terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Posturas Científicas

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Desde Aristóteles a Galileu (considerado como o "pai da ciência moderna”, cujo método empírico, constitui um corte com o método aristotélico mais abstracto) a concepção do mundo e a explicação dada pela Ciência para a apreensão daquilo que constitui o universo que nos rodeia, foi variando, e emprestando diferentes tonalidades a uma Ciência que, na realidade, pouco mudou de método, baseada na observação /experimentação /repetição dos fenómenos, mas eivada de preconceito no que respeita às questões espirituais.

Albert Einstein afirmou que "é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito". Ora, (pré)conceito, tal como o prefixo indica, significa que o conceito é definido à partida, sem que nele entrem a análise e a lógica, equivalendo a crença sobre um dado assunto.

E a CRENÇA, (contrariando a própria Ciência) dos cientistas, herdeiros do positivismo do séc. XIX, continua a ser a de negarem todas as evidências empíricas da existência de algo pré-existente ao corpo.

Como não “viram” ainda nenhum espírito, não puderam manipulá-lo à sua vontade e, segundo as suas regras, em laboratório repetir o fenómeno até à exaustão, quando, como e onde bem entendessem, negam pura e simplesmente tudo o que respeita à espiritualidade e ridicularizam, como qualquer leigo, (“não vi e não gostei”) todos os investigadores que nas mais diversas áreas do conhecimento humano, se têm dedicado à investigação séria, sem ideias preconcebidas.

Continuamos, ainda, em pleno séc. XXI, herdeiros de Aristóteles!

E, embora Darwin, continuasse a inspirar-se nos seus escritos zoológicos, a física aristotélica estava já ultrapassada no século VI d. C (desconhecia a velocidade e a temperatura, pois não possuía instrumentos precisos). Mesmo o melhor dos estudos ‘científicos’ de Aristóteles possui hoje um interesse meramente histórico.

Em obras como ‘Da Geração e Corrupção’ e ‘Do Céu’, Aristóteles legou aos seus sucessores uma imagem do mundo que incluía muitos traços herdados dos seus predecessores pré-socráticos.

Aluno de Platão, Aristóteles não professa o fundamental da sua filosofia. Platão concebia dois mundos existentes: aquele que é apreendido pelos nossos sentidos, o mundo concreto (em constante mutação) e o mundo abstracto das ideias, acessível somente pelo intelecto, imutável e independente do tempo e do espaço material.

É a filosofia platónica do dualismo: Kosmos aisthetos e Kosmos noetos, (corpo e razão).

Aristóteles, ao contrário, defende a existência de um único mundo: este em que vivemos. O que está para além da nossa experiência sensível não existe.

(Curioso observar, na imagem, que Aristóteles aponta para a terra, enquanto que Platão ergue o seu dedo para o céu.)

A Terra ocupava o centro do universo e Galileu sofreu as consequências de pretender afirmar o contrário, tendo de se retratar perante a Inquisição, embora mantendo as suas convicções. Todos conhecem a célebre frase: "Eppur si muove!" (contudo, ela se move).

(continua)


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