domingo, 30 de março de 2008

Sensações físicas no mundo espiritual

Exercer a caridade, a verdadeira caridade, segundo o Nosso Mestre, exige de nós esforço, sacrifício e abnegação. Quem se candidata a ser um seguidor de Jesus (por muito tosco que seja) pode contar com dificuldades, quando se trata de verdadeiramente auxiliar o próximo. A história que se segue é disso um exemplo.

Na noite de 09 para 10 de Março de 2008, após uma semana em que alguns de nós, o doutrinador em particular, sentimos desagradáveis presenças espirituais de amigos sofredores, traduzindo-se por dores em todo o corpo, manifestou-se uma entidade associada a tais sintomas. Esta entidade foi ‘captada’ durante uma conversa que o doutrinador teve com uma colega de trabalho que o abordou no sentido de lhe solicitar auxílio para problemas que vinha sentindo.

A manifestação inicia-se com a entidade a apresentar uma situação de grande sofrimento traduzida por gemidos de dor.

Doutrinador: Diz lá, amigo.... Podes falar e estamos aqui para te ouvir, amigo. Podes dizer o que te vai na alma.

Espírito - No corpo...

Doutrinador: E o que sentes, amigo?

Espírito - Nem sei o que é que sinto. Sinto tudo. A cabeça esvaída, com dores. Nem me posso levantar. O corpo, até à ponta dos pés... Dói-me tudo. Estou muito cansado.

Doutrinador: E o coração também, não? [o doutrinador havia sentido durante a semana dores no peito, o que o levou a consultar o médico e fazer exames ao coração]

Espírito - Dói-me tudo.

Doutrinador: Olha, querido amigo: vieste connosco?

Espírito - Eu tenho andado por aí. Nem sei bem onde é que ando.

Doutrinador: Tens andado comigo, não é verdade? Já há vários dias. E vieste do meu local de trabalho.

Espírito - Não sei...

Doutrinador: Não te recordas? Não te recordas com quem é que estavas antes?

Espírito - Ai eu... dói-me tudo. Tudo, tudo, tudo...

Doutrinador: Pois bem. Vamos tratar de ti. Eu vou orar a Deus, está bem? Acreditas em Deus?

Espírito - Acredito.

Doutrinador: Então eu vou orar a Deus.

[O doutrinador, ora com fé o Pai Nosso e pede a Jesus, nosso Mestre, auxílio para este querido amigo e irmão para que ele comece desde logo a sentir-se melhor. Mentalizando-o, posteriormente, na sua melhora]

Espírito - Tenho um pouco menos de dor. Não sei que milagre é este, mas sinto-me um bocadinho melhor.

Doutrinador: E vais sentir-te ainda melhor. Já te recordas de onde é que vieste, não é verdade?

Espírito - Estava com uma moça.

Doutrinador: Que trabalha comigo?

Espírito - Sim.

Doutrinador: E depois eu estive a falar com ela, não é verdade?

Espírito - Eu não sei como é que essas coisas acontecem. Sei que passei para ti.

Doutrinador: Vieste comigo, não é verdade?

Espírito - Mas não sei porquê.

Doutrinador: Aconteceu. Vieste até mim. E hoje estás aqui para ser auxiliado, querido amigo. Já há vários dias que me andas a acompanhar.

Espírito - Ando para aqui...

Doutrinador: Mas olha: durante estes dias, certamente me acompanhaste na oração a Deus, nosso Pai.

Espírito - Eu ando meio dormente.

Doutrinador: Mas já estás mais consciente.

Espírito - Tenho andado mesmo desvairado.

Doutrinador: E angustiado.

Espírito - E muito angustiado. Porque não se vê luz ao fundo do túnel.

Doutrinador: Mas vais ver... Tu tens fé?

Espírito - Eu não sei se tenho fé.

Doutrinador: Mas ouviste falar em Jesus.

Espírito - Eu nunca recebi nada.

Doutrinador: Tu acreditas em milagres?

