domingo, 25 de novembro de 2007

Desobsessão

Justiça Divina

Normalmente temos tendência para ver num espírito obsessor uma entidade execrável, impiedosa, que atormenta uma pessoa. Não vemos nele um irmão infeliz que foi outrora violentado e ultrajado por aquela pessoa que é sua actual vítima.

Nos trabalhos de desobsessão apressamo-nos a consolar a vítima, esquecendo que esta foi outrora carrasco.

Na verdade, os trabalhos de desobsessão, se aliviam o(a) obsidiado(a), não lhe retiram a responsabilidade dos actos censuráveis que cometeu em outras existências e pelos quais terá, tarde ou cedo, que responder.

Quanto ao espírito obsessor, esse é o principal beneficiário dos trabalhos de desobsessão, pois sua consciência fica liberta ao conceder o perdão, renunciando ao exercício da justiça pelas suas próprias mãos e entregando-a a Deus.

Os dois factos que vamos relatar (em 2 posts) ocorreram há mais de vinte anos e confirmam o que acabámos de dizer.

1º Facto

No Centro Espírita onde exercíamos a nossa actividade veio ter connosco uma pessoa que colocou um problema que a todos comoveu: uma criança de 4 anos de idade, morando com a família nos arredores de Lisboa, estava internada, com doença cancerosa, no Instituto Português de Oncologia. Perguntava a pessoa se seria possível fazer alguma coisa no Centro, dado saber que lá se efectuavam tratamentos de cura.

Feita a consulta aos nossos guias espirituais, a resposta foi positiva. A criança deveria ser trazida ao Centro para ser tratada.

Assim foi. Devido ao tratamento a criança não tinha cabelo e, além disso, independentemente da doença cancerosa, apresentava deformidades em ambas as pernas ao nível do tornozelo.

Após algumas sessões de tratamento, em semanas consecutivas, a criança foi considerada curada do mal físico (doença cancerosa) e foi-lhe dada alta. Contudo, o guia espiritual que se manifestou referiu que ainda “havia uma questão por resolver” e que a menina deveria ser trazida para desobsessão.

Na semana seguinte, em sessão de desobsessão, manifestou-se uma entidade que sorria de satisfação...

Doutrinador: “Porque sorris, meu irmão?”

Espírito: “Sorrio por a ver sofrer”.

Doutrinador: “Mas o sofrimento dos outros dá-te satisfação?”

Espírito: “Dos outros, não. Dela. É que vocês não sabem o que ela me fez sofrer a mim. A mim e a muitos outros.

Doutrinador: “Então o que é que ela fez?”

Espírito: “Ela acorrentava-nos a todos. E castigava-nos.”

[Lembremos que a criança nasceu deformada nos membros inferiores ao nível dos tornozelos]

Doutrinador: “E quem era ela? Lembras-te do seu nome?”

Espírito: “Chamava-se Flávia. Éramos seus escravos.

[Flávia é um nome romano. As ocorrências de que a entidade nos dá conta devem ter-se passado na época do Império Romano, em que havia escravatura]

Doutrinador: “Mas, amigo, tu insistes em fazer justiça pelas próprias mãos. Não vês que ela já tem sofrimento suficiente?”

Espírito: “Pois é. Eu até já tenho pena dela...”

Dado que este já está pronto a perdoar [‘eu até já tenho pena dela’], rogamos a Deus ajuda para este nosso irmão. Acorrem entidades afins que o acompanharam então no cativeiro e com os quais estabelece diálogo, do qual só ouvimos as intervenções do espírito manifestante:

Espírito: “Vocês aqui?!”

(...)

Espírito: “Então todo este tempo para nada?!”

Doutrinador: “É verdade, meu irmão. Todo este tempo para nada. Não era necessária a tua intervenção para que a Justiça Divina se exercesse. Ela está dentro de cada um de nós, na nossa consciência culpada que faz desencadear o resgate na altura devida, quando surge o arrependimento. E este chega, tarde ou cedo, sucedendo ao remorso que atormenta”.

Espírito: “Vou-me embora. Vou com estes amigos. Obrigado. E ela que me desculpe”.

Manifestou-se, em seguida, o Espírito que dirigiu os trabalhos, esclarecendo que, se nesta existência a menina veio deformada, na próxima existência virá como ‘uma mulher normal’.

O doutrinador encerra a reunião com uma oração, agradecendo ao Pai a oportunidade que a todos foi concedida.

Mário

(continua)

1 comentário:

  1. achei muito prveitsa esta reunião,tbm. já praticipei de uma reinião assim com nosso grupo.Amor e caridade. Mria Elisa,laguna,s.c.

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