quinta-feira, 29 de maio de 2008

O BEM QUE NÃO VEMOS


Depois que Jesus exaltou o valor do amor ao próximo, narrando a Parábola do Bom Samaritano, partiu com os discípulos para a cidade de Betânia.

No caminho, depois de profundas reflexões, João aproximou-se do Mestre e considerou:

- Senhor, tenho pensando na excelência e no poder do bem em nossas vidas. O gesto do bom Samaritano ainda permanece em minha mente, permitindo-me profundas ilações.

Percebendo que o Mestre iria falar, os discípulos aproximaram-se para ouvi-Lo.

- Sim, João - explicou Jesus -, o bem tem um valor incalculável, no entanto o seu poder es­tende-se mais além. Há sempre o bem que não vemos. Retomando à parábola, posso acrescentar­-lhe que algumas semanas depois do ocorrido, o sacerdote e o levita voltaram a Jericó, para novos negócios e abundantes compras. Quando retor­navam a Jerusalém, foram surpreendidos por terrível tempestade. Ante o perigo, não sabiam onde e como se abrigarem. Nesse ínterim, porém, surge um des­conhecido que, incontinenti, lhes indica o refúgio em gruta próxima e os auxilia a salvar as merca­dorias.

O Mestre fez ligeira pausa e prosseguiu:

- Finda a tormenta, ambos se preparavam para recomeçar a viagem e estenderam algumas moedas ao benfeitor anônimo, agradecidos pela ajuda. Entretanto o servidor humilde não aceitou a paga e exclamou:

- "Senhores, há algum tempo atrás, eu por certo aceitaria as moedas, ou então jamais teria me importado com as suas dificuldades. No entanto, há algumas semanas, por aqui passando, fui roubado por ladrões impiedosos que me deixaram ferido, ao abandono. Um estrangeiro, porém, por aqui passando, socorreu-me e conduziu-me a uma hos­pedaria. Como podem compreender, eu apenas estou cumprindo com o meu dever".

- Nesse momento - continuou Jesus, - o levita e o sacerdote recordaram-se do homem aban­donado que, havia alguns dias, se negaram a atender.

Agora, eles estavam sendo auxiliados pelo mesmo homem. Constrangidos, ambos se retiraram e, se não se renovaram, dali partiram com muitas idéias a esfoguear-lhes o pensamento.

E, olhando nos olhos do jovem discípulo, concluiu:

- Como podemos entender, João, o poder do bem vai além dos benefícios que presenciamos. Há sempre o bem que não vemos e que, embora oculto, trabalha na edificação do Reino de Amor de Nosso Pai.

O Mestre continuou serenamente a cami­nhada, enquanto os discípulos o acompanhavam, silenciosos e pensativos.

Marcus

In “Notas de Paz” Luís António Ferraz – Espíritos Diversos

terça-feira, 27 de maio de 2008

"Volta Pai Francisco"

Na noite de 6 de Abril de 2007, uma sexta-feira santa, manifestou-se, em comunicação psicofónica, um Espírito que nos deixou profundas impressões, que jamais esqueceremos.

Nunca, em nossa vida de doutrinador, nas reuniões mediúnicas em que participámos (e já lá vão décadas) um Espírito manifestante nos inspirou tão profunda reverência como este amigo. De tal modo que o doutrinador se levantou da cadeira em que estava sentado e se ajoelhou, não ousando levantar a cabeça.

Analisando a comunicação percebemos que o Espírito falava perante uma Assembleia de encarnados e desencarnados e que o acto de nos ajoelharmos e mantermos o cabeça inclinada para o chão talvez fosse o reflexo da reacção dos espíritos presentes perante a autoridade moral e a luz irradiada por esse Espírito. Aliás, este falou sempre com grande serenidade e firmeza, não hesitando em denunciar o orgulho e em exortar fortemente a uma mudança radical de atitudes dos presentes. Pelo teor da comunicação, percebemos que a reunião decorreu ao ar livre, ‘sob as estrelas’...

Após a reunião, uma das médiuns informou-nos que viu uma enorme quantidade de entidades espirituais vestidas de negro e que só aqui e ali se avistava uma ou outra luzinha muito fraca, em contraste com a forte luz que irradiava do local de onde o Espírito orador falava. E que, no final, ao fundo, por cima, pôde ver inscritas as palavras ‘Francisco de Assis’. Se se tratou do espírito de Francisco de Assis, julgo que nunca o saberemos. Trata-se de um nome demasiado respeitável para que o tomemos de ânimo leve. E porquê, logo no nosso pequeno grupo familiar constituído por umas quantas pessoas, cheias de boa-vontade, é certo, mas demasiado modesto para tão elevadas expressões do alto?

