A Desencarnação III
- O auxílio vem independentemente da religião professada, consoante o merecimento.
- Atraímos sempre os nossos afins e, próximos da morte, podemos contar com a sua presença.
Em Casa de Dimas
Dimas desencarnaria em breve vítima de cirrose hipertrófica. Havia dedicado meio século de existência a exercer as suas faculdades mediúnicas, em prol dos necessitados e o seu quarto, embora modesto, apresentava uma radiosa luminosidade, indicando a presença assídua de espíritos do bem.
“Agradavelmente surpreendido, reparei que o doente se apercebeu da nossa presença. Cerrou os olhos do corpo, enxergou-nos com a visão da alma e animou-se, sorrindo...”
O enfraquecimento físico atingira o ápice e Dimas conseguia deixar o aparelho corporal, de certo modo, com extraordinária facilidade.
Vendo-nos, perto do leito, pôs-se em ardente rogativa, pedindo-nos colaboração. Estava exausto, dizia; no entanto, mantinha-se calmo e confiado. (…)
Seguindo-se ao meu auxílio humilde, Jerônimo dirigiu-lhe palavras de encorajamento e prometeu voltar, mais tarde.
Dimas, enlevado, endereçava ao Céu comovedor agradecimento.
Em breves momentos, dois amigos espirituais dele vieram ter ao quarto, saudando-nos atenciosamente.”
in Obreiros da Vida Eterna de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz, Capítulo XI –Amigos Novos-pág. 175
Em Casa de Fábio
Fábio era um homem equilibrado e amante do dever, treinado na meditação e no estudo das questões transcendentes da alma, colaborador activo nas obras do bem, embora não possuísse mediunidade activa empenhava-se na aplicação de passes, em estreita ligação com o mundo espiritual. Encontrava-se em vésperas de desencarnar pela tuberculose de que padecia.
“Vários mentores de nossa colônia têm em alta conta o seu concurso.(…) Em virtude da perseverança no bem que lhe caracterizou as atitudes, sua libertação ser-lhe-á agradável e natural. Soube viver bem, para bem morrer. (…)
Fábio, a rigor, não precisava apoio para a fé que nutria. Revelava-se tranqüilo e confiante e, embora o abatimento, natural em seu estado, ia ensinando, aos seus, inesquecíveis lições de coragem e de valor moral.” pág.179
Em Casa de Albina
Senhora de avançada idade, Albina sofria do coração e era assistida pelas duas filhas no apartamento do elegante bairro em que vivia. Há muitos anos ligada ao culto presbiteriano, era dedicada na fé que cultivava e possuía grandes admiradores no mundo espiritual pelos trabalhos realizados na defesa do Evangelho.
“Mais uma vez, maravilhou-me a grandeza da fraternidade legítima, imperante na vida superior. Não se buscava o rótulo das criaturas, não se cogitava, em sentido particularista, de seus títulos religiosos ou sociais. Procurava-se o coração fiel a Deus, ministrava-se amparo reconfortador, sem qualquer preocupação exclusivista.”
O Assistente Jerônimo aproximou-se dela, tocou-lhe a fronte com a destra e Albina, de semblante iluminado e feliz ao contacto daquela mão bondosa e acariciante, exclamou para uma das companheiras que a assistiam:
– Eunice, dá-me a Bíblia. Desejo meditar um pouco.”
(…)
“Dispunha-se o Assistente a conversar conosco, evidenciando as formosas qualidades da enferma. quando alguém de nosso plano assomou à porta de entrada. Era dedicada amiga que vinha velar à cabeceira. Cumprimentou-nos, bondosa, com encantadora simplicidade.” págs. 180/181
Junto de Cavalcante
Homem de fé, Cavalcante, como padre da Igreja católica, tinha dedicado toda a sua vida ao serviço do próximo, não olhando a sacrifícios para acudir a quem dele necessitasse. Encontrava-se recolhido numa cama dum hospital gratuito, abandonado pela família que não compreendia o seu desapego às coisas materiais da existência. Todavia, não fora esquecido pela espiritualidade que, como reconhecimento por toda uma vida de dedicação, lhe enviou a equipa de André Luiz. Quando esta o foi visitar encontrou junto do leito um espírito, seu amigo, que o assistia.
“Decorridos alguns segundos, estávamos à frente dum cavalheiro maduro, rosto profusamente enrugado e cabelos brancos, a cuja cabeceira vigiava excelente companheiro espiritual.
