Desobsessão
Normalmente temos tendência para ver num espírito obsessor uma entidade execrável, impiedosa, que atormenta uma pessoa. Não vemos nele um irmão infeliz que foi outrora violentado e ultrajado por aquela pessoa que é sua actual vítima.
Nos trabalhos de desobsessão apressamo-nos a consolar a vítima, esquecendo que esta foi outrora carrasco.
Na verdade, os trabalhos de desobsessão, se aliviam o(a) obsidiado(a), não lhe retiram a responsabilidade dos actos censuráveis que cometeu em outras existências e pelos quais terá, tarde ou cedo, que responder.
Quanto ao espírito obsessor, esse é o principal beneficiário dos trabalhos de desobsessão, pois sua consciência fica liberta ao conceder o perdão, renunciando ao exercício da justiça pelas suas próprias mãos e entregando-a a Deus.
Os dois factos que vamos relatar (em 2 posts) ocorreram há mais de vinte anos e confirmam o que acabámos de dizer.
1º Facto
No Centro Espírita onde exercíamos a nossa actividade veio ter connosco uma pessoa que colocou um problema que a todos comoveu: uma criança de 4 anos de idade, morando com a família nos arredores de Lisboa, estava internada, com doença cancerosa, no Instituto Português de Oncologia. Perguntava a pessoa se seria possível fazer alguma coisa no Centro, dado saber que lá se efectuavam tratamentos de cura.
Feita a consulta aos nossos guias espirituais, a resposta foi positiva. A criança deveria ser trazida ao Centro para ser tratada.
Assim foi. Devido ao tratamento a criança não tinha cabelo e, além disso, independentemente da doença cancerosa, apresentava deformidades em ambas as pernas ao nível do tornozelo.
Após algumas sessões de tratamento, em semanas consecutivas, a criança foi considerada curada do mal físico (doença cancerosa) e foi-lhe dada alta. Contudo, o guia espiritual que se manifestou referiu que ainda “havia uma questão por resolver” e que a menina deveria ser trazida para desobsessão.
Na semana seguinte, em sessão de desobsessão, manifestou-se uma entidade que sorria de satisfação...
Doutrinador: “Porque sorris, meu irmão?”
Espírito: “Sorrio por a ver sofrer”.
Doutrinador: “Mas o sofrimento dos outros dá-te satisfação?”
Espírito: “Dos outros, não. Dela. É que vocês não sabem o que ela me fez sofrer a mim. A mim e a muitos outros.
Doutrinador: “Então o que é que ela fez?”
Espírito: “Ela acorrentava-nos a todos. E castigava-nos.”
[Lembremos que a criança nasceu deformada nos membros inferiores ao nível dos tornozelos]
Doutrinador: “E quem era ela? Lembras-te do seu nome?”
Espírito: “Chamava-se Flávia. Éramos seus escravos.
[Flávia é um nome romano. As ocorrências de que a entidade nos dá conta devem ter-se passado na época do Império Romano, em que havia escravatura]
Doutrinador: “Mas, amigo, tu insistes em fazer justiça pelas próprias mãos. Não vês que ela já tem sofrimento suficiente?”
Espírito: “Pois é. Eu até já tenho pena dela...”
Dado que este já está pronto a perdoar [‘eu até já tenho pena dela’], rogamos a Deus ajuda para este nosso irmão. Acorrem entidades afins que o acompanharam então no cativeiro e com os quais estabelece diálogo, do qual só ouvimos as intervenções do espírito manifestante:
Espírito: “Vocês aqui?!”
(...)
Espírito: “Então todo este tempo para nada?!”
Doutrinador: “É verdade, meu irmão. Todo este tempo para nada. Não era necessária a tua intervenção para que a Justiça Divina se exercesse. Ela está dentro de cada um de nós, na nossa consciência culpada que faz desencadear o resgate na altura devida, quando surge o arrependimento. E este chega, tarde ou cedo, sucedendo ao remorso que atormenta”.
Espírito: “Vou-me embora. Vou com estes amigos. Obrigado. E ela que me desculpe”.
Manifestou-se, em seguida, o Espírito que dirigiu os trabalhos, esclarecendo que, se nesta existência a menina veio deformada, na próxima existência virá como ‘uma mulher normal’.
O doutrinador encerra a reunião com uma oração, agradecendo ao Pai a oportunidade que a todos foi concedida.
Mário
(continua)
achei muito prveitsa esta reunião,tbm. já praticipei de uma reinião assim com nosso grupo.Amor e caridade. Mria Elisa,laguna,s.c.
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