quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A Desencarnação II

Certo parece ser que não há duas desencarnações iguais, já que nesse processo influem alguns factores a ter em conta: o nível de evolução do espírito, o tipo de vida que levou na Terra, o estado de consciência espiritual em que se encontra, mas todos passamos por processos semelhantes e, tal como quando iniciamos uma viagem a paisagem começa a mudar aos nossos olhos, também à medida que o corpo enfraquece os seus sinais vitais, assim conseguimos observar e distinguir outros fenómenos que antes nos escapavam à observação; como se fôssemos detentores de antenas de alta frequência, passamos a captar imagens e sons do Mundo Espiritual que nos espera.
É assim que, muitas vezes, nos admiramos com comentários, para nós inusitados, do doente que se diz a ver chegar um familiar já falecido ou sorri, em meio ao sofrimento, afirmando-se tranquilo e quase feliz pela partida próxima - “Coitadinho, está tão mal que já delira!” - Atribuímos normalmente ao delírio a protecção que nos é enviada pelos céus.

No Livro “Obreiros da Vida Eterna” André Luiz segue numa equipa que tem como missão o auxílio a alguns desencarnados, cujas vidas se pautaram sempre pela prática do bem, merecendo, por isso, um tratamento mais acurado. Questionando o seu assistente sobre se todas as mortes são objecto de tantos cuidados, André Luiz compreende que alguns seres suscitam carinho especial, recebendo ajuda suplementar, mas que ninguém fica sem a assistência adequada por parte da espiritualidade no processo desencarnatório:

Nos múltiplos círculos evolutivos, há trabalhadores para a generalidade, segundo sábios desígnios do Eterno; entretanto, assim como existem cooperadores que se esforçam mais intensamente nas edificações do progresso humano, há missões de ordem particular para atender-lhes as necessidades.”
Capítulo XI –Amigos Novos-Pág. 173

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