Responsabilidade do Grupo Mediúnico
Muito se tem falado sobre a responsabilidade dos médiuns, doutrinadores e de todos os elementos pertencentes a um grupo mediúnico que têm como objectivo o auxílio aos desencarnados em perturbação ou sofrimento: a necessidade de comparecer às reuniões, a pontualidade, os pensamentos elevados e concentrados em Jesus para que essa ajuda se possa realizar, facilitando a tarefa dos guias espirituais presentes e orientadores dos trabalhos.
Todavia, há um aspecto que é destacado na mensagem do "Espírito Amigo" e que não pode ser descurado: o facto de que, muitas vezes, o trabalho se inicia no mundo espiritual, muito tempo antes do dia e hora marcados para a reunião mediúnica, sendo alguns sofredores "convencidos" mais pelos nossos actos do que pelas palavras que emitimos, no momento do diálogo. Já Jesus ensinava pelo exemplo e se não podemos imitar-lhe a superioridade moral, mostremos a nossa boa-fé nos esforços que empregamos para nos corrigirmos.
“Que o médium dentre vocês que não sentir com força de
Livro dos Médiuns pág.354
"Na reunião dessa noite manifestou-se uma entidade que desencarnou jovem. Revelou que, quando no corpo físico, havia sido expulso de casa aos 12 anos e, com essa idade, começou a aprender a viver de expedientes, furtando, roubando, fugindo à polícia... num mundo hostil onde reinava a lei da sobrevivência.
Nunca tendo recebido qualquer atenção e carinho dos pais ou de quem quer que fosse, aprendeu a não confiar em ninguém, nem nos próprios "amigos’" do bando a que pertencia. Os nossos companheiros brasileiros chamam a estas crianças/jovens de "pivetes". São crianças abandonadas, carentes de amor e carinho, sem outras referências que não sejam as do meio em que vivem, comum a outras crianças na mesma situação, recebendo a protecção e obedecendo aos mais velhos com os quais aprendem a sobreviver.
Por estas razões, por não confiar em ninguém, continuava (na sua condição de desencarnado) a recusar todo o auxílio que se lhe oferecesse. Acompanhava jovens encarnados a quem inspirava acções delituosas fosse na escola ou fora dela. Divertia-se pregando partidas na sala de aula. Aprendeu a "dar socos". Vivia afinizado com jovens encarnados que por ele eram inspirados em suas acções reprováveis. Mas já não se divertia tanto como antigamente. Estava ficando CANSADO.
E "um gajo" que ele encontrou indicou-lhe um elemento do grupo a quem ele passou a "ACOMPANHAR" e, naturalmente, a vigiar o seu comportamento.
Observava o relacionamento deste com os jovens, durante as actividades lectivas, pois a pessoa em causa é professor. E em casa, na convivência com o seu filho, também ele jovem.
Referiu que, quando na aula era dada matéria, era "uma seca" e que gostava quando se conversava. Adorou um filme que foi projectado ("Oficial e cavalheiro", com Richard Geere) e, referindo-se à mensagem transmitida pelo filme, frisou que o que lhe faltou, quando ele era pequeno, foi a atenção e a disciplina. Sobretudo esta.
Criticou (e com razão!) algumas atitudes que o nosso companheiro professor havia tomado ao longo do dia no relacionamento com o filho...
Foi encaminhado pela sua antiga professora primária, a Dona A., referindo que era a única pessoa em quem confiaria, pois foi a única que lhe deu carinho, que o sentou no colo e lhe deu rebuçados. Zangava-se, de vez em quando, com ele. Mas dava-lhe AMOR.
No final da reunião manifestou-se o Espírito que conduziu os trabalhos:
“Boa noite meus amigos.
Que a paz do Senhor reine entre vós hoje e sempre.
Queremos apenas deixar algumas palavras, dado o interesse de que se reveste o trabalho como este que estivestes a desenvolver.
