Um Testemunho Emocionante
O desenrolar do diálogo entre a entidade e o doutrinador, bem como a comunicação do guia condutor dos trabalhos dão-nos informação suficiente sobre o modo como a Justiça Divina actua, bem como os artifícios que, por vezes, utilizamos para tentar fugir a essa mesma Justiça.
Que este relato possa servir de lição a todos nós que procuramos, por demais, de uma forma egoísta e inconsciente, doutrinas de auto-desculpabilização, tornando-nos fiéis seguidores de propagandistas de quimeras que apenas nos anestesiam e adiam a nossa evolução.
Lembramo-nos de Chico Xavier quando Zé Arigó lhe propôs uma cura mediúnica para o tratamento de seus olhos: “Se eu deixar de purgar pela vista, por onde é que eu vou começar a purgar?” É que o Chico sabia que a doença da vista tinha raízes em vidas anteriores e que se tratava da liquidação de um débito. Não acreditemos, pois, em miragens. A Justiça Divina cumpre-se. Pelo Amor ou pela Dor. Podemos atenuar esta, granjeando créditos pelas nossas boas acções espontâneas na actual e futuras existências.
Na noite de 2 para 3 de Maio de 2005 manifestou-se uma entidade que nos deu um testemunho emocionante. Profunda lição para todos nós.
Espírito: Eu não vim trazer a guerra, mas a Paz. Falais em obediência, em resignação... Olhai para a vossa voz, tão triste. Em leis, em cumprimento, viveis aprisionados. Venho convidar-vos a olhar a Beleza, a que está à vossa volta, a passear pelos campos, a ouvir os pássaros, a apreciar toda a maravilha deste planeta... A ser felizes, a libertar-vos dessas amarras, da resignação, do sofrimento em que estagnais, quando podeis aperfeiçoar-vos, podeis evoluir, podeis ser alegres, podeis gozar a vida e claro, viajar até fora deste planeta, poder olhá-lo de fora, poder abarcar toda a beleza que o envolve. O Homem tem que se aperfeiçoar, o Homem tem capacidades dentre dele que não conhece, que não explora, porque nós somos Deuses, nós conseguimos e a vida é para usufruir. É para isso que cá estamos. E colaborar uns com os outros, levar a paz a todo o lado. Que dizeis? É má esta proposta que vos faço?
Doutrinador: É óptima a proposta de levar a paz a todo o lado...
Espírito: É que eu fui convidado e fui atacado. Fui chamado de frívolo. Eu não sou frívolo. Eu quero a melhoria do Homem, quero que o Homem se desenvolva, que explore todas as suas potencialidades... e que seja feliz.
Doutrinador: Todos nós desejamos...
Espírito: Mas vós falais de resignação, de obediência... Isso é uma prisão à marcha! Nós devemos ser felizes! Temos a obrigação de ser felizes!
Doutrinador: Com certeza, amigo, desde que não façamos a infelicidade dos outros.
Espírito: Não, claro que não! Nem é disso que se trata. Estou a convidar-vos (respiração funda) a libertar-vos
Doutrinador: Com certeza, amigo. Todos nos queremos libertar. O Espiritismo é uma doutrina libertadora de mentes.
Espírito: Não é! Não é! Pelo contrário! Amarra-nos! Prende-nos! Não nos deixa explorar todo o nosso interior, todas as nossas potencialidades. Faz-nos andar de cabeça baixa em orações e orações e orações... Mas o que é isso? Que perda de tempo, quando podemos aproveitar esse tempo precioso que temos neste mundo, que não assim tão longo, em explorar-nos a nós próprios.
Espírito: Então façamos caridade connosco. Somos os primeiros a necessitar dela. Não é caridade? Se conseguirmos ser felizes, não estamos a fazer caridade?
Doutrinador: Desde que não façamos os outros infelizes...
Espírito: Claro que não! Não se trata de fazer ninguém infeliz.
Doutrinador: Com certeza, amigo. Mas aqui quando se fala em obediência, fala-se em obediência às Leis de Deus. E quando se fala em resignação, fala-se em resignação em relação às provas pelas quais temos todos que passar...
Espírito: Mas os espíritas são todos tristes.
Espírito: Não! Não gozam a vida. Passam o tempo a orar.
Espírito: Nós também ensinamos a entrar em sintonia.
Espírito: Não, eu vim apenas fazer-vos um convite.
Espírito: Hum... é uma perda de tempo.
Espírito: Estás a ver como os espíritas só fazem sofrer, que eu já estou a sentir-me mal?! É isto que eu digo! É aqui que está a diferença! Nós lutamos pela felicidade. Vocês lutam pelo sofrimento! É espantoso!
