Uma excelente pessoa
Esta
história foi contada por Divaldo Franco e reproduzida, algures, num jornal ou
revista espírita.
Diz-nos
ele, que no centro ao qual pertencia em Salvador da Bahia, no Brasil,
resolveram em determinada altura fazer uma espécie de inquérito a antigos
trabalhadores do Centro, já desencarnados, que se manifestavam em reuniões
mediúnicas. O inquérito consistia,
essencialmente, em duas perguntas: o que mais lhes tinha agradado e o que mais lhes
tinha desgostado depois de terem chegado à Pátria Espiritual.
Um
desses companheiros, por todos considerado uma excelente pessoa, enquanto na
vida física, manifestou que o que mais o tinha alegrado ao chegar ao mundo
espiritual foi ter reencontrado a sua alma
gémea que já não via há séculos.
Contudo,
disse ele, foi acometido de uma angústia inexplicável que, constantemente, o
perseguia e não o deixava em paz. Queria saber a razão de ser dessa angústia,
já que na última existência terrena tinha cumprido exemplarmente a missão a que
se tinha proposto.
Dirigindo-se
ao Dr. Bezerra de Menezes expôs-lhe a questão. Foi então que Bezerra o conduziu
a um vale espiritual onde imensas
entidades sofredoras gritavam e vociferavam, de forma tresloucada contra ele, emitindo
vibrações de ódio e desejo de vingança, inconscientes da situação em que se
encontravam.
Aqui
estava a razão de ser de tanta angústia que acompanha sempre a consciência
culpada, sendo que, no mundo espiritual, ela brota livremente, sem a bênção do
esquecimento temporário e a protecção que o corpo físico confere a essas
vibrações deletérias com que ele, agora, estava sendo atingido.
Bezerra
explicou-lhe, então, a razão de ser da situação. É que ele, outrora, fora
comandante de um exército e a fim de evitar que os inimigos o perseguissem,
quando os apanhava, furava-lhes os olhos com um bidente, deixando-os a morrer
lenta e dolorosamente.
O
remédio para este nosso companheiro
consistia em, numa primeira fase, trabalhar, com a permissão divina, pela
reencarnação dessas entidades, possibilitando, dessa forma, a evolução das
mesmas. Numa segunda fase, certamente, conquistar a amizade desses irmãos
sofredores, enredados nas teias do ódio. Por outras palavras – transformar os
antigos inimigos em amigos.
Este
nosso irmão estava, como podemos perceber, empenhado em cumprir a primeira fase
do projecto. Levasse o tempo que levasse. Mas, certamente, um projecto para
séculos, contados em anos terrenos, já que para a espiritualidade o tempo não é
visto como nós o encaramos.
Moral
da história:
Só
atingiremos a paz da consciência quando nos quitarmos com a Lei. Quantos erros!
Quanto crimes! Quantas imperfeições carregamos! Mas uma coisa é certa – a
reencarnação dar-nos-á, sempre, oportunidades renovadas para avançar, pois a Lei
da Evolução é universal. E um dia alcançaremos a perfeição que todos nós
almejamos.
Extraído do livro “Histórias
Verídicas com Pessoas e Espíritos”, de Eduardo Guerreiro, Chiado Editora
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