quinta-feira, 24 de maio de 2007

Ser Espírita e/ou médium

Hoje, encontrei no vidro do meu carro um folheto bem exemplificativo da confusão generalizada que existe na nossa sociedade, sobre o que é ser espírita.
Mais um que vem corroborar o que afirmei no meu primeiro post (Porque…). Também se anuncia como espírita (?!), prometendo cura para todos os males (amor, inveja, mau olhado, magia negra, negócios…) e anunciando venda de talismãs, amuletos, amarrações….
É possível que este pretenso médium contacte com espíritos? É. Porque ser médium, não é ser ESPÍRITA (Ver post sobre Mediunidade). E espíritos, há-os em todos os graus de adiantamento moral. Espíritos que se prestam a fazer serviços espirituais em troca de coisas materiais são entidades pouco elevadas, que nada de bom podem trazer aos que os procuram.
Se é verdade que a doutrina espírita não procura granjear adeptos, muito menos perseguir quem quer que seja, não é menos verdade que não pudemos deixar que charlatães fiquem impunes e se sirvam duma doutrina respeitável para explorarem os sentimentos de terceiros, aproveitando-se da sua angústia para ganharem dinheiro.
É preciso desmistificar e esclarecer, para que pessoas em desespero não tropecem em vendedores de ilusões e lucros fáceis.

O Espírita não professa nenhuma religião, não pertence a seitas, não pratica rituais, não invoca espíritos, não promete curas milagrosas, não se veste com trajes especiais nem usa amuletos, colares, velas, incensos… quando se propõe ajudar quem lhe pede ajuda para os problemas que o afligem.

As palavras "espírita" e "espiritismo" surgiram em 1857, na França, pelo codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, para que a doutrina, se não confundisse com outros termos, já existentes.
Todos os que acreditam na existência do espírito são espiritualistas, mas não necessariamente espíritas.
Espírita é aquele que estuda e tenta seguir os postulados da doutrina, auxiliando GRATUITAMENTE a quem o procura, inspirando-se no exemplo de Jesus.
Portanto, não vá em conversas mais ou menos aliciantes que oferecem milagres!!!
Se necessita de ajuda, dirija-se a um centro espírita onde se pratica a CARIDADE e onde encontrará boa-vontade e desejo de auxílio ao próximo, encontrando, simultaneamente, esclarecimento para as dúvidas que o atormentam.
Nunca serão objecto de troca a aquisição da tranquilidade e da paz de espírito!!!

O espiritismo é uma doutrina científico - filosófica de consequências morais. Como ciência investiga os factos espíritas, estuda a natureza, a origem e o destino dos espíritos e as relações existentes entre o mundo espiritual e o mundo corpóreo. Como filosofia compreende todas as consequências morais que resultam dessas relações.
ver aqui:
http://blog-espiritismo.blogspot.com/search/label/a%29%20Perguntas%20frequentes


Obras fundamentais para se conhecer o espiritismo:

- O Livro dos Espíritos;
- O Evangelho segundo o Espiritismo;
- O Céu e o Inferno;
- A Génese;
- O Livro dos Médiuns.

5 comentários:

  1. Cara amiga Joana:

    Na continuação do tema que está a desenvolver neste ‘post’, junto lhe envio algo que lhe pode interessar, devido ao seu conteúdo que, acho importante, para si e para os seus leitores.

    Dado que actualmente muitos ‘médiuns’ desprezam e/ou adulteram os talentos que lhes foram transitoriamente concedidos, rendidos ao orgulho, ao egoísmo e à vaidade (que todos nós possuímos em maior ou menor grau, diga-se de passagem), resolvemos enviar--lhe uma comunicação de um Espírito Amigo sobre o assunto.

    Na noite de 20 para 21 de Maio de 2007 iniciámos nossa reunião, escolhendo ao acaso, como é habitual, uma lição do Evangelho Segundo o Espiritismo, do Capítulo XXI, (‘Falsos Cristos e Falsos Profetas’), a lição de Erasmo intitulada ‘Os falsos profetas da erraticidade’.

