quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O Culto dos Mortos na Visão Espírita

Este culto aos mortos num dia determinado, com a visita aos cemitérios e oferendas remonta aos tempos antigos e tem a sua origem nos cultos pagãos de adoração aos Deuses.


Com a ascensão da Igreja Católica, na época Romana, à categoria de religião oficial, no reinado de Constantino Magno no ano de 321, houve que fazer cedências e assimilar a cultura latina e a de outros povos que praticavam rituais e procediam a festivais nos cemitérios, em homenagem aos antepassados.

Dessa assimilação surgiram as próprias concepções de Céu, Inferno e Purgatório na religião dos cristãos que, para além de crer na ressureição dos corpos no dia do juízo final, passaram a cultivar o hábito de orar aos seus mártires, visitando-os nos cemitérios.

A partir do século XIII, a Igreja instituiu o dia 2 de Novembro como o Dia de Finados.

Um pouco por todo o lado este culto é praticado, apenas variando nas datas: na China comemora-se o Festival do Fantasma Faminto durante o Outono; no Japão o Festival das Lanternas (Obon) acontece entre 13 e16 de Julho; mesmo o termo Halloween parece ser uma corrupção do termo católico “Dia de Todos os Santos”, praticado nos festivais dos antigos povos celtas na Irlanda, cujo Verão terminava a 31 de Outubro.

Mais tarde, este costume foi transferido para os Estados Unidos, através da imigração Irlandesa.

No Espiritismo não há um dia especifico para recordar e homenagear os entes queridos, pois todos os dias do ano são bons para o fazermos e eles, que continuam vivos, embora noutra dimensão, agradecem as nossas lembranças sinceras, qualquer que seja o local onde elas se dêem.

Se estiverem felizes, regozijar-se-ão com o amor que lhes dedicamos e com a saudade que sentimos; se ainda se encontrarem algo perturbados (por desencarne recente ou violento, por exemplo), mais reconhecidos ficarão, pois a nossa prece lhes levará consolo e alívio, abrindo janelas luminosas para o auxílio que se lhes faz necessário.

Pouco se importarão se os visitamos ou não nos cemitérios, pois sabem que aí apenas se encontram os despojos carnais que lhes serviram para mais uma etapa de evolução e que, causa de sofrimento nos derradeiros tempos, abandonaram com alegria. Se lá comparecem é para mais um reencontro com os que ainda se encontram na terra e que mantêm o culto das sepulturas.

Conto-vos uma situação concreta que acompanhei de muito perto, ocorrida há 20 anos.

Tendo desencarnado havia pouco mais de um ano, o marido duma pessoa minha conhecida, manifestou-se mediunicamente, dando todas as informações que lhe foram solicitadas para a sua correcta identificação. Quando a esposa lhe perguntou se precisava de alguma coisa, todos ouvimos surpreendidos o pedido que lhe foi endereçado, com algum humor, característico da sua personalidade, enquanto na terra.

Pediu a entidade encarecidamente à esposa que deixasse de ir ao cemitério todos os dias, informando que ele já lá não estava, porque não era o seu lugar preferido. E que ainda por cima a esposa o “obrigava” a acompanhá-la diariamente, porque ele tinha receio de que a assaltassem pelo caminho.

A esposa vivia na Costa da Caparica e o cemitério distava alguns quilómetros da vila; ela percorria o caminho a pé e este não é de facto muito seguro. Quem conhece a zona, sabe do que falo.


Como se vê, a nossa visão facilmente se altera, quando aportamos ao mundo espiritual e percebemos que afinal não estamos mortos, mas mais vivos do que nunca com o Futuro imenso pela frente e oportunidades infinitas de reparação de nossos erros passados; abandonamos crenças ilusórias e passamos a valorizar todas as boas acções que praticámos, nesta ou em vidas passadas, de esperanças renovadas.

Se queremos homenagear os nossos “mortos”, recordemo-los nos momentos bons e troquemos uma ida ao cemitério, ou mais uma missa, por uma acção caridosa em seu nome e isso lhes será mais útil e recebido como uma prova do amor que lhes continuamos a dedicar. Até um novo reencontro, pleno de alegria.

Vejamos o que nos dizem os Espíritos, através de Kardec:

321. O dia da comemoração dos mortos é, para os Espíritos, mais solene do que os outros dias? Apraz-lhes ir ao encontro dos que vão orar nos cemitérios sobre seus túmulos?

“Os Espíritos acodem nesse dia ao chamado dos que da Terra lhes dirigem seus pensamentos, como o fazem noutro dia qualquer.”

a) - Mas o de finados é, para eles, um dia especial de reunião junto de suas sepulturas?

“Nesse dia, em maior número se reúnem nas necrópoles, porque então também é maior, em tais lugares, o das pessoas que os chamam pelo pensamento.

323. A visita de uma pessoa a um túmulo causa maior contentamento ao Espírito, cujos despojos corporais aí se encontrem, do que a prece que por ele faça essa pessoa em sua casa?

“Aquele que visita um túmulo apenas manifesta, por essa forma, que pensa no Espírito ausente. A visita é a representação exterior de um fato íntimo. Já dissemos que a prece é que santifica o ato da rememoração. Nada importa o lugar, desde que é feita com o coração.”