Todo o trabalho que aqui se concretiza em dada hora, em dado momento fixado entre todos, na reunião conduzida pelo Evangelho de Jesus, é apenas uma pequena amostra, visível aos vossos olhos, de toda a programação que antes foi necessário executar e que passa, muitas vezes, pela aproximação dos espíritos que pretendemos ajudar:
- seja através do sono, visitando o médium e os outros elementos do grupo as regiões onde habitam esses mesmos espíritos, entabulando conversações sobre o tipo de tarefa e o tipo de necessidades de cada um desses espíritos a necessitarem de auxílio;
- seja pela aproximação a este lado da vida, sendo eles orientados a visitar vossos lares, a visitar vossos locais de trabalho, vendo como vos comportais no desempenho das várias funções que vos foram atribuídas.
Deveis lembrar-vos desta lição, sabendo que sois observados, que vossos comportamentos servem de exemplo e de orientação àqueles que encontrais e a quem vos dispondes auxiliar quando as condições estão reunidas.
Fazeis parte de um grupo que tem uma responsabilidade acrescida. Lembrai-vos disso. Que vossos comportamentos diários se pautem pela tolerância, pela abnegação. Com defeitos, sim, porque todos os temos, mas que deles não esteja ausente a caridade.
Teremos, assim, maior autoridade moral para levarmos a bom termo as nossas intenções que são as melhores, sem dúvida, mas que apenas serão palavras com pouco eco nos corações de amigos tão perturbados, com vidas tão difíceis, em que a esperança não existe, em que a fé é desconhecida, em que o amor se afugentou há muito.
A vossa responsabilidade, de cada um de vós, é demonstrar nos pequeninos actos, nos ínfimos pormenores, que sois diferentes, um pouquinho, não nos defeitos, não nas perturbações da vida diária, mas na forma como reagis perante os conflitos, inevitáveis, na atenção que prestais a todos, na compreensão onde impere a disciplina, certamente, sempre indispensável à correcção do homem, mas cheia de amor, de perdão incondicional e na compreensão ampliada de que todos somos irmãos. Que esse comportamento se imprima em vosso íntimo e grandes milagres se operarão nos nossos trabalhos futuros.
Ficai
FÉ, CARIDADE e ACÇÃO."
Um espírito Amigo
Notas:
1. Segundo informação do Espírito Amigo, o trabalho realizado na noite de hoje corresponde à última fase de todo um trabalho desenvolvido ao longo do ano. O facto de o companheiro professor ter sido colocado junto de jovens com problemas não foi fruto do mero acaso. As tarefas mais importantes já foram escolhidas anteriormente ou, então, escolhemos a meio de outras tarefas ou no seguimento de outras que acabam sendo realizadas, escolhendo de acordo com os nossos talentos, as nossas aptidões, aquelas que melhor sirvam o próximo e a nós próprios.
Manuel
Núcleo Espírita Familiar ‘Amigo Amen’
Santa Maria
Pelo que entendi do que aqui li, aquela famosa afirmação "Não pedi para nascer!" é uma mentira. O espirito apenas se esqueceu das tarefas a que se propôs antes do nascimento.
ResponderEliminarNo entanto, a Joana também diz: "As tarefas mais importantes já foram escolhidas anteriormente ou, então, escolhemos a meio de outras tarefas ou no seguimento de outras que acabam sendo realizadas,..."
Gostava que me explicasse um pouco melhor isso. Estamos a falar de objectivos de uma vida, o sentido da vida e parece-me uma explicação muito simplista "Isto aconteceu-me porque eu pedi. Já estava destinada a esta situação porque foi planeada no além".
Se para o bom sucesso de um projecto não nos podemos esquecer de todas as fases do trabalho, actividades a realizar e concretização dos objectivos, parece-me um pouco incongruente que um espirito se esqueça do projecto que elaborou para a sua própria vida antes de nascer (ou a dormir?!)
Ainda tenho mais dúvidas sobre outros assuntos aqui abordados que as exporei mais tarde. Para já não me alongarei mais. Obrigada pela atenção. Boa noite.
Maria João Cunha