Doutrinador: Meu querido amigo, o sofrimento que nós temos tem raízes em vidas anteriores...
Espírito: Eu vim desarmado. Estou aqui com a maior das boas vontades.
Espírito: Ah! Tens vidência!
Espírito: Eu não te estou a ouvir. Eu não vim aqui para ser convencido.
Doutrinador: Com certeza, amigo. Mas ao menos acompanhas-me numa oração.
Espírito: Outra?
[O doutrinador ora um Pai Nosso, após o que inicia sobre este companheiro uma regressão de memória, para se recordar de existências anteriores. A entidade começa a respirar de forma ofegante...]
Espírito: Estão-me a pôr imagens que eu não quero ver. E não estou conseguindo afastá-las! Peço auxílio a todos os meus mestres. Não quero ver! Estou a ser forçado! (respiração muito ofegante...)
Já sei! Já sei! Sei! Queimei-te! Queimei-te! Claro que te queimei! Mas eu não quero saber! Eu sei que era um grupo! Mas eu só cumpri ordens! Eu tinha que cumprir ordens! Senão acontecia-me o mesmo! E daí? Todos temos que evoluir! Eu quero evoluir! Eu estou a evoluir! Eu estou a aprender a evoluir. Eu já não sou o mesmo! Retirem-me esses quadros! Eu não sou o mesmo! Eu já mudei! Eu estou a aperfeiçoar-me e estou a conseguir aperfeiçoar-me. Não me recordem essas coisas! Eu não quero ver! Eu enlouqueço! Querem-me enlouquecer! Eu vou enlouquecer! Eu não aguento!
Espírito: Mas eu não sou o mesmo. Isto que me estão a mostrar é outra pessoa! Eu já mudei. Eu não tenho que estar sujeito a isto. Eu tenho que ser feliz. Eu já não sou essa pessoa horrível, sem sentimentos, que tinha gozo em fazer sofrer. Eu já não sou assim... Eu tinha conseguido afastá-los do meu campo mental!
Doutrinador: Não podemos fugir de nós próprios, amigo...
Espírito: Mas eu pedi ajuda! Pedi tanta ajuda a estes meus companheiros!
Doutrinador: Pede ajuda a Jesus, que é o médico das almas, meu amigo.
Espírito: Eles protegiam-me. Onde é que eles estão?
Doutrinador: Eles anestesiavam-te, amigo.
Espírito: Não interessa. Eu consegui retirar estas imagens mentais e substituí-las por outras!
Doutrinador: Mas isso foi uma falsidade que te fizeram.
Espírito: Chama-lhe o que quiseres. Eu preciso de evoluir. Eu não posso estar a ver estas imagens que me atormentam!
Doutrinador: Só evoluis se fores capaz de conseguir retirar de verdade do teu campo mental estas imagens. Se elas não te afectarem e isso só se consegue numa reencarnação.
Espírito: Mas elas não me afectam. Estão-me a afectar agora porque voltaram.
Doutrinador: Estão a voltar porque provavelmente ainda não respondeste...
Espírito: Mas eu pertenço a uma equipa que consegue afastar isto tudo.
Espírito: Mas podemos evoluir para Deus sem passar pelo sofrimento.
Doutrinador: Meu amigo: não podemos fugir à Justiça Divina. Convence-te disso. Ninguém pode. Senão o crime não teria castigo.
Espírito: Mas nós ensinamos que não é preciso passar pelo castigo, desde que mudemos as nossas energias. Transmutemos as essas energias para o bem.
Doutrinador: Esse ensinamento é cómodo e serve muito bem os propósitos de quem quer cometer o crime.
Espírito: Mas eu não cometo crimes.
Espírito: Mas já foi há tanto tempo...
Espírito: Há tanto tempo.
Espírito: Muito mais recente. Do tempo dos fornos.
Doutrinador: Ora, meu querido amigo...
Espírito: Eu cumpria ordens.
Espírito: Não posso negar que me ria, quando os ouvia gritar.
Espírito: Era. Eu reconheço que era um crime. Reconheço que era um malvado. Eu não tinha sentimentos. Mas agora não. Eu, agora, já não sou esse. Foi uma época em que eu fiquei... eu enlouqueci. Eu era louco. Eu não posso pagar toda a vida por isso. Porque eu era louco. Eu não tinha o domínio de mim próprio.
Doutrinador: Meu querido amigo, todos nós nos dominamos a nós próprios, até onde queremos. Não podemos negar isso. Acaso alguma vez respondeste por esses crimes?
