Luiz Sérgio II
(continuação-1): O “Santo Luiz Sérgio”
[...] Não havia ninguém na sala. Fomos ao quarto. Divisei, de imediato, uma fotografia minha recortada do livro "O Mundo Que eu Encontrei", com flores e velas.
A jovem senhora estava orando. Pedia para todos, pois junto ao meu retrato haviam outros de espíritos de grande hierarquia, sendo eu um dos menores. Coloquei a mão na testa e disse para mim mesmo:
"O que vou fazer aqui? Sai dessa, Luiz Sérgio!"
Voltei-me para a porta e vi os dois orientais fazendo guarda. O Ocay orava e ondulações vibratórias inundavam todo o ambiente. Acerquei-me da irmã que tanto me queria e percebi que o seu desejo era a compra de um imóvel. Orava pedindo a todos e a mim com mais devoção. Fiz uma prece. Ela sentiu um arrepio e disse:
-Virgem Maria! Hoje a vibração está pesada; parece que alguém quer se passar por Luiz Sérgio. Pensa que me engana. Como já conheço este garoto... ele adora este recanto. Fica comigo e me ajuda em tudo o que desejo.
Olhou as outras estampas e sorrindo como se conversasse com elas, falou:
- Eu amo a todos, mas ele é mais meu amigo.
Tive muita pena daquela irmã. Lembrei-me da minha ficha de trabalho e li:
"Fazer a irmã encontrar o caminho de Jesus para aproximá-la do Pai".
Não posso descrever o que mais havia naquele quarto. Afaguei os seus cabelos, e que me perdoe Ocay, ela se arrepiou toda. Orava pedindo por ela. Sentei-me no chão fitando aquela criatura pedindo para o meu espírito ajudá-la e me senti muito estranho. Será que eu podia ajudá-la? Pensei:
"Eu posso, sim. Por que não o fazer?"
- Vamos olhar depois no nosso "tanngee" o que vai acontecer se nós dermos o que ela deseja, observou Ocay.
Estava ficando nervoso. Fiz uma oração que aprendi quando desencarnei. Uma amiga que me ajudou muito me ensinou:
"Jesus, aqui estou, com esperança de evoluir para chegar ao Pai.
Ajuda-me, Senhor, meu amigo, a ter coragem para deixar e esquecer as coisas da Terra, encontrar na espiritualidade o meu novo lar e dentro dele lutar para a paz em todos os lares.
Assim seja. "
Pedi a Ocay para passar o dia com ela, pois que o tinha livre para aquele serviço. Ele respondeu:
- Luiz Sérgio, não tenha pressa. Muitas vezes viremos aqui.
Este é um trabalho demorado. O semeador escolhe a semente, procura boa terra, trata-a limpando-a, adubando-a e, em época certa, faz o plantio. Depois, com calma, espera germinar e dar sinal de vida. Assim faz o bom semeador.
- Meu jovem amigo, os irmãos da guarda vão deixar alguém entrar. Vamos orar.
Alguns minutos depois, vimos entrar um espírito alegre, mas cheio de pontos escuros.
(Continua)
Mário
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