"O Livro dos Espíritos"

PARTE 2ª - CAPÍTULO VI

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Mensagem aos Médiuns

MEDIUNIDADE e RESPONSABILIDADE



Médiuns, divinos interpretes do Senhor, quanto deveis à vida, quantas promessas haveis feito, quantos desejos de evolução essas mesmas promessas vos moveram, movem e moverão por todos os tempos que ainda vos falta cumprir na Terra.


Cultivai, meus amigos, cultivai vosso terreno fértil de dores e de padecimentos.

Tantas provas expiadas, tanto trabalho em lavrar vosso espírito, arando vossa alma, torturando-a e preparando-a assim para a sementeira futura.

Chegou a hora, meus amigos, de lançar sementes duradoiras, persistentes, fortificadas no sofrimento, das muitas provas já ultrapassadas.

Não desperdiceis essa hora, a Terra está pronta. Evitai as conversas fúteis, o tempo gasto em inutilidades, na satisfação dos desejos mundanos.

Cultivai vosso terreno, pois ele se impregnou durante séculos da Fé no Criador, da Esperança na Vida Eterna e da Piedade com todos os sofredores vossos irmãos e da respectiva Caridade para com todos que é a expressão máxima do AMOR MAIOR.

Irmão X

Mensagem psicografada: 15/02/06 ± 18h30min

Núcleo Espírita Familiar ‘Amigo Amen’

Santa Maria

Veja aqui:






segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Mensagem Sublime












sábado, 20 de outubro de 2007

Livre Arbítrio

Tenho recebido na minha caixa de correio várias questões, semelhantes no seu teor, às que a Maria João Cunha colocou no seu comentário do post:"Responsabilidade do Grupo Mediúnico" do dia 12 de Outubro.

Assim, decidi responder-lhe neste post, de forma a atender a todos, relativamente a um assunto que tantas dúvidas nos suscita ao longo da nossa caminhada.


Cara Maria João:

Em primeiro lugar quero pedir-lhe desculpa pelo atraso na resposta, apenas justificada pelo excesso de trabalho.

1º - Começo pela sua frase “não pedi para nascer”.

O processo da reencarnação é complexo e, a maior ou menor intervenção do espírito reencarnante no mesmo, depende do grau evolutivo deste. Contudo existem as reencarnações compulsórias em que, de facto, o espírito que vai reencarnar "não pede para nascer" – é obrigado a reencarnar, para seu bem, em termos de evolução espiritual.

2º - Não é meu o conteúdo da afirmação "As tarefas mais importantes já foram escolhidas anteriormente ou, então, escolhemos a meio de outras tarefas ou no seguimento de outras que acabam sendo realizadas...". O conteúdo desta afirmação é do espírito comunicante, que se identificou como "Casimiro".

Estamos completamente de acordo com esta afirmação. O velho ditado popular "o casamento e a mortalha no céu se talha" tem a sua razão de ser: as linhas mestras da nossa existência no corpo físico já foram delineadas antes do nosso renascimento. O seu cumprimento em maior ou menor grau depende de nós.

Os "completistas" no dizer de André Luiz, isto é, os espíritos que completam com êxito as tarefas a que se comprometeram antes de reencarnar, são raros. Todos nós falhamos em maior ou menor grau. Porquê?

Todos nós possuímos o nosso livre arbítrio que nos permite tomar as decisões correctas ou menos correctas.

Contudo, apesar do nosso livre arbítrio e sendo o determinismo em nossas existências, relativo, existem, contudo, algumas situações às quais não conseguimos fugir e que nos surgem, quer queiramos, quer não.

Porventura, algumas delas foram por nós escolhidas antes de reencarnarmos.
Situações que se situam no eixo das linhas mestras da nossa existência.

3º O espírito, presumimos que evoluído, pois, como se disse atrás, só um espírito evoluído interfere em maior grau no projecto de sua futura existência, raramente se esquece do projecto anteriormente delineado e no qual colaborou activamente. Do mesmo modo, o espírito que aceitou um projecto de vida tem gravado em seu íntimo esse mesmo projecto.

O esquecimento próprio da imersão na vida corpórea não impede que a sua intuição lhe indique o melhor caminho. Por vezes, muitas vezes, este espírito, se mal preparado, "esquece"os compromissos. Porque tem livre arbítrio para tomar as suas próprias decisões enquanto reencarnado.

Pode ser acompanhado pelo remorso mesmo durante a existência física mas, certamente, este remorso será muito mais acutilante depois de desencarnar, quando retornar à vida espiritual, a verdadeira vida, e constatar que falhou.

4º Embora em linhas gerais e nos aspectos mais importantes, em termos espirituais, a nossa existência tenha sido traçada antes do reencarne, isso não impede que por decisão superior, com ou sem o nosso concurso, ou por exclusiva decisão nossa, haja alterações.

Por exemplo, a espiritualidade superior pode conceder uma moratória para o desencarne de determinado espírito quando, por necessidades evolutivas individuais ou de grupo, tal se revele útil.

Recordo-me, por exemplo, do caso de Jerónimo Mendonça que, na sua provação de cego e paralítico e, simultaneamente, difusor da doutrina espírita, a espiritualidade lhe perguntou em determinada altura se ele queria desencarnar ou continuar.

Apesar de todas as restrições e sofrimento, ele escolheu continuar e levou as provações até ao final com alegria...

Existem, igualmente, decisões, positivas ou negativas, por nós tomadas em desprendimento nocturno, durante o sono (tal como, também no estado de vigília).