É certo que ainda recentemente Joana de Ângelis nos enviou a todos uma mensagem, através de Divaldo Franco, intitulada ‘Volta Pai Francisco’.

Será que Pai Francisco resolveu voltar através de minúsculos grupos cuja única valia é o desejo sincero de contribuir modestamente para o exercício da Caridade com Jesus, pois é esse o único motivo que nos move?!

Só o conhecimento de manifestações semelhantes algures, noutros grupos mediúnicos, guiados pela boa-vontade e orientados pela Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec é que nos poderá conferir, não a certeza, pois essa nunca a teremos, mas a probabilidade de que Pai Francisco tenha estado, nessa noite, com o significado simbólico de ser uma Sexta Feira Santa, entre nós, na nossa modesta reunião.

Seja como for, o certo é que o conteúdo da comunicação é, em nossa opinião, profundo e cheio de ensinamentos.

A lição do Evangelho com que iniciámos a reunião dessa noite, versou sob o tema de o Evangelho Segundo o Espiritismo intitulado ‘Fora da Caridade não há Salvação’ (Capítulo XV) – ‘O necessário para salvar-se – O Bom Samaritano’

Manuel

Transcrevemos, em seguida a comunicação recebida:

“Estamos aqui em Seu Nome, reunidos em paz e pensamentos de harmonia para reflectirmos no Seu exemplo.

Acabais de ouvir uma das mais belas lições que Jesus deixou ao mundo. É o Seu testemunho, marcado nos céus para a Eternidade.

Não vos falou Jesus em igrejas. Não vos impeliu aos rituais. Não vos convocou à divisão. Ele extirpou todas as ideias enraizadas na forma, vivendo de aparências, de hierarquias, em Seu nome, em nome do Pai.

Olhai quantas vidas já tivestes, quantas lágrimas já chorastes. Dedicaste-vos, sim, à vossa igreja. Muitos de vós lhe deram a sua abnegação. Muitos de vós abdicaram das ilusões terrenas para lhe dedicardes a vida. Mas quantas ilusões, quantos enganos, quantas ideias erradas transmitistes, quantos sofrimentos em Seu nome causastes no mundo!

E é que ainda não estais satisfeitos? E é que ainda não entendestes? Lutar por Jesus significa abdicar desse manto, significa largar o hábito em toda a extensão. Despide-vos de vossas ignomínias milenares. Despide-vos de todo o orgulho que cultivastes ao longo dos séculos. Deixai de ser os donos da Verdade, da única verdade da salvação.

Um fundamental motivo das guerras no mundo tem sido a vossa conduta, tem sido a vossa condução das ovelhas que, se tresmalhadas estavam, mais tresmalhadas ficaram depois das vossas atitudes de condenação.

Quando olhareis para as estrelas que aqui nos cercam, que nada pedem, que nada nos perguntam, apenas limitando-se a brilhar para nos concederem a todos, sem excepção, a luz que nos aquece e nos ilumina, desde o mais pequenino de nós ao mais perfeito que aqui se encontra, embora todos estejamos muito longe dessa perfeição que almejamos?!

Quando olhareis para dentro de vós, em vez de estenderdes o dedo a acusar o vosso irmão e erguereis a voz da consciência para que vos grite de uma vez só: Pára! Não peques mais!

Vai! E auxilia sem perguntares quem é o desgraçado que está caído, quem é o desgraçado que te estende a mão e te pede a esmola ou que precisa de um sorriso, vindo da tua alma de ímpio. Alma de gelo, que se atreve a falar em Seu Nome, que se atreve a condená-Lo e a virar-Lhe as costas quando recusa o auxílio a esse irmão, porque não é seu correligionário, porque não é uma ovelha da sua igreja!

Esquecei a igreja. No céu não há igrejas. Continuais a cultivar todos os hábitos, todos os rituais, tal como o fazíeis na Terra. Muitos de vós sois os mentores de outros que aqui se encontram, incentivando-os a mais ódios, a mais dissenções, a mais desgraças no mundo, porque falta o socorro, meus irmãos, deste e do outro lado da vida. Falta o socorro aos nossos irmãos em sofrimento! Eles não são católicos, eles não são protestantes. Eles não são... eles são nossos irmãos!

Ide, meus irmãos. Ide e desfazei vossas palavras maléficas. Não enganeis! Retirai vossas ovelhas da ilusão, de mais uma ilusão, que tanta ignorância e tanta desgraça provocam em ambos os lados da vida.