Espírito - Olha um milagre é que já estou melhor. E parece-me que tu não és médico. Por isso estou melhor. Deve ser alguma ajuda divina que se recebe aqui nesta casa.

Doutrinador: Mas ainda vais receber mais ajuda. Eu vou pedir a Jesus, que é o médico das almas ajuda especial para ti e peço que tu prestes muita atenção. E vou dizer assim: Mestre, tu que disseste ‘Eu sou o grande médico das almas e venho até vós para vos salvar...” (comunicação do Espírito da Verdade).

Nós estamos a evocar-te, Mestre, para o auxílio a este querido amigo, irmão e companheiro. Toma atenção, amigo. Abre os teus olhos.

Espírito - Aquilo é uma clínica... E vai ali um de maca. Não sei para onde vai... E está um enfermeiro a dar-lhe uma injecção.

A entidade começa a conversar com os amigos espirituais que visualiza:

(...) Ai Sr. doutor, quem me dera. Quem me dera que me dessem uma injecção, que eu ando há tanto tempo em sofrimento!

(...) Pois.. pode ser, do espírito, mas a mim dói-me o corpo todo.

(...) É verdade. Não se pede ajuda.

(...) É, não nos ensinam a bater à porta certa. Isso é verdade. Andamos aí feitos uns tristes. Uns ignorantes

(...) Vou descansar. Que bem preciso de descansar... e de ser tratado. Antes quero agradecer aqui a este amigo que me prestou este grande auxílio. (refere-se ao doutrinador)

Doutrinador: Antes de te ires embora, querido amigo diz-me uma coisa. Com essa moça estão outros amigos ou estavas tu sozinho?

Espírito - Ui! Ela anda tão acompanhada. Mas são tantos! Como eu!

Doutrinador: E porquê junto dela?

Espírito - Porque ela chama-os.

Doutrinador: Com o pensamento?

Espírito - Não sei, mas chama-os. Está sempre a pensar em coisas esquisitas e chama-nos. Eu também vim assim, não sei como. Fui atraído.

Doutrinador: Mas vieste sozinho ou com alguns amigos?

Espírito - Vim sozinho.

Doutrinador: Vieste sozinho comigo. Os outros ficaram com ela...

Espírito - Acho que sim.

Doutrinador: Está bem. Olha o que importa agora, sabes o que é? É seres tratado. E neste momento já tens assistência.

Espírito - Vou com aquele amigo ali. É um auxiliar, mas vou ser observado por médicos, para verem qual é o meu problema e tratarem-me.

Doutrinador: Olha, agradece a Deus.

Espírito - Ai, foi Deus! Foi Deus! Deus que me trouxe. Um milagre. Porque isto é um autentico milagre, esta casa.

Doutrinador: Agradece a Deus.

Espírito - E agradeço-te a ti, porque se não fosses tu, não tinha encontrado esta casa.

Doutrinador: Agradece a Deus. Eu não sou nada. Vamos dizer assim: ‘Pai Nosso, que estás no céu...’

(o doutrinador ora o Pai Nosso, no que é acompanhado por este amigo).

Agora vai em paz, querido amigo, leva da nossa parte um grande abraço. E um dia, se Deus o permitir eu irei visitar-te

Espírito - Ai, eu muito agradeço...

Doutrinador: Vai em paz e que Deus te acompanhe.

[O doutrinador faz uma oração de agradecimento a Deus e a Jesus].

Manifesta-se o Espírito orientador dos trabalhos.

(continua)

Manuel
Grupo "Amigo Amén", Santa Maria

quinta-feira, 20 de março de 2008

Direitos Humanos - O Tibete



A violência grassa no Tibete, a limpeza étnica e cultural dum povo pacífico é levada a cabo, sem que a comunidade internacional mova "um dedo" para o evitar. Boicotar os Jogos Olímpicos "está fora de questão", disseram as entidades oficiais. Esqueceu-se que esta competição tinha nas suas origens, entre outros, o objectivo de reunir as nações, promovendo a Paz.
O lider espiritual do Tibete, prémio Nobel da Paz, é acusado de incentivar à violência?!