Recordo-me, por exemplo, de um relato feito pelo espírito de Camilo Castelo Branco no livro "Memórias de um suicida", psicografado por Yvonne Pereira, em que ele descreve os esforços da espiritualidade para recrutar alguns médiuns para o auxílio a suicidas.

Depois de contactados médiuns nos países da América Latina, em Espanha e Portugal, só dez aceitaram e destes, só duas senhoras o fizeram por amor incondicional; os restantes fizeram-no apenas por compromisso.

E isto apesar de, a todos os contactados, ser garantida toda a assistência necessária decorrente dos transtornos surgidos, na sequência do auxílio a tais entidades tão desequilibradas...

5º Em resumo podemos dizer que, em traços gerais, nossa existência foi, de facto, delineada antes da reencarnação, com maior ou menor participação nossa, de acordo com o nosso grau evolutivo, o que deixa "espaço de manobra" bastante suficiente para que o nosso livre arbítrio se revele em toda a sua plenitude.

Decorrentes do nosso livre arbítrio estão as decisões do dia-a-dia quer sejam tomadas no estado de vigília, quer durante o sono, vão elas no bom sentido ou no sentido inverso.

Não sei se consegui responder satisfatoriamente à amiga Maria João e a todos os que me interrogaram. Creio ter dado a minha opinião fundamentada na Doutrina Espírita, nas obras complementares e na experiência pessoal.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

terça-feira, 16 de outubro de 2007

"Os Últimos Serão os Primeiros"


Esta é uma das muitas histórias passadas com Francisco Cândido Xavier. Impressiona pela atitude do Chico, pela sabedoria da personagem descrita e pelo surpreendente final, suscitando-nos à reflexão profunda.

"Ao longo desses anos em que tenho ido a Uberaba, conheci muita gente. Gente boa, gente meio boa e gente menos boa. Algumas o tempo vai apagando lentamente, mas jamais teriam força suficiente para apagar de minhas lembranças a figura encantadora que vocês vão passar a conhecer. Numa daquelas madrugadas, quando as sessões do Chico se estendiam até ao amanhecer, vi-o pela primeira vez. Naquelas filas quase intermináveis que se formavam para a despedida ou uma última palavrinha ainda que rápida com o Chico, ele chamou-me a atenção pela alegria com que expressava a sua vez. Vinha com passos cansados, o andar trôpego, a fisionomia abatida, mas seus olhos brilhavam à medida que se aproximava do Chico. Não raro, seu contentamento se traduzia em lágrimas serenas, finas, copiosas. Trajes muito pobres, descalço, pés rachados indicando que raramente teriam conhecido um par de sapatos. Calça azul, camisa verde, com muitos remendos; um paletó de casemira apertava-lhe o corpo franzino. Pele escura, cabelos enrolados, nos lábios uma ferida. Chamava-se Jorge. Creio que deve ter tomado poucos banhos durante toda sua vida. Quando se aproximava, seu corpo magro, sofrido e mal alimentado exalava um odor desagradável. Em sua boca, alguns raros tocos de dentes, totalmente apodrecidos.

Quando falava, seu hálito era quase insuportável. Ainda que não se quisesse, tinha-se um movimento instintivo de recuo. Quando se aproximava, tínhamos pressa em dar-lhe algum trocado para que ele fosse comprar pipoca, doce ou um refrigerante, a fim de que saísse logo de perto da gente. Jorge morava com o irmão e a cunhada num bairro muito pobre. Urna favela, quase um cortiço. Seu quarto era um pequeno cômodo anexado ao barraco do irmão.

Algumas telhas, pedaços de tábuas, de plástico, folhas de latas, emolduravam o seu pequeno espaço. O irmão e a cunhada eram bóias-frias. Jorge ficava com as crianças. Fazia-lhes o mingau, trocava-lhes os panos, assistia-os. Alma assim caridosa, acredito que sofresse maus tratos. Muitas vezes o vi com marcas no rosto e ainda hoje fico pensando se aquela ferida permanente em seu lábio inferior não seria resultante de constantes pancadas. O Chico conversava com ele cinco, dez, vinte minutos. Nas primeiras vezes, pensava: Meu Deus, como é que o Chico pode perder tanto tempo com ele, quando tantas pessoas viajaram milhares de quilômetros e mal pegaram em sua mão? Por que será que ele não diminui o tempo do Jorge para dar mais atenção aos outros? Somente mais tarde fui entender que a única pessoa capaz de parar para ouvir o Jorge era o Chico. Em casa, ele não tinha com quem conversar; na rua, ninguém lhe dava atenção. Quase todas as vezes em que lá estava, lá estava ele também. Assim, por alguns anos habituei-me a ver aquele estranho personagem, que aos poucos foi-me cativando. Hoje, passados tantos anos, ao escrever estas linhas, ainda choro. "A gente corre o risco de chorar um pouco, quando se deixou cativar", não é mesmo?

Nunca ouvimos de sua boca qualquer palavra de queixa ou revolta.

Seu diálogo com o Chico era comovente e enternecedor.

-Jorge, como é que vai a vida?

-Ah! Tio Chico, eu acho a vida uma beleza!

-E a viagem foi boa?

-Muito boa, Tio Chico. Eu vim olhando as flores que Deus plantou no caminho para nos alegrar.

-O que você mais gosta de olhar, Jorge?

-O azul do céu, Tio Chico. Às vezes fico pensando que o Sinhô Jesus tá me espiando.