Queremos seres humanos despertos, conhecedores dos objectivos da vida. Amantes do próximo, porque se sentem amados por aqueles condutores de seus caminhos designados para os orientarem, para os protegerem, para os ensinarem e para lhes mostrarem Jesus e a Deus através de seus corações, pois só o coração, meus irmãos, conquista, só os corações consolam.

Amai vossos irmãos sejam ateus, sejam de que religião forem ou de coisa nenhuma. Amai vossos irmãos! Pegai na cruz, no símbolo da cruz, que é o vosso lema. Mostrai-a como o símbolo do amor total, o símbolo da união total e conquistai vossas ovelhas, reunindo-as independentemente das crenças ou de mais um ritual ou menos um ritual praticado. Se ele chama, se ele alicia, não fica como uma marca perene que ajuda à evolução: transforma-se apenas num símbolo exterior do menor esforço, da pedincha, dita de forma mecânica em que não intervém o coração e o entendimento.

Vossa missão, meus irmãos, é uma missão sublime, mas com uma alta responsabilidade. Se vos enganardes, novos sofrimentos se adivinharão. Não tereis nova oportunidade tão cedo. Não podereis mais continuar a enganar, a mentir e a renegar. Jesus a todos convidou. Jesus por todos se entregou. Façamos desta época tão marcante para a Humanidade uma época de reflexão íntima e de exposição de nossas falhas, mas de nossa boa vontade em pegar em Sua cruz e segui-Lo.

Que a Paz do Criador fique entre vós, meus irmãos, e que Jesus permaneça em vossos corações, durante a Páscoa e para lá dela. Todos precisamos de vós. Não falheis! Praticai a Caridade, a verdadeira Caridade que o Mestre nos ensinou e não falhareis. Contamos com todos. Ficai em paz.”

Nota: Sendo nossas reuniões acompanhadas por suave música de fundo, por coincidência, esta última parte do discurso, dita com um modo firme, foi acompanhada pelo ‘Hino da Alegria’, da nona sinfonia de Beethoven, conferindo-lhe ainda maior exaltação.

Mais do que as palavras e/ou a entoação com que elas são proferidas é o clima espiritual que se gera durante a comunicação, o ‘clima vibratório’ transmitido e sentido pelos presentes que nos permite perceber sobre o grau de elevação e a autoridade moral do espírito comunicante.

E isto não pode ser percebido por uma simples análise textual do conteúdo da comunicação. Porque aqui, mais do que as palavras, é o coração que fala. E as emoções sentidas pelos participantes numa reunião mediúnica – em qualquer reunião mediúnica – nunca poderão ser transmitidas pelo texto da comunicação.

Por isso, aos exegetas, nós aconselhamos prudência nas avaliações, tal como nós nos impomos e regemos pelo conselho de Erasto: “Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, pelo menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom-senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa...” (Livro dos Médiuns, Cap.XX, item 230, tradução de J. Herculano Pires)


Grupo "Amigo Amén"

Santa Maria

sábado, 24 de maio de 2008

Joana de Ângelis responde


Perg. 101: Quando surge um médium, portador de mediunidade ostensiva, seja de efeitos físicos, curas ou psicofonia, logo é guindado a um pedestal para receber seu quinhão de glória. É esse o roteiro do servidor de Jesus?

Resp.: Desde tempos imemoriais a competição vem oferecendo aos triunfadores a coroa de glória com ­que estes se destacam na comunidade.

Os estádios glorificam os seus heróis de um dia. Glórias e triunfos em todo lugar.

Sucessos que, no entanto, não seguem além do túmulo.

O cristão não desfruta dos prêmios e das glórias imediatas. Servo do Cristo, no seu Modelo e Guia vê a mais alta expressão do serviço que lhe cabe realizar.

Se te candidatas à mediunidade, no serviço com ­Jesus, renuncia a quaisquer glórias ou aos enganosos florilégios da existência, porque jornadearás pela senda de espinhos, pés sangrando e mãos feridas, coração azorragado, sem ouvidos que escutem e entendam os teus apelos mudos ...

Solidão e abandono muitas vezes, para que o exer­cício do dever enfloresça o amor no teu coração em favor dos abandonados e solitários.

Apostolado de silêncio, culto do dever, autoconhecimento - eis o caminho da glória mediúnica, através de cuja senda encontrarás, no país da alma encarna­da, os sentimentos puros que te oferecerão os filtros para o registro da Mensagem de vida eterna, com que o Mestre Divino, de braços abertos, traduzirá aos teus ouvidos a glória da consciência reta ...

(Espírito e Vida – 4ª edição – p.62/63)

Perg. 102: Algumas religiões condenam "falar com os mortos". O que aconteceria se não existisse a mediunidade?

