quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Generosidade, empenho e desprendimento em grupos mediúnicos sérios


Quem pensa integrar um grupo de auxílio a companheiros desencarnados sem participar com a sua dose de sofrimento, desengane-se. Lembremos a informação que nos é dada por Camilo Castelo Branco no livro “Memórias de um suicida” psicografado por Ivonne Pereira.

Diz-nos o autor espiritual (Camilo Castelo Branco) que, com o objectivo de auxiliar um grupo de suicidas desencarnados, após sondagem feita em Portugal, Espanha e países da América Latina, foram convidados vinte médiuns de ambos os sexos. Dentre estes, porém, “apenas quatro senhoras, humildes, bondosas, deixando desprender do envoltório astral estrigas luminosas à altura do coração, ofereceram incondicional e abnegadamente seus préstimos aos emissários da Luz, prontas ao generoso desempenho. Dos representantes masculinos apenas dois aquiesceram, sem rasgos de legítima abnegação, é certo, mas fiéis aos compromissos de que se investiram, assemelhando-se ao funcionário assíduo à repartição por ser esse o dever do subordinado. Os restantes, conquanto honestos, sinceros no ideal esposado por amor de Jesus, desencorajaram-se de um compromisso formal”.

Resumindo: de entre os médiuns, exercendo actividade nos países atrás referidos, só vinte foram selecionados. Destes, só seis acederam. E destes seis, só quatro o fizeram incondicionalmente.

O Espírito comunicante elucida-nos sobre o porquê desta recusa dos médiuns:

“Os quadros expostos, mostrando-lhes o precário estado dos pacientes (Espíritos de suicidas) que deveriam socorrer, seu martirológio de além-túmulo, infundiram-lhes tais pavores e impressões que acharam por bem retrair impulsos assistenciais”.
“Os médiuns deveriam contribuir com grandes parcelas de suas próprias energias para alívio dos desgraçados que lhes bateriam à porta. Esgotar-se-iam, provavelmente, no caridoso afã de lhes estancar as lágrimas. Seria até mesmo possível que, durante o tempo em que estivessem em contacto com eles, impressões de indefiníveis amarguras, mal-estar inquietante, perda de apetite, insónia, diminuição até mesmo do peso natural do corpo físico viessem surpreendê-los e afligi-los.

Todavia, a direcção do Instituto Maria de Nazaré (Organização Espiritual de auxílio a desencarnados – nota do autor) oferecia garantia: - suprimento das forças consumidas, quer orgânicas, mentais ou magnéticas, imediatamente após a cessação do compromisso, ao passo que a Legião dos Servos de Maria (Departamento daquela Organização destinado ao socorro a suicidas – nota do autor), a partir daquela data, jamais os deixaria sem a sua fraterna e agradecida observação.

“Se se arriscavam à solicitação de tão vultoso concurso era porque entendiam que os médiuns educados à luz da áurea moral cristã são iniciados modernos, e, por isso, devem saber que os postos que ocupam, no seio da Escola a que pertencem, fatalmente terão de obedecer a dois princípios essenciais e sagrados da Iniciação Cristã heroicamente exemplificados pelo Mestre Insigne que a legou: - Amor e Abnegação!”


Note-se que, como atrás foi referido, apesar destas garantias, foram muito poucos os médiuns que aceitaram. É que a verdadeira CARIDADE exige, conforme já fizemos referência, uma enorme dose de sacrifício pessoal. Em especial a que se destina ao auxílio a Espíritos em grande desequilíbrio, como é o caso dos suicidas.

Extraído do livro de Eduardo Guerreiro: "Lições de Vida Após a Morte", Chiado Editora (a ser lançado em breve)

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