Depois, Jorge falava da briga dos gatos, da goteira que molhou a cama, do passarinho que estava fazendo ninho em seu telhado. Quando pensava que tudo havia terminado, o Chico ainda dizia:

-Agora, o nosso Jorge vai declamar alguns versos.

Eu chegava até me virar na cadeira, perguntando a mim mesmo: onde é que o Chico arruma tanta paciência.

Jorge declamava um, dois, quatro versos. -Bem, Jorge, agora para nossa despedida, declame o verso de que mais gosto.

-Qual, Tio Chico?

-Aquele da moça, Jorge.

-Ah! Tio Chico, já me lembrei, já me lembrei.

Naquelas horas, o Centro continuava lotado. As pessoas se acotovelavam, formando um grande círculo em torno da mesa.

Jorge colocava, então, o colarinho da camisa para fora, abotoava o único botão de seu surrado paletó, colocava as mãos para trás à semelhança de uma criança quando vai declamar na escola ou perante uma autoridade, olhava para ver se o estavam observando e sapecava, inflado de orgulho:

"Menina, penteia o cabelo,

joga as tranças prá cacunda.

Queira Deus que não te leve,

de domingo prá segunda".

Quando Jorge terminava, o riso era geral. Ele também sorria. Um sorriso solto e alegre, mas ainda assim doído, pois a parte inferior de seus grossos lábios se dilatava, fazendo sangrar a ferida. Aí ele se aproximava do Chico, que lhe dava uma pequena ajuda em dinheiro. Em todos aqueles anos, nunca consegui ver quanto era. Depois, colocava o dinheiro dentro de uma capanga, onde já havia guardado as pipocas, os doces, dando um nó na alça de pano. Para se despedir, ele não se abraçava ao Chico, ele se jogava todo por inteiro em cima do Chico. Falava quase dentro do nariz do Chico e eu nunca o vi ter aquele recuo instintivo como eu tivera todas as vezes. Beijava a mão do Chico, que beijava a mão e a face dele, ao que ele retribuía, beijando os dois lados da face do Chico, onde ficavam manchas de sangue deixadas pela ferida aberta em seus lábios. Nunca vi o Chico se limpar na presença dele, nem depois que ele se tivesse ido. Eu, que muitas vezes, ao chegar à casa dele, molhava um pano e limpava o que passamos a chamar carinhosamente de "o beijo do Jorge". Não saberia dizer quantas vezes pensei em levar um presente ao Jorge. Uma camisa ...um par de sapatos ... uma blusa. Infelizmente, fui adiando e o tempo passando. Acabei por não lhe levar nada. Lembro-me disso com tristeza e as palavras do Apóstolo Paulo se fazem mais fortes nos recessos de minha alma:

"Façamos o Bem, enquanto temos tempo". Enquanto temos tempo. De repente, fica tarde demais. O Jorge desencarnou.

Desencarnou numa madrugada fria. Completamente só em seu quarto. Esquecido do mundo, esquecido de todos, mas não de Deus. Contou-me o Chico que foi este nosso irmão de pele escura, cabelos enrolados, ferida nos lábios, pés rachados, mau cheiro, mau hálito que, ao desencarnar, Nosso Senhor Jesus Cristo veio pessoalmente buscar. Entrou naquele quarto de terra batida, retirou o Jorge do corpo magro e sofrido, envolto em trapos imundos, aconchegou-o de encontro ao peito e voou com ele para o espaço, como se carregasse o mais querido de seus filhos.

"ESTAREI CONVOSCO ATÉ O FIM DOS SÉCULOS"

"NÃO VOS DEIXAREI ÓRFÃOS"

Ele não faria uma promessa que não pudesse cumprir."

Revista Espírita Mensal – Ano XXIV nº288 Outubro 2000

Retirado do livro "CHICO, DE FRANCISCO" de Adelino Silveira


segunda-feira, 15 de outubro de 2007

(RE)PENSAR A EDUCAÇÃO


"A criança é uma edificação espiritual dos responsáveis por ela."

Espírito André Luiz

Francisco Cândido Xavier. Da obra: Sinal Verde.

Tive conhecimento recentemente, através da caixa de correio do blog, dum projecto inovador dirigido a todos os que se interessam pela educação e que buscam alternativas sérias e reformadoras da situação caótica, a que a sociedade materialista e ferozmente competitiva tem conduzido as nossas crianças.

Aqui fica o texto integral do Professor e Historiador, dinamizador do Projecto:

EDUCADORES DO ESPÍRITO


Caros colegas Educadores,

Estamos, juntamente com os nossos pares do mundo espiritual, empreendendo um alegre esforço para organizar em nosso plano uma frente de trabalho voluntário para auxiliar e divulgar conhecimentos sobre espiritualidade entre os profissionais que atuam no setor da Educação e do Ensino.

Sabemos através de várias publicações que tanto os Espíritos encarnados como os desencarnados se atraem e se agrupam por afinidade natural ou de objetivos ideológicos. Esses agrupamentos são mais comuns no mundo espiritual, porém sempre existiram no mundo carnal, seja como extensões ou como pontos de atração para Espíritos afins. Inspirados nesses relatos sobre a preciosa atuação desses grupos em múltiplas atividades de auxílio ao próximo, independente das crenças e dos vínculos religiosos, tomamos a iniciativa de cultivar também esses valores humanistas e exemplos de realização fraterna para propor a fundação do grupo EDUCADORES DO ESPÍRITO.