Resp.: Não existisse a mediunidade e inumeráveis problemas seriam insolucionáveis, permitindo que mais graves conjunturas conspirassem contra a criatura humana..

Sem ouvir-se, nem sentir-se a realidade espiritual de que os implementos mediúnicos se fazem instru­mento, certamente grassariam mais terríveis dramas e tormentosas situações injustificáveis.

A mediunidade, colocada a serviço do bem com Jesus, enxuga as lágrimas da saudade, diminui as do­res, equaciona enfermidades complexas, dirime dúvidas, sustenta a fé, conduzindo à caridade luminosa e libertadora.

(Luz Viva – 2ªedição – p. 30)

Do livro” Joana de Ângelis Responde”, psicografia de Divaldo Pereira Franco

Organizado por José Maria de M. Sousa

quinta-feira, 22 de maio de 2008

JORNADAS DE CULTURA ESPÍRITA em Directo

A ADEP (Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal) irá levar a cabo as suas Jornadas de Cultura Espírita, nos dias 23 e 24 de Maio, no Auditório Municipal “A Casa da Música”, em Óbidos.

Está já disponível a ferramenta para visualização e também uma sala de chat. Assim no decorrer do evento para além de o ver e ouvir, será também possível interagir com outras pessoas.

Link directo para a transmissão do evento:

http://www.ustream.tv/channel/jornadas-de-cultura-espirita


Escolheu-se para tema central destas jornadas o tema-base da comunicação que se liga à lei de sociedade, em cujo universo o ser humano se move na perspectiva de mais aprender.

Desdobrado em vários painéis, estarão focados sectores diversos da actividade pessoal e de grupo em torno do Espiritismo na vertente da Comunicação, inclusive a própria mediunidade, a arte, a comunicação social, a infância, o atendimento no centro, etc.

Estarão nestas Jornadas alguns especialistas destas áreas, focando a actualidade do pensamento espírita.


As inscrições estão limitadas ao número de 180 lugares – o limite do auditório – e devem ser efectuadas para João Eduardo, das 09H00 / 12H00, pelo telefone 96 285 28 25.

Vídeo no youtube: http://youtube.com/watch?v=gVhjv7wEfeA

Programa:

Dia 23 de Maio, sexta-feira:

20H00 – Recepção ao público – entrega dos bilhetes de entrada.

20H45 - Abertura oficial das Jornadas de Cultura Espírita - ADEP.

21H00 – Conferência subordinada ao tema: A Psicologia da Comunicação

Prof. Dr. Vítor Rodrigues (Psicólogo).

- Debate.

23H00 – Encerramento.

Dia 24 de Maio, sábado:

09H00 – Início da apresentação dos trabalhos.

09H15 – Painel - Imprensa e Espiritismo

- O Livro Espírita – Carlos Ferreira

09H40 - Grafismos – Pedro Oliveira

09H55 - Jornalismo: TV, jornais, rádio, revistas – Jorge Gomes

10H20 - Internet: o canal do futuro – Vasco Marques

10H40 – Intervalo.

11H10 – Debate (com os intervenientes).

11H40 – Painel: Comunicar no Centro Espírita

- Palestrar – José Lucas

12H05 - Atendimento ao público – Amélia Reis

12H30 - Comunicação mediúnica – Noémia Margarido

12H50 – Almoço.

15H00 – Debate (com os intervenientes).

15H30 – Painel: Formação e relações interpessoais no Centro Espírita

- Formação (CBE, CEM, Passe) – Mário Correia

15H55 - Infância e Juventude Espírita – Regina Figueiredo

16H20 - Relações Interpessoais – Jorge Gomes

16H45 - O Centro Espírita: espaço físico – Ulisses Lopes

17H00 – Intervalo

17H30 – Debate (com os intervenientes).

18H00 – A arte espírita, uma forma de comunicação – Reinaldo Barros

18H40 – Encerramento oficial.

18H50 - Encerramento surpresa

Para mais informações poderão consultar o site da ADEP em www.adeportugal.org

Fonte: ADEP

sábado, 17 de maio de 2008

Um vislumbre doutros "céus"

Na noite de 6 para 7 de Abril de 2008, o início da habitual reunião de auxílio a companheiros sofredores foi altamente conturbado. Nossos animais de estimação resolveram, contrariamente ao que normalmente acontece, perturbar, ladrando continuadamente. Várias vezes tivemos que nos levantar para os afastar e mandar calar. Abstraímo-nos das perturbações e elevámos o pensamento ao Pai, pedindo auxílio para o trabalho a que nos aprestávamos a colaborar. Passados alguns momentos, manifestou-se o Amigo espiritual orientador dos trabalhos.
Posteriormente, e sem que o esperássemos, manifestou-se um Espírito, que se dirigiu a este pequeno grupo de encarnados presentes e à assembleia de desencarnados e espíritos em desprendimento durante o sono.