Vou contar-vos uma história comovente que a Rô do blog "Na casa da vovó" me enviou e que vem a propósito. Quem sabe os atletas que vão participar nos Jogos Olímpicos deste ano na China, não darão a todos um exemplo a seguir, mostrando que nem sempre os poderosos vencem?!

Há alguns anos, em Outubro de 1994, nas olimpíadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental, alinharam-se para a largada da corrida de 100 metros rasos.

Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.

Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os outros ouviram o choro, diminuíram o passo e olharam para trás.

Então viraram e voltaram. Todos eles.

Uma das meninas com Síndrome de Down ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: - Pronto, agora vai sarar!

E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada.

O estádio inteiro ergue-se e os aplausos duraram muitos minutos...

Talvez os atletas fossem deficientes mentais....

Mas com certeza, não eram deficientes espirituais...

"Isso porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir os nossos passos..."

"Procure ser uma pessoa de valor, em vez de procurar ser uma pessoa de sucesso. O sucesso é consequência."

Albert Einstein

terça-feira, 18 de março de 2008

Reflexos da Ignorância

O que é o ESPIRITISMO?

Qualquer pesquisa rápida pela Internet levará os interessados a informarem-se sobre o que é e o que NÃO é Espiritismo, pelo que não perderei tempo neste momento a debater o assunto.

Parece que nunca será demais repetir o tema, pois, infelizmente neste país, a ignorância é generalizada.

Se ao cidadão comum é permitido o desconhecimento absoluto no que concerne ao assunto, já o mesmo é inconcebível por parte daqueles que têm como missão INFORMAR, pois essa é a sua profissão e, mais grave ainda, se somos nós todos, contribuintes dum serviço público, a pagar-lhes.

Grave é que hoje ouvi, para meu espanto, no jornal das 13h, na RTP1 uma notícia "bombástica": uns vigaristas enganaram clientes com artes mágicas de Espiritismo, bruxaria e outros estratagemas!!! Foi afirmado pelo locutor televisivo e repetido por um senhor (da polícia?!) várias vezes!!!

Como é que uma televisão de serviço público, paga, por conseguinte, por todos nós se atreve a não proceder a uma mera pesquisa (ainda que MUITO SUPERFICIAL) do que é a Doutrina Espirita e insulta publicamente quem a professa com seriedade, de forma gratuita e por dedicação ao próximo?!

Enviei um protesto à referida televisão de pretenso serviço público!

Convoco todos os Espíritas a fazerem o mesmo, solicitando à RTP1 que rectifique a sua notícia e peça desculpa pela DESINFORMAÇÃO que prestou ao país.

É o que faria Kardec.

Consultando a ADEP, soube que também o "Jornal de Notícias" lançou o mesmo anátema sobre os espíritas, tendo a referida Associação enviado um protesto.
Aqui ficam os links:


http://jn.sapo.pt/2008/03/18/policia_e_tribunais/bruxos_fogem_para_lisboa_apos_burlar.html

http://www.adeportugal.org/downloads/esclarecimentos/Resposta_ao_JN_18MAR08%20_2_.pdf




domingo, 16 de março de 2008

Os Benefícios do Perdão - Mensagem

Após oração de agradecimento manifestou-se o Espírito Orientador da reunião:

“Boa noite meus amigos.
Que a Paz do Senhor fique convosco.
Deveis admirar-vos de vos encontrardes com um amigo vindo de terras tão distantes, mas deveis compreender que as condições de trabalho são muito difíceis naquela área.
Muitos auxiliares lá se encontram em tarefas importantíssimas de auxílio aos mais carenciados na subsistência e, também, no sarar das feridas que se prolongarão por mais tempo do que julgais e do que os vossos olhos podem ver.
Nunca sabereis as histórias de cada família, de cada ser humano, nem a História contará a verdade histórica daquele povo, daquelas cidades, daquelas aldeias, em que a fraternidade, se não existia, pelo menos a prática diária incentivava ao convívio e às boas relações entre vizinhos, que, de um dia para o outro, sem bem saberem porquê se viram entregues ao ódio, à violência e à vingança gratuita, em nome de uma religião, de uma falsa religião, em nome de uma raça, como se o sangue do homem não fosse igual em toda a parte e como se Deus não chamasse a todos seus filhos.
Essa a lição a tirar e que um dia todos esses povos a terão de aprender.
Ser-lhes-á muito difícil.
Terão ainda muito que limar.
Muitas reencarnações por fazer, de um e de outro lado, até compreenderem que nada de importante os separa a não ser uma cultura, provisória, porque é terrena, e que o céu dos muçulmanos é o céu dos cristãos, é o céu dos budistas, é o céu dos hinduístas, é o céu dos taoistas, é o céu de todos nós.
Uns conquistam uns, porque mais talentosos, porque mais perto da perfeição. Outros ficam um pouco mais retardados, mas lá chegarão também a outros locais semelhantes onde encontrarão tarefas úteis a realizar, segundo os seus aprendizados e a felicidade e a harmonia que a cada um pertencer.
Este nosso amigo vai conduzido para um local intermédio, situado mais ou menos por cima (digamos assim, por nos faltar o vocabulário) da sua zona, do seu país que tanto ama. Ficará internado. Passará algumas feridas mais superficiais, essas as mais fáceis de curar. Irá à Escola aprender o Corão profundamente para conseguir um dia... (a médium tosse). *
Perdoai, mas a médium ainda se encontra muito sensível.
... Um dia esse amigo encontrará nas páginas douradas da sua religião a verdade que o salvará e encontrará as suas filhas que o esperam ansiosamente, porque todas elas já perdoaram.”

Que a Paz fique convosco, meus amigos, agora e sempre...

Doutrinador – Obrigado, querido amigo, mas a crermos pelas notícias que ouvimos os ódios continuam...

“Por séculos... E têm raízes que vêm desde há séculos.
Deveis terminar a reunião para que a médium seja socorrida.”

Doutrinador – Obrigado, querido amigo.

O doutrinador faz uma oração de encerramento, agradecendo a Deus as bênçãos recebidas.
* Nota: Lembramos que ao amigo conduzido lhe haviam cortado a garganta e essas sensações, ainda que muito atenuadas, eram transmitidas pela incorporação mediúnica.

Manuel
Grupo "Amigo Amén", Santa Maria

segunda-feira, 10 de março de 2008

Os benefícios do Perdão III

3ª Parte – O encaminhamento

Doutrinador - Ora bem. Então, em nome de Alá, eu peço: Alá ajuda-nos. Tu nunca nos faltas com o Teu Amor, com a Tua Caridade, com a Esperança no futuro. Sempre estiveste presente entre nós e sempre enviaste os teus profetas para nos auxiliarem, nos esclarecerem, nunca nos deixaste ao abandono. Rogamos-Te que venhas aqui ter connosco. Que nos auxilies. Que nos envies a Tua Luz. Para todos nós. Porque todos nós somos necessitados desse Teu Amor infinito que nunca nos faltou. Nunca descremos de Ti, passando, embora, todas as provações ou todas as misérias. Sabemos que estás aqui presente. E nós reverenciamos-Te e dobramo-nos perante Ti, Senhor. Porque a Tua Luz divina vai descer sobre este ambiente. Vai esclarecer as mentes de todos quantos aqui se encontram, a quem damos um grande abraço e a quem exortamos que abram seus olhos, pois aqui se vão passar milagres. Milagres de Fátima, a quem pedimos também auxílio. E a Ti te rogamos o Teu auxílio, o Teu perdão. Queremos ser auxiliados e também perdoados.