Não se trata apenas de mais uma instituição formal de divulgação de idéias e mera organização social, mas principalmente o compartilhamento de sentimentos, atitudes, buscas e realizações em favor de todos que convivem no Universo Escolar, ou seja, educadores e educandos, pais e filhos.

Nossa primeira intenção é promover uma aproximação dos educadores com os conhecimentos sobre a espiritualidade ou a realidade espiritual nas escolas, oferecendo informações para que eles possam se tornar referências para pais e alunos, não como pregadores na busca de prosélitos, mas focos naturais de exemplificação, confirmando e elucidando a vocação natural dos educadores.

Como de partida desenvolvemos o texto “ESPÍRITOS NAS ESCOLAS – Encarnados e Desencarnados no cotidiano escolar”. Trata-se de uma exposição reflexiva sobre o tema, contendo também relatos vivenciais de espiritualidade no mundo escolar. Pretendemos produzir e divulgar esse material em forma de opúsculo impresso, em larga escala, com distribuição gratuita, feita por parceiros voluntários, os primeiros membros do nosso grupo. Numa segunda etapa pretendemos transformar esses conteúdos em Encontros Regionais de Educadores para a realização de cursos, exposição de novas idéias, produção de novos conhecimentos e estabelecimento de novas diretrizes para que o movimento se organize, cresça e cumpra amplamente seus objetivos e metas a serem traçadas.

É importante desde esse início, como ideal comum, que as nossas atividades voluntárias sejam essencialmente espirituais, sem finalidades lucrativas, político-partidárias ou de natureza sectária. Cremos que essas características, sempre lembradas de forma aberta e democrática, serão muito úteis para que haja entre todos nós o predomínio de pontos de convergência e um nível aceitável e razoável de divergências.

Se você se identifica com as nossas idéias e se afiniza com as nossas propostas, venha fazer parte dessa primeira falange mentalizadora, organizadora e fundadora do nosso grupo de trabalho. Inclua essa idéia em suas preces e meditações. Entre em contato conosco para conhecer a nossa primeira publicação. Divulgue para os seus amigos educadores e peça a eles que passe a idéia para frente. Com certeza seremos uma nova Corrente do Bem.

Contato: Professor Dalmo – dalmoduque@ibest.com.br

Conheça também o blog espiritosescolas.blogspot.com

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Responsabilidade do Grupo Mediúnico

Encaminhamento Espiritual

Muito se tem falado sobre a responsabilidade dos médiuns, doutrinadores e de todos os elementos pertencentes a um grupo mediúnico que têm como objectivo o auxílio aos desencarnados em perturbação ou sofrimento: a necessidade de comparecer às reuniões, a pontualidade, os pensamentos elevados e concentrados em Jesus para que essa ajuda se possa realizar, facilitando a tarefa dos guias espirituais presentes e orientadores dos trabalhos.

Todavia, há um aspecto que é destacado na mensagem do "Espírito Amigo" e que não pode ser descurado: o facto de que, muitas vezes, o trabalho se inicia no mundo espiritual, muito tempo antes do dia e hora marcados para a reunião mediúnica, sendo alguns sofredores "convencidos" mais pelos nossos actos do que pelas palavras que emitimos, no momento do diálogo. Já Jesus ensinava pelo exemplo e se não podemos imitar-lhe a superioridade moral, mostremos a nossa boa-fé nos esforços que empregamos para nos corrigirmos.

Que o médium dentre vocês que não sentir com força de perseverar no ensinamento espírita, se abstenha; porque não aproveitando a luz que o aclara, será menos desculpável do que um outro, e deverá expiar sua cegueira”.

Livro dos Médiuns pág.354

"Na reunião dessa noite manifestou-se uma entidade que desencarnou jovem. Revelou que, quando no corpo físico, havia sido expulso de casa aos 12 anos e, com essa idade, começou a aprender a viver de expedientes, furtando, roubando, fugindo à polícia... num mundo hostil onde reinava a lei da sobrevivência.

Nunca tendo recebido qualquer atenção e carinho dos pais ou de quem quer que fosse, aprendeu a não confiar em ninguém, nem nos próprios "amigos’" do bando a que pertencia. Os nossos companheiros brasileiros chamam a estas crianças/jovens de "pivetes". São crianças abandonadas, carentes de amor e carinho, sem outras referências que não sejam as do meio em que vivem, comum a outras crianças na mesma situação, recebendo a protecção e obedecendo aos mais velhos com os quais aprendem a sobreviver.

Por estas razões, por não confiar em ninguém, continuava (na sua condição de desencarnado) a recusar todo o auxílio que se lhe oferecesse. Acompanhava jovens encarnados a quem inspirava acções delituosas fosse na escola ou fora dela. Divertia-se pregando partidas na sala de aula. Aprendeu a "dar socos". Vivia afinizado com jovens encarnados que por ele eram inspirados em suas acções reprováveis. Mas já não se divertia tanto como antigamente. Estava ficando CANSADO.

E "um gajo" que ele encontrou indicou-lhe um elemento do grupo a quem ele passou a "ACOMPANHAR" e, naturalmente, a vigiar o seu comportamento.

Observava o relacionamento deste com os jovens, durante as actividades lectivas, pois a pessoa em causa é professor. E em casa, na convivência com o seu filho, também ele jovem.

Referiu que, quando na aula era dada matéria, era "uma seca" e que gostava quando se conversava. Adorou um filme que foi projectado ("Oficial e cavalheiro", com Richard Geere) e, referindo-se à mensagem transmitida pelo filme, frisou que o que lhe faltou, quando ele era pequeno, foi a atenção e a disciplina. Sobretudo esta.