Apresentou-nos Jerônimo a esse último. Tratava-se do irmão Bonifácio, que ajudava o doente.”, pág. 183
Toavia, apesar das excelentes qualidades morais de que era detentor, Cavalcante não se tinha preparado convenientemente para o momento da partida, já que para além de desconhecer todo o processo que envolve a desencarnação, encontrava-se demasiado ligado às preocupações terrenas e familiares que o tinham absorvido até ao momento, manifestando grande intranquilidade.
“É virtuoso católico-romano, espírito abnegado e valoroso nos serviços do bem ao próximo. Veio de nossa colônia, há mais de sessenta anos, e possui grande círculo de amigos pelos seus dotes morais. Sua existência, cheia de belos sacrifícios, fala ao coração. (…)
Notei, todavia, que Cavalcante era absolutamente alheio à nossa influenciação. Nada percebia de nossa presença ali, verificando que ele, apesar das elevadas qualidades morais que lhe exornavam o caráter, não possuía bastante educação religiosa para o intercâmbio desejável. (…)
O pobrezinho não se preparou, convenientemente, para libertar-se do jugo da carne e sofre muito pelos exageros da sensibilidade. E muito embora o abandono a que foi votado, tem o pensamento afetuoso em excessiva ligação com aqueles que ama. Semelhante situação dificulta-nos sobremaneira os esforços.
– Sim – concordou Jerônimo –, entendemos a luta. A deficiência de educação da fé, ainda mesmo nos caracteres mais admiráveis, origina deploráveis desequilíbrios da alma, em circunstâncias como esta. Conservar-nos-emos, porém, a postos, como retribuição ao devotado amigo pelos obséquios inúmeros que dele recebemos.”, págs 183/4
Na Instituição dirigida por Adelaide
Adelaide dirigia há muitos anos uma instituição “espiritista-cristã” que albergava numerosas crianças em nome de Jesus.
Quando a equipa de André Luiz chegou ao local foi recebida por Bezerra de Menezes que assistia Adelaide e que assim se lhes dirigiu:
“Felizmente, porém, nossa querida Adelaide não dará trabalho. O ministério mediúnico, o serviço incessante em benefício dos enfermos, o amparo materno aos órfãos nesta casa de paz, aliados aos profundos desgostos e duras pedradas que constituem abençoado ônus das missões do bem, prepararam-lhe a alma para esta hora...
– Adelaide sempre foi leal discípula do Mestre dos Mestres.
Apesar das dificuldades, dos espinhos e aflições, perseverou até ao fim.
Apesar das dificuldades, dos espinhos e aflições, perseverou até ao fim.
A digna senhora, após olhar demoradamente delicados ramos de rosas que lhe ornavam o quarto, entrou em oração. De sua mente equilibrada, emanavam raios brilhantes. Não nos enxergou ao seu lado, exceção do devotado Bezerra de Menezes, a quem se unia por sublimes cadeias do coração.” Pág 185
Olá Joana.
ResponderEliminarEstou muito feliz com os temas escolhidos e apresentados.
Sinto me bem a ler estes textos.
Bj do Eduardo
Olá
ResponderEliminarAinda bem que você gosta. Espero que estes posts levem a esperança a quem vive triste e em desânimo.
Um abraço
Joana
Joana, sempre passo por aqui para ler suas postagens. Para aprender sempre mais.
ResponderEliminarO que importa sempre é o que carregamos em nossa alma, é ela quem nos revela. Temos aqui nesta vida todas as oportunidades de preenchê-la com sentimento de amor. O Amor é o resumo da Vida! E ele é conquistado com paciência, tolerância, humildade e compaixão por tudo e todos. Obrigada amiga por tantas coisas amorosas que me ensina!
Beijo... Paz e Luz!
´Maria de Fátima, que bom que você passa por aqui e gosta do que lê!
ResponderEliminarMinha amiga, a sua frase é lindíssima e cheia de conteúdo: "O Amor é o resumo da Vida!"
De facto, se todos dedicássemos um terço do nosso tempo, tão stressado, aos outros o Mundo estaria bem melhor!!!
Um beijo
Joana
Energias afins se atraem. O que importa são os valores e princípios de cada um, independentemente da religião que se professe. Muita Paz. Drauzio Milagres.
ResponderEliminarÉ, são as afinidades de pensamentos e actos que nos ligam ao outro, como ímans que se atraem. Se queremos ser felizes, devemos cultivar o amor ao nosso semelhante. Dito de outra forma: quanto mais dermos de nós, mais receberemos de volta.
ResponderEliminarTudo de bom
Joana
Falou tudo Joana. Muita Paz e Luz para você. Um abraço. Drauzio Milagres.
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