(dirigindo-se aos espíritos presentes) Abri os olhos, amigos. Os milagres acontecem aqui. Por isso fostes aqui trazidos. Amigos que desejais encontrar, que vos esclarecerão da situação e que vos dirão do caminho para Deus. Alá esteja connosco.

Espírito - Olha, aquele vizinho meu também veio cá parar. Agora é que eu estou vendo.

Doutrinador - Fala com ele.

Espírito - Ele também morreu. Da mesma maneira.

Doutrinador - Fala com ele.

Espírito - Ah, mas tem tanta luz. Morreu como eu... (este amigo ouve o que lhe diz o espírito) - Hum... Hum... Hum... Não. Mas isso não pode ser assim. Eu estou muito confuso. Então subimos no Céu quando desistimos. Mas não foi isso o que nos ensinaram.

Ensinaram-nos que temos que ser homens para podermos ganhar o Céu. Foi isso que nos ensinaram... Não pode ser... Está bem. Eu vou. Eu vou. Mas não consigo. Vou... Estou muito confuso... Isto é tudo novo para mim... Não compreendo. Hum... Está bem...

(dirigindo-se ao doutrinador)-Olha eu não percebo nada disto. Mas mesmo assim agradeço. Que Alá vos proteja. Eu vou aqui com o meu amigo. Ele tem muita coisa para me ensinar. Eu não sei nada... É como entrar na escola para aprender a ler as primeiras letras. Não sei se vou conseguir. Perdoar é muito difícil.

Doutrinador - Vais conseguir, amigo. E já agora diz a estes companheiros que aqui se encontram para acompanharem esse teu amigo, também.

Espírito – Não, alguns têm mais sorte do que eu.

Doutrinador - Então, porquê?

Espírito - Encontraram os familiares...

Doutrinador - E tu também vais encontrar.

Espírito - Eu não vou conseguir. Eu não vou conseguir perdoar.

Doutrinador - Mas vais encontrar os familiares.

Espírito - A minha filha, uma delas, está à minha espera. Mas eu só a vou poder ver quando perdoar. Eu não vou conseguir perdoar.

Doutrinador - Isso dizes tu agora. Ouve as palavras desse teu amigo. E vai com ele. Que Alá te proteja. E vai com ele, querido amigo. E da nossa parte leva um grande abraço. Desejamos do fundo do coração para ti e para todos os teus.

Espírito - Eu sei que vocês não são muçulmanos. Mas são boas pessoas.

Doutrinador - Que Alá te proteja, amigo.

Espírito - Que Alá vos proteja.

Doutrinador - Vai em paz e leva um grande abraço.

Espírito - Não vos esquecerei. Um muçulmano quando ganha um amigo é para toda a vida.

Doutrinador - Olha, querido amigo: talvez Alá nos permita encontrarmo-nos um dia no local para onde vais agora.

Espírito - Não. Não podes entrar. É o Céu dos muçulmanos.

Doutrinador - Se Alá permitir, poderei entrar. Porque é Alá que manda.

Espírito - Isso é verdade.

Doutrinador - Vai em paz e que Alá te proteja. Que assim seja.”

[O doutrinador agradeceu, em seguida, a Deus, nosso Pai e a Jesus, nosso Mestre, a oportunidade de auxílio que foi concedida]

Passados alguns instantes manifestou-se um espírito amigo, que dirigiu esta reunião."

Manuel
Grupo "Amigo Amén", Santa Maria

Os destaques são meus. De facto, a entidade tem razão: PERDOAR é um dos actos mais difíceis de nossas vidas. E sofre porque não acredita nessa possibilidade, pelo menos de imediato.

Não é o que acontece com todos nós, quando nos sentimos injustiçados ou atacados no que nos é mais caro: os nossos entes queridos?! De ambos os lados da vida, necessitamos de grande coragem para MUDAR os padrões mentais. É sempre mais fácil dizer do que FAZER.

A seguir publicaremos as instruções do espírito orientador dos trabalhos dessa noite.