É impossível traduzir por palavras as emoções (as vibrações) do ambiente. Só vivenciando!
Nestes momentos sentimo-nos reduzidos à nossa real pequenez e, ao mesmo tempo, somos levados a reflectir sobre a importância desmesurada que damos a situações mesquinhas em que, por vezes, nos deixamos enredar.
E nós, pequeno e mísero grupo de seres cheios de imperfeições, quem somos para recebermos tamanhas bênçãos? Recordamo-nos então das palavras de Jesus, quando diz que não veio para curar os sãos...


Eis o que nos disse o Espírito orientador dos trabalhos:

Espírito Orientador: (a reunião decorreu) “...dentro da normalidade, de acordo com a vontade de Jesus e do Pai, embora muitas mentes perturbadas, infelizes, tentem evitar e criar obstáculos a esses mesmos trabalhos de auxílio.”
(Perdemos as primeiras palavras, que não ficaram na gravação, e que, em suma, nos tranquilizavam quanto ao decurso profícuo do auxílio).


Passam alguns minutos...

Manifesta-se, então, sob grande emoção de todos os presentes, uma entidade que nunca antes se tinha manifestado:

“Meus irmãos:
Estrelas luminosas brotam dos céus. Se derramam neste recinto onde nos encontramos. São beijos de Jesus, é o Seu braço amigo que se estende na nossa direcção, rodeando-nos de paz, de harmonia e permitindo abrir nossas sensibilidades e nossos corações à Sua Mensagem, sempre actual, escrita no Livro Sagrado da Vida Eterna.
Irmãos, sim! Assim vos chamo a todos, como Jesus nos chamou. Muitos de vós nunca comigo se cruzaram, mas sois meus irmãos, mesmo assim. Irmãos em Deus, irmãos no caminho, que embora diferente, nos conduz a Ele. Somos irmãos, de um só Deus. Pai amantíssimo de todos nós pecadores, de todos nós que falhamos, que nos arrependemos, que choramos, que nos desesperamos, mas que também pela Sua mão plena de Misericórdia e de Amor nos reerguemos, nos animamos para a luta que há-de vir, que tem de vir, que nós desejamos que venha para a nossa reforma, para que possamos tornarmo-nos diferentes para melhor, mais amantes do nosso próximo, mais profícuos para o nosso vizinho que não é nossa família mas é nosso irmão.
Senti, meus irmãos, as vibrações que se fazem presentes neste ambiente!
Pobres seres que ainda somos, imerecedores de tanta Luz, de tanto Amor, de tanta Bondade. Ele nos perdoa, Ele nos Ama. E porque nos ama, meus irmãos, a todos nos convoca nesta reunião de centenas de almas das mais diversas origens, das mais diversas índoles e dos mais diversos estádios, unidos ou não nas famílias terrenas, as que considerais importantes, mas que o são sim, apenas porque têm de se entrelaçar em resgate de dívidas contraídas no passado, ou para que nos auxiliemos uns aos outros caminhando unidos, pois a caminhada em solidão é sempre mais lenta, mais difícil, e menos proveitosa. Estamos aqui para nos encontrarmos numa família maior, para nos olharmos nos olhos, para darmos as mãos e formarmos um grupo uníssono de louvor a Deus, o mesmo Pai da grande Família Humana. Essa a verdadeira família a que todos nós pertencemos, pela Sua vontade, pelo Seu perdão, pelo Seu Amor Eterno e Infinito.
Ficai em serenidade, sentindo estas vibrações tão benéficas aos vossos espíritos atormentados. Meditai naquilo que hoje aqui recebestes e alterai vossos comportamentos meus irmãos, vossos pensamentos sempre virados para o interesse menor que só nos atrasa os passos.”

Manuel da Nóbrega


Alguns minutos depois manifestou-se o Espírito orientador dos trabalhos:

“Meus filhos, que este espírito de felicidade e de tranquilidade emocional permaneça em vós, pois recebestes a iluminação vinda do mais Alto, directamente de planos a que um dia todos teremos acesso. Terminai vossos trabalhos, meus filhos, louvando Jesus, louvando o Senhor. Que o Pai seja connosco. Terminai, pois, em paz, interiorizando as palavras que recebestes.”

O doutrinador agradece, emocionado, a Deus, Nosso Pai e a Jesus, nosso Mestre, as bênçãos recebidas, terminando assim a reunião.


