quarta-feira, 8 de outubro de 2008

história verídica - Um Centro Espírita... pouco espírita!

A história que vou contar ocorreu há mais de 20 anos. Foi-nos relatada por um amigo pessoal que presenciou a situação.

Mas antes de continuar vou fazer uma breve introdução.

Como sabemos, um Centro Espírita onde não haja estudo, disciplina e onde os participantes pouco interessados estão em dar de si próprios para fazer a caridade activa que implica, forçosamente, sacrifício pessoal, pouco produtivo será.
Se a isto juntarmos dirigentes que poucos conhecimentos têm da doutrina e estão mais interessados no fenómeno, combinando correntes espiritualistas variadas, então o descalabro passa a ser total.
Os ingredientes, atrás citados, misturavam-se em determinado Centro “Espírita”.

Numa reunião de consulta compareceu um senhor, ainda jovem, com uma doença cancerosa. Como podemos calcular, ele veio à procura de ajuda, de consolação, de esperança. Talvez, quem sabe, de um "milagre".
Através da médium e em frente a esse nosso companheiro manifesta-se um “guia espiritual”:
- Ai, meu irmão! Como o irmão está! Vai desencarnar. E é para breve!
(Sem palavras...)


Moral da história: Um verdadeiro Centro Espírita é orientado pela Doutrina Espírita, tal como foi compilada por Allan Kardec.
Num verdadeiro Centro Espírita existe a prática da caridade activa.
Existe tolerância para com as imperfeições dos outros (até porque cada um de nós tem as suas!).
Existe estudo aliado à prática do Bem.
Existe disciplina e respeito, sem que com isto se pretenda banir o humor e a descontracção, bem pelo contrário!
José Herculano Pires no seu livro intitulado, precisamente, “O Centro Espírita” descreve o que realmente deverá ser um verdadeiro Centro Espírita: um lugar de aprendizado e de prática activa de Caridade.

Afastemo-nos de pretensos “Centros Espíritas” que mais não são do que centros de desequilíbrio. Desconfiemos de Centros compostos por pessoas que aparentam elevado grau de perfeição... ou então, enorme ‘erudição’..., dirigidos por uma pessoa que é tomada quase como guru.

Mário

3 comentários:

  1. "Ai, meu irmão! Como o irmão está! Vai desencarnar. E é para breve!"

    Uau. Mas que simpatias.
    Agora sem ironias: uma tão grande falta de empatia choca.

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  2. Seria cômico se não fosse trágico. É uma pena que cenas como essa aconteçam, e o pior, sejam tão comuns. Infelizmente, existem muitos locais que se denominam centros 'espiritas', mas onde o sentimento de caridade e fraternidade passam longe... Mas eu penso que nada acontece sem uma razão e um dia tudo isso há de mudar.

    Abraços, Joana! :-)

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