Joana


sexta-feira, 7 de março de 2008

Os benefícios do Perdão II

(continuação)

2ª Parte – Confrontar a entidade com a realidade

Espírito - Nunca assisti a uma reunião destas.

Doutrinador - Mas assististe hoje. Em nome de Alá, em nome de Buda, em nome de Jeová... em nome...

Espírito - Esse não conheço...

Doutrinador - Não interessa. É em nome do Deus de todos nós. Porque é único. Nós pertencemos a uma mesma família: a Humanidade. E é em nome dessa família, a Humanidade, que o Deus de todos nós está aqui presente. E que tu estás aqui nesta reunião connosco. Mas não estás sozinho. Tu estás no mundo espiritual e já reconheceste isso.

Espírito - Eu estou. Mas como é que eu vim aqui parar?

Doutrinador - Trouxeram-te aqui, amigo. Amigos teus trouxeram-te aqui.

Espírito - Como?

Doutrinador - Já vais ver. Neste momento estás a falar comigo, que ainda vivo na Terra.

Espírito - Eu sei.

Doutrinador - Tu estás a falar através de uma médium, que é uma pessoa...

Espírito - Isso nunca fiz...

Doutrinador - Que é uma pessoa através da qual tu estás falando...

Espírito - Eu não sabia que se podia comunicar...

Doutrinador - Podes. Tu nunca ouviste que os profetas se comunicavam?

Espírito - Mas isso são os profetas! E falam na Terra.

Doutrinador - Ora bem. E eu estou na Terra. E estou a ouvir tu a falares.

Espírito - Mas eu, como é que falo, se eu já estou morto?

Doutrinador - Não estás morto, amigo.

Espírito - Eu não estou morto. Mas estou morto. Estou enterrado.

Doutrinador - O corpo é que está morto.

Espírito - O corpo está morto. Como é que eu estou falando?

Doutrinador - Estás falando através de uma médium...

Espírito - É que no mundo espiritual não se fala....

Doutrinador - ...controlando as cordas vocais...

Espírito - Nós não falamos. Gritamos, sim! Gritamos com dores, mas não falamos.

Doutrinador - Mas aqui, neste momento, até já te sentes melhor. Confessa.

Espírito - Parece que me dói um pouco menos a garganta.

Doutrinador - Exactamente. E além disso, para confirmares que estás a falar...

Espírito - Mas isto… fica-se aqui um bocadinho mole.

Doutrinador - Fica-se.

Espírito - Amolece-se.

Doutrinador - É natural. É uma pequena anestesia que é dada por uma razão muito simples...

Espírito - Mas eu não quero ser anestesiado. Quero-me vingar. Eu preciso de forças para me vingar.

Doutrinador - Não, amigo. Como é que pensas que vão passar as tuas dores?

Espírito - Não sei.

Doutrinador - Tu tens que ser um pouquinho anestesiado dessas dores que tens sentido... Mas deixemos isso. Lembras-te quais foram os temas da lição?

Espírito - Sobre a vingança.

Doutrinador - Exactamente...

Espírito - Sobre o meu caso!...

Doutrinador - Exactamente. E sabes o que dizia a lição?

Espírito - ...e olha: e destes todos que estão aqui.

Doutrinador - Exactamente. Não estás sozinho.

Espírito - Pois não. Estes também têm coisas a cobrar.

Doutrinador - Todos quantos estão aqui têm razões de queixa. Mas sabes uma coisa, meu amigo? A lição veio-nos trazer precisamente uma elucidação sobre o assunto.

Espírito - Que é isso: uma elucidação?

Doutrinador - Veio-nos esclarecer. Porque a lição dizia precisamente que nós não nos devemos vingar.

Espírito - Mas isso é o que diz a lição. Também se eu abrir os livros (que eu nunca li os livros...) se eu abrir os livros também lá encontro que o homem deve ser...

Doutrinador - E tu leste isso no Corão.

