segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Uma excelente pessoa


Esta história foi contada por Divaldo Franco e reproduzida, algures, num jornal ou revista espírita.

Diz-nos ele, que no centro ao qual pertencia em Salvador da Bahia, no Brasil, resolveram em determinada altura fazer uma espécie de inquérito a antigos trabalhadores do Centro, já desencarnados, que se manifestavam em reuniões mediúnicas. O inquérito consistia, essencialmente, em duas perguntas: o que mais lhes tinha agradado e o que mais lhes tinha desgostado depois de terem chegado à Pátria Espiritual.

Um desses companheiros, por todos considerado uma excelente pessoa, enquanto na vida física, manifestou que o que mais o tinha alegrado ao chegar ao mundo espiritual foi ter reencontrado a sua alma gémea que já não via há séculos.

Contudo, disse ele, foi acometido de uma angústia inexplicável que, constantemente, o perseguia e não o deixava em paz. Queria saber a razão de ser dessa angústia, já que na última existência terrena tinha cumprido exemplarmente a missão a que se tinha proposto.

Dirigindo-se ao Dr. Bezerra de Menezes expôs-lhe a questão. Foi então que Bezerra o conduziu a um vale espiritual onde imensas entidades sofredoras gritavam e vociferavam, de forma tresloucada contra ele, emitindo vibrações de ódio e desejo de vingança, inconscientes da situação em que se encontravam.

Aqui estava a razão de ser de tanta angústia que acompanha sempre a consciência culpada, sendo que, no mundo espiritual, ela brota livremente, sem a bênção do esquecimento temporário e a protecção que o corpo físico confere a essas vibrações deletérias com que ele, agora, estava sendo atingido.

Bezerra explicou-lhe, então, a razão de ser da situação. É que ele, outrora, fora comandante de um exército e a fim de evitar que os inimigos o perseguissem, quando os apanhava, furava-lhes os olhos com um bidente, deixando-os a morrer lenta e dolorosamente.

O remédio para este nosso companheiro consistia em, numa primeira fase, trabalhar, com a permissão divina, pela reencarnação dessas entidades, possibilitando, dessa forma, a evolução das mesmas. Numa segunda fase, certamente, conquistar a amizade desses irmãos sofredores, enredados nas teias do ódio. Por outras palavras – transformar os antigos inimigos em amigos.

Este nosso irmão estava, como podemos perceber, empenhado em cumprir a primeira fase do projecto. Levasse o tempo que levasse. Mas, certamente, um projecto para séculos, contados em anos terrenos, já que para a espiritualidade o tempo não é visto como nós o encaramos.

Moral da história:
Só atingiremos a paz da consciência quando nos quitarmos com a Lei. Quantos erros! Quanto crimes! Quantas imperfeições carregamos! Mas uma coisa é certa – a reencarnação dar-nos-á, sempre, oportunidades renovadas para avançar, pois a Lei da Evolução é universal. E um dia alcançaremos a perfeição que todos nós almejamos.


Extraído do livro “Histórias Verídicas com Pessoas e Espíritos”, de Eduardo Guerreiro, Chiado Editora

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