Criticou (e com razão!) algumas atitudes que o nosso companheiro professor havia tomado ao longo do dia no relacionamento com o filho...

Foi encaminhado pela sua antiga professora primária, a Dona A., referindo que era a única pessoa em quem confiaria, pois foi a única que lhe deu carinho, que o sentou no colo e lhe deu rebuçados. Zangava-se, de vez em quando, com ele. Mas dava-lhe AMOR.

No final da reunião manifestou-se o Espírito que conduziu os trabalhos:

“Boa noite meus amigos.

Que a paz do Senhor reine entre vós hoje e sempre.

Queremos apenas deixar algumas palavras, dado o interesse de que se reveste o trabalho como este que estivestes a desenvolver.

Todo o trabalho que aqui se concretiza em dada hora, em dado momento fixado entre todos, na reunião conduzida pelo Evangelho de Jesus, é apenas uma pequena amostra, visível aos vossos olhos, de toda a programação que antes foi necessário executar e que passa, muitas vezes, pela aproximação dos espíritos que pretendemos ajudar:

  • seja através do sono, visitando o médium e os outros elementos do grupo as regiões onde habitam esses mesmos espíritos, entabulando conversações sobre o tipo de tarefa e o tipo de necessidades de cada um desses espíritos a necessitarem de auxílio;

  • seja pela aproximação a este lado da vida, sendo eles orientados a visitar vossos lares, a visitar vossos locais de trabalho, vendo como vos comportais no desempenho das várias funções que vos foram atribuídas.
Não deveis descurar esse aspecto do trabalho que, repetimos, não se confina, somente, à hora destinada ao trabalho e à reunião.

Deveis lembrar-vos desta lição, sabendo que sois observados, que vossos comportamentos servem de exemplo e de orientação àqueles que encontrais e a quem vos dispondes auxiliar quando as condições estão reunidas.

Fazeis parte de um grupo que tem uma responsabilidade acrescida. Lembrai-vos disso. Que vossos comportamentos diários se pautem pela tolerância, pela abnegação. Com defeitos, sim, porque todos os temos, mas que deles não esteja ausente a caridade.

Teremos, assim, maior autoridade moral para levarmos a bom termo as nossas intenções que são as melhores, sem dúvida, mas que apenas serão palavras com pouco eco nos corações de amigos tão perturbados, com vidas tão difíceis, em que a esperança não existe, em que a fé é desconhecida, em que o amor se afugentou há muito.

A vossa responsabilidade, de cada um de vós, é demonstrar nos pequeninos actos, nos ínfimos pormenores, que sois diferentes, um pouquinho, não nos defeitos, não nas perturbações da vida diária, mas na forma como reagis perante os conflitos, inevitáveis, na atenção que prestais a todos, na compreensão onde impere a disciplina, certamente, sempre indispensável à correcção do homem, mas cheia de amor, de perdão incondicional e na compreensão ampliada de que todos somos irmãos. Que esse comportamento se imprima em vosso íntimo e grandes milagres se operarão nos nossos trabalhos futuros.

Ficai em paz. Que o Senhor vos proteja e que possamos caminhar, em uníssono, realizando nossas humildes tarefas de auxílio a todos os sofredores, recebendo de Jesus a sua gratidão, o seu amor por nós e a sua compreensão para os nossos erros, que ainda são muitos.

FÉ, CARIDADE e ACÇÃO."

Um espírito Amigo

25 de Junho de 2007

Notas:

1. Segundo informação do Espírito Amigo, o trabalho realizado na noite de hoje corresponde à última fase de todo um trabalho desenvolvido ao longo do ano. O facto de o companheiro professor ter sido colocado junto de jovens com problemas não foi fruto do mero acaso. As tarefas mais importantes já foram escolhidas anteriormente ou, então, escolhemos a meio de outras tarefas ou no seguimento de outras que acabam sendo realizadas, escolhendo de acordo com os nossos talentos, as nossas aptidões, aquelas que melhor sirvam o próximo e a nós próprios.

Manuel

Núcleo Espírita Familiar ‘Amigo Amen’

Santa Maria

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

A MELHOR RELIGIÃO

Sempre pensei que SER ESPÍRITA é COMPREENDER RACIONALMENTE a mensagem emanada dos Espíritos Superiores e TENTAR honestamente aplicar no meu dia-a-a dia a mensagem de Jesus: “Amai-vos uns aos outros”.

Falho todos os dias, mas o importante é não desistir, pedindo assistência aos guias que sempre acorrem em nosso auxílio, quando nos falta a paciência, a tolerância, as forças para suportar as injustiças, o egoísmo o e a maldade do mundo.

Muitos aderem à Doutrina Espírita por curiosidade ou benefício pessoal, frequentando o Centro Espírita da mesma forma que o fariam na missa, mas sem mudar um milímetro o seu comportamento para com o semelhante.

Outros, desculpam-se com a falta de tempo para o estudo doutrinário, esquecendo a máxima de Kardec: “Espíritas, instruí-vos”, acabando por arrastar para o Centro Espírita ideias e práticas que, por muito aliciantes que pareçam, pouco ou nada têm a ver com a Codificação.

