terça-feira, 6 de novembro de 2007

O Poder do Pensamento - Parte I

É possível alguém tentar controlar a nossa vida, através do pensamento?


Numa reunião mediúnica do “Grupo Amigo Amén”, uns pais “demasiado preocupados”, obtiveram o concurso doutro familiar já desencarnado para influenciar a filha adulta nas suas opções de vida. Como sempre o conseguiram na prática, “desesperaram”, devido à distância física e passaram a mentalizar obsessivamente aquela que tinha passado a residir a muitos quilómetros de distância, sobretudo, após tomarem conhecimento de que a filha não seguia a sua orientação religiosa, muito arreigada na família. Há sempre quem responda aos nossos pensamentos, por afinidade e, neste caso, acorreu uma entidade da própria família, ainda pouco conhecedora da sua nova condição de espírito e “apegada” aos hábitos que cultivou na terra.

Embora, tenha omitido algumas partes, trata-se dum diálogo algo difícil travado com a entidade, pelo que dividirei a doutrinação em duas partes.

Espírito - Artes demoníacas, é o que é!

Doutrinador – Mas porque é que dizes isso?

Espírito -Porque eu não queria falar!

...

Doutrinador – No entanto nós estamos a ouvir… e gostamos de estar a ouvir-te.

Espírito -Não disse nada!

Doutrinador – É certo que não disseste, mas tens com certeza muita coisa a dizer.

Espírito - Oh! “O Calado vence!” Sempre foi a política lá de casa! “O Calado vence!”

(Este dado foi confirmado pela “filha vigiada” – a frase era comummente utilizada na época da ditadura de Salazar)

Doutrinador – Mas acusaste-nos de “artes demoníacas”

Espírito - Andam aí a falar nessas coisas… enleados com essas coisas… espiritismo! Isto nem tem jeito nenhum. Sempre foram artes do demónio.

Doutrinador – Mas porque dizes isso amigo?

Espírito - Qualquer cristão sabe disso! É só ires à igreja e ouvires o padre! A ver se ele não te diz que é para te afastares destas coisas.

…Aliás, só se ouve… só se fala de Jesus na igreja! Na igreja é que a gente ouve o santo padre a falar de Jesus! E pede perdão pelos nossos pecados… e comunga… e estamos lá todos juntos! Agora andar envolvido com estas coisas… isto é artes demoníacas, sim senhor! Disse e mantenho! São artes demoníacas!

Doutrinador – No entanto tu viestes até aqui e falaste…

Espírito - Eu não queria vir! Não queria vir!

Doutrinador – Mas alguém te trouxe?

Espírito - Pois alguém que eu queria que não viesse! Vim com ela para não a deixar vir sozinha! Desta vez vim com ela! Ai, vais? Eu também vou! Pronto!

Ela vem-se sempre embora! Não ouve os meus conselhos!

Doutrinador – Então e os teus conselhos… andaste a aconselhá-la há muito tempo?

Espírito - Eu?... Pois eu estou com ela há muito tempo!

Doutrinador – muito tempo? Então é porque és amigo dela?

Espírito - Sou da família! E ela está aqui sozinha, não tem os pais, não tem ninguém… e alguém tem que zelar por ela!

Doutrinador – Disseste que eras da família.

Espírito - Oh, ela que pergunte lá em casa quem foi a Rosa, ou Rosinha. Alguns chamavam-me Rosinha. Eles logo lhe dizem. Eu estou é a tomar conta dela… ela não anda por muitos bons caminhos, não! Não anda! Ultimamente não anda por muitos bons caminhos!

Doutrinador – Mas porque dizes isso?

Espírito - É muito teimosa! Não segue os conselhos de ninguém!

Doutrinador – Mas porque é que tu dizes isso? Porque é que ela anda por maus caminhos?

Espírito - Anda porque vem aqui a esta casa, vem fazer… Ela não me ouve! Eu é que lhe dou conselhos! Ela não me ouve!