Espírito: Não. Respondi quando me perseguiam. Porque podes crer que me perseguiram. Sempre a gritar. Aqueles gritos...
Doutrinador: Perseguia-te a tua consciência...
Espírito: A minha consciência... A minha consciência...Ou eles. Sei lá?!
Doutrinador: Tu tens que te libertar e a única forma de te libertares não é anestesiar a consciência.
Espírito: Eu pedi ajuda a quem estava presente na altura para me poder ajudar. E encontrei tanta gente que me ajudou. Ajudou-me a mudar o meu campo mental e eu consegui transformar essas imagens noutras imagens lindas.
Doutrinador: Essa ajuda era ilusória, meu querido amigo. Porque, quer queirais, quer não...
Espírito: Mas por que é que isto me volta agora novamente? E eu não estou a conseguir usar tudo o que aprendi?
Espírito: Ai, Ai!!!! Estes gritos. Eu continuo a ouvir estes gritos. Estes gritos dão cabo da minha cabeça. Estão dentro de mim. Percorrem o meu corpo todo.
Doutrinador: Tu precisas de ajuda, querido amigo.
Espírito: Eu preciso de energia. Dá-nos energia.
Doutrinador: Não, meu amigo. Não podes sugar as energias. Não podes continuar a sugar as energias dos outros.
Espírito: Mas eu preciso tanto! [A entidade chora]
Doutrinador: As energias, hás-de tê-las, quando modificares o teu campo mental para Deus, meu amigo. Para Deus.
Espírito: Mas Deus é castigo. Deus é sofrimento.
Espírito: Mas como é que eu posso pagar isto tudo?!
Espírito: Foi tão horrível! Não sei. Vou levar séculos. Eu vou levar séculos para pagar todos os crimes que cometi!
Espírito: Mas não os posso ver. Nunca! Nunca os vi. Bem procurei por todos.
Doutrinador: Mas vais vê-los agora, amigo. Toma atenção. Toma atenção, amigo. Permite-me que eu peça a Deus que tu possas encarar os teus amigos verdadeiros, os familiares, os entes queridos, aqueles de quem te separaste há muito, mas que esperam por ti. E nós vamos pedir ao Pai essa bênção.
[O doutrinador pede, emocionado, a Deus, nosso Pai, por este nosso companheiro, para que ele possa ser recebido por alguém querido. Enquanto isto, a entidade chora de arrependimento].
Espírito: FILHO! NÃO! Não! Eu não tenho o direito. Eu quero ir-me embora. Deixem-me ir embora. Eu não tenho o direito. Tantos anos chamando por ele. Procurando em todo o lado. Eu não tenho o direito. Ele é luz. Eu sou sombra. Ele é amor. Eu sou ódio. Eu não tenho o direito. Perdoa-me, filho. Perdoa-me, por tudo. Mas não me faças olhar para ti. Porque eu não posso olhar para ti. É o teu brilho que me encandeia. Eu estou habituado ao escuro. Ao escuro da minha maldade... (passam alguns instantes) Aceito...Aceito... Um dia, poderei olhar-te nos olhos. Agora é demasiado cedo. Eu pagarei para que chegue esse dia.
Passam alguns instantes e o Espírito diz em tom solene:
Amigos: eu vou acompanhado por auxiliares que eu não conheço, que me são estranhos, porque só assim vou obter campo mental para poder olhar para mim próprio.
Doutrinador: Meu Amigo: ficamos muito felizes por que isso suceda. Jesus está-te estendendo a mão. Foi isso que Jesus nos ensinou.
Espírito: Perdoai-me a intromissão.
Espírito: Ah! Bem vou precisar delas. (refere-se às orações que considerava perda de tempo). Obrigado a todos vós.
[O doutrinador agradece a Deus todas as bênçãos recebidas, esperando pela comunicação do Espírito guia, orientador destes trabalhos.]
Núcleo Espírita Amigo Amen
17 de Novembro de 2009
Joana,
ResponderEliminartem um selo prá você.
Quando quiser, é só passar no meu bloguinho!
Com carinho
A arte da fuga não é uma coisa boa. Incrivel como as consequencias dos nossos actos seguem nos.
ResponderEliminarObrigada pela sua generosidade, unknwman.
ResponderEliminarejsantos: de facto, se todos tivéssemos esse conhecimento, percebendo o alcance dos nossos actos e as suas graves consequências, às vezes, causando-nos sofrimentos que se arrastam por séculos, talvez mudássemos certas atitudes.
Um abraço
Joana