Outros aceitam a Doutrina pelo raciocínio e transformam-se em grandes oradores e dirigentes de massas, esquecendo-se de prestar assistência em casa, ONDE A VERDADEIRA CARIDADE COMEÇA!!!

São grandes sábios, citando de cor largos trechos dos livros da codificação, mas incapazes de dar uns minutos do seu precioso tempo em prol dos mais novos que se comprometeram a receber como filhos, a educar e orientar para o futuro, ajudando-os a ultrapassar as dificuldades que enfrentam em mais um caminho encetado.

Esquecem estes “Espíritas” que é na FAMÍLIA ONDE TUDO COMEÇA e que TÊM DE prestar contas perante a CONSCIÊNCIA, quando um dia regressarem à Espiritualidade e lhes for perguntado: “Que fizeste daqueles que te confiei?”

No núcleo familiar se reencontram antigos amores, mas também antigos adversários para o reajuste necessário, se entrelaçam afinidades e divergências, se testam a nossa abnegação, dádiva e espírito de sacrifício; se sofre, se luta, se ama, se perdoa ou se cometem os mais brutais assassínios, infelizmente tão assiduamente noticiados.

Relembremos que os Espíritos não disseram: "Fora do Espiritismo não há salvação", mas "Fora da CARIDADE não há salvação".

A MELHOR RELIGIÃO É a que é capaz de TRANSFORMAR o HOMEM num SER MAIS ALTRUÍSTA, MAIS TOLERANTE, COMPREENSIVO e DEDICADO ao SEU PRÓXIMO, com ESQUECIMENTO DE SI MESMO, DOS SEUS PRAZERES e PAIXÕES.

Como ESPÍRITAS não podemos olvidar que mais nos será exigido, pois quanto maior o CONHECIMENTO maior a RESPONSABILIDADE.

Do Núcleo Espírita “Amigo Amén” chegou-me mais uma mensagem que apelidei de “Mandamentos do Espírita”, porque são dez os pontos que nos conduzem a uma séria reflexão.




quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Andrew Jackson Davies - Precursor do Espiritismo


Famoso médium norte-americano Precursor do Espiritismo

Nasceu nos Estados Unidos da América do Norte, no dia 11 de Agosto de 1826, e desencarnou no dia 13 de Janeiro de 1910. Andrew Jackson Davies é cognominado "o pai do Moderno Espiritismo” e o “Allan Kardec norte-americano".

Nunca foi místico, sendo considerado um homem equilibrado, detentor dum carácter sério, honesto e caridoso, tendo por isso, atraído elevado número de pessoas para ouvir os seus ensinamentos.

Oriundo de família humilde e inculta, nasceu e conviveu num meio desprovido de recursos intelectuais, num distrito rural do Estado de Nova York, às margens do rio Hudson.

No princípio da adolescência, começou a ouvir vozes estranhas, mas gentis e agradáveis que lhe davam conselhos e, simultaneamente, a revelar faculdade mediúnica de clarividência e a diagnosticar doenças. Afirmava ele que, em estado de transe, conseguia observar dentro do corpo humano; como cada órgão tem a sua luminosidade própria, ao ver um deles escuro, localizava o problema.

Davies aprendeu a conhecer e a desenvolver as suas faculdades, através do mesmerismo, então em voga: o médico alemão Franz Anton Mesmer inventou as chamadas técnicas de "magnetização animal" ou “fluído vital”com o objectivo de encontrar cura para determinadas doenças. Entrando em transe sonambúlico, Davies manifestava extraordinárias capacidades que não possuía no seu estado normal, detentor que era de pouca instrução.

No dia 6 de Março de 1844, sentiu-se repentinamente sujeito a um fenómeno físico de transporte, sendo conduzido por uma estranha força, a uma distância de 60 Km de Poughkeepsie, local onde residia, até às montanhas de Catskill, onde conversou com dois espíritos, que ele identificou (Galeno e Swedenborg), que se apresentaram como sendo os seus mentores.

Mais tarde, desenvolveu a mediunidade da xenoglassia, passando a falar várias línguas, incluindo o hebraico. Semi-analfabeto, "fraco de corpo e mentalmente pobre", como afirma Sir Arthur Conan Doyle, discutia temas altamente eruditos com membros conceituados, incluindo da Universidade de Nova York, desde a Mitologia à Arqueologia histórica e bíblica, e aos mais diversos temas sociais e linguísticos, com tal precisão e rigor que “fariam honra a qualquer erudito daquela cidade”.

O médium escreveu em transe mediúnico o livro: “Os Princípios da Natureza”, editado em 1847, tendo este sido considerado por Sir Arthur Conan Doyle, como “um dos mais profundos e originais livros sobre Filosofia”.

Foram parcialmente editadas outras inúmeras obras sob o título “Filosofia Harmôncia”, recebidas mediunicamente e atribuídas ao célebre médium e sábio sueco, Swedenborg.

Aos 21 anos, Davies já não precisava de sujeitar-se ao magnetismo hipnótico, para entrar em transe e ficaram conhecidas as pormenorizadas descrições de desencarnações, que posteriormente eram confirmadas por outros médiuns em várias partes do mundo.

Fez inúmeras previsões (o aparecimento do automóvel, máquinas de escrever, veículos aéreos…), recheadas de assombrosos pormenores, incluídas na sua obra: “Penetrália” e em 1847, declarou que iriam dar-se, em breve, manifestações de espíritos um pouco por toda a parte.