Espírito - Mas isso é o livro, não é a vida. Nós somos homens. Temos que defender o que é nosso. Alá também nos manda defender o que é nosso.

Doutrinador - Sim, mas não nos manda vingar. Manda-nos perdoar. Não é verdade, amigo?

Espírito - Não posso perdoar. Foi uma grande injustiça.

Doutrinador - Foi, sim senhor.

Espírito - Eu vejo justiça em Alá. Hoje eu vi justiça em Alá ao ficarmos independentes dos assassinos.

Doutrinador - Foi uma grande injustiça. Mas ouve, amigo...

Espírito - Mas não vejo justiça para aqueles assassinos todos.

Doutrinador - Mas ouve, amigo. Como nós vivemos muitas existências é possível que, em existência anterior, tu e os teus amigos que aqui se encontram tenham feito coisas semelhantes àquelas que vos foram feitas.

Espírito - Ah, não... eu já ouvi falar. Mas não me lembro disso.

Doutrinador - Mas, certamente, tu gostarias de voltar a encontrar as tuas filhas, os teus familiares, não é verdade?

Espírito - Morreram.

Doutrinador - Não morreram.

Espírito - Ficaram dentro de uma cova, enterradas.

Doutrinador - O corpo ficou lá, mas elas não.

Espírito - Não as tenho encontrado. Nunca mais as vi.

Doutrinador - Sabes por que é que não as tens encontrado?

Espírito - Não sei em que Céu é que se encontram.

Doutrinador - Sabes por que é que não as tens encontrado? Porque tens sempre o teu pensamento fixado no desejo de vingança.

Espírito - Ah, tenho que as vingar para as poder encontrar.

Doutrinador - Não. É o contrário, meu amigo.

Espírito - Não, não. Enquanto os assassinos delas andarem à solta eu não consigo encontrar-lhes o Céu.

Doutrinador - É exactamente o contrário. E nós vamos ver que é assim. Tu crês em Alá, não é verdade?

Espírito - Não se pergunta, porque isso é uma blasfémia.

(continua)

Manuel
Grupo "Amigo Amén", Santa Maria

domingo, 2 de março de 2008

Os benefícios do Perdão

http://www.nytimes.com/2007/12/11/world/europe/11kosovo.html?_r=1&oref=slogin

"Na noite de 17 para 18 de Fevereiro de 2008, após a leitura da lição: “Caridade com os criminosos”(espírito Elizabeth de França),cap. XI (ESE) manifestou-se uma entidade em sofrimento dizendo-se originária do Kosovo que, nesse mesmo dia, havia declarado unilateralmente a independência. Os seus habitantes albaneses, de religião muçulmana, comemoravam a independência, o que permitiu desanuviar um pouco o ambiente espiritual e realizar o trabalho que se desenrolou em nosso grupo mediúnico.

Transcrevemos, em seguida, o diálogo travado entre o doutrinador e a entidade manifestante.

Como este diálogo é, de certo modo, longo, decidimos dividi-lo em três partes."

1ª Parte – Abordagem do problema

Espírito - Como é que eu vim aqui parar?

Doutrinador - Qual é a tua terra, amigo?

Espírito - Eu sou do Kosovo. Agora é um país! E estava feliz. Andava a festejar na rua.

Doutrinador - Então e o que sucedeu, amigo?

Espírito - Não sei... Ah! Fui à Sérvia, a seguir.

Doutrinador - A seguir aos festejos...?

Espírito - Sim.

Doutrinador - E o que é que lá foste fazer?

Espírito - Fui dar uns bons murros.

Doutrinador - Nas pessoas que lá andavam?

Espírito - Sim. Naqueles assassinos. Não são pessoas. São assassinos.

Doutrinador - E passaste a fronteira?

Espírito - Passei.

Doutrinador - Mas por que razão é que foste, se estavas a comemorar na tua terra?

Espírito - Porque não me esqueço. É um dia feliz, mas é um dia... de grande tristeza para mim...