    Tivemos dificuldade em ler a lição e foi com um certo esforço que o fizemos, dada a sonolência que nos incomodou o tempo todo. A todos nós, os participantes na reunião. Só posteriormente é que pudemos interpretar o porquê dessa sonolência.

    Manifestou-se um Espírito Amigo, em nossa reunião e, após a sua comunicação, um Espírito familiar nos esclareceu, que o Espírito Amigo se manifestou para grande assembleia de espíritos encarnados presentes, em desprendimento durante o sono.

    Compreendemos, então, após ouvirmos a gravação da comunicação, que a sonolência que sentimos, nos era transmitida por espíritos encarnados presentes, numa autêntica reacção de fuga (às responsabilidades e a si próprios).

    Manuel


    Transcrevemos, em seguida, a comunicação psicofónica, cujo conteúdo constitui um alerta para todos nós, em geral e para os ‘médiuns’, em particular.



    “Meus amigos

    Sois aqueles que desceram à Terra num dia de bênçãos infinitas, derramadas em vossos corações, impulsionando vossas vontades para melhorardes, para aplicardes em concreto vosso aprendizado, as lições que incorporastes em vosso espírito. E partistes, mais uma vez, para o Planeta Bendito.

    Lembrai-vos meus amigos. Recuai. Visualizai esse dia marcante em vossas vidas e os dias que o antecederam, onde, convictos das vossas missões, confiantes em vossas forças e em vosso amor a Deus, jurastes a vós mesmos cumprir o melhor que pudésseis, a Sua Vontade, levando a palavra de Jesus a todos os cantos do Planeta.

    Missão difícil, mas fundamental, nos tempos em que decidistes encarnar. Tempos rápidos. Tempos em que impera o consumismo desenfreado, as leituras de bolso, os desejados milagres repentinos “solucionando” tantos problemas existenciais.

    Fácil se torna, meus amigos, deixar-se iludir pelo elogio. Vede. Vede como vos mostrais ufanos, alegres, julgando o vosso trabalho bem realizado. Mas, olhando em vossos interiores, não encontrais mais do que o orgulho e a satisfação pessoal de serdes reconhecidos publicamente, de serdes ouvidos com atenção, de serdes acarinhados interesseiramente, ou por ignorância, trazendo para vossos espíritos endividados maiores responsabilidades pelos enganos que cometeis e pelos enganos a que conduzis outros que, um dia, pela lei da acção e da reacção, tereis de reencaminhar.

    Sim, meus amigos, muitos falsos profetas desceram e viveram no mundo. Muitos falsos profetas desceram ainda mais no mundo, proclamando na actualidade leis absurdas, filosofias ilusórias que apenas retardam o progresso tão ansiado, a iluminação das mentes e o encontro com Jesus.

    Reflecti, meus amigos. A hora é chegada, da vossa derradeira decisão. Não podeis adiar mais. Não podeis iludir-vos. A última hora será tarde para a decisão. É hoje, a partir de agora, que deveis mudar vosso caminho, pois Jesus nada cobrou pelos seus ensinamentos. Não mistificou, não retirou responsabilidades individuais, criando facilidades enganadoras. Não incentivou ao prazer e sim à meditação, à reflexão de nossos erros e à correcção das nossas atitudes, erguendo o olhar para Deus, nosso Pai.

    A mediunidade, meus amigos, vos foi entregue para auxiliardes a todos os necessitados que de vós se aproximam. Para ensinardes os caminhos mais correctos a escolher por vossos irmãos. Nada deveis cobrar em troca, porque já recebeis por esse trabalho em centuplicado.

    Fugi das projecções sociais que tantas perdas têm provocado. Não queirais o brilhantismo dos grandes salões, porque encontrareis, em mais um regresso, apenas casebres nas vossas aquisições morais e espirituais.