Manuel
Núcleo Espírita Amigo Amen
Santa Maria.

domingo, 11 de maio de 2008

O espírito dos animais



Tenho dois cães e tinha 4 felinos (agora são só três). Todos eles possuem características semelhantes, de acordo com a raça a que pertencem. Todavia, cada um deles é diferente do outro e comunica connosco de modo especial, o que o torna único e inimitável nos pormenores do dia-a-dia, no afecto que transmite ou na forma de o solicitar, nos desejos que manifesta, construindo toda uma linguagem sonora, gestual só sua e que os donos não sentem dificuldade em descodificar. Daí que a experiência popular, sábia como sempre, verbalize: “Só lhe falta falar.”

E o livro dos Espíritos é claro quando na resposta à questão 593, os Espíritos afirmam que os animais "têm inteligência, porém, limitada", que os animais possuem um princípio inteligente individualizado.

Mais adiante, na questão 597, ensinam os Espíritos que há nos animais uma inteligência que lhes faculta certa liberdade de acção, princípio independente da matéria e que sobrevive ao corpo. "É também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus".

Na questão 606, afirmam que o princípio inteligente dos animais é tirado do elemento inteligente universal, assim como o do homem, sendo que no homem passou por uma elaboração que o coloca acima da que existe no animal.

Quanto aos sentimentos e emoções, a questão ainda é polémica. Todavia, Gabriel Delanne afirma que há nos animais uma espécie de embrião das emoções, que varia de acordo com a espécie, pois cada espécie reflete um nível de evolução. Esse "embrião" vai se desenvolvendo à medida que o princípio inteligente evolui, passando a habitar espécies mais adiantadas.

Mas, hoje, o que aqui me traz é relatar-vos a minha própria experiência que alguém, mais sábio, se encarregará, talvez, de explicar.

Já aqui relatei noutro post o desgosto que me causou o falecimento da minha gatinha: “A Pretinha”. Compreensível, para quem se afeiçoa aos animais com quem convive.

De todos os irmãos era a mais doce e elegante, saltando facilmente e erguendo-se nas patas traseiras sempre que queria receber festas. Normalmente, vinha ter connosco à cozinha para o pedir. Ou se erguia nas patas traseiras ou se deitava no chão, olhando para nós, miando, à espera dos mimos.

Era a mascote do dono (como alguns de vocês sabem, são os gatos que escolhem o dono preferido) e tinha por hábito ir deitar-se aos pés da cama num quarto do rés-do-chão para dormir a sesta. Quase gritava (como dizíamos) miando alto e bom som, se por acaso, ele fechava a porta, antes de ela entrar. Acabávamos sempre por lhe abrir a porta, já que ela não desistia. E era a única que o fazia.

O nosso espanto surgiu, após o seu “desaparecimento”, pois o nosso “Lindo” um gatarrão com o dobro do seu tamanho e o mais independente (pelo menos) começou a adoptar EXACTAMENTE os mesmos comportamentos da “Pretinha”, de tal modo, que não podíamos deixar de reparar!

Imaginem só um gato com mais de 6 Kilos a tentar erguer-se nas patas traseiras e a ensaiar passos de dança, junto dos donos!!! Claro, que fazia um enorme esforço, e, a maior parte das vezes, não o conseguia!

E, isto tudo, no mesmo local da cozinha, todos os dias, durante mais de um mês.

Também passou a gritar (desta vez os miados soavam mais altos com o seu vozeirão característico de macho) para o deixarem entrar no já referido quarto. Da primeira vez em que o gato fez isso, não o entendemos e, quando percebemos o que queria, confesso que ficámos abismados com a surpresa. Já tínhamos estranhado e associado o anterior comportamento a solicitar festas, mas isto era demais?! Não reconhecíamos o “Lindo”, mas a “Pretinha”!!!

Já tivemos outros desgostos com animais cá em casa e nunca tínhamos visto algo de semelhante.

Hoje, o “Lindo” já voltou aos seus comportamentos habituais, de gato vadio que só vem a casa para comer e dormitar.

Como espíritas, muitas interrogações se levantaram para as quais não encontramos justificações inequívocas, mas temos alguns indícios.

Sabemos que:

- os animais dotados de apurada sensibilidade, captam a presença de entidades, mais depressa do que o ser humano;

- os animais podem servir de intermediários (médiuns) entre eles;

- que é possível manterem-se perto dos donos durante algum tempo, após o desencarne;

- que permanecem na erraticidade, até um novo nascimento, normalmente rápido:

- que são atraídos pelo afecto que os donos lhe concedem, retribuindo esse afecto em centuplicado (basta vê-los mal-tratados e mantendo a ligação afectiva com quem o faz)

Não sabemos como aconteceu, mas pelo menos, podemos concluir que o AMOR é, de facto, o princípio de todas as coisas e o pólo de atracção promotor da harmonia entre os seres.