Doutrinador - Pois é, amigo. E foste para lá para te vingares daqueles que lá se encontravam...

Espírito - Bem merecem. Não tenho feito outra coisa, que é andar de roda deles. Já descobri alguns dos meus assassinos e de toda a minha família (tosse). Não os largo nunca. Só saí para festejar.

Doutrinador -E depois voltaste novamente.

Espírito - E agora não percebo por que é que estou aqui (tosse). E nem percebi nada do que falaram. Nem sei quem é Deus.

Doutrinador - Deus é Alá, como lhe chamas.

Espírito - Ah! É o Deus dos sérvios, dos assassinos.

Doutrinador - O Deus é o mesmo para toda a gente.

Espírito - Não. O meu é Alá.

Doutrinador - Exactamente. É Alá. Nós orámos a Alá.

Espírito - Não. Eu não percebi nada do perdão e dessas coisas, porque quem mata deve morrer também.

Doutrinador - Mas onde é que viste isso escrito, amigo?

Espírito - É assim que nós somos. Nós não fazemos mal. Mas temos que nos vingar. Fazer justiça!

Doutrinador - Com as próprias mãos?

Espírito – Pois, se ninguém faz!

Doutrinador - Não acreditas em Alá?

Espírito - E tu acreditarias se vivesses os horrores que nós vivemos? Há visões que nunca desaparecem, para além da morte. A morte é o mínimo. Tudo aquilo que observas com os teus olhos…

Doutrinador - Mas tu eras de Pristina? Eras da capital? Já não te recordas, não é verdade?

Espírito - Eu só vejo uma cova. E vejo as minhas filhas enterradas. E quando fui acudir-lhes cortaram-me a garganta. (chora)

Doutrinador - E quando é que isso sucedeu, querido amigo?

Espírito - Num dia de grande tristeza para todo aquele povo. Que não fez nada.

Doutrinador - Mas isso já aconteceu há anos, não é verdade?

Espírito - Não sei. Já há algum tempo. Há algum tempo. Nunca mais, desde que eu os descobri. Eu estou um bocadinho confuso... porque andei anestesiado muito tempo, enlouquecido de desespero por não poder fazer nada. Não por mim, mas pelas minhas filhas. A minha mulher... tudo na vala. E eu sem poder fazer nada. Nada fizeram para merecer aquilo. Nada fizeram. Se isto é justiça, não sei... E eu tenho que me vingar. E quando acordei consegui descobrir alguns dos meus assassinos. Não todos. Mas Alguns. Em nome de Alá, eles pagarão!

Doutrinador - Mas deixa a Alá fazer justiça. Não faças com as tuas mãos. Porque a justiça acabará sendo sempre feita, amigo.

Espírito - Quando?

Doutrinador - Olha: sabias que nós vivemos muitas existências?

Espírito - Tenho uma ideia.

Doutrinador - E sabias que nós não morremos?

Espírito - Não. Não morremos. Quem acredita em Alá não acredita na morte. O lado de lá é sempre muito melhor do que o lado de cá. Só que eu não consigo. Não consigo enquanto não me vingar. Enquanto não destruir aqueles assassinos não consigo ter paz. Não consigo ver o céu. Não consigo libertar-me.

Doutrinador - E não acreditas na justiça de Alá?

Espírito - Ela existe. Só que eles até agora vivem bem. Ainda não vi com os meus olhos a justiça a ser-lhes aplicada. Nada lhes fizeram.

Doutrinador - Mas deixa a Alá aplicar-lhes a justiça. Não te preocupes tu. Deixa a Alá essa tarefa.

Espírito - Mas quando?

Doutrinador - Não te preocupes quando. Preocupa-te é contigo neste momento. Neste momento não sabes onde estás. Mas eu informo-te. Estamos aqui em reunião. E a reunião é em nome do Deus de todos nós.

(continua)

Manuel
Grupo "Amigo Amén", Santa Maria