O pequeno Portugal
Portugal é um pequeno país, com pouca expressão e
influência a nível internacional, dada a dimensão do seu território e a sua
situação geográfica num extremo da Europa. Talvez, por isso, os portugueses
tenham um certo complexo de inferioridade e relativamente baixa autoestima
quando se comparam com povos de outros países. Não valorizam o que possuem e
limitam-se a relembrar a época áurea da sua História, quinhentos anos antes,
quando, pelo mar, deram novos mundos ao mundo.
Embora o país possua um património cultural e
arquitectónico assinalável, associado a uma diversidade geográfica acentuada, o
povo português não aprecia suficientemente o que tem. Considera, regra geral,
que o que é estrangeiro é melhor.
A história que vamos contar a seguir, mostra-nos que
não é bem assim e que, se este rectângulo à beira mar plantado é, de
facto, pequeno em área, olhado do ponto de vista espiritual, pelo relato que
nos chegou, parece não ser como habitualmente o encaramos.
No dia 26 de maio de 2006, manifestou-se na nossa reunião
mediúnica uma entidade espiritual recentemente desencarnada, vinda de Timor,
muito apreensiva acerca da situação naquele país.
Este companheiro foi definido, posteriormente, pelo
Espírito Orientador dos trabalhos da seguinte forma:
- Acabamos de ouvir um querido irmão, ingénuo, ainda
recentemente aportado ao mundo espiritual, muito ligado a todos os entes
queridos que acaba de deixar, ainda pouco seguro na sua crença no Poder Divino
e na sua compreensão das Leis da Evolução. Toca-nos o coração o seu sofrimento
recordando nossas antigas encarnações, nossos amores e as penas pelas quais
tanto sofremos, desacompanhados da visão espiritual. (…)
O diálogo antes havido com este amigo timorense foi
longo. No essencial, ele vinha pedir auxílio aos portugueses para ajudar a
pacificar aquele território, então em convulsão político-social.
Eis um pequeno extracto da nossa conversa:
(…)
Espírito: É preciso
rápido. É preciso rápido. É preciso que cada um diga, grite bem alto para irem
para lá defender-nos. Nós não somos capazes sozinhos. Somos poucos contra
muitos e poderosos. Estamos sozinhos.
Doutrinador: Irá para
lá, rápido, uma força, meu irmão.
Espírito: Mas depende
do povo. Foi o povo que mandou para lá ajuda. Foi o povo.
Doutrinador: Sim, meu
querido amigo. Dentro das nossas limitações no plano físico, prometemos fazer o
que está ao nosso alcance. Sabes que Portugal é um país pequeno...
Espírito: Não! Não é, não! E cá em cima eu vi que não
é. Não é, não! É pequeno em tamanho, mas não é pequeno. Portugal é o nosso
grande irmão. Tem muita força. Tem muito poder. Foi Portugal que conseguiu
ajuda para nós. E vai conseguir novamente.
(…)
Espírito: Têm
uma arma que é a mais forte, que é a arma do Amor.
Doutrinador: Tens razão, amigo.
Espírito: E somos o mesmo povo. Vocês não sabem,
porque é que sentem isso. Têm a força do Amor, que é a arma mais forte, mais
poderosa. E só descobrimos, quando chegamos outra vez cá em cima.
(…)
Espírito: E que nunca desaparecerá (Timor). Isso já
nos foi prometido pelos Guias. É um cantinho espiritual diferente de toda
aquela zona do Planeta.
Este companheiro, observando Portugal de cima,
informa-nos que este país não é pequeno e que portugueses e
timorenses somos o mesmo povo. E que Timor é um cantinho
espiritual diferente que nunca desaparecerá.
Moral da
história:
As dimensões, a material e a espiritual, são duas
realidades diferentes. A crer nas palavras deste nosso amigo, Portugal, sendo
pequeno na sua dimensão física é, contudo, grande, quando visto da
espiritualidade. Além de que um povo não se circunscreve apenas a determinada
zona física.
Retirado do livro de Eduardo Guerreiro - "Histórias Verídicas com Pessoas e Espíritos"
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