sábado, 16 de agosto de 2008

A mediunidade ao serviço



Viviam-se tempos bastante conturbados no ano de 2006, com a Guerra do Iraque no seu apogeu, com uma grande quantidade diária de mortos (estima-se que nestes cinco anos tenham morrido um milhão de pessoas desde o início do conflito, há 5 anos, embora se fale em 100 mil mortos confirmados) e que ainda continua a dizimar centenas de pessoas.

A azáfama era grande no mundo espiritual, por parte dos voluntários que acorriam em auxílio dos milhares de desencarnados que aportavam ao outro lado da vida, ainda sem perceber o que lhes tinha acontecido e enlouquecidos de dor e de ódio, pelas lutas sangrentas desencadeadas.
Nos centros espíritas solicitava-se há muito ajuda no trabalho e socorro aos aflitos, através da oração pela paz e do oferecimento para as manifestações possíveis daqueles que se encontravam em condições de ser auxiliados dessa forma. Muitos eram os sofredores que chegavam às reuniões, tresloucados e cujo benefício recebido passava “apenas” por breves segundos de incorporação no médium, devido aos fluidos pesados que transportavam.

Os orientadores espirituais incentivavam todos os participantes à melhoria dos pensamentos que cultivavam e alertavam para a necessária mudança vibratória do planeta, que a cada um responsabilizava.

Como muitos sabem, a aproximação do desencarnado ao médium inicia-se, por vezes, horas antes da reunião começar para facilitar a afinidade fluídica entre ambos e viabilizar, desse modo, o auxílio pretendido na hora programada.
Assim, na tarde do dia 15 de Fevereiro, um dos elementos do grupo foi invadido por um grande mal-estar, a ponto de alguns elementos se terem reunido de emergência para realizar uma reunião, pelas 18,30 da tarde.
O que sucedera é que a dado momento duma conversação descontraída, a médium sentiu um impulso repentino de atirar a cabeça para trás, revirando os olhos, (o que controlou), sentiu perda total de forças para mexer os membros do corpo, (apesar de consciente) sentia que não dominava o corpo e a fala, verificando-se que, apesar do esforço, estava afónica e sem reacção, quase apática e desequilibrava-se facilmente.
A pouco e pouco, os movimentos foram-se recobrando, mas a rouquidão permaneceu até à 2ª oração da noite, em que, já terminados os trabalhos, se apresentou completamente límpida, deixando todos surpreendidos, por se julgar tratar dum sintoma físico.

Do Evangelho, aberto “ao acaso”, lemos a “Parábola da Figueira Seca”.

A lição incluída no CAPÍTULO XIX - A FÉ TRANSPORTA MONTANHAS – trata do poder que possui aquele que CONFIA e da função do médium que é colocar-se ao serviço, assumindo, porque compreende, o dever de auxílio ao próximo, sem pensar em si próprio e nos sacrifícios que envolvem essa responsabilidade acrescida.

A mensagem psicografada chegou no final da reunião dessa tarde, abordando precisamente o tema:


"Médiuns, divinos interpretes do Senhor quanto deveis à vida, quantas promessas haveis feito, quantos desejos de evolução essas mesmas promessas vos moveram, movem e moverão por todos os tempos que ainda vos falta cumprir na Terra.

Cultivai, meus amigos, cultivai vosso terreno fértil de dores e dores e padecimentos. Tantas provas expiadas, tanto trabalho em lavrar vosso espírito arando vossa alma, torturando-a e preparando-a assim para a sementeira futura.
Chegou a hora, meus amigos de lançar sementes duradoiras, persistentes fortificadas no sofrimento, nas muitas provas já ultrapassadas.

Não desperdiceis essa hora, a Terra está pronta, evitai as conversas fúteis, o tempo gasto em inutilidades, na satisfação dos desejos mundanos. Cultivai vosso terreno, pois ele se impregnou durante séculos da Fé no Criador, da Esperança na Vida Eterna e da Caridade com todos os sofredores vossos irmãos e da respectiva Caridade para com todos que é a expressão máxima do AMOR MAIOR. "
Irmão X

Mensagem psicografada: 15/02/06, 18h30min
O mais interessante é que na reunião semanal, marcada para essa mesma noite, saiu exactamente a mesma lição, sem que o dirigente dos trabalhos tivesse conhecimento do ocorrido durante a tarde. Também isso não faria qualquer diferença, pois esperamos SEMPRE que o orientador espiritual dos trabalhos seleccione o tema a tratar, conduzindo a abertura do “Evangelho Segundo o Espiritismo”.
Manuel
Grupo "Amigo Amen"
Santa Maria

No post seguinte colocaremos a mensagem recebida, após o comentário da mesma parábola.

2 comentários:

  1. Depois desta parábola da Figueira Seca procurei informações, textos,audios partilhados na net na maioria sobre palestras, seminários e teorias sobre o tema. Procurei a minha versão da parábola... ainda procuro a que me encaixa. A árvore que todos esperam que frutifique e alimente populações de homens e um número maior e animais como pardais, insectos, ect. A àrvore fecunda que alimenta até os que não vemos ou valorizamos. Se o homem pode ser a árvore fecunda que poderá alimentar até aqueles que não imaginamos... A responsabilidade é imensa. Viver na expectativa de alimentar e mudar o mundo...Profundo! Expectativa alta que trás o receio de falhar... e esse falhanço pode vir a sentir-se real e aí a figueira seca... o medo. O medo é o maior meio de falhar a frutificação da árvore que há em nós. O medo é saudável na medida que nos programa para a subrevivencia, mas é também o maior responsável para a não concretização adequada de missões de vida. o Conhecimento é responsabilidade e essa responsabilidade é um dos frutos da nossa árvore, no momento que o medo/receio se intrepõe na frutificação da missão duma vida... A parabola é linda, profunda. Foi revelada à séculos a povos que se julgavam avançados preparados para a entender mas o homem é assim! por vezes só consegue ver,ouvir o que está na sua linha de interesse, o resto até pode ficar de semente para o futuro. Semente é o futuro e a figueira não fica totalmente seca irreparável...Há sempre esperança num futuro melhor e diferente e que o medo que secou a figueira se transforme em sabedoria para ajudar os que ainda vivem pela primeira vez o medo da missão/árvore fecunda. E isso é a felicidade que Deus nos deu para nos motivar a ser cada vez mais fortes. E há quem diga que a felicidade é todo o caminho, esforço para ultrapassar obstaculos para atingirmos os nossos objectivos, vencermos os medos e motivar-nos para criar mais sonhos para que a árvore da vida se mantenha sempre fecunda e viva.

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  2. Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo" encontrará também a explicação desta Parábola, no Capítulo XIX. É fácil de encontrar na Net (no meu blog há vários links, em Downloads).
    A figueira que secou é o símbolo dos que podendo ser úteis, porque possuem os talentos, preferem nada fazer e, portanto, acabarão por "secar por dentro", tal como a figueira.
    Aos médiuns que vieram com a responsabilidade acrescida de auxílio ao próximo, por compromissos assumidos antes da reencarnação, mais lhes será exigido, caso não se doem de coração.
    Tem razão ao afirmar que nada é irreparável e que, ao ultrapassar o medo que o aprisiona, o homem cumprirá a sua missão e à medida que adquire o conhecimento, amadurecendo interiormente, a sua responsabilidade por agir ou deixar de o fazer, também aumenta.

    Um abraço

    Joana

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