De facto, em 31de Março de 1848, as três irmãs Fox iniciam os seus contactos com o mundo espiritual, através de pancadas, na cidade de Hydsville, nos Estados Unidos, dando início ao advento do Espiritismo. Foi o fenómeno das mesas girantes ou falantes que atraiu a atenção de Allan Kardec e outros eminentes investigadores.

Exactamente no mesmo dia (31 de março de 1848) Davies registou no seu caderno de notas o seguinte:

“Esta madrugada, um sopro quente passou pela minha face e ouvi uma voz, suave e forte, que me disse: 'Irmão, um bom trabalho foi começado - olha! Surgiu uma demonstração viva". Fiquei pensando o que queria dizer aquela mensagem.”

Com essa previsão, Andrew Jackson Davies ficou a ser conhecido como o”Profeta da Nova Revelação”.

Recebeu ainda uma obra de alto teor intelectual e moral: “Revelações Divinas da Natureza”, tendo descrito a vida no Mundo Espiritual como sendo semelhante à da Terra, uma vida semi-material em que o trabalho científico, literário, artístico e humanitário continua e em que os seres se agrupam consoante as suas tendências e gostos pessoais que se prolongam após a desencarnação. Observou as várias etapas do progresso do espírito e apontou as imensas causas responsáveis pelo retardamento da marcha evolutiva do ser humano.

Numa das suas visitas em espírito a um desses planos, viu grupos de crianças que, se encontravam reunidas em belos edifícios, rodeadas de atenções e carinho, recebendo instruções, em conformidade com o seu entendimento.

Maravilhado com este sistema, tentou reproduzir a sua organização na terra e daí surgiu o 1º Liceu Espiritista que fundou em 1863, em Dodsworth Hall, Broadway, Nova York. Outras cidades americanas aderiram à ideia, e em vários países, nomeadamente, Inglaterra e Austrália, surgiram liceus ligados ao movimento.

Andrew Jackson Davies superou o próprio Swedenborg, no que respeita ao descerrar do véu concernente ao mundo dos espíritos e se, como todos os missionários, cujo olhar difere do comum dos mortais, visionando e antecipando o futuro da humanidade, teve opositores e sofreu humilhações, tudo suportou com humildade e devotamento à causa da espiritualidade e ao auxílio do próximo, prescrevendo tratamentos com ervas para a cura das doenças que diagnosticava.

Fontes: “História do Espiritismo” de Arthur Conan Doyle

“Jornal Espírita” Julho de 1991

Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Andrew_Jackson_Davis

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Doutrina Espírita

Ontem este blog ultrapassou os 10.000 visitantes e isto sem contar com as visitas de autor! Ainda é um projecto "bébé", pois somente nasceu no dia 13 de Março! Vai fazer sete meses!
Parabéns à Doutrina Espírita e à sua mensagem racional, lógica e consoladora que tanto diz aos leitores nestes tempos actuais.
Parabéns à Doutrina Espírita! Não a mim, que apenas cumpro um projecto, diz-me a intuição, orientado pelo Mundo Espiritual. Eles são os verdadeiros autores deste blog. Se há falhas, certamente, elas se devem à Joana que apenas tenta seguir o conselho de Emmanuel:

"A maior caridade que podemos fazer é a divulgação da Doutrina Espírita".

segunda-feira, 1 de outubro de 2007


“Bem-aventurado aquele que se encontrou a si mesmo, fruindo de paz íntima” (Eros)*

“Fortunate is he who has found himself, for he enjoys inner peace” (Eros)*


Oração de Júbilo

Senhor, ajudai-me:
A prosseguir na existência humana
Como se houvesse encontrado
um tesouro sem igual.


A vencer as vicissitudes
Como se me encontrasse em um festival de bênçãos.

A contemplar a imortalidade
Como se estivesse fitando um rosto querido.

A confiar no futuro
Como se pudesse vivê-lo hoje.

A perdoar a agressão
Como se me fosse uma oferenda.

A entender a ignorância
Como se iluminasse um tabernáculo na escuridão.

A superar a melancolia
Como se acendesse uma luz de esperança.

A construir o bem
Como se lançasse uma ponte para o infinito.

A erguer os caídos
Como se as mãos carregassem soluções.

A atravessar os pântanos
Como se os pés possuíssem asas.

A enfrentar a morte
Como uma experiência de libertação.

A amar e servir
Como se me dignificassem os únicos objectivos existenciais.

Eros

“Sinfonias de Vidas”

Divaldo Franco

*Eros – Entidade espiritual que adoptou este pseudónimo (divindade do Amor – na mitologia grega), mantendo assim o seu anonimato.


Prayer of Joy

Lord , help me:
To continue in the human existence
As if had found a unique treasure.

To over come the ups and downs of life
As if I was in a festival of blessings.


To contemplate immortality
As if I was staring at the face of a loved one.

To trust in the future
As if I could live it today.

To forgive aggression
As if it was an offering to me.

To understand ignorance
As if it illuminated a tabernacle in the darkness.

To overcome melancholy
As if it had sparked a ray of hope.

To build good
As if it was launching a bridge into infinity.


To lift to their feet those who have fallen
As if my hands were trusted with their relief.

To cross the swamps
As if my feet had wings.

To face death
As an experience of liberation.

To love and to serve
As if they give dignity to my only existential objectives.

Eros

“Symphony of Lives”

Divaldo Franco

*Eros – Spiritual entity who adopted the pseudonym of Eros (god of love in Greek mythology), in order to maintain his anonymity.