Quem sabe, os amigos espirituais quiseram, mais uma vez, mostrar-nos que a Vida continua, mesmo entre aqueles que ainda se encontram num estágio diferente do humano e de que cada gesto de amor para com aqueles que nos rodeiam sempre tem repercussão no Universo. Foi grande a consolação que sentimos e, mais uma vez, agradecemos aos céus, reconhecendo a grandeza do Criador.

Vejam o artigo de Irvênia Luiza de Santis Prada

PROF. CATEDRÁTICA DE NEUROANATOMIA ANIMAL que nos FALA SOBRE A "ALMA DOS ANIMAIS"

http://www.ameporto.org/pt/entrevistas/irvenia.htm

terça-feira, 6 de maio de 2008

Comportamento em reunião mediúnica

Nas reuniões mediúnicas, muito mais do que as palavras que o doutrinador possa dizer ou os participantes possam ouvir das entidades manifestantes, nomeadamente dos guias espirituais, são as emoções que contam. Grupo mediúnico em que os elementos componentes do mesmo não se coloquem em sintonia e disponíveis para o auxílio a eventuais entidades sofredoras, sob a direcção espiritual do orientador dos trabalhos, em nome de Jesus, no mínimo, pouca produtividade terá, isto se não cair em mistificações e numa obsessão colectiva, de consequências imprevisíveis.

Quando nos encontramos numa reunião em que existe intercâmbio entre os dois planos temos que ter sempre consciência da suma importância e responsabilidade de que se reveste e de que se trata de algo de transcendental, com a permissão de Deus, nosso Pai. Já André Luiz nos alertava para a leviandade com que muitas vezes os participantes encarnados encaravam as reuniões de intercâmbio mediúnico.

Como se disse no início, aqui, muito mais do que as palavras que possam ser proferidas ou ouvidas, são as emoções e os sentimentos que contam.

As vibrações de amor sinceras por nós emanadas, o desejo profundo em colaborar para o auxílio de um companheiro desencarnado em sofrimento, a alegria sentida quando esse auxílio se concretiza, a satisfação que sentimos quando um companheiro enredado em sentimentos de ódio e desejos de vingança, concede o perdão ao antigo carrasco ou quando um outro reencontra seres queridos que há muito não via, mudando nesse momento o padrão mental que o retinha estacionado no tempo e no espaço... dizem sobre o grau de envolvimento sincero que decorre da nossa entrega ao exercício da caridade activa, com Jesus.

A nossa disponibilidade ao auxílio ao próximo, que deve estar sempre presente, o nosso comportamento diário, com bons pensamentos e actos, a nossa entrega total, que deve começar muito antes da reunião mediúnica propriamente dita, ditam sobre o bom sucesso da mesma, se todos os participantes se guiarem pelos mesmos princípios que, afinal, todos nós há muito conhecemos do Evangelho. Como dizia o amigo Amén em mensagem publicada neste blog: ‘...viver no Mundo sem ser deste Mundo”.

Seres carregados de defeitos e imperfeições, que somos, temos, muitas vezes, dificuldade em seguir as lições básicas de Jesus e, frequentemente, resvalamos, no dia-a-dia para pensamentos e actos em que nos condenamos e de que nos arrependemos. Mas, o facto de termos consciência deles já é um progresso e pode representar o início da transformação. Os amigos espirituais são extraordinariamente compreensivos e tomam em consideração a nossa sincera boa vontade, contando-nos entre os aprendizes do Evangelho que somos e tomando-nos como colaboradores com muitos defeitos, mas também com alguns talentos que eles aproveitam para a boa execução dos trabalhos.

Boa vontade e desejo sincero na prática da caridade, eis duas condições essenciais que devem estar sempre presentes em quem pretenda participar numa reunião mediúnica séria.

O desejo egoísta em receber auxílio, a ânsia da comunicação, a curiosidade mórbida... tudo isto, se estiver na mente de algum ou alguns dos participantes, frustra o objectivo verdadeiro da reunião que é o exercício activo da Caridade.

Sabemos do que falamos pois, infelizmente, há quem deseje participar numa reunião mediúnica com o desejo íntimo, escondido lá no fundo, de ouvir a comunicação (se possível a si dirigida) ou receber o auxílio ou benefícios pessoais. E se tal não sucede a quem vai com estas intenções, mesmo que inconscientemente, surge a desilusão e a frustração. Porque o real objectivo dessa pessoa, não manifesto e muitas vezes auto-justificado era o de receber e não o de dar.

