nosso esclarecimento e para nos auxiliar nas opções que tomamos em face desse mesmo conhecimento.

No início de Novembro de 1999 o bebé Samuel Armas, de 21 semanas de gestação, foi operado dentro do útero da mãe, pois sofria de espinha bífida. A operação foi realizada na Universidade de Vanderbilt em Nashville, Tenessee, EUA pelo Dr. Joseph Bruner. Em determinado momento o Samuel deitou a mão de fora do útero e agarrou o dedo do médico...


Vale a pena ler o artigo da Drª Marlene Nobre: “O Feto possui uma Psique própria?” aqui:

Fim do conjunto de 7 posts, com início aqui

6 comentários:

  1. Olá Joana, como está?

    Instigante seu post. É um tema difícil. No Brasil, o aborto é permitido quando originado de estupro ou quando a mãe corre risco de vida. Já atendi ambos os casos em minha vida profissional e é sempre complicado lidar com isto. Não consigo imaginar um irmãozinho espiritual que deva reencarnar como filho de uma mulher que tenha sido violentada. Conheço poucas que aceitaram sua prole de bom grado.

    beijos e Luz, amiga!

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  2. Olá Joana. Já li superficialmente este post. Obrigado pelo texto.

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  3. Olá Tanya

    Este é de facto um tema difícil, pelo que o meu objectivo é esclarecer e não julgar quem quer que seja. Tal como diz a Espiritualidade, a culpa é proporcional ao grau de conhecimento de cada um. Uma tribo primitiva não tem que ligar com esta questão, pois as suas preocupações dirigem-se para a satisfação das necessidades básicas, encontrando-se ainda em luta pela sobrevivência.
    À medida que a sociedade humana evolui em compreensão e entendimento, a sua reflexão conduz ao questionamento de posturas e valores sobre a vida e as suas origens. Esclarecida sobre os objectivos da vivência terrena, a humanidade torna-se mais responsável, porque mais consciente das causas e consequências de cada opção que toma. A ciência surpreende-nos constantemente com as descobertas que realiza e hoje conhecemos melhor como se comporta o feto no útero materno, sabendo que é sensível à música e que reage aos sentimentos da mãe: deparamo-nos com um ser em formação que não está inconsciente, enquanto se desenvolve, mas, pelo contrário, os estudos revelam que esse ser acompanha o desenrolar de todo o seu processo de desenvolvimento e ouve e capta os acontecimentos exteriores. Muito caminho tem a Ciência ainda pela frente, mas com o conhecimento actual, sabemos que não podemos tratar um feto, apenas como um conjunto de órgãos em formação, sem qualquer importância. Ele é um ser humano em formação que nos inspira cada vez mais respeito e admiração!

    Pelo que já li e na minha opinião pessoal, essa pobre mãe violada apenas adiou a prova de receber esse espírito em condições adversas e a possibilidade de se redimirem ambos de erros cometidos no passado, pois também não será fácil para o espírito sujeitar-se a uma reencarnação desse tipo, já que, provavelmente, será regeitado. Tal como a Tanya afirma, são poucas as mães dispostas a aceitar a situação indesejável. Se essa posição é humanamente compreensível, pelo trauma sofrido, também não devemos esquecer o trauma do espírito que será duplo: a própria forma como renasce e a frustração por uma oportunidade de resgate inviabilizada. Quando as leis espirituais se sobrepuserem às leis humanas, as mentalidades se alterarão e consequentemente, a perspectiva com que encararemos a origem e os objectivos maiores da Vida.
    Quem sabe, esse espírito originado no estupro, não se tornaria uma fonte de alegrias e bençãos no futuro, para essa infeliz mãe que, no presente, apenas sente repulsa?!
    Quem pode afirmar ser conhecedor dos desígnios divinos?

    Obrigada por ter suscitado a reflexão sobre este tema, ainda tão fracturante da sociedade.


    Para o ejsantos:
    São sete os posts que escrevi sobre este tema, começando o 1º com o título"Reencarnação" e terminando neste último. Pretendi assim, dar a conhecer, baseada nos Livros ditados pelo espírito André Luiz e na Codificação, como o Projecto dum novo nascimento se processa muito antes na espiritualidade e todo o desenrolar desse mesmo processo, salientando a importância de que ele se reveste para todos os envolvidos.
    Já que gostou deste post, aconselho a leitura dos anteriores.

    Um abraço aos dois e voltem sempre.
    Joana

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  4. Sim Joana, reparei. Copiei para word, e ando a ler. Como tenho exame este Sábado, ando a estudar. Por esta razão ainda não tive tempo de estudar com mais profundidade os textos disponibilizados.
    Também gostei ds sua resposta ´`a questão levantada.
    Bj e bem haja

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  5. Oi Joana!!

    Gostei muito de receber sua visita em meu blog! Obrigada! Sabe, muitas vezes passo por aqui, às vezes estou pesquisando algo no Google e acabo caindo aqui! rsrs... é que nem sempre deixo um comentário... desculpe essa falta de atenção... vou me corrigir!

    Gostei muito dessa série de posts sobre reencarnação e tudo o que envolve esse processo tão delicado. Também gostei muito da abordagem sobre o aborto e da sua resposta à questão. Preciso voltar aqui para ler com mais calma, acho que farei igual ao ejsantos e copiarei para o word! :-)

    Obrigada pela lembrança e carinhosa visita!

    Abraços fraternos, fica na paz!!

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  6. Olá, Joana!

    Muito bom ler o teu blog. Melhor ainda é ver a doutrina espírita, com seus conceitos tão coerentes e edificantes, nos uni em pensamentos pelo mundo afora!

    Concordo com tuas colocações a respeito do aborto. O dia em que compreendermos as Leis de Justiça Divina, deixaremos de viver tanto da REAÇÃO de nossas dívidas para viver mais na AÇÃO do bem. Aí sim, estaremos construindo um mundo onde a caridade e o amor se plenificarão, e atitudes como o aborto deixarão de existir... aí sim, veremos o verdadeiro sentido da caridade como prática, como AÇÃO NO BEM.

    Obrigada pela dedicação e parabéns pelo belo trabalho.
    Abraços e muita paz.
    Silvia

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