domingo, 11 de maio de 2008

O espírito dos animais



Tenho dois cães e tinha 4 felinos (agora são só três). Todos eles possuem características semelhantes, de acordo com a raça a que pertencem. Todavia, cada um deles é diferente do outro e comunica connosco de modo especial, o que o torna único e inimitável nos pormenores do dia-a-dia, no afecto que transmite ou na forma de o solicitar, nos desejos que manifesta, construindo toda uma linguagem sonora, gestual só sua e que os donos não sentem dificuldade em descodificar. Daí que a experiência popular, sábia como sempre, verbalize: “Só lhe falta falar.”

E o livro dos Espíritos é claro quando na resposta à questão 593, os Espíritos afirmam que os animais "têm inteligência, porém, limitada", que os animais possuem um princípio inteligente individualizado.

Mais adiante, na questão 597, ensinam os Espíritos que há nos animais uma inteligência que lhes faculta certa liberdade de acção, princípio independente da matéria e que sobrevive ao corpo. "É também uma alma, se quiserdes, dependendo isto do sentido que se der a esta palavra. É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à que medeia entre a alma do homem e Deus".

Na questão 606, afirmam que o princípio inteligente dos animais é tirado do elemento inteligente universal, assim como o do homem, sendo que no homem passou por uma elaboração que o coloca acima da que existe no animal.

Quanto aos sentimentos e emoções, a questão ainda é polémica. Todavia, Gabriel Delanne afirma que há nos animais uma espécie de embrião das emoções, que varia de acordo com a espécie, pois cada espécie reflete um nível de evolução. Esse "embrião" vai se desenvolvendo à medida que o princípio inteligente evolui, passando a habitar espécies mais adiantadas.

Mas, hoje, o que aqui me traz é relatar-vos a minha própria experiência que alguém, mais sábio, se encarregará, talvez, de explicar.

Já aqui relatei noutro post o desgosto que me causou o falecimento da minha gatinha: “A Pretinha”. Compreensível, para quem se afeiçoa aos animais com quem convive.

De todos os irmãos era a mais doce e elegante, saltando facilmente e erguendo-se nas patas traseiras sempre que queria receber festas. Normalmente, vinha ter connosco à cozinha para o pedir. Ou se erguia nas patas traseiras ou se deitava no chão, olhando para nós, miando, à espera dos mimos.

Era a mascote do dono (como alguns de vocês sabem, são os gatos que escolhem o dono preferido) e tinha por hábito ir deitar-se aos pés da cama num quarto do rés-do-chão para dormir a sesta. Quase gritava (como dizíamos) miando alto e bom som, se por acaso, ele fechava a porta, antes de ela entrar. Acabávamos sempre por lhe abrir a porta, já que ela não desistia. E era a única que o fazia.

O nosso espanto surgiu, após o seu “desaparecimento”, pois o nosso “Lindo” um gatarrão com o dobro do seu tamanho e o mais independente (pelo menos) começou a adoptar EXACTAMENTE os mesmos comportamentos da “Pretinha”, de tal modo, que não podíamos deixar de reparar!

Imaginem só um gato com mais de 6 Kilos a tentar erguer-se nas patas traseiras e a ensaiar passos de dança, junto dos donos!!! Claro, que fazia um enorme esforço, e, a maior parte das vezes, não o conseguia!

E, isto tudo, no mesmo local da cozinha, todos os dias, durante mais de um mês.

Também passou a gritar (desta vez os miados soavam mais altos com o seu vozeirão característico de macho) para o deixarem entrar no já referido quarto. Da primeira vez em que o gato fez isso, não o entendemos e, quando percebemos o que queria, confesso que ficámos abismados com a surpresa. Já tínhamos estranhado e associado o anterior comportamento a solicitar festas, mas isto era demais?! Não reconhecíamos o “Lindo”, mas a “Pretinha”!!!

Já tivemos outros desgostos com animais cá em casa e nunca tínhamos visto algo de semelhante.

Hoje, o “Lindo” já voltou aos seus comportamentos habituais, de gato vadio que só vem a casa para comer e dormitar.

Como espíritas, muitas interrogações se levantaram para as quais não encontramos justificações inequívocas, mas temos alguns indícios.

Sabemos que:

- os animais dotados de apurada sensibilidade, captam a presença de entidades, mais depressa do que o ser humano;

- os animais podem servir de intermediários (médiuns) entre eles;

- que é possível manterem-se perto dos donos durante algum tempo, após o desencarne;

- que permanecem na erraticidade, até um novo nascimento, normalmente rápido:

- que são atraídos pelo afecto que os donos lhe concedem, retribuindo esse afecto em centuplicado (basta vê-los mal-tratados e mantendo a ligação afectiva com quem o faz)

Não sabemos como aconteceu, mas pelo menos, podemos concluir que o AMOR é, de facto, o princípio de todas as coisas e o pólo de atracção promotor da harmonia entre os seres.

Quem sabe, os amigos espirituais quiseram, mais uma vez, mostrar-nos que a Vida continua, mesmo entre aqueles que ainda se encontram num estágio diferente do humano e de que cada gesto de amor para com aqueles que nos rodeiam sempre tem repercussão no Universo. Foi grande a consolação que sentimos e, mais uma vez, agradecemos aos céus, reconhecendo a grandeza do Criador.