Doutrinador – Então, dá-lhe os conselhos que ela agora está aqui e tu podes dar-lhe os conselhos à vontade.

Espírito - Mas os conselhos são sempre os mesmos! São para ela…

olha, minha filha! Tu tens que andar certinha. Fazeres a tua vida. Saíres, pois, está bem que saias com os teus amigos. Ninguém diz o contrário. Podes sair! Podes passear! Podes conversar!

Mas afasta-te destas coisas que isto n’é vida para ti! Tu não foste criada nestas coisas! Sempre fomos uma família cristã. Sempre fomos uma família que foi à missa. Que seguiu as regras todas, comungávamos, confessávamos os nossos pecados. Levávamos uma vida em Cristo! Uma vida decente de pessoas honestas, trabalhadoras, que sempre se esforçaram para ter uma vida digna e seguir as regras da igreja! Não é para andares agora envolvida nestas modernices! Isto não é para ti! Não é para a tua vida! Não foste criada assim! E eu sei muito bem.

Tu, fala com os teus pais. Eles pensam como eu. Aliás, eles andam muito preocupados! E é por isso que vim para tua casa! Porque eles não podem estar contigo e… nem tu os querias! E eu estou ali!

Prometi que tomava conta de ti!

Mas eu não estou a conseguir porque tu não me ouves! Portanto, vê lá se te encaminhas! Porque estas coisas são coisas esquisitas! Coisas do demónio! Não digo que venhas fazer aqui mal nenhum! Não vens! Mas são coisas que não são para ti, porque foste cristã, foste educada na igreja, não tens que andar metida nestes assuntos. Deixa lá isto para outras pessoas! Que tiveram outra educação! Tu não tiveste esta educação! Portanto, deixa lá isso! Deixa lá de vir! …eu tento que não venhas! …eu tento até ao último minuto que tu não venhas! Mas tu… vens!! Isto é do demónio! Por isso é que te arrasta! Eu não consigo nada! Por mais que eu faça… chega aquela hora e vens e vens mesmo!!! Ora se isto fosse uma coisa boa, tu ouvias-me! Não vinhas! Por isso pensa bem porque isto não está certo, minha filha. Pensa muito bem!

Doutrinador – Então, quer dizer que foram os pais da nossa amiga que te pediram…

Espírito - Ai, nós somos uma família muito unida, muito unida.

Doutrinador – E foram eles que te pediram para tomar conta…

Espírito - Sim, porque eles estão muito preocupados. Preocupados com esta menina porque está longe deles.

(A "menina" tem 30 anos)

Doutrinador – Claro. É compreensível, querida amiga.

Espírito - E nunca sabem nada. Ela também não fala. Nunca diz nada.

Doutrinador – Mas ela telefona?

Espírito - Ah! Mas não diz nada! Não diz nada! Não conta nada da vida dela!

Doutrinador – Mas ela já é adulta.

Espírito - Ah, é adulta mas não faz tudo certo!

Doutrinador – Não faz tudo o que pensas que está certo.

Espírito - Oh, pois agora não vou discutir aqui o que é que está certo para nós, para a nossa família. Isto não está certo. Isto não é normal! Não são coisas normais! A gente quer falar de Jesus, vai à missa.

Doutrinador – Pois bem, dona Rosinha. Agora eu só perguntava uma coisa. A dona Rosinha sabe que está no mundo espiritual, não é verdade?

Espírito - Eu sei lá!!! No mundo espiritual? Eu estou com a família!

Doutrinador – Mas certamente, que já há algum tempo que já morreu? O corpo físico...

Espírito - Dizem para aí que sim. Mas eu estou viva! …Não me ouvem. Não me vêem. Não me ligam nenhuma. Alguns ouvem-me. Alguns ouvem-me.

Mas a maior parte não. Eu passear lá por casa ou não passear é a mesma coisa.


Mensagem recebida em reunião de 30/07/07

Núcleo Espírita Familiar ‘Amigo Amen’

(continua)

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