Comportamento em reunião mediúnica
Nas reuniões mediúnicas, muito mais do que as palavras que o doutrinador possa dizer ou os participantes possam ouvir das entidades manifestantes, nomeadamente dos guias espirituais, são as emoções que contam. Grupo mediúnico em que os elementos componentes do mesmo não se coloquem em sintonia e disponíveis para o auxílio a eventuais entidades sofredoras, sob a direcção espiritual do orientador dos trabalhos, em nome de Jesus, no mínimo, pouca produtividade terá, isto se não cair em mistificações e numa obsessão colectiva, de consequências imprevisíveis.
Quando nos encontramos numa reunião em que existe intercâmbio entre os dois planos temos que ter sempre consciência da suma importância e responsabilidade de que se reveste e de que se trata de algo de transcendental, com a permissão de Deus, nosso Pai. Já André Luiz nos alertava para a leviandade com que muitas vezes os participantes encarnados encaravam as reuniões de intercâmbio mediúnico.
Como se disse no início, aqui, muito mais do que as palavras que possam ser proferidas ou ouvidas, são as emoções e os sentimentos que contam.
As vibrações de amor sinceras por nós emanadas, o desejo profundo em colaborar para o auxílio de um companheiro desencarnado em sofrimento, a alegria sentida quando esse auxílio se concretiza, a satisfação que sentimos quando um companheiro enredado em sentimentos de ódio e desejos de vingança, concede o perdão ao antigo carrasco ou quando um outro reencontra seres queridos que há muito não via, mudando nesse momento o padrão mental que o retinha estacionado no tempo e no espaço... dizem sobre o grau de envolvimento sincero que decorre da nossa entrega ao exercício da caridade activa, com Jesus.
A nossa disponibilidade ao auxílio ao próximo, que deve estar sempre presente, o nosso comportamento diário, com bons pensamentos e actos, a nossa entrega total, que deve começar muito antes da reunião mediúnica propriamente dita, ditam sobre o bom sucesso da mesma, se todos os participantes se guiarem pelos mesmos princípios que, afinal, todos nós há muito conhecemos do Evangelho. Como dizia o amigo Amén em mensagem publicada neste blog: ‘...viver no Mundo sem ser deste Mundo”.
Seres carregados de defeitos e imperfeições, que somos, temos, muitas vezes, dificuldade em seguir as lições básicas de Jesus e, frequentemente, resvalamos, no dia-a-dia para pensamentos e actos em que nos condenamos e de que nos arrependemos. Mas, o facto de termos consciência deles já é um progresso e pode representar o início da transformação. Os amigos espirituais são extraordinariamente compreensivos e tomam em consideração a nossa sincera boa vontade, contando-nos entre os aprendizes do Evangelho que somos e tomando-nos como colaboradores com muitos defeitos, mas também com alguns talentos que eles aproveitam para a boa execução dos trabalhos.
Boa vontade e desejo sincero na prática da caridade, eis duas condições essenciais que devem estar sempre presentes em quem pretenda participar numa reunião mediúnica séria.
O desejo egoísta em receber auxílio, a ânsia da comunicação, a curiosidade mórbida... tudo isto, se estiver na mente de algum ou alguns dos participantes, frustra o objectivo verdadeiro da reunião que é o exercício activo da Caridade.
Sabemos do que falamos pois, infelizmente, há quem deseje participar numa reunião mediúnica com o desejo íntimo, escondido lá no fundo, de ouvir a comunicação (se possível a si dirigida) ou receber o auxílio ou benefícios pessoais. E se tal não sucede a quem vai com estas intenções, mesmo que inconscientemente, surge a desilusão e a frustração. Porque o real objectivo dessa pessoa, não manifesto e muitas vezes auto-justificado era o de receber e não o de dar.
Sejamos, pois, sinceros e honestos para connosco próprios e para com os outros e perguntemo-nos se, de facto, o objectivo com que participamos ou pretendemos participar em reuniões mediúnicas é o do exercício activo da Caridade, tendo em atenção que esta implica, muitas vezes, carregar com pesados fardos e suportar experiências dolorosas. Mas com a certeza de que não estamos sós, que Jesus nos acompanha e que depois vem a compensação e a alegria de termos sido úteis ao nosso semelhante.
Mário.
‘Núcleo Espírita Familiar Amigo Amén’
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