Vejam o artigo de Irvênia Luiza de Santis Prada

PROF. CATEDRÁTICA DE NEUROANATOMIA ANIMAL que nos FALA SOBRE A "ALMA DOS ANIMAIS"

http://www.ameporto.org/pt/entrevistas/irvenia.htm

7 comentários:

  1. Nossa, Joana, que impressionante e maravilhoso esse relato!

    Acredito mesmo que o Lindo possa ter servido, de alguma forma, como uma espécie de 'médium' para a Pretinha, que certamente passou algum tempo ainda junto a vcs após seu desencarne!

    Sabe, agora vc falando isso creio realmente que algo semelhante aconteceu em minha casa, pois um pouco depois do desencarne de uma cadela que nós tínhamos, a filha dela passou alguns dias com uns comportamentos parecidos, voltando ao normal tempos depois. Talvez tenha ocorrido o mesmo fenômeno.

    Cada vez mais vejo que temos ainda muito o que aprender, especialmente com os animais! E devemos mesmo agradecer a Deus pelas oportunidades que Ele nos concede!

    Abraços fraternos! :)

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  2. Olá Joana.
    Post muito bonito. Pensei logo nos gatos que tive em casa, e na maravilhosa cadelinha pastora alemã.
    Beijos do Eduardo

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  3. Irmãos..preciso muito de um consolo espeiritual para aceitação da ida da minha cadelinha de 14 anos, na qual dividia a mainha cama com ela...minha vida perdeu o sentido...quando eu morrer existe a possibilidade de reencontrar com minha menina:Deus seria injusto de isto não acontecesse...é um amor incondicional....estou sem chao e sem sentido de viver...palavra alguma me conforta.Me ajudem
    efnlopes@hotmail.com

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  4. Olá Erica
    Compreendo a sua dor, pois também eu já perdi alguns animais e nós afeiçoamo-nos muito a eles, não é?

    Este assunto sobre os animais ainda tem muitos pontos de interrogação, mas todos conhecemos a história da reencarnação do “Pedrito” de Chico Xavier que voltou para os braços do seu dono.

    Também a Veterinária e professora de Universidade de São Paulo Drª Irvênia Prada nos fala sobre a linda história do irmão de Chico que, antes de desencarnar, recomendou ao irmão que tomasse bem conta do seu cão, o Lord. Quando, já velhote, o cão desencarnou, Chico viu o irmão vir buscar o Lord e levá-lo em seus braços. Mais tarde, sempre que o irmão lhe aparecia, Chico via o Lord deitado a seus pés.

    Estou plenamente convencida de que o amor que dedicamos a um ser jamais se perderá. Se no mundo espiritual viajamos pelo pensamento, seremos atraídos para os lugares onde se encontra o nosso coração.

    Posso indicar-lhe para mais informação várias fontes bastante elucidativas e consoladoras, muitas delas já referenciadas neste blog:

    - Artigo de Irvênia Luiza de Santis Prada
    prof. catedrática de neuroanatomia animal que nos fala sobre a "alma dos animais"
    http://www.ameporto.org/pt/entrevistas/irvenia.htm


    - programa 39 do Canal 3 no www.tvcei.com
    Com a Veterinária e professora de Universidade de São Paulo Drª Irvênia Prada

    No post http://ideiaespirita.blogspot.com/2008/01/os-nossos-animais.html, veja também a bibliografia deixada por uma amiga e leitora assídua deste blog.

    E, sobretudo, não deixe de comparecer para desabafar e trocar ideias. Faz bem à alma e será sempre bem vinda.

    Um abraço

    Joana

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  5. Olá Joana e todos visitantes.Venho apenas agradecer pela mensagem tão confortante e testemunhar que de fato minha cadelinha me vistou esta noite...foi algo mágico, eu não estou ficando louca.Me lembro perfeitamente que não foi sonho,porém algo não me deixava abrir os olhos, eu senti e escutei a presença dela,foi muito ,mais muito confortante...
    Escutei o barulho das unhas das patinhas dela pelo chão,rapidinho como sempre foi o costume, ela levantou as patinhas e me cheirou,senti a respiração dela....logo deu o salto,subiu e se remecheu no meu ededron....novamente desceu e se foi...eu fiquei com o cheirinho e o som das patinhas...algo inexplicável e muito confortante, após o acontecimento sonhei com várias situações espirituais que tenho desde criança...algo que tenho até medo de deixar fluir.Mas não é o caso...so sei que posso testemunhar com muito orgulho que eu tenho CERTEZA que nossos bichinhos tão amados não se acabam simplesmente....a gente reencontra sim, e um dia para a eternidade.
    Obrigada.
    Erica Lopes

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  6. sempre tive animais de estimação, fico emocionada ao saber q terei a possibilidade de reencontrar meus filhos do coração, ano passado, um dos meus cats se foi, já com 11 anos.. se eu reencontrar todos eles serão mais animais q gente! rs

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  7. Os amigos espirituais dizem sempre que a nossa família no mundo dos espíritos é enormíssima, pelo que não corre, certamente, esse risco!rs

    Mas, de facto, por mais que o tempo passe recordamos com saudade os nossos animais.

    Um abraço
    Joana

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