Sejamos, pois, sinceros e honestos para connosco próprios e para com os outros e perguntemo-nos se, de facto, o objectivo com que participamos ou pretendemos participar em reuniões mediúnicas é o do exercício activo da Caridade, tendo em atenção que esta implica, muitas vezes, carregar com pesados fardos e suportar experiências dolorosas. Mas com a certeza de que não estamos sós, que Jesus nos acompanha e que depois vem a compensação e a alegria de termos sido úteis ao nosso semelhante.

Mário.

‘Núcleo Espírita Familiar Amigo Amén’

domingo, 4 de maio de 2008

A Palavra de Jesus



Na noite de 2 para 3 de Março de 2008, após a leitura de um trecho do Capítulo ‘Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita’, de ‘O Evangelho Segundo O Espiritismo’, manifestou-se o Amigo Amen, guia espiritual deste humilde grupo.

Não houve manifestação de espíritos em sofrimento, como costuma ser hábito, o que não significa que não tenham sido auxiliados alguns irmãos no plano espiritual. Contrariamente ao que é habitual quando se manifesta este nosso amigo, desta vez não sentimos as fortes emoções que antecedem a sua manifestação. Isso deveu-se ao facto de nos termos irritado antes, por razões diversas, impedindo, assim, de irmos para a reunião tranquilos e serenos - condições necessárias para o bom decurso da mesma.

O conteúdo da comunicação tem, de facto, grande alcance – exige, no fundo, que sejamos cristãos, na verdadeira acepção da palavra. E ser cristão é, como diz o amigo Amen, ser humilde, perdoar, esquecer as ofensas e ver naquele que nos ofendeu e/ou prejudicou um irmão, porventura muito necessitado e muito infeliz. E dizer como o Apóstolo Paulo: ‘não é o mal que me fazem que me faz mal, mas o mal que eu faço’.

O desprendimento de nós mesmos, a consciência de que esta vida é passageira, de que o nosso corpo é matéria transitória, de que aqueles que abusam do poder um dia terão que responder perante o tribunal da própria consciência, não ficando impunes perante os desatinos que agora cometem - a certeza na Justiça Divina – é, para nós, motivo de consolação que nos desvia de todo o desejo de revide e nos orienta para o perdão.

Lembremo-nos de que toda a agressão, vexame, humilhação, sofrimento de que somos vítimas não são obra do acaso. E de que também todo o bem que fizermos em prol de nosso semelhante resulta em nosso próprio proveito. ‘O Amor cobre uma multidão de pecados’. Façamos então como o nosso amigo Amen nos recomenda. Procuremos deixar de ser profanos ou místicos. Procuremos ser ‘crísticos’.

“Caridade, meus filhos, anda associada à humildade e à entrega de si próprio ao outro, àquele que sofre, qualquer que seja o lugar, qualquer que seja a causa dessa mesma dor.

Caridade é Caridade.

Quem a pratica, quem a transporta no coração, já conquistou mais um lugar nos céus, pois se alegra com o sucesso de seu irmão e em cada lágrima que enxuga, sente Deus em seu íntimo e vive feliz, encantado com o mundo em que lhe foi dado viver para cumprir a missão de se tornar útil à Humanidade.

Esse ser, de braço dado com a Caridade, nasce para viver Jesus, para lhe seguir o exemplo, pois já lhe absorveu as palavras, já o transporta dentro de si mesmo.

Essa a verdadeira vida e a vera alegria daqueles que compreendem que não vieram a este mundo para serem felizes, para conquistar e usufruir dos prazeres, mas para conquistarem as alegrias do auxílio a seus semelhantes.

Esses eleitos amam a quem os ofende, praticando a caridade do perdão e do esquecimento.

Esses seres a quem Jesus ama e chama de irmãos se alegram com cada sofrimento e humilhação, desculpando a ignorância onde os outros vêem maldade. O Mundo não os afecta, pois já não lhe pertencem.

São seres de excepção que vivem no Mundo sem serem deste mundo. O seu olhar e a sua alma se elevam aos céus e vêem aquilo que aos seres comuns lhes é vedado.

Vêem a Humanidade inteira cantando a uma só voz, num futuro próximo, louvores ao Senhor e ao Universo por Ele criado.

Amantes do Humano, sem nada quererem em troca, pois o amor é para eles o alimento por excelência.

Apreendamos todos a amar de modo semelhante, tentando cumprir a Palavra. A Palavra de Jesus: “Meus filhos: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.

Um dia a Caridade chegará à Terra, se implantará definitivamente neste planeta sofrido e seremos unos com o Criador.”

Amigo Amén

Manuel

Núcleo Espírita ‘Amigo Amen’

Santa Maria, 02 de Maio de 2008