    É chegada a hora, meus amigos. O mundo evolui. Ao nosso Planeta têm aportado grandes cientistas que produzem em laboratórios especializados grandes descobertas nas várias áreas, trazendo à Humanidade conforto e mais conforto como nunca antes se viu. Cura para doenças antes consideradas incuráveis. Aumento da visão do Universo em ritmo acelerado, deixando a Humanidade estonteada à medida que esse conhecimento é divulgado. As grandes organizações humanitárias surgem um pouco por todo o planeta, levando o consolo e o auxílio que se fazem necessários a grande parte dos povos em sofrimento. Missionários abnegados surgem de todos os cantos, proclamando a Verdade, implorando a urgência da mudança da sociedade do lucro em prol dos mais pobres, dos indesejados, dos esquecidos pela comunicação social, mas que morrem ainda aos milhões.

    Meditai, meus amigos. O Mundo está em mudança. Se recuarmos aos séculos anteriores verificareis que nunca houve uma época semelhante à que agora encontrais. Deveis salvaguardar as aquisições já adquiridas, passe o pleonasmo. Valorizar o que encontrais de positivo ao vosso redor e tentar eliminar a dor, a ignorância e a descrença, na medida das vossas possibilidades, aumentando a vossa fé num porvir melhor para todos e para vós mesmos.

    Ficai em Paz meus amigos e que as luzes da esperança encham vossos corações e que a vossa vontade se reforce, alterando vossas atitudes, no amanhã que se aproxima.


    Um Espírito Amigo

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  2. Olá Manuel

    De facto, o conteúdo desta mensagem faz-nos meditar a todos, confirmando o "dai de graça o que de graça recebestes".

    Gostei especialmente da imagem que refere as ilusões terrenas dos "grandes salões" em contraposição com as nossas aquisições espirituais duma vida inteira e que se resumem a simples "casebres"...

    Sei que o conteúdo duma mensagem é fundamental, mas para acrescentar-lhe credibilidade, poderia o Manuel indicar, para além da data, o local onde ela foi recebida, eventualmente, o nome do médium?

    Poderá fazê-lo directamente para o contacto, indicado no blog.

    Agradeço antecipadamente

    Joana

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  3. SINTOMAS DE MEDIUNIDADE

    A mediunidade é faculdade inerente a todos os seres humanos, que um dia se apresentará ostensiva mais do que ocorre no presente momento histórico.

    À medida que aprimoram os sentidos sensoriais, favorecendo com mais amplo cabedal de apreensão do mundo objectivo, amplia-se a embrionária percepção extra física, ensejando o surgimento natural da mediunidade.

    Não poucas vezes, é detectada por características especiais que podem ser confundidas com síndromes de algumas psicopatologias que, no passado, eram utilizadas para combater a sua existência.

    Não obstante, graças aos notáveis esforços e estudos de Allan Kardec, bem como de uma plêiade de investigadores dos fenómenos paranormais, a mediunidade vem podendo ser observada e perfeitamente aceita com respeito, face aos abençoados contributos que faculta ao pensamento e ao comportamento moral, social e espiritual das criaturas.

    Subtis ou vigorosos, alguns desses sintomas permanecem em determinadas ocasiões gerando mal-estar e dissabor, inquietação e transtorno depressivo, enquanto que, em outros momentos, surgem em forma de exaltação da personalidade, sensações desagradáveis no organismo, ou antipatias injustificáveis, animosidades mal disfarçadas, decorrência da assistência espiritual de que se é objecto.

    Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela variedade da sintomatologia, têm suas raízes em distúrbios de mediunidade de prova, isto é, aquela que se manifesta com a finalidade de convidar o Espírito a resgates aflitivos de comportamentos perversos ou doentios mantidos em existências passadas. Por exemplo, na área física: dores no corpo, sem causa orgânica; cefalalgia periódica, sem razão biológica: problemas do sono – insónia, pesadelos, pavores nocturnos com sudorese; taquicardias, sem motivo justo; colapso periférico sem nenhuma disfunção circulatória, constituindo todos eles ou apenas alguns, perturbações defluentes de mediunidade em surgimento e com sintonia desequilibrada.

    No comportamento psicológico, ainda apresenta-se: ansiedade, fobias variadas, perturbações emocionais, inquietação íntima, pessimismo, desconfiança generalizada, sensações de presenças imateriais – sombras e vultos, vozes e toques – que surgem inesperadamente, tanto quanto desaparecem sem qualquer medicação, representando distúrbios mediúnicos inconscientes, que decorrem da captação de ondas mentais e vibrações que sincronizam com o perispírito do enfermo, procedentes de Entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas pela necessidade de refazimento dos conflitos em que ambos – encarnados e desencarnados – se viram envolvidos.

    Esses sintomas, geralmente pertencentes ao capítulo das obsessões simples, revelam presença da faculdade mediúnica em desdobramento, requerendo os cuidados pertinentes à sua educação e prática.

    Nem todos indivíduos, no entanto, que se apresentam com sintomas de tal porte, necessitam de exercer a faculdade de que são portadores. Após a conveniente terapia que é ensejada pelo estudo do Espiritismo e pela transformação moral do paciente, que se fazem indispensáveis ao equilíbrio pessoal, recuperam a harmonia física, emocional e psíquica, prosseguindo, no entanto, com outra visão da vida e diferente comportamento, para que não lhe aconteça nada pior, conforme elucidava Jesus após o atendimento e a recuperação daqueles que O buscavam e tinham o quadro de sofrimento revertido.

    Grande número, porém, de portadores de mediunidade, tem compromisso com a tarefa específica, que lhe exige conhecimento, exercício, abnegação, sentimento de amor e caridade, a fim de atrair os Espíritos nobres, que se encarregam de auxiliar a cada um na desincumbência do mister iluminativo.

    Trabalhadores da última hora, novos profetas, transformando-se nos modernos obreiros do Senhor, estão comprometidos com o programa espiritual da modificação pessoal, assim como da sociedade, com vista à Era do Espírito imortal que já se encontra com os seus alicerces fincados na consciência terrestre.

    Quando, porém, os distúrbios permanecerem durante o tratamento espiritual, convém que seja levada em conta e psicoterapia consciente, através de especialistas próprios, com o fim de auxiliar o paciente-médium a realizar o auto descobrimento, liberando-se de conflitos e complexos perturbadores, que são decorrência das experiências infelizes de ontem, como de hoje.

    O esforço pelo aprimoramento interior aliado à prática do bem, abre os espaços mentais à renovação psíquica, que se enriquece de valores optimistas e positivos que se encontram no bojo de Espiritismo, favorecendo a criatura humana com alegria de viver e de servir, ao tempo que a mesma adquire segurança pessoal e confiança irrestrita em Deus, avançando sem qualquer impedimento no rumo da própria harmonia.

    Naturalmente, enquanto se está encarnado, o processo por meio dos factores que constituem a argamassa celular, sempre possível de enfermidades, de desconcertos, de problemas que fazem parte da psicosfera terrestre, face à condição evolutiva de cada qual.

    A mediunidade, porém, exercida nobremente se torna uma bandeira cristã e humanitária, conduzindo mentes e corações ao porto de segurança e de paz.

    A mediunidade, portanto, não é um tratamento do organismo.

    O seu desconhecimento, a falta de atendimento aos seus impositivos, geram distúrbios que podem ser evitados, ou quando se apresentam, receberem a conveniente orientação para que sejam corrigidos.

    Tratando-se de uma faculdade que permite o intercâmbio entre os dois mundos – o físico e o espiritual – proporciona a captação de energia cujo teor vibratório corresponde à qualidade moral daqueles que as emitem, assim como daqueloutros que as captam e as transformam em mensagens significativas.

    Neste capítulo, não poucas enfermidades se originam desse intercâmbio, quando procedem as vibrações de Entidades doentias ou perversas, que perturbam o sistema nervoso dos médiuns incipientes, produzindo distúrbios no sistema glandular e até mesmo afectando o imunológico, facultando campo para instalação de bactérias e vírus destrutivos.

    A correcta educação das forças mediúnicas proporciona equilíbrio emocional e fisiológico, ensejando saúde integral ao seu portador.

    É óbvio que não impedirá a manifestação dos fenómenos decorrentes da Lei de Causa e Efeito, de que necessita o Espírito no seu processo evolutivo, mas facultará a tranquila condução dos mesmos sem danos para a existência, que prosseguirá em clima de harmonia e saudável, embora os acontecimentos impostos pela necessidade da evolução pessoal.

    Cuidadosamente atendida, a mediunidade proporciona bem-estar físico e emocional, contribuindo para maior captação de energias revigorantes, que alçam a mente a regiões felizes e nobres, de onde se podem aurir conhecimentos e sentimentos inabituais, que aformoseiam o Espírito e o enriquecem de beleza e de paz.

    Superados, portanto, os sintomas de apresentação da mediunidade, surgem as responsabilidades diante dos novos deveres que irão constituir o clima psíquico ditoso do indivíduo que, compreendendo a magnitude da ocorrência, crescerá interiormente no rumo do Bem e de Deus.

    (Manoel Philomeno de Miranda - Página psicografada pelo médium DIVALDO FRANCO)

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  4. Livro ARDUA ASCENSÃO, de Victor Hugo (Divaldo Franco),Cap. 8, Reflexões e esclarecimentos oportunos:

    "A mediunidade se expressa através dos órgãos físicos, todavia, é faculdade da alma, com finalidades ético-morais de grande alcance, objetivando o aprofundamento dos valores do Espírito, num ministério que se deve caracterizar pela elevação dos sentimentos e cultivo da mente.

    Ao médium sincero, que pretende o equilíbrio e a elevação a serviço da vida, cabem os deveres do estudo da faculdade com o conveniente aprimoramento moral, sem o que desvirtua a função paranormal, tornando-se fácil presa das Entidades vulgares, de baixo teor vibratório, que o envolvem, dele fazendo instrumento da frivolidade, a um passo do ridículo, ou desconcertam-lhe a linha normal do comportamento, conduzindo-o à alucinação através da grave urdidura de rude obsessão.

    No exercício da mediunidade, não se pode postergar o elevado compromisso do autoburilamento, a pretexto algum. Não é lícito dizer-se 'fica para outra vez' porque, dever adiado, oportunidade perdida.

    Compromisso que se assume antes do renascimento corporal, faz parte do esquema evolutivo, num campo de vasta responsabilidade, mediante cuja ação se logram os resultados correspondentes ao uso de que se reveste.

    Referimo-nos à mediunidade e aos médiuns sérios, comprometidos com programas superiores da vida, não vinculados às disputas da vulgaridade e dos interesses imediatistas, que primam, estes, pelo egoísmo disfarçado e pela vaidade mal oculta, que disputam na praça das vacuidades, o relevo e a glória de coisa nenhuma.
    (...)
    Ninguém atinge as alturas sem conquistar as baixadas, não sendo lícito pairar-se acima das circunstâncias mortificadoras sem as ter vivido, superando-as a penas de renúncia e engrandecimento moral.

    Quem disputa mesquinharias, imanta-se às paixões vulgares.

    Todavia, quem aspira às glórias siderais, liberta-se das algemas redentoras da retaguarda.

    Não obstante, todo avanço exige esforço, perseverança e altivez moral. O intento não basta, o desejo é, apenas, anseio que o sacrifício e a firmeza de ideal tornam realidade.

    De caso pensado o medianeiro do bem não olha para trás, não se lamenta, não exige, porfiando em alcançar a meta por que almeja, qual ocorre com os idealistas de qualquer ramo da arte superior de viver."

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  5. Ser Médium

    A mediunidade é registro paranormal que se encontra ínsito na criatura humana, à semelhança da inteligência, da razão.
    Todo indivíduo que conscientemente ou não, capta a presença de seres espirituais é portador de mediunidade, cabendo-lhe a tarefa de desdobrar os recursos parafísicos, através de conveniente educação, graças à qual se tornará instrumento responsável para o ministério superior a que a mesma se destina.
    Inicialmente confundida com várias patologias, sejam de ordem mental ou orgânica, a mediunidade fez-se meio para demonstrar o equívoco em que teimavam permanecer os seus adversários gratuitos ou os investigadores apressados.
    Caracterizando uma função sempre presente no homem em todas as épocas, só a partir de Allan Kardec passou a receber estudo profundo e consideração, vindo, então, a ocupar o lugar que lhe é devido, como ponte para o intercâmbio entre os espíritos de ambos os lados da vida com aqueles que se encontram mergulhados na mesma faixa das percepções psíquicas no corpo físico.
    Espontânea, surge em qualquer idade, posição social, denominação religiosa ou cepticismo no qual se encontre o indivíduo.
    Normalmente chama a atenção pelos fenómenos insólitos de que se faz portadora, produzindo efeitos físicos e intelectuais, bem como manifestações na área visual, auditiva, apresentando-se com gama variada conforme as diversas expressões intelectuais, materiais e subjectivas que se exteriorizam no dia-a-dia de todos os seres humanos.
    Direccionando a observação para as ocorrências inabituais que lhe sucedam, o médium descobre um imenso veio aurífero que, penetrado, brinda-o com gemas de inapreciável qualidade.
    Assim como o mergulhador educa a respiração para descer nas águas profundas onde espera encontrar ostras raras, portadoras de pérolas incomuns, o médium tem o dever de disciplinar a mente, a fim de aprofundar-se no oceano íntimo e dali arrancar as preciosidades que se encontram engastadas na concha bivalve das aspirações morais e espirituais.
    Às vezes, quando do aparecimento da mediunidade, surgem distúrbios vários, sejam na área orgânica, através de desequilíbrios e doenças, ou mediante inquietações emocionais e psiquiátricas, por debilidade da sua constituição fisio-psicológica.
    Não é a mediunidade que gera o distúrbio no organismo, mas a ação fluídica dos espíritos que favorece a distonia ou não, de acordo com a qualidade de que este se reveste.
    Por outro lado, quando a acção espiritual é salutar, uma aura de paz e de bem-estar envolve o medianeiro, auxiliando-o na preservação das forças que o nutrem e sustentam durante a existência física.
    A educação ou desdobramento mediúnico objectiva ampliar o campo de realização paranormal, porquanto, através dos recursos próprios, tem a especial finalidade de instruir os homens, realizar a iluminação de consciências, facultar o ministério da caridade, pelas possibilidades que proporciona aos desencarnados em aflição de terem lenidos os sofrimentos, as mágoas, a ignorância...
    A faculdade de ser médium, própria dos seres inteligentes, constitui um superior instrumento de serviço ao alcance de todos, dependendo de cada um atender-lhe a presença orgânica ou ignorá-la, apurando-lhe a sensibilidade ou perturbando-lhe o mister, deixando-a ao abandono, aí correndo riscos de ser utilizada por entidades perversas ou levianas que se encarregarão de perturbá-la, entorpecê-la ou torná-la meio de desequilíbrio para o próprio médium como para aqueles que o cercam.
    Não é, portanto, o ser médium ou não, mas a conduta que este se aplique que atrairá mentes que se irradiam no mesmo campo de vibrações especiais.
    Swedendorg, ao perceber a presença da mediunidade, cientista e culto, não tergiversou em estudar a faculdade e dedicar-se ao seu exercício, brindando a humanidade com valioso património de sabedoria, esperança e paz.
    Edgar Cayce, constatando a manifestação mediúnica de que se tornou objecto, aplicou-se ao labor pertinente e auxiliou dezenas de milhares de pacientes que lhe buscaram o socorro...
    Adolf Hitler, depois de frequentar o Grupo Thule, de fenómenos mediúnicos, dirigido por Dietrich Eckhart, em Berlim, ensandeceu-se, e, fascinado, acreditou-se a "mão da Providência", tornando-se destruidor de milhões de vidas e responsável por males incontáveis, que ainda permanecem na Terra...
    A mediunidade, em si mesma, não é boa nem é má, antes, apresenta-se em carácter de neutralidade, ensejando ao homem utilizá-la conforme lhe aprouver, desse uso derivando os resultados que acompanharão o medianeiro até o momento final da sua etapa evolutiva no corpo.•

    Médiuns e Mediunidades / Divaldo Franco e